DI_16LF22b
Sem título
ID | 16 |
Participant | B. Medeiros |
Gender | Feminino |
Opções de representação
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é
diferente
é
diferente
e
você
?
decidiu
imediatamente
por
por
este
curso
?
não
de
eu
se
se>
[
/
]
sempre
quis
vir
para
Línguas
ou
Línguas
e
Literaturas
mas
estive
na
dúvida
porque
tinha
[
/
]
tinha
muito
gosto
e
muito
jeito
para
Matemática
mais
muito
mais
do
que
para
[
/
]
para
as
línguas
só
que
opt
[
/
/
]
matemá
[
/
/
]
não
queria
fazer
disso
a
minha
carreira
gostava
de
tirar
um
curso
de
Matemática
eu
gostava
muito
de
tirar
um
curso
de
Matemática
e
eventualmente
até
de
Física
mas
não
quero
fazer
disso
carreira
hum
hum
<quero-me
dedicar>
[
/
]
quero-me
dedicar
à
lin
[
/
]
Línguas
e
literaturas
hum
hum
tem
alguma
ideia
mais
definida
do
que
é
que
pode
fazer
?
ou
ou
não
isto
é
interessa-lhe
mais
por
exemplo
fazer
enveredar
para
crítica
literária
ou
fazer
investigação
?
não
crítica
lit
eu
gostava
de
fazer
investigação
gostava
de
fazer
investigação
e
gostava
de
ensinar
hum
hum
gos
e
gostava
de
ensinar
na
faculdade
se
fosse
possível
também
gostava
de
dar
aulas
no
liceu
durante
um
ano
ou
dois
porque
acho
que
é
uma
experiência
fundamental
é
uma
é
uma
experiência
muito
importante
é
antes
de
a
pessoa
dar
aulas
na
faculdade
acho
que
é
importante
dar
aulas
é
é
bastante
difícil
e
é
muito
diferente
penso
eu
que
dar
aulas
é
difícil
pois
é
bastante
diferente
mas
há
há
uma
coisa
que
a
minha
mãe
costuma
o
meu
pai
é
professor
he
universitário
e
a
minha
mãe
acusa
muito
o
meu
pai
de
de
ele
não
saber
dar
aulas
que
ele
precisava
de
vir
de
contactar
com
miúdos
que
têm
exigências
e
que
têm
pedidos
mais
concretos
e
que
e
que
puxam
mais
a
atenção
para
eles
para
pó
para
os
professores
se
aperceberem
que
têm
ali
gente
têm
ali
gente
exacto
têm
ali
pessoas
diferentes
porque
na
faculdade
é
as
pessoas
são
um
bocado
há
um
bocado
massa
anónima
é
é
sabe
quando
é
que
eu
me
sabe
quando
quando
é
que
me
e
por
causa
disso
é
importante
dar
aulas
ao
secundário
para
a
pessoa
se
lembrar
que
que
os
alunos
são
pessoas
tenho
confrontado
com
essa
realidade
?
a
agora
quando
estou
a
fazer
as
entrevistas
sobretudo
com
pessoas
como
você
porque
por
muito
que
nós
não
queiramos
por
muito
que
nós
não
queiramos
quando
estamos
na
turma
enfim
quer
dizer
vemos
ali
efectivamente
uma
massa
anónima
nós
não
podemos
não
podemos
conhecer
as
pessoas
não
podemos
saber
o
que
é
que
elas
pensam
não
podemos
saber
o
que
elas
sabem
nem
a
inteligência
hum
hum
que
têm
nem
nem
o
interesse
que
têm
não
não
podemos
saber
nada
dessas
coisas
não
é
?
são
todos
iguais
é
verdade
e
e
quando
temos
oportunidade
de
falar
um
pouco
com
as
pessoas
acabamos
por
nos
aperceber
não
isto
é
uma
pessoa
tem
sentimentos
tem
hhh
uma
personalidade
interesses
hhh
tem
interesses
hhh
tem
uma
família
hhh
estás
a
ver
?
até
faz
coisas
faz
coisas
para
além
da
faculdade
hhh
eu
por
acaso
uma
uma
experiência
que
tenho
em
relação
os
professores
normalmente
conhecem-me
porque
eu
falo
muito
nas
aulas
sim
mas
há
outros
que
não
dizem
nada
participo
bastante
pois
exacto
e
e
e
os
professores
conhecem-me
mas
têm
uma
ideia
diferente
de
mim
haa
a
partir
de
certa
altura
portanto
normalmente
é
no
primeiro
teste
a
partir
do
primeiro
teste
começam
a
ter
uma
visão
diferente
acerca
de
mim
porque
eu
falo
muito
e
às
vezes
as
pessoas
têm
a
ideia
que
eu
sou
um
um
pouco
fala
barato
e
só
depois
de
fazer
o
primeiro
teste
é
que
em
alguns
casos
não
é
sim
sempre
obviamente
que
apercebem
que
que
eu
tenho
interesse
pois
pela
disciplina
e
pronto
não
por
acaso
mas
eu
reparo
por
exemplo
os
meus
colegas
passam
perfeitamente
anónimos
eu
os
meus
os
meus
professores
eu
conheço-os
praticamente
todos
e
tenho
quase
a
certeza
que
eles
me
conhecem
a
mim
claro
mas
os
os
meus
colegas
eu
tenho
perfeita
noção
disso
passam
perfeitamente
anónimos
há
muitos
que
passam
eu
eu
por
exemplo
sou
uma
daquelas
pessoas
que
tem
muito
fraca
memória
para
nomes
como
eu
já
disse
várias
vezes
nas
aulas
mas
fixo
muito
facilmente
as
caras
das
pessoas
e
as
atitudes
das
pessoas
e
isso
ne
não
para
que
elas
fiquem
marcadas
mas
simplesmente
porque
é
uma
coisa
caraterial
não
é
?
pronto
e
a
maior
parte
dos
meus
alunos
são
alunos
dos
quais
eu
não
conheço
o
nome
hum
não
conheço
quer
dizer
eu
sei
que
se
aquele
nome
já
me
passou
pelas
mãos
muitíssimas
vezes
mas
não
hum
hum
sou
capaz
de
relacionar
a
cara
com
o
nome
há
outro
dos
quais
eu
nunca
mais
me
esqueço
não
é
?
hhh
não
sei
porquê
ou
porque
o
nome
é
bizarro
ou
porque
sim
haa
escreveram
escreveram
algo
muito
engraçado
no
teste
qualquer
coisa
qualquer
coisa
que
chame
a
a
atenção
mas
é
que
há
pessoas
que
passam
perfeitamente
incógnitas
eu
já
tive
surpresas
surpresas
enormes
de
colegas
meus
que
que
que
simplesmente
não
falam
e
nem
sequer
não
é
só
nas
aulas
mesmo
nos
intervalos
não
falam
muito
não
não
não
não
se
dão
muito
e
a
pessoa
tem
grandes
surpresas
normalmente
quer
dizer
em
em
testes
não
é
?
que
só
que
os
testes
claro
normalmente
são
é
a
única
maneira
de
a
pessoa
poder
avaliar
um
pouco
as
pessoas
e
surpresas
enormes
que
são
pessoas
que
realmente
devem
ter
uma
vivência
enorme
claro
mas
que
simplesmente
são
retraídas
são
são
tímidas
sim
ha
hum
tem-me
acontecido
já
várias
vezes
que
enquanto
professora
confrontar-me
confrontar-me
não
defrontar-me
com
ha
&
haa
alunos
que
me
causam
imensa
estranheza
porque
são
alunos
que
foram
às
aulas
foram
regularmente
são
daqueles
que
estão
lá
sempre
nunca
abrem
a
boca
de
repente
chega-se
ao
primeiro
teste
e
tiram
uma
nota
altíssima
e
eu
fico
a
olhar
para
o
teste
e
a
pensar
assim
mas
de
onde
é
que
isto
veio
?
hum
hum
de
onde
é
que
isto
veio
?
e
haa
e
a
maior
parte
das
vezes
as
pessoas
continuam
com
aquele
tipo
de
atitude
até
ao
final
do
ano
e
eu
de
tenho
de
lhes
dar
uma
nota
que
é
uma
nota
que
é
uma
nota
expressiva
e
nunca
sei
na
realidade
se
a
pessoa
sabe
mesmo
e
merece
mesmo
a
nota
que
que
lhe
estou
a
dar
não
mostrou
pois
é
mas
é
uma
questão
de
feitio
e
outra
vez
também
tive
uma
outra
situação
curiosa
isso
enquanto
aluna
haa
eu
estudei
na
mesma
altura
em
que
estudou
a
Mafalda
Veiga
hum
hum
conhece-a
concerteza
cantora
da
das
cantigas
,
não
é
?
