DI_172BM35a
Sem título
ID | 172 |
Participant | J. Sousa |
Gender | Masculino |
Opções de representação
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/
/
que
queria
ouvir
a
voz
e
tal
e
eu
até
lhe
pus
não
cheguei
a
pôr
o
problema
de
dizer
que
se
procurava
uma
voz
típica
de
Braga
era
capaz
de
já
não
já
não
a
ter
já
já
não
a
ter
porque
eu
se
calhar
nem
sei
se
hhh
hum
se
já
alguma
vez
a
tive
se
calhar
tive
não
é
?
/
por
tantos
sítios
...
depois
a
gente
anda
por
tão
hhh
por
tantos
sítios
claro
claro
por
um
lado
e
por
outro
lado
também
nas
escolas
vai
mudando
em
princípio
em
princípio
não
quer
dizer
que
não
haja
também
por
aí
muitas
professoras
ainda
claro
claro
claro
não
tenho
encontrado
de
tudo
no
primária
a
falar
à
Braga
mesmo
não
é
?
mas
sabe
como
o
trabalho
é
de
sociolinguística
é
esperável
que
exista
muita
variação
mesmo
nas
falantes
que
habitam
e
nasceram
em
determinada
cidade
porque
com
o
grau
de
instrução
é
provável
que
tenham
ido
perdendo
os
traços
mais
marcantes
exatamente
não
é
?
porque
claro
que
há
aquela
coisa
aqui
no
no
claro
pois
e
outros
todo
o
Minho
dos
bês
e
dos
vês
e
dos
ons
e
não
sei
que
mais
hm
hm
e
eu
por
acaso
até
me
lembro
de
na
primária
precisamente
nos
ditados
de
vez
em
quando
pôr
um
ó
éme
hhh
porque
era
um
um
sei
que
lá
Conceição
uma
Conceição
a
chamarem
uma
Conceição
era
uma
outra
coisa
assim
desse
claro
claro
mas
isso
é
normal
género
não
é
?
/
/
ainda
há
bocadinho
estive
a
falar
com
um
de
vez
em
quando
a
gente
está
fisgado
para
aquele
lado
e
sai
o
que
calha
não
é
?
um
senhor
que
é
licenciado
e
ele
dizia
que
no
início
quando
estava
na
primária
realmente
tinha
muita
dificuldade
sobretudo
na
questão
dos
bês
e
dos
vês
e
que
que
fazia
muitos
erros
e
e
uma
vez
que
perguntou
a
um
colega
que
não
cometia
e
hhh
os
erros
que
ele
usualmente
dava
e
então
ah
ele
disse
"
ah
leio
muito
"
e
era
assim
que
ele
foi
fixando
sim
em
relação
a
mim
em
particular
é
capaz
de
hm
hm
era
gente
com
nós
também
líamos
muito
não
é
?
os
irmãos
e
eu
e
tal
com
possibilidades
e
interesses
de
leitura
/
sim
porque
o
meu
pai
era
professor
precisamente
hm
hm
ah
era
professor
do
liceu
de
clássicas
de
português
latim
e
depois
a
certa
altura
já
muitos
anos
de
apoios
de
/
/
ena
está
formado
já
nestas
últimas
reformas
puseram-no
a
dar
grego
já
havia
muito
tempo
que
não
dava
aqui
ele
já
se
viu
aflito
porque
tinha
sim
muitos
anos
não
é
?
mas
isto
para
dizer
que
portanto
havia
uma
certa
exigência
hm
hm
com
certeza
/
/
lá
em
casa
havia
uma
certa
exigência
e
/
e
a
minha
mãe
por
outro
lado
embora
não
fosse
pessoa
que
tivesse
muita
instrução
hm
hm
es
muitos
estudos
/
estudos
graus
de
estudo
ah
eu
não
sei
como
é
que
foi
aqui
como
era
aquela
hm
hm
enfim
como
teve
mas
tinha
bastante
instrução
gostava
muito
de
ler
/
/
hm
hm
lia
muito
e
até
à
última
da
até
à
última
lia
sempre
muito
lia
muito
/
/
claro
claro
claro
enfim
e
no
meu
tempo
de
novo
não
havia
outra
coisa
para
fazer
de
resto
também
aconteceu
em
relação
a
mim
e
estes
/
/
sim
e
suponho
que
aos
da
minha
idade
não
é
?