&
haam
e
éramos
/
colegas
em
várias
turmas
e
tudo
o
mais
e
ela
era
uma
estudante
muito
muito
apagada
não
era
muito
comunicativa
não
coisa
nenhuma
mas
mas
pelos
vistos
pelos
vistos
tinha
um
outro
mundo
qualquer
completamente
diferente
de
de
todos
nós
e
depois
ela
es
ela
tirava
notas
excelentes
&
ha
mas
ninguém
percebia
também
de
onde
é
que
aquilo
vinha
hum
hum
pronto
e
depois
tinha
toda
aquela
faceta
artística
não
é
?
pode-se
gostar
ou
não
gostar
mas
mas
tem
mas
tem
mérito
não
é
?
hum
hum
e
hum
havia
outras
pessoas
que
/
o
trivial
não
é
?
exacto
mas
como
também
há
pessoas
que
também
falam
muito
hhh
e
depois
não
sabem
claro
exacto
pessoas
preci
há
pessoas
que
precisam
de
se
de
falar
para
para
se
estimularem
mas
às
vezes
não
não
é
suficiente
precisavam
de
ter
mais
conhecimentos
aprender
mais
ha
a
maior
parte
a
maior
parte
não
mas
uma
boa
parte
da
das
pessoas
que
intervêm
nas
aulas
intervém
simplesmente
para
para
ser
notado
sim
também
também
há
uma
parte
é
isso
sim
assim
a
outra
não
intervêm
porque
realmente
têm
coisas
dúvidas
pertinentes
têm
interesse
.
têm
interesse
e
tudo
mais
mas
mas
há
uma
boa
parte
há
pessoas
que
intervêm
inclusive
só
para
repetir
uma
ideia
já
haa
hum
hum
dita
isso
é
uma
situação
que
eu
gosta
que
é
eu
nã
por
exemplo
e
e
e
e
eu
deparo-me
muitas
vezes
com
essa
situação
que
é
se
eu
estivesse
na
posição
do
professor
o
que
é
eu
faria
eu
responderia
?
fazem
perguntas
por
vezes
mais
vale
deixar
passar
inacreditáveis
as
vezes
mais
vale
mas
os
professores
têm
que
responder
ou
não
?
respondemos
não
é
mas
mas
mais
vale
deixar
passar
isto
é
não
chamar
a
atenção
para
para
a
estupidez
da
coisa
é
mais
vale
haa
dizer
mais
uma
vez
às
vezes
até
acaba
por
ser
melhor
porque
há
sempre
dois
ou
três
que
estavam
desatentos
e
não
tinham
ouvido
efectivamente
da
hum
hum
primeira
vez
aquele
até
já
tinha
ouvido
e
a
prova
que
hum
hum
tinha
ouvido
é
que
voltou
a
fazer
a
pergunta
e
tal
e
tal
mas
haa
pode
ser
que
beneficie
os
outros
portanto
às
vezes
não
faz
mal
só
que
há
pessoas
que
são
impertinentes
hum
hum
exacto
há
pessoas
que
são
impertinentes
e
portanto
aí
é
preciso
por
um
pouco
de
de
travão
ou
dizer
que
já
disse
não
sei
quantas
vezes
ou
vá
à
bibliografia
ou
qualquer
coisa
desse
género
mas
pois
também
não
adianta
estar
muito
estar
a
chamar
muito
a
atenção
para
um
aluno
que
haa
é
chato
pois
às
vezes
o
que
acontece
eu
senti
algumas
aulas
de
tenho
um
professor
de
de
Linguística
que
dá
Filosofia
da
Linguagem
e
ele
que
pronto
como
como
são
disciplinas
um
um
pouco
mais
difíceis
as
pessoas
não
participam
muito
as
pessoas
até
se
interessam
mas
não
têm
conhecimentos
para
participarem
e
ele
e
então
quando
alguém
faz
alguma
intervenção
e
há
intervenções
perfeitamente
idiotas
mas
sempre
que
há
intervenção
de
quem
quer
que
seja
ele
aproveita
tudo
o
que
a
pessoa
diz
e
faz
no
fundo
quer
dizer
no
fundo
haa
haa
ele
aproveita
de
tal
maneira
o
que
a
pessoa
diz
que
aquilo
que
aparentemente
até
era
idiota
eu
até
me
fico
a
sentir
mal
claro
em
pensar
que
era
que
que
era
que
que
aquilo
era
idiota
porque
ele
pe
deu
a
volta
de
tal
maneira
àquilo
que
acaba
por
pegar
em
pontos
da
matéria
importantes
pois
às
vezes
é
possível
mas
é
preciso
ter
um
é
preciso
ter
ter
uma
boa
bagagem
para
poder
também
fazer
isso
nem
exacto
todas
as
pessoas
têm
muita
habilidade
para
isso
apesar
de
terem
conhecimentos
por
isso
também
é
preciso
um
um
jeito
pedagógico
e
pois
é
e
há
muitos
professores
professores
exacto
na
faculdade
que
não
têm
essa
preocupação
e
não
têm
essa
habilidade
pois
exacto
e
depois
há
há
duas
coisas
por
um
lado
quer
dizer
cada
vez
mais
as
pessoas
vêm
para
estes
cursos
de
letras
muitas
delas
sabe-se
Deus
porquê
sabe
é
que
sabe
mesmo
Deus
porquê
não
não
há
razão
nehuma
não
há
explicação
hem
tiraram
este
curso
como
podiam
ir
tirar
um
curso
patrocinado
pela
CEE
ou
outra
coisa
qualquer
há
muito
isso
e
e
também
é
uma
outra
coisa
que
não
se
percebe
e
há
muitas
pessoas
que
se
queixam
disso
é
a
falta
de
estímulo
por
parte
de
de
alguns
professores
sim
mas
os
os
alunos
também
já
há
professores
que
não
estimulam
não
vêm
estimulados
à
partida
também
é
verdade
também
é
verdade
mas
o
há
si
eu
eu
eu
comparo
estas
duas
situações
eu
tenho
duas
professoras
de
literatura
que
tanto
uma
aula
como
a
outra
são
aborrecidas
são
aulas
aborrecidas
uma
delas
é
uma
senhora
já
de
uma
certa
idade
Professora
Catedrática
e
eu
percebo
perfeitamente
porque
é
que
as
aulas
dela
são
aborrecidas
ela
já
deve
ter
visto
tanto
desinteresse
na
cara
dos
alunos
que
já
deixou
de
se
preocupar
por
defesa
própria
está
é
isso
está
perfeitamente
descrente
já
não
acredita
que
haja
qualquer
salvação
para
aque
para
para
as
pessoas
que
lá
estão
então
vai
dando
às
as
aulas
à
maneira
dela
ela
sabe
que
são
aborrecidas
sabe
que
as
pessoas
saem
de
lá
a
meio
mas
pronto
ela
dá
as
aulas
quer
dizer
faz
o
trabalho
dela
e
pront
obviamente
não
é
a
atitude
correcta
enfim
e
vai
para
casa
de
que
com
a
consciência
limpa
e
fez
o
trabalho
dela
e
pronto
esta
professora
eu
compreendo
aoutra
professora
é
que
eu
não
compreendo
que
é
uma
professora
bastante
nova
que
tem
muita
energia
para
dar
aulas
mas
haa
fe
não
percebo
não
sei
onde
é
que
ela
foi
arranjar
a
matéria
para
dar
as
aulas
é
uma
coisa
que
eu
não
percebo
é
um
é
um
desin
é
um
dum
desinteresse
total
as
pesso
ninguém
presta
atenção
aquilo
as
ma
a
matéria
não
tem
o
mínimo
de
interesse
porque
é
uma
é
Literatura
Portuguesa
pode-se
arranjar
coisas
muito
giras
para
se
falar
claro
mas
parece
que
escolheu
as
partes
piores
ni
ninguém
ninguém
ninguém
gosta
daquelas
aulas
não
tenho
nenhum
colega
meu
que
goste
daquelas
aulas
e
mu
é
estranho
porque
a
professora
dá
energia
às
aulas
e
fala
bastante
e
e
e
provoca
as
pessoas
para
elas
falarem
só
que
o
assunto
não
desperta
o
mínimo
de
interesse
mas
onde
é
que
ela
foi
é
estranho
buscar
obras
assim
tão
estranhas
para
de
maneira
que
não
é
a
manei
e
não
é
só
as
obras
é
a
maneira
como
ela
as
pega
também
tem
uma
maneira
de
analisar
as
obras
<que
pronto>
/
que
que
eu
que
a
mim
não
me
diz
nada
que
analisar
esmiuçar
mesmo
as
obras
em
aspectos
que
não
têm
o
mínimo
que
pa
que
a
mim
não
me
parecem
ter
o
mínimo
de
interesse
não
provam
absolutamente
nada
e
a
pesso
eu
vou
chegar
ao
fim
do
ano
sem
ter
aprendido
nada
é
a
sensação
que
eu
tenho
!
portanto
é
ter
aprendido
absolutamente
nada
é
é
fazer
a
cadeira
para
fa
para
para
ter
a
cadeira
feita
pois
isso
é
horrível
pois
isso
é
a
pior
isso
é
horrível
coisa
que
nós
podemos
ver
isso
é
horrível
a
pessoa
ter
que
fazer
a
cadeira
só
para
fazer
mais
para
isso
mais
valia
a
pena
não
fazer
pois
mais
valia
estar
quieto
porque
bom
é
é
aquilo
que
eu
digo
tantas
vezes
inclusive
nas
aulas
por
para
chamar
a
atenção
dos
alunos
porque
me
parece
que
a
maior
parte
do
dos
alunos
que
me
aparecem
à
frente
primeiro
não
sabem
o
que
é
que
estão
ali
a
fazer
Pois
exacto
esse
é
o
grande
não
sabem
problema
bem
o
que
é
que
estão
ali
a
fazer
não
sabem
para
que
é
que
querem
aquilo
hum
hum
e
e
não
vêem
nenhum
interesse
hum
hum
co
por
consequência
portanto
a
minha
grande
é
que
estes
cursos
estes
cursos
são
muito
estranhos
são
muito
estão
muito
feitos
de
uma
maneira
muito
estranha
que
é
se
por
um
lado
os
cursos
dantes
eram
muito
limitativos
a
pessoa
ou
fazia
as
germânicas
ou
as
românicas
ou
não
sei
quê
hoje
em
dia
também
hee
variedade
a
pesso
a
var
não
é
que
a
variedade
seja
muito
grande
é
quer
dizer
eu
por
exemplo
gostava
de
fazer
uma
coisa
que
é
impossível
que
era
fazer
gostava
de
fazer
tirar
uma
parte
de
Clássicas
e
uma
parte
de
História
é
impossível
fazer
isso
mas
por
outro
lado
hee
de
já
po
a
pessoa
já
pode
fazer
português
e
alemão
por
exemplo
e
os
cursos
não
se
articulam
minimamente
e
é
imensas
disciplinas
diferentes
que
não
têm
nada
umas
a
ver
com
as
outras
e
a
pessoa
tem
que
as
fazer
todas
e
tem
que
fazer
Linguística
e
Cultura
e
Literatura
e
outras
coisas
e
vou
buscar
o
casaco
que
estou
morta
de
frio
e
há
disciplinas
que
a
pessoa
pelas
quais
a
pessoa
não
se
interessa
hum
hum
e
preferia
não
as
fazer
pois
e
e
existe
uma
grande
desarticulação
não
só
entre
as
cadeiras
das
diferentes
haa
línguas
mas
também
dentro
das
de
Linguística
e
as
cadeiras
de
de
Literatura
propriamente
ditas
exacto
por
exemplo
a
sintaxe
a
Sintaxe
e
a
fonologia
não
têm
nada
a
ver
pois
não
absolutamente
absolutamente
nada
a
ver
o
que
é
o
que
é
estranho
porque
em
príncipio
são
são
ramificações
da
mesma
linha
claro
claro
são
ramificações
da
mesma
coisa
não
é
?
não
eu
nem
sei
o
que
andam
por
aí
a
fazer
porque
hoje
em
dia
a
terminologia
tem
evoluído
tanto
em
todos
os
domínios
da
da
da
Linguística
que
hoje
para
uma
colega
de
Sintaxe
ouvir
aquilo
que
se
faz
em
Fonologia
ou
para
uma
pessoa
de
Fonologia
ouvir
aquilo
que
se
faz
em
Sintaxe
é
um
discurso
completamente
in
incompreensível
exacto
haa
tenho
me
confrontado
com
esta
realidade
quando
haa
vejo
por
exemplo
em
congressos
há
um
congresso
em
que
se
fala
de
de
todas
essas
coisas
as
pessoas
que
vão
a
umas
sessões
não
vão
às
outras
porque
se
sentem
envergonhadas
porque
vão
lá
e
não
percebem
nada
daquilo
e
não
percebem
pois
e
e
e
/
pronto
isto
é
é
é
terrível
é
aflitivo
é
é
aflitivo
porque
isto
tinha
que
ser
tudo
interligado
exacto
os
os
programas
os
programas
uma
coisa
coisa
que
eu
sinto
em
relação
a
esta
faculdade
não
sei
se
é
só
desta
faculdade
mas
eu
tenho
tenho
experiência
do
departamento
de
Português
do
departamento
de
Linguística
departamento
de
Clássicos
e
do
departamento
de
Germânicos
já
não
é
mau
são
estes
quatro
departamentos
hhh
já
não
é
nada
mau
e
destes
quatro
departamentos
o
único
que
eu
sinto
que
funciona
razoavelmente
é
o
departamento
de
ger
de
Germanísticos
hum
hum
é
o
razoavelmente
os
programas
articulam-se
pelo
menos
entre
as
Literaturas
articulam-se
da
um
para
a
dois
e
da
dois
para
a
três
há
articulação
das
Línguas
também
das
das
Linguísticas
que
eles
dão
também
há
o
mínimo
de
articulação
pronto
há
umas
exceções
com
Cultura
Alemã
Cultura
Alemã
ne
pronto
há
uma
maneira
maneiras
muito
diferentes
de
dar
mas
as
coisas
articulam-se
mais
ou
menos
porque
eles
têm
têm
um
eu
penso
que
eles
têm
um
mínimo
de
exigência
do
que
um
professor
deve
dar
depois
pode
escolher
aquilo
que
quer
dar
mas
tem
que
dar
no
mínimo
tal
coisa
para
que
no
ano
seguinte
o
aluno
se
for
para
outro
professor
não
não
não
vá
sofrer
os
efeitos
disso
mas
por
exemplo
no
departamento
de
Português
eu
não
vejo
li
não
vejo
ligação
absolutamente
nenhuma
como
de
como
agora
no
de
Linguística
como
disse
Sintaxe
e
a
Fonologia
não
senti
ligação
nenhuma
o
dep
o
departamento
de
Clássicos
e
a
a
mais
ou
menos
a
Sintaxe
está
em
que
ano
no
no
seu
curso
?
no
segundo
e
vem
a
se
a
Fonologia
depois
é
isso
?
a
Fonologia
vem
no
terceiro
dantes
era
ao
contrário
pois
e
até
parece
que
tinha
mais
lógica
ao
contrário
n
sin
sinceramente
não
sei
sim
parece
que
a
Sintaxe
é
mais
é
mais
de
de
mais
fácil
acesso
para
os
alunos
eu
até
compreendo
que
ponham
a
Sintaxe
antes
da
da
Fonologia
talvez
sim
as
pessoas
tinham
muita
dificuldade
com
a
fa
com
a
Fonética
ou
a
Fonologia
no
no
segundo
ano
mas
eles
também
têm
sempre
mas
há
penso
que
no
curso
de
Linguística
é
no
primeiro
ano
não
é
?
a
Fonologia
haa
agora
há
uma
reformulação
do
curso
eu
não
exactamente
em
quando
é
que
se
começa
mas
acho
que
está
dividido
em
semestres
e
portanto
que
se
começa
desde
logo
mas
antes
estava
salvo
erro
no
segundo
no
na
primeira
versão
do
curso
hum
hum
mas
seja
como
for
é
sempre
uma
cadeira
que
que
suscita
muitas
polémicas
porque
é
uma
matéria
razoavelmente
diferente
das
outras
hum
hum
e
para
as
quais
as
pessoas
têm
no
príncipio
muito
pouca
sensibilidade
sim
a
generalidade
das
pessoas
haa
haa
e
depois
se
for
dada
de
uma
forma
muito
hermética
sem
nenhuma
preocupação
de
as
pessoas
perceberem
haa
ne
não
tem
interesse
nenhum
não
tem
exacto
interesse
nenhum
para
os
alunos
e
portanto
eles
acabam
por
se
desmotivar
ainda
mais
eles
já
vêm
pouco
motivados
depois
é
pior
eu
procuro
fazer
uma
coisa
que
não
sei
se
é
melhor
se
é
pior
mas
haa
para
alguns
alunos
interessados
acaba
por
ser
por
ter
êxito
que
é
tentar
mostrar-lhes
que
pode
ter
algum
interesse
ainda
que
tenha
de
muitas
coisas
que
às
vezes
serão
muito
chatas
mas
não
há
nada
que
não
tenha
coisas
chatas
não
é
?
exacto
obviamente
Literatura
é
muito
engraçada
é
óptima
e
não
sei
quê
mas
também
tem
coisas
chatas
não
é
?
também
tem
que
se
saber
a
teoria
também
têm
que
a
parte
da
teoria
hee
e
saber
saber
análise
de
texto
análise
de
texto
também
existem
regras
para
se
fazer
as
coisas
também
e
as
rebras
e
as
regras
têm
de
ser
aprendidas
a
questão
é
que
em
relação
às
literaturas
e
em
relação
às
línguas
etc
a
pessoa
de
já
teve
contacto
com
isso
antes
não
é
?
a
pessoa
sabe
que
regras
é
que
regem
o
jogo
Linguística
nunca
ninguém
viu
Linguística
na
vida
antes
[
e
que
é
pronto
pois
e
é
e
é
e
é
ciência
é
a
única
cadeira
para
nós
eu
pelo
menos
a
sensação
que
tenho
é
a
única
cadeira
que
se
aproxima
duma
cadeira
realmente
científica
se
é
que
se
se
se
não
é
mesmo
as
outras
cadeiras
obviamente
são
funcionam
um
pouco
por
especulação
por
aproximação
é
linguística
é
aquela
cadeira
que
a
pessoa
pode
ter
um
mínimo
de
certezas
/
hhh
sim
há
um
mínimo
de
certezas
mas
é
um
mínimo
um
mínimo
um
mínimo
claro
obviamente
um
mínimo
também
porque
repare
por
exemplo
agora
para
fazer
um
trabalho
destes
tenho
que
entrevistar
sei
lá
cinco
pessoas
e
depois
ainda
não
tenho
uma
certeza
tenho
uma
aproximação
exacto
mas
pode
ser
uma
aproximação
interessante
não
é
?
na
medida
hum
hum
em
que
já
tenho
um
conjunto
de
informantes
grande
mas
a
ciência
também
não
é
?
não
podemos
analisar
todas
as
matérias
de
todas
as
mesas
obviamente
não
é
?