e
que
havia
havia
uma
coisa
muito
engraçada
é
que
ah
surgiram
aqueles
movimentos
e
aqueles
livros
nomeadamente
os
brasileiros
hm
hm
do
Jorge
Amado
e
do
Jaraci
Camargo
e
aqueles
que
que
para
além
do
mais
tinham
aquele
interesse
formidável
de
serem
apreendidos
pela
PIDE
hhh
e
só
por
isso
já
suscitavam
grande
interesse
hhh
pois
era
não
é
?
já
suscitavam
e
tal
aquela
tropa
aquelas
marchas
no
Brasil
não
é
?
eram
movimentos
muito
importantes
na
época
eram
aquilo
era
muito
engraçado
pois
e
depois
também
não
havia
esta
coisa
da
televisão
ou
pelo
menos
não
havia
o
vício
de
depois
a
certa
altura
não
havia
não
foi
muito
mais
sim
a
televisão
era
muito
muito
restrita
e
tarde
sim
mas
foi
muito
mais
tarde
muito
mais
/
/
foi
quê
nos
anos
sessenta
?
pois
tarde
não
é
?
desses
tempos
pois
foi
já
há
que
tempos
hhh
mas
eu
estava
agora
a
pensar
que
mesmo
quando
no
princípio
quando
veio
não
havia
não
havia
muito
de
maneira
nenhuma
bem
não
havia
telenovelas
e
nem
havia
este
vício
o
o
esse
vício
da
televisão
surge
enfim
foi-se
impondo
pois
no
nos
anos
setenta
foi
para
aí
?
mais
tarde
não
é
?
foi
foi-se
impondo
mais
tarde
não
é
?
porque
no
princípio
as
pessoas
embora
tivessem
e
tal
ah
não
ligavam
àquilo
haviam
outras
atividades
e
as
pessoas
tinham
o
a
os
hábitos
não
ligavam
muito
àquilo
não
não
ligavam
muito
àquilo
já
tão
arreigados
que
não
não
tinham
vontade
claro
jogar
damas
era
jogar
cartas
e
tal
hhh
e
conversavam
muito
iam
aos
cafés
ainda
havia
cafés
jogar
essas
coisas
pois
era
isso
não
é
?
ah
pois
e
depois
a
gente
estava
no
café
mas
isso
até
é
recente
recente
hm
hm
para
aí
não
é
?
ainda
havia
essas
tertúlias
de
café
/
/
exato
hm
hm
a
jogar
dominó
ou
a
ver
e
a
conversar
sobre
tudo
não
é
?
/
/
é
eu
acredito
que
deve
ser
no
no
fim
dos
anos
pois
é
pelos
pelos
setenta
quando
setentas
sim
/
/
eu
não
digo
que
que
começou
a
desaparecer
porque
no
princípio
ainda
havia
...
portanto
antes
do
vinte
e
cinco
de
abril
quando
começou
surgiu
o
Expresso
que
foi
em
deve
ter
sido
por
aí
imediatamente
antes
do
vinte
e
cinco
de
abril
setenta
e
dois
ou
setenta
e
três
?
foi
foi
é
hhh
era
aquilo
eu
lembro-me
da
que
a
gente
comentava
era
o
Expresso
no
café
hhh
era
hhh
eu
nessa
altura
ainda
era
uma
criança
hhh
não
sei
pois
era
coisa
que
pois
mas
falava
não
sei
por
experiência
tenho
ouvido
dizer
sim
é
claro
e
os
outros
e
os
outros
que
lhe
interessava
futebol
era
futebol
claro
hm&hm
pois
não
fazem
mais
uma
leitura
s
&s
agora
já
não
há
muito
disso
não
se
faz
muito
no
café
silenciosa
e
e
até
solitária
porque
/
/
hum
chego
a
ver
aí
nos
cafés
pessoas
a
ler
o
jornal
e
tal
mas
não
não
trocam
ideias
eu
espero
bem
que
sim
eu
dá-me
a
impressão
que
se
está
a
começar
a
ler
novamente
isto
é
/
/
hm
hm
porque
eu
estou
a
ver
reedições
ou
ou
enfim
pelo
menos
publicitar
e
ah
sim
pôr
cá
fora
novas
edições
daqueles
antigos
do
Júlio
Verne
ainda
há
pouco
tempo
sim
sim
mas
já
há
algum
há
pouco
tempo
não
mas
eu
ia
dize
ia
dizer
que
ainda
há
pouco
tempo
vi
publicidade
de
qualquer
coisa
que
sair
do
Júlio
Verne
mas
não
foi
nada
fui
que
encontrei
lá
numa
hhh
alfarrabista
em
Lisboa
hhh
não
foi
o
Júlio
Verne
mas
eh
pá
foi
o
o
almanaque
Bertrand
hm
hm
aquilo
não
sei
de
quê
não
tem
nada
é
uma
pena
mas
aquilo
é
do
princípio
do
século
e
e
vi
que
lá
numa
delas
tinha
uns
prognósticos
do
Júlio
Verne
hhh
estamos
mesmo
a
chegar
ao
fim
para
para
este
século
não
é
?