portanto
as
coisas
acabam
por
ter
de
funcionar
assim
eu
acho
que
deve
vir
aí
a
dona
Branca
previsto
fazemos
agora
uma
pequena
pausa
ainda
se
lembra
do
que
é
que
estávamos
a
falar
já
não
me
lembro
Linguística
sim
estávamos
a
falar
de
Linguística
mas
já
não
sei
exactamente
onde
é
que
nós
íamos
como
ciência
haa
sim
haa
mas
é
estava
eu
a
dizer
há
bocadinho
que
era
o
que
mais
se
aproximava
mas
apesar
de
tudo
nunca
chegávamos
a
ter
/
grandes
certezas
mas
para
aquelas
pessoas
que
não
são
assim
tanto
dadas
apenas
à
intuição
hum
hum
e
essas
coisas,acabam
por
gostar
mais
destas
cadeiras
do
que
das
outras
de
cadeiras
de
literaturas
há
pessoas
inclusive
que
a
meio
do
curso
vêm
dizer
que
agora
é
que
perceberam
que
a
parte
de
Linguísitca
é
que
lhes
interessava
é
eu
eu
eu
gosto
bastante
da
parte
de
Linguística
até
porque
pronto
é
é
um
bocado
estúpido
dizer
isto
mas
isto
têm
alguma
coisa
a
ver
com
o
raciocínio
matemático
e
a
mim
interessa-me
bastante
nesse
sentido
além
de
que
me
in
-
além
de
que
interessam-me
também
bastante
aspectos
aspectos
filosóficos
e
parece-me
que
a
Linguística
é
do
é
de
certa
maneira
uma
filosofia
acerca
da
da
da
língua
é
da
da
procura
do
da
origem
portanto
a
Filosofia
procura
um
pouco
a
origem
para
para
encontrar
um
sentido
para
o
para
aquilo
que
o
homem
está
a
fazer
e
a
e
penso
que
a
filo
Linguística
faz
isso
em
relação
à
linguagem
nesse
aspecto
é
interessante
sim
e
e
faz
também
a
Filosofia
da
Linguagem
propriamente
dita
não
é
?
exacto
Não
é
apenas
haa
da
língua
em
particular
que
é
uma
cadeira
que
eu
acho
que
é
importantíssima
devia
haver
no
primeiro
ano
era
uma
cadeira
de
Filosofia
da
Linguagem
geral
pois
eu
tenho
Filosofia
da
Linguagem
pronto
é
de
Linguística
Alemã
um
pouco
diferente
mas
as
considerações
são
obviamente
tentam
ser
universais
claro
tentam
aplicar-se
à
linguagem
portanto
a
todas
haa
a
todas
as
línguas
portanto
a
todas
as
línguas
e
etc
.
e
é
uma
disciplina
que
eu
penso
que
é
interessantíssima
porque
estimula
estimula
a
inteligência
de
uma
maneira
que
a
pessoa
começa
a
realmente
a
ver
as
coisas
x
começa
a
ver
que
realmente
há
coisas
que
pareciam
tão
pequeninas
mas
têm
tantas
implicações
diferentes
que
têm
têm
realmente
um
resultado
prático
bastante
interessante
a
pessoa
começa
a
encarar
a
própria
linguagem
de
maneira
diferente
não
só
como
um
um
amontoado
de
letras
e
de
palavras
/
/
a
pessoa
diz
sim
é
compl
é
é
é
uma
coisa
realmente
a
linguagem
humana
é
duma
complexidade
enorme
mas
a
pessoa
não
passa
disso
a
pessoa
continua
a
utilizar
a
linguagem
como
um
instrumento
exacto
e
se
a
pessoa
pensar
um
pouco
na
realmente
em
todas
as
implicações
da
linguagem
desde
a
origem
abs
abstrai-se
um
bocado
dessa
dessa
instrumentalização
da
da
linguagem
que
para
mim
parece
parece
horrível
as
pessoas
cada
vez
se
ligam
menos
à
linguagem
à
linguagem
escrita
e
à
linguagem
falada
sim
em
qualquer
um
dos
códigos
dá
impressão
que
está
na
está
na
ordem
do
dia
adulterar
adulterar
os
códigos
hum
hum
adulterar
todos
os
sitemas
de
regras
portanto
é
utilizar
o
mais
fácil
aquilo
que
é
mais
mais
facilmente
apreen
mais
fácil
de
se
de
se
aprender
pois
mas
é
o
que
tenho
dito
também
já
várias
vezes
tenho
hee
visto
que
se
por
um
lado
em
diferentes
áreas
não
é
as
pessoas
procuram
fugir
às
regras
não
é
fazer
o
mais
fácil
hum
hum
haa
partindo
para
além
das
regras
sem
grande
respeito
por
elas
haa
na
realidade
também
há
o
mecanismo
inverso
que
é
o
de
preservação
de
reforço
ou
de
+
/
é
exa
às
vezes
exagerado
exagerado
muitas
vezes
exagerado
hum
hum
haa
é
como
um
fenómeno
de
ultracorreção
exacto
exacto
de
excesso
de
censura
é
é
o
excesso
de
censura
também
provoca
isso
o
excesso
é
que
também
se
é
que
a
censura
também
provoca
de
certa
maneira
a
criação
não
é
?
sim
e
o
excesso
de
censura
provoca
se
provoca
uma
uma
grande
criação
também
obviamente
podre
causar
a
repressão
como
pode
causar
essa
criação
é
é
é
de
os
autores
até
diziam
lembro-me
de
exactamente
o
teste
que
estava
a
fazer
hoje
um
autor
alemão
Heinrich
Heine
tinha
saudades
dos
tempos
da
censura
porque
nos
tempos
da
censura
ele
podia
escrever
hhh
tinha
motivação
tinha
motivação
para
escrever
quando
claro
a
censura
acabou
começou
a
deixar
de
sentir
inspiração
claro
e
toda
a
gente
toda
a
gente
começou
a
poder
escrever
e
portanto
deixaram
de
ser
ditas
coisas
que
eram
mais
fortes
mais
sentidas
mais
emocionais
e
houve
um
debate
eu
não
não
cheguei
a
assistir
houve
um
debate
sobre
isso
sobre
as
portanto
portu
Portugal
teve
a
experiência
da
ditadura
até
setenta
e
cinco
depois
a
as
as
até
setenta
e
quatro
e
depois
as
a
a
experiência
na
ex
RDA
hum
hum
portanto
que
também
que
é
bastante
que
ainda
é
bastante
recente
houve
um
encontro
n
não
cheguei
a
assistir
mas
deve
ter
tido
o
seu
interesse
também
hum
hum
hum
eu
aí
há
tempos
também
ouvi
falar
de
qualquer
coisa
nesse
sentido
e
realmente
não
há
dúvida
nenhuma
de
que
grandes
nomes
mas
só
esses
não
outros
não
os
medianos
os
grandes
nomes
vieram
dessa
época
hum
hum
exacto
e
hoje
em
dia
andam
centenas
e
centenas
de
pessoas
a
tentar
encontrar
o
seu
espaço
há
umas
quantas
que
sim
senhor
são
realmente
tão
melhores
do
que
os
outros
que
já
se
evidenciaram
mas
existe
uma
quantidade
de
informação
tão
grande
tão
grande
tão
grande
hum
hum
e
toda
a
gente
pode
dizer
o
que
quer
que
calhe
que
o
rigor
é
quase
nulo
sim
que
a
pessoa
aceita
hhh
é
perde-se
o
rigor
e
e
também
há
uma
coisa
pronto
é
um
bocado
obviamente
que
é
um
bocado
antiquado
dizer
isto
mas
tem
uma
certa
uma
certa
razão
de
ser
penso
eu
que
é
o
meu
pai
diz
muito
que
na
altura
na
altura
dele
como
as
pessoas
tinham
dificuldades
e
sentiam
e
tinham
que
ir
à
tropa
e
tinham
viviam
num
sistema
de
ditadura
etc
.
era
diferente
as
pessoas
tinham
va
as
pessoas
tinham
interesses
as
pessoas
lutavam
pelas
claro
coisas
e
as
pessoas
mesmo
a
criar
criavam
de
maneira
diferente
as
pessoas
já
não
procuravam
por
hee
se
a
pessoa
olhar
um
pouco
agora
à
volta
e
ver
o
que
se
aquilo
obviamente
não
é
aquilo
que
se
faz
individualmente
mas
tendência
geral
o
que
se
faz
tendência
geral
são
cada
vez
mais
coisas
para
chocar
as
pessoas
é
o
culto
da
violência
no
cine
nos
cinemas
hoje
em
dia
está
a
ser
um
exagero
tremendo
teve
piada
ao
princípio
e
e
gozava
com
claro
a
própria
violência
e
fazia
bem
mas
é
um
exagero
desde
nós
temos
aqueles
filmes
todos
os
Natural
Born
Killers
o
Pulp
Fiction
aqueles
filmes
aquilo
é
um
exagero
nunca
mais
acaba
começou
há
há
há
dois
anos
ou
há
três
anos
e
nunca
mais
acaba
é
se
o
culto
da
violência
porque
é
necessário
chocar
as
pessoas
as
pessoas
já
têm
as
pessoas
não
tinham
acesso
a
tudo
dantes
agora
como
têm
acesso
a
tudo
tudo
o
que
é
bom
e
o
que
é
mau
a
pessoa
com
tanta
com
tanto
excesso
de
informação
a
pessoa
já
não
sabe
aquilo
que
é
válido
pois
porque
existem
algumas
coisas
que
têm
que
pois
ser
consideradas
válidas
senão
a
pessoa
anda
aqui
confusa
não
é
?
claro
claro
/
mas
mas
é
curioso
que
agora
agora
enfim
há
sempre
ne
nestas
épocas
mais
conturbadas
em
que
se
cai
no
no
exagero
de
determinadas
formas
na
repetição
das
formas
se
quiser
pois
também
salientam-se
então
aquelas
coisas
que
são
o
oposto
e
eu
enquanto
estava
a
falar
desse
tipo
de
cinema
lembro-me
do
Manuel
De
Oliveira
porque
é
que
o
Manuel
De
Oliveira
vai
aos
festivais
internacionais
e
ganha
prémios
?
quer
dizer
hum
hum
pode
ser
mau
po
podemos
não
gostar
podemos
dizer
também
está
na
moda
dizer
isso
não
é
?
sim
sim
coitado
do
homem
não
sei
se
nem
sequer
sei
se
é
melhor
se
é
pior
que
a
generalidade
dos
outros
o
que
eu
estou
a
dizer
é
que
é
tão
contrastante
com
aquilo
que
se
vê
lá
fora
que
naturalmente
aquilo
tem
de
chamar
a
atenção
exacto
forçosamente
e
pronto
e
tem
o
seu
espaço
acho
muito
bem
que
tenha
tem
tem
é
um
espaço
demasiado
priveligiado
que
eu
acho
que
não
devia
existir
pois
mas
pronto
isto
é
é
tudo
uma
questão
de
de
de
opinião
e
de
gosto
pessoal
e
e
tudo
o
mais
mas
mas
também
é
uma
questão
de
época
e
uma
questão
de
moda
exacto
porque
se
aquilo
tivesse
ocorrido
numa
numa
fase
em
que
a
generalidade
da
da
por
exemplo
naquela
grande
época
do
do
do
cinema
francês
o
Manuel
de
Oliveira
já
não
tinha
não
tinha
graça
nenhuma
não
tinha
impacto
nenhum
não
tinha
exacto
é
verdade
não
é
?
mas
hoje
em
dia
é
natural
que
faça
é
é
verdade
mais
e
há
uma
quantidade
de
autores
que
não
teriam
importância
noutra
época
claro
mas
e
o
contrário
há
uma
quantidade
de
autores
que
ninguém
conhece
e
que
poderiam
ter
imensa
importância
se
não
fosse
estarmos
na
época
em
que
estamos
e
se
nós
pensarmos
por
exemplo
no
no
no
João
César
Monteiro
hum
hum
hee
hoje
em
dia
com
aquelas
imagens
chocantes
que
ele
põe
sim
pronto
são
chocantes
e
por
causa
disso
a
gente
tem
mesmo
que
ver
não
é
?
haa
mas
é
o
cu
-
e
depois
é
esses
cul
-
o
culto
do
ser
mau
é
o
culto
do
do
é
do
exagero
do
choque
ele
orgulha-se
de
ter
sido
o
pior
aluno
da
escola
de
cinema
em
Londres
"
eu
fui
o
pior
aluno
que
passei
por
aquela
escola
"
diz
ele
orgulhoso
hhh
é
estranho
não
é
?
é
no
mínimo
estranho
hhh
claro
a
pessoa
a
pessoa
pode
se
orgulhar
de
<por>
é
que
por
exemplo
nos
tempos
dos
nossos
pais
as
pessoas
orgulhavam-se
de
de
serem
mau
maus
alunos
a
uma
cadeira
em
que
o
professor
era
um
autêntico
fascista
claro
ou
qualquer
coisa
assim
do
género
lembr
tenho
por
exemplo
uma
amiga
hun
minha
húngara
que
aprendeu
russo
durante
muitos
anos
e
os
pais
ficavam
orgulhosíssimos
quando
ela
chumbava
a
a
a
hhh
a
Russo
à
disciplina
de
Russo
e
ela
tinha
prazer
naquilo
e
tinha
orgulho
é
diferente
agora
hoje
em
dia
as
pessoas
têm
têm
a
vida
como
têm
podem
escolher
a
escola
para
onde
podem
onde
querem
ir
podem
escolher
os
professores
claro
pa
pa
para
terem
e
poderem
se
dar
ao
luxo
de
dizer
que
estão
orgulhosos
de
terem
sido
maus
aluno
maus
alunos
é
ridículo
no
mínimo
hhh
é
no
mínimo
ridículo
realmente
não
isto
é
é
assim
mesmo
é
uma
questão
hee
cultural
e
eu
não
sei
é
exactamente
é
quais
são
as
consequências
disto
tudo
mas
isto
vê-se
em
tudo
a
a
ainda
hoje
de
manhã
eu
pensava
nisso
numa
coisa
tão
triveal
trivial
como
dar
comer
à
minha
filha
huh
ela
não
queria
comer
não
queria
comer
porque
não
queria
comer
porque
não
tem
fome
porque
nunca
tem
fome
porque
ela
já
nunca
tem
fome
porque
ela
já
só
tem
apetites
hum
hum
agora
apetece-me
isto
agora
apetece-me
aquilo
e
apetece-lhe
sempre
coisas
diferentes
mas
só
coisas
que
não
prestam
para
nada
não
é
?
pronto
está
como
todas
as
crianças
em
determinada
idade
e
eu
já
não
tenho
paciência
para
aquela
conversa
eu
não
tenho
paciência
para
aquela
conversa
porque
eu
n
na
idade
dela
dava
valor
às
coisas
não
é
?
eu
se
tinha
leite
e
e
pão
para
fazer
sopas
de
de
leite
que
é
um
petisco
mas
que
na
altura
era
para
mim
a
coisa
mais
horrível
que
poderia
haver
hhh
haa
era
muito
ela
hoje
tem
toda
a
espécie
de
cereais
que
ela
quiser
tem
papas
tem
leite
tem
chá
tem
o
que
ela
muito
bem
entender
exacto
e
faz
cara
feia
exacto
e
não
aprecia
nada
mas
o
que
é
isto
?
a
pessoa
não
pode
a
culpa
é
minha
cair
no
excesso
a
culpa
é
minha
hhh
pois
exacto
a
culpa
é
sua
exactamente
hhh
hhh
portanto
ela
não
pode
dar
valor
a
uma
coisa
que
é
trivial
hhh
é
verdade
hhh
já
na
minha
altura
também
já
existia
muita
coisa
mas
os
meus
pais
também
fizeram
questão
de
me
dar
de
me
dar
a
educação
como
eles
como
a
educação
que
eles
receberam
mas
isso
acho
que
fazem
muito
bem
hhh
depois
acabou
por
não
dar
muito
resultado
mas
no
caso
da
minha
irmã
deu
no
meu
caso
não
deu
muito
há
sempre
porque
eles
também
perderam
a
paciência
comigo
já
tinham
tido
uma
filha
já
tinha
aturado
aquilo
tudo
não
estavam
para
aturar
aquilo
tudo
outra
vez
é
verdade
não
é
enfim
não
mas
é
verdade
o
excesso
o
excesso
de
oferta
e
o
excesso
de
informação
traz
traz
grandes
problemas
.
é
pr
e
há
muitas
pessoas
que
não
têm
formação
ou
capacidade
pa
para
se
aguentarem
é
é
por
isso
que
desorientam-se
perdem-se
entram
por
caminhos
muito
esquisitos
e
depois
no
meio
disto
tudo
depois
surgem
a
pessoa
gosta
de
ir
por
aquilo
obviamente
a
pessoa
tem
que
a
pessoa
te
tem
que
gostar
daquilo
que
tem
certeza
e
a
pessoa
sente-se
bem
com
a
certeza
de
alguma
coisa
e
gosta
e
então
as
procu
as
pessoas
procuram
certezas
procuram
ter
um
mínimo
de
orientação
e
então
procuram
re
procuram
aquelas
seitas
malucas
procuram
claro
é
um
apoio
juntar-se
a
um
grupo
porque
têm
necessidade
disso
para
não
se
sentirem
isoladas
não
se
sentirem
isoladas
não
se
sentiram
confusas
não
sentirem
confusas
porque
há
muita
coisa
a
pessoa
pode
enveredar
por
muitos
caminhos
mas
a
pessoa
enveredar
por
um
caminho
mais
ou
menos
certo
é
bastante
mais
reconfortante
e
é
é
é
é
perfeitamente
compr
é
perfeitamente
compreensível
aliás
sim
ha
todas
as
religiões
haa
se
fundamentam
aí
se
nós
quisermos
não
é
?
basta
basta
pensar
nisso
mas
e
não
é
e
não
penso
que
seja
errado
o
que
eu
penso
que
seja
não
não
x
errado
é
o
excesso
de
é
o
excesso
de
grupos
desses
e
de
religiõezinhas
e
de
grupinhos
iss
esse
excesso
é
que
eu
acho
que
é
ultra-negativo
o
facto
de
existirem
religiões
eu
obviamente
não
tem
claro
ha
eu
acho
absolutamente
nada
de
negativo
até
que
com
franqueza
acho
que
é
um
tipo
de
reacção
natural
das
sociedades
acho
que
as
precisam
disso
precisam
as
sociedades
pe
as
sociedades
precisam
de
religião
de
religiões
precisam
precisam
porque
é
necessário
haver
um
quadro
de
valores
é
preciso
haver
um
quadro
de
crenças
para
que
as
pessoas
ha
a
se
possam
uniformizar
saibam
a
que
per
a
a
que
é
que
pertencem
exacto
precisam
de
seguranças
ainda
que
essas
seguranças
sejam
invisíveis
&
haa
e
e
pronto
eu
acho
que
isso
é
perfeitamente
legítimo
acho
que
não
há
nada
que
dê
mais
insegurança
às
pessoas
do
que
o
facto
de
não
ter
crença
nenhuma
não
acreditar
em
nada
claro
haa
lembro-me
de
ter
passado
por
uma
fase
da
minha
vida
em
que
eu
estava
completamente
descrente
mas
estava
completamente
descrente
de
tudo
e
foi
a
fase
mais
angustiante
pela
qual
passei
é
não
pode
é
terrível
ser
é
preferível
acreditar
ainda
não
essa
fase
é
necessária
acho
que
toda
a
gente
tem
sim
sim
que
a
ter
sim
mas
sabe
que
há
muita
gente
que
passa
por
por
pela
vida
sem
se
a
sem
pensar
?
enh
tenh
tenho
ideia
de
que
isso
é
que
é
mau
isso
é
que
é
negativo
não
chegam
a
passar
lá
bem
ou
passam
ao
lado
eu
pois
isso
é
que
não
pode
ser
passei
por
uma
fase
dessas
passei
por
uma
fase
dessas
e
para
mim
foi
extraordinariamente
doloroso
mas
acho
que
cresci
posso
agora
parecer
mais
se
estúpida
não
é
?
sim
se
quiseremos
não
é
?
pronto
a
mai
a
há
uma
ida
há
uma
idade
em
que
nós
pensamos
que
o
temos
de
ser
racionais
existe
efectivame
a
capacidade
de
raciocínio
é
uma
coisa
que
é
o
máximo
,
não
é
?
é
o
que
nos
caracteriza
o
que
nos
caracteriza
não
é
?
o
máximo
é
o
que
nos
caracteriza
não
é
?
e
portanto
não
não
temos
que
ser
crentes
não
temos
que
ser
supersticiosos
não
temos
de
ser
hum
nada
dessas
coisas
mas
passar
por
essa
fase
de
não
acreditar
absolutamente
em
nada
e
ter
consciência
disso
é
uma
uma
coisa
dolorosíssima
é
é
uma
desorientação
enorme
e
é
ingrato
e
não
vale
a
pena
e
não
vale
a
pena
portanto
mais
vale
uma
pessoa
dar
a
volta
por
cima
e
dizer
"
sim
senhor
olhe
acredito
nisto
"
hum
hum
e
acreditar
que
acredita
e
e
e
ir
por
ali
adiante
eu
procuro
eu
eu
também
eu
ainda
estou
nessa
fase
uma
grande
fase
de
descrença
já
estou
há
não
sei
quantos
anos
e
não
sei
hhh
quando
é
que
a
vou
passar
mas
hei-de
passar
não
é
?
não
passa
naturalmente
eu
vou
eu
vou
construindo
é
o
meu
universo
de
referências
há
c
há
coisas
em
que
eu
acredito
e
e
<e
que
pronto>
[
/
/
]
e
que
tomo
tomo
como
certas
coisas
que
no
no
não
tomava
dantes
como
por
exemplo
a
família
claro
por
exemplo
a
família
para
mim
é
era
uma
uma
uma
coisa
falsa
artificial
imposta
pela
sociedade
que
para
mim
não
tinha
o
mínimo
de
valor
mas
agora
já
me
apercebi
que
não
obviamente
não
claro
tem
um
valor
importantíssimo
é
um
pilar
e
tenho
fé
tenho
tenho
e
tenho
ca
uma
certa
fé
na
família
sim
e
há
outras
coisas
que
vou
adquirindo
mas
e
um
quadro
de
valores
comportamentais
e
procuro
é
não
ter
exageros
/
exacto
e
outras
coisas
que
tais
pronto
procuro
não
me
agarrar
é
a
algo
que
pronto
que
tenha
de
seguir
completamente
que
seja
contra
mim
que
seja
contra
mim
que
me
possa
fazer
a
mim
entrar
em
contradição
<se
há
algo
que>
[
/
/
]
claro
que
eu
cr
se
entramos
nisso
prefiro
prefiro
não
acreditar
em
nada
pois
pois
pois
é
uma
maneira
mais
simples
não
mas
é
é
mas
é
mesmo
assim
estou
eu
é
que
tenho
que
viver
vinte
e
quatro
horas
comigo
mesma
portanto
eu
é
que
tenho
que
saber
se
faz
se
se
há
algo
que
que
bate
em
contradição
comigo
não
pode
não
pode
estar
comigo
claro
claro
mas
mas
é
importante
criar
um
quadro
de
de
coisas
que
sejam
minimamente
estáveis
para
que
as
pessoas
efectivamente
possam
fazer
sentido
porque
senão
as
pessoas
andam
à
deriva
de
um
lado
para
o
outro
aos
tombos
exacto
também
não
pode
ser
e
não
têm
vontade
própria
e
não
não
não
sabem
nunca
que
chão
é
que
pisam
há
pessoas
que
têm
energia
e
têm
capacidades
para
para
para
viverem
assim
talvez
mas
haa
pf
que
pronto
que
vai
da
mas
é
difícil
é
muito
difícil
é
um
caminho
difícil
mas
talvez
os
artistas
não
é
?
mas
permite
a
criação
permite
a
criação
artística
exacto
permite
esse
género
de
coisas
mas
sim
mas
para
pessoas
mas
morrem
novos
pá
morrem
novos
morrem
angustiados
hhh
deixam
coisas
hhh
/
/
morrem
novos
mas
se
calhar
mo
não
morrem
tão
se
calhar
não
morrem
tão
angustiados
quanto
isso
não
sei
eu
não
sei
sto
é
depende
de
pessoa
para
pessoa
não
sei
por
de
existem
muitas
muitas
nuances
aí
mas
mas
não
é
fácil
há
um
estado
de
instabilidade
bastante
grande
e
que
não
não
sei
para
uma
pessoa
que
tenha
os
pés
assentes
no
no
chão
e
que
goste
de
de
viver
não
é
?
hee
é
é
um
bocadinho
difícil
tomar
a
opção
de
estar
sempre
na
corda
bamba
pois
obviamente
obviamente
a
pessoa
tenta
ter
coisas
minimamente
seguras
mas
o
risco
também
é
importante
claro
claro
também
eu
acho
acho
que
é
importantíssimo
acho
que
é
é
uma
coisa
que
eu
acho
erradíssimo
as
pessoas
deixarem
de
fazer
certas
coisas
em
prol
da
segurança
eu
acho
terrível
e
não
compreendo
eu
não
consigo
compreender
como
é
que
as
pessoas
deixam
de
fa
e
coisas
que
até
nem
não
são
tão
arriscadas
quanto
isso
pois
que
eu
até
me
parecem
tão
normais
mas
por
uma
certa
segurança
que
tem
de
ser
mantida
e
e
as
coisas
não
batem
certo
e
se
fazes
isso
não
bate
certo
com
a
ideia
que
a
pessoa
tem
da
segurança
e
da
comodidade
é
terrível
eu
acho
terrível
e
as
pessoas
que
as
pessoas
que
pe
em
particular
de
de
de
geração
quarenta
cinquenta
terrível
fizeram
o
que
tinham
a
fazer
a
seguir
à
revolução
chega
agora
não
agora
chega
chega
não
nada
nada
pode
comp
comprometer
a
segurança
e
a
casa
e
o
carro
e
essas
coisas
fazem
co
fazem
co
faz
sim
confusão
mas
haa
é
compreensível
mas
faz
co
faz
co
não
deixa
de
fazer
confusão
eu
eu
hoje
em
dia
começo
a
compreender
essas
pessoas
também
não
também
houve
muito
tempo
em
que
não
compreendia
mas
hoje
em
dia
começo
a
compreender
porque
porque
sou
mãe
não
é
?
e
e
haa
o
grau
de
responsabilidade
é
é
de
tal
ordem
grande
cai-nos
em
cima
porque
nós
não
pensamos
nisso
sim
sim
obviamente
cai-nos
em
cima
de
tal
forma
que
temos
de
equacionar
essas
questões
e
não
podemos
ceder
porque
quando
cedemos
entramos
realmente
em
ruptura
e
depois
a
ruptura
é
maior
do
que
nós
podemos
suportar
porque
não
nos
atinje
só
a
nós
mas
também
aos
outros
e
então
aí
então
aí
não
dá
obviamente
obviamente
hhh
o
papel
de
mãe
ou
o
papel
de
pai
tem
que
ser
um
papel
verdadeiramente
assumido
pois
aliás
eu
não
acredito
nestas
neste
género
de
educações
modernas
em
que
o
pai
se
assume
como
fraco
e
como
hoo
capaz
de
ter
"
ai
!
também
tenho
também
sou
sensível
também
tenho
problemas
"
não
pode
ser
para
uma
criança
não
pode
ser
não
a
criança
tem
que
tem
que
a
mãe
e
o
pai
são
os
su
são
os
protectores
máximos
é
e
se
ele
não
tiver
esses
protectores
a
criança
vai
ser
de
certeza
uma
criança
traumatizada
claro
só
pode
o
o
ser
humano
é
o
ser
mais
abandonado
da
criação
se
não
tem
um
pai
e
uma
mãe
como
como
é
que
é
?
não
pode
claro
não
se
vai
não
vai
estar
sozinho
os
pais
o
pai
e
a
mãe
têm
que
ser
Deus
é
é
e
têm
que
ser
têm
que
ser
os
pilares
porque
sem
isso
sem
isso
a
criança
não
não
não
cresce
em
condições
não
se
desenvolve
como
deve
ser
é
de
muito
difícil
e
a
história
de
dos
pais
se
se
os
pais
se
afa
pronto
se
afastarem
ou
o
caso
de
pais
separados
ou
seja
lá
o
que
for
as
c
as
pessoas
podem
crescer
na
mesma
com
uma
formação
sólida
desde
que
se
sintam
que
têm
que
estão
se
seguras
que
têm
seja
uma
mãe
seja
um
pai
ou
seja
uma
tia
têm
que
ter
alguém
que
lhes
garanta
a
segurança
é
é
eu
tenho
a
prova
disso
em
casa
o
meu
marido
tinha
tido
um
casamento
anterior
e
desse
casamento
havia
dois
filhos
e
/
que
hoje
são
grandes
ele
já
tem
dezassete
anos
e
ela
tem
catorze
hum
hum
estão
também
numa
fase
relativamente
complicada
como
todas
as
outras
fases
da
vida
não
é
?
enfim
e
o
que
é
que
eu
verifico
?
ele
eles
já
se
tinham
separado
já
havia
muito
tempo
ela
a
miúda
que
era
mais
nova
tinha
cinco
anos
haa
/
e
eles
são
cr
criaturas
perfeitamente
normais
e
hoje
e
têm
uma
relação
boa
como
sempre
tiveram
com
o
pai
e
com
a
mãe
vivem
com
a
mãe
normalmente
e
ao
longo
dos
anos
fomos
inclusive
comigo
solidificando
uma
uma
relação
bastante
aceitável
mas
e
o
que
eu
noto
é
que
há
uma
diferença
do
do
comportamento
e
da
estabilidade
deles
haa
face
a
outras
haa
criaturas
que
foram
sujeitas
a
um
processo
idêntico
mas
pois
que
correu
mal
mas
que
correu
correu
visivelmen
visivelmente
mal
e
foi
traumatizante
e
tudo
mais
hum
que
é
uma
coisa
incomparável
porque
eles
se
têm
as
referências
pronto
eles
sabem
se
for
necessário
alguma
coisa
estão
ali
as
duas
referências
exacto
que
eles
necessitam
se
for
preciso
apoio
estão
lá
se
for
preciso
um
raspanete
também
lá
estão
se
for
preciso
exacto
seja
o
que
for
estão
lá
e
não
é
preciso
andarem
sempre
a
persegui-los
e
va
va
faz
isto
faz
aquilo
vê
lá
o
que
é
que
é
não
se
não
é
nada
disso
é
só
sentir
que
estão
lá
é
porque
a
maior
parte
da
das
haa
pessoas
hoje
em
dia
queixa-se
é
do
facto
de
não
ter
ninguém
presente
exacto
é
verdade
as
pesso
crianças
são
abandonadas
muito
tempo
e
as
crianças
muitas
vezes
também
são
deixadas
como
com
com
educadores
e
com
amas
e
com
isto
e
com
aquilo
e
até
podem
desenvolver-se
de
maneira
minimamente
normal
em
termos
racionais
em
termos
sentimentais
nunca
nunca
vão
ser
nunca
vão
ser
perfeitamente
normais
aliás
uma
situação
que
não
é
normal
e
nós
temos
essa
situação
hoje
em
dia
que
é
as
pessoas
chegam
aos
setenta
oitenta
anos
ou
mais
velhos
têm
doenças
precisam
de
apoio
permanente
os
pais
os
filhos
não
ficam
com
eles
os
filhos
metem-nos
nos
lares
por
alguma
raz
mas
por
alguma
razão
é
porque
eles
quando
eram
pequeninos
os
os
os
pais
também
os
meteram
meteram-nos
nas
creches
pois
nos
jardins
de
infância
é
uma
espécie
de
vingança
é
"
tu
não
cuidaste
cuidaste
de
mim
eu
também
ne
ne
não
tenho
não
tenho
o
dever
de
cuidar
de
ti
"
e
e
não
tem
as
condições
criadas
para
isso
e
não
está
disposto
a
fazer
cedências
exacto
não
está
disposto
a
fazer
poderia
obviamente
que
era
uma
alteração
na
vida
da
pessoa
e
isto
implica
cedência
mas
isso
é
uma
cedência
que
penso
eu
que
é
à
priori
pronto
está
tem
que
haver
moral
não
é
?
hhh
se
o
pai
o
criou
é
isso
exacto
ele
agora
ajuda
o
pai
é
é
é
uma
espécie
de
de
moeda
de
troca
não
é
?
mas
que
nem
sequer
se
põe
em
causa
não
é
?
claro
penso
eu
não
se
devia
por
em
causa
mas
hoje
nem
sequer
não
se
devia
pôr
em
causa
em
dia
nas
so
sociedades
dem
actuais
é
é
é
o
é
o
pão
nosso
que
cada
dia
e
mas
mas
ne
se
a
pessoa
vir
nas
cidades
tradicionais
isso
não
acontece
está
fora
de
questão
ai
está
bem
uma
tal
coisa
acontecer
mas
haa
por
alguma
razão
é
não
é
só
por
a
culpa
na
cidade
a
cidade
é
culpa
disto
e
culpa
daquilo
não
a
culpa
é
dos
pais
que
puseram
as
cr
a
criancinha
num
jardim
de
infância
pronto
obviamente
as
pessoas
também
têm
condicionalismos
para
isso
precisam
de
trabalhar
n
têm
de
começar
a
trabalhar
porque
precisam
pronto
têm
dificuldades
do
início
de
vida
eu
sei
que
é
é
uma
é
uma
questão
bastante
complicada
mas
penso
que
as
pessoas
devem
dar
o
máximo
de
apoio
a
minha
mãe
e
o
meu
pai
também
tiveram
que
trabalhar
e
tiveram
que
trabalhar
para
tirar
o
curso
os
dois
e
no
entanto
tiveram
a
mim
e
à
minha
irmã
claro
e
estavam
connosco
era
óbvio
nós
passávamos
algumas
horas
com
com
outra
pessoa
que
não
eles
a
minha
mãe
não
podia
passar
o
dia
inteiro
connosco
pois
mas
o
máximo
tempo
que
passav
podia
passar
passava
claro
também
não
escolheu
uma
profissão
em
que
tivesse
de
passar
o
dia
inteiro
claro
fora
escolheu
uma
profissão
em
que
pudesse
ter
algum
tempo
em
que
pudesse
ter
tempo
para
nos
educar
como
é
óbvio
pois
porque
isso
é
absolutamente
indispensável
a
pessoa
tem
que
fazer
cedências
a
pessoa
se
quer
ter
filhos
a
pessoa
se
quer
ter
filhos
pronto
também
há
não
pode
trabalhar
vinte
e
quatro
horas
por
dia
não
é
?
claro
a
pessoa
tem
que
ter
tempo
para
os
filhos
penso
eu
mas
hoje
em
dia
hoje
em
dia
se
calhar
como
sempre
as
pessoas
não
não
pensam
muito
antes
de
ter
filhos
exacto
têm
os
filhos
primeiro
e
depois
apercebem-se
que
eles
já
yyy
depois
é
que
se
começam
a
aperceber
das
dificuldades
é
que
se
apercebem
de
que
têm
filhos
e
têm
responsabilidades
e
aquilo
não
é
exacto
só
muito
bonito
enquanto
o
bebé
é
muito
engraçado
exige
muita
atenção
exige
atenção
permanente
eu
acho
que
hoje
em
dia
os
pais
vivem
surpreendidos
por
ter
filhos
isto
é
têm
têm
filhos
não
se
apercebem
que
&
eles
vão
crescendo
n
pensam
sempre
é
que
quando
pensam
é
"
vou
ter
um
bebé
"
vou
ter
um
bebé
e
pensam
que
vão
ter
um
bebé
para
sempre
não
é
nada
disso
que
vão
ter
uma
pessoa
e
é
o
é
té
é
todo
um
espaço
que
têm
que
partilhar
todo
o
dinheiro
que
têm
de
partilhar
é
todas
as
expectativas
toda
a
família
todas
as
actividades
tudo
o
que
têm
de
partilhar
e
porque
não
estão
muito
conscientes
disso
depois
entra-se
me
ruptura
com
muita
facilidade
por
outro
lado
há
uma
outra
coisa
que
também
um
dia
destes
me
me
ocorreu
que
é
o
facto
de
as
famílias
serem
normalmente
hoje
&
haa
constituídas
por
muito
menos
filhos
do
que
antigamente
é
verdade
e
isso
provoca
um
maior
isolamento
das
pessoas
exacto
porque
s
culpa
é
outra
vez
dos
pais
dantes
dantes
os
miúdos
os
miúdos
os
miúdos
com
com
de
de
em
grandes
famílias
também
são
educados
pelos
irmãos
e
pelos
primos
e
etc
e
nunca
estão
sozinhos
é
nunca
estão
sozinhos
e
no
portanto
não
são
frustrados
porque
"
coitadinho
não
fala
com
ninguém
porque
tem
de
estar
sempre
a
brincar
sozinho
"
não
são
complexados
a
minha
a
minha
mãe
tornou-se
orfã
/
aos
ela
foi
órfã
de
mãe
aos
dez
anos
e
tornou-se
órfã
de
pai
aos
quinze
penso
eu
mas
sempre
teve
a
família
a
família
educou-a
a
irmã
mais
velha
dela
foi
como
uma
mãe
para
ela
claro
teve
sempre
família
a
apoiá-la
ela
não
não
é
uma
pessoa
trau
não
penso
que
é
uma
pessoa
traumatizada
obviamente
teve
esse
choque
e
deve
deve
ter-lhe
com
certeza
magoado
muito
não
é
uma
pessoa
traumatizada
não
não
penso
que
a
minha
mãe
seja
uma
pessoa
traumatizada
nesse
nível
hum
nem
pouco
mais
ou
menos
teve
sempre
acompanhamento
da
f
da
família
mas
hoje
em
dia
com
a
as
famílias
apenas
com
um
filho
ou
dois
as
pe
os
pais
pe
deixam
que
o
tempo
passe
ao
fim
ao
cabo
são
quê
?
dezasseis
anos
são
dezasseis
anos
é
em
que
pensam
que
os
filhos
estão
em
casa
e
estão
ali
não
é
?
e
que
m
mais
directamente
sob
a
sua
alçada
mais
do
que
isso
depois
é
esquecer
e
acabam
por
andar
e
dezasseis
anos
já
é
muito
e
dezasseis
mui
-
dezasseis
anos
já
é
muito
não
é
?
é
muito
hhh
pronto
mas
imaginando
que
vai
assim
OK
?
eles
nem
se
apercebem
é
como
que
uma
fração
de
segundo
na
vida
deles
e
e
não
não
não
se
apercebem
de
que
têm
filhos
em
contrapartida
se
tiverem
ali
quatro
ou
cinco
não
podem
n
distrair-se
não
podem
distrair-se
não
podem
trabalhar
fora
há
um
deles
que
não
pode
trabalhar
pois
é
fora
tem
mesmo
que
estar
ali
tem
que
estar
obviamente
tem
que
estar
ali
tem
que
resolver
os
problemas
tem
que
criar
actividades
para
aquelas
crianças
tem
que
os
manter
entretidos
tem
que
fazer
isto
e
fazer
aqueloutro
e
tem
de
os
educar
/
ao
fim
ao
cabo
não
é
?
exacto
se
tiver
um
só
se
ele
até
for
assim
meio
pacato
está
lá
no
quarto
a
brincar
a
pessoa
vai
fazer
outra
coisa
vai
trabalhar
deixa-o
com
a
ama
seja
o
quo
quo
que
for
/
portanto
não
nunca
se
cria
aquele
tipo
de
relação
que
seria
mais
aquele
vínculo
estimulante
forte
sim
sim
sim
a
pessoa
sente-se
t
completamente
despida
de
obrigações
morais
é
mas
não
devia
ser
não
devia
ser
assim
mas
a
pessoa
se
perde
completamente
essa
porque
o
o
moral
no
fundo
é
uma
coisa
quase
obrigatória
quase
imposta
e
se
a
pessoa
não
tem
laços
laços
afetivos
não
pode
ter
obrigações
que
são
coisas
que
são
pressupostas
que
são
interiores
não
é
?
/
é
impossível
a
pessoa
não
as
sente
pode
fingir
que
as
tem
mas
não
as
sente
é
impossível
é
é
hum
essa
questão
dos
dos
filhos
é
sempre
muito
complicada
mas
também
n
ninguém
pensa
n
nela
antes
de
ter
filhos
e
depois
de
ter
filhos
a
maior
parte
das
pessoas
acaba
por
continuar
abstraído
é
que
isto
é
e
depois
isto
é
um
ciclo
cada
vez
mais
vicioso
as
pessoas
também
têm
que
pensar
como
é
que
os
filhos
vão
crescer
eu
por
exemplo
a
mim
faz-me
confusão
o
facto
eu
cresci
no
meio
de
prédios
eu
acho
isto
horrível
eu
espero
nun
se
eu
alguma
vez
vier
a
ter
filhos
eu
não
não
quero
que
os
meus
filhos
cre
cresçam
no
meio
de
prédios
nem
pouco
mais
ou
menos
provavelmente
vou
ter
que
abdicar
de
muita
coisa
para
para
me
poder
dar
ao
luxo
de
fazer
isso
mas
eu
não
quero
que
o
meu
filho
cresça
no
meio
de
prédios
exacto
a
ter
a
estar
entre
quatro
paredes
ou
ter
ter
que
brincar
no
pátio
fechado
por
muros
é
horrível
é
horrível
não
a
pessoa
a
pessoa
a
pessoa
ressente-se
disso
pessoa
nota-se
os
resultados
disto
no
futuro
tem
que
se
notar
nota-se
obviamente
eu
é
uma
das
coisas
que
mais
me
me
preocupa
na
na
questão
da
educação
da
minha
filha
não
é
tanto
o
apoio
que
eu
lhe
posso
dar
a
educação
que
posso
dar
em
muitos
domínios
mas
é
justamente
a
falta
de
a
falta
de
espaço
que
lhe
dou
de
espaço
é
a
falta
de
espaço
é
que
é
uma
coisa
a
falta
de
espaço
e
a
falta
de
liberdade
o
tempo
para
estar
sozinha
o
tempo
para
fazer
por
por
por
um
lado
prepara
as
pessoas
por
um
lado
prepara
as
pessoas
porque
o
facto
eu
estou
muito
mais
calejada
e
muito
mais
preparada
para
aguentar
este
tipo
de
sociedade
do
que
muitos
amigos
meus
que
viveram
que
nasceram
no
campo
e
viveram
no
campo
é
óbvio
só
que
não
quer
dizer
que
que
/
os
meus
filhos
vão
ter
de
fazer
o
género
de
vida
que
eu
que
eu
fiz
não
é
?
que
não
os
não
os
vou
obrigar
a
fazer
isso
e
acho
que
é
mais
saudável
que
eles
cresçam
num
ambiente
com
mais
espaço
pois
é
haa
uma
coisa
que
me
faz
hee
muita
confusão
é
o
facto
de
de
as
crianças
não
terem
contacto
nenhum
com
a
terra
com
os
gafanhotos
com
o
pó
exacto
com
o
pólen
com
os
cheiros
com
com
as
texturas
das
coisas
não
sabem
não
sabem
os
materiais
não
sabem
um
uma
vez
fiquei
chocada
porque
uma
amiga
minha
que
era
minha
colega
para
aí
no
décimo
ano
ou
décimo
primeiro
ano
e
vivia
numa
vila
numa
vila
pronto
da
província
e
ela
nunca
tinha
apanhado
uma
laranja
da
árvore
é
estranho
e
quando
ela
foi
a
minha
casa
os
meus
pais
moravam
no
campo
e
tinha
uma
quinta
e
portanto
fomos
apanhar
laranjas
fomos
apanhar
laranjas
e
ela
disse
"
é
a
primeira
vez
que
eu
apanho
uma
laranja
"
e
eu
fiquei
chocada
nunca
mais
me
esqueci
daquilo
porque
como
é
que
era
possível
uma
criatura
daquelas
estar
já
não
sei
com
que
idade
quinze
dezasseis
anos
/
quinze
dezasseis
anos
para
aí
nunca
ter
apanhado
uma
laranja
da
árvore
é
e
hoje
em
dia
reparo
que
a
minha
filha
já
está
com
cinco
ou
está
quase
com
cinco
e
se
calhar
também
nunca
apanhou
nenhuma
pois
exacto
e
é
que
isto
é
tremendo
e
depois
é
a
história
da
e
mesmo
género
de
educação
que
se
vai
dando
vai
é
muito
dif
é
cada
vez
m
difr
pronto
obviamente
a
pessoa
estando
na
cidade
tem
um
género
de
educação
completamente
diferente
só
que
essas
cosas
podem
ser
artificialmente
ensinadas
podem
mas
podem
mas
cada
vez
se
ensina
de
uma
manei
por
exemplo
fez-me
imensa
impressão
no
outro
dia
um
um
uma
experiência
que
se
está
a
fazer
a
ensinar
crianças
com
com
com
computadores
as
crianças
pronto
e
estimula-lhes
imenso
o
cérebro
e
vão
aprender
muito
mais
facilmente
e
essas
coisas
todas
então
e
os
materiais
?
as
crianças
não
vão
saber
o
que
não
vão
desenvolver
os
sentidos
não
vão
saber
através
de
de
do
ouvido
que
aquilo
é
um
pássaro
ou
que
aquilo
é
não
sei
o
quê
ou
que
que
isso
talvez
ainda
o
computador
talvez
possa
ensinar
mal
mas
possa
agora
por
exemplo
o
tacto
?
o
que
é
que
o
computador
ensina
não
pode
é
impossível
cheiros
?
não
ensina
depois
fazem
exposições
como
fizeram
agora
no
não
é
o
computador
que
vai
ensinar
isso
é
outro
dia
exposições
do
é
o
museu
da
criança
lá
no
museu
da
marinha
fize
organizaram
uma
uma
uma
exposição
em
que
l
/
evaram
umas
crianças
a
minha
filha
filha
lá
foi
com
os
outros
colegas
do
infantário
também
haa
em
que
as
crianças
são
confrontadas
com
cheiros
com
sabores
com
texturas
e
tal
para
se
aperceberem
dos
sentidos
pois
a
minha
filha
veio
de
lá
muito
"
puseram-me
lá
um
chei
um
na
minha
caixinha
havia
café
"
quer
dizer
café
é
um
cheiro
tão
forte
mas
tão
absolutamente
comum
pois
hoje
em
dia
que
se
calhar
não
era
aquele
que
que
deviam
ter
posto
lá
não
é
?
deviam
ter
arranjado
um
outro
que
fosse
uma
coisa
mais
natural
mais
menos
comum
para
ver
se
despertava
alguma
coisa
na
criança
não
sei
hum
despertá-los
por
exemplo
para
o
facto
dos
eu
não
sei
imensas
coisas
por
exemplo
eu
não
sei
nada
de
plantas
eu
não
conheço
nada
de
plantas
não
sei
nada
de
flores
sei
o
que
é
uma
rosa
um
cravo
e
pouco
mais
não
sei
e
o
que
sabe
aprendeu
não
sei
nada
nos
livros
ou
ro
sim
ou
mãe
ou
pai
que
ensinou
mas
pouco
essas
coisas
a
pessoa
já
não
as
aprende
os
meus
pais
já
têm
pouco
mas
ainda
têm
alguma
f
têm
obviamente
eles
têm
formação
acerca
dessas
coisas
eles
sabem
sabem
e
conhecem
aninamis
e
conhecem
sabem
do
clima
coisas
da
natureza
e
sabem
das
estrelas
e
sabem
do
do
exacto
o
que
é
que
nós
sabemos
?
eu
não
sei
eu
não
sei
nada
e
depois
achamos
achamos
divertidíssimo
aprender
essas
coisas
mas
qual
divertido
?
não
devia
ser
divertido
devia
ser
natural
natural
pois
devia
ser
já
a
pessoa
já
devia
ter
sim
haa
partido
do
príncipio
que
vai
aprender
uma
coisa
essas
coisas
que
fascinou
a
minha
filha
aí
aí
já
para
aí
há
um
ano
ou
coisa
assim
foi
o
facto
de
um
dia
irmos
mais
cedo
para
a
escola
e
ainda
era
de
noite
e
viu
a
estrela
haa
da
manhã
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