eu
creio
que
ele
já
não
previa
que
se
chegasse
lá
assim
muito
bem
não
era
?
é
é
é
sim
quer
dizer
ele
tem
muitas
previsões
sei
lá
da
ida
à
Lua
dos
submarinos
muita
já
acertou
e
tem
lá
uma
coisa
tem
lá
uma
coisa
que
não
se
viu
assim
tanto
como
/
/
hhh
como
ele
dava
a
impressão
que
pensava
que
era
casas
sobre
rodas
evidentemente
que
há
não
é
?
hum
e
suponho
que
América
que
usam
mais
esses
reboques
como
residência
mais
ou
menos
habitual
não
é
?
exato
não
aqui
não
mas
mas
para
férias
há
muita
gente
que
aqui
não
se
usa
muito
isso
que
as
tem
é
é
que
tem
e
que
as
mantém
anos
anos
seguidos
ainda
anteontem
entrevistei
um
senhor
que
diz
que
faz
sistematicamente
as
férias
no
numa
cara
numa
caravana
que
comprou
e
que
isso
ah
lhe
permite
fazer
férias
melhores
do
que
antigamente
porque
é
muito
mais
mais
económico
e
vai
para
onde
quer
e
fica
onde
quer
/
/
e
vai
para
onde
quer
mas
eu
agora
estava
a
pen
a
referir
por
causa
do
Júlio
Verne
de
daqueles
que
estão
fixas
como
se
vimos
agora
há
dias
em
Monsanto
que
andaram
para
lá
a
destruí-las
ah
aquelas
sim
sim
sim
pois
há
que
tempos
pois
claro
que
estavam
ali
já
há
que
tempos
e
suponho
que
lá
hhh
claro
que
fazem
as
pessoas
não
têm
para
o
Algarve
também
fazem
as
mesma
coisa
fizeram
a
mesma
coisa
possibilidades
de
comprar
casa
e
em
vez
de
terem
uma
barraca
vivem
na
na
caravana
no
parque
de
campismo
muitas
vezes
pois
é
acabam
por
ter
um
pouco
mais
de
segurança
e
pois
e
pronto
e
vão
ficando
por
ali
lá
em
Lisboa
eu
suponho
que
isso
é
comum
no
no
parque
de
Monsanto
havia
muitas
caravanas
pois
vi
a
notícia
hm
hm
muito
bem
olhe
nós
começámos
por
agora
há
pouco
tempo
apareceu
na
por
falar
hhh
no
entanto
eu
ainda
precisava
de
saber
algumas
alguns
dados
hhh
foi
pessoais
e
portanto
vou
pedi-los
agora
se
não
se
importa
ah
preciso
pois
exatamente
claro
de
saber
um
nome
que
o
identifique
embora
não
seja
necessário
o
seu
nome
completo
hum
é
João
Sousa
João
Figueiredo
de
Sousa
que
é
o
que
eu
uso
ah
muito
bem
e
ah
sei
que
é
juíz
não
é
verdade
?
hm
hm
sou
juíz
do
supremo
tribunal
agora
agora
já
já
há
algum
tempo
há
vai
fazer
sete
anos
em
breve
sou
dos
mais
antigos
já
hhh
uma
larga
experiência
portanto
alguma
hhh
ah
mas
exerceu
muito
tempo
aqui
em
Braga
ou
?
sim
bastante
hhh
não
não
hm
hm
estive
muito
tempo
em
Braga
sabe
que
lá
está
a
tal
história
diferente
não
é
?
a
gente
antigamente
formava-se
e
depois
hm
hm
imaginava
aquilo
que
podia
ou
que
queria
ir
não
é
?
ah
e
eu
fui
um
bocado
por
querer
e
um
bocado
por
ter
de
ser
por
ali
hm
hm
por
aquele
lado
consegui
um
lugar
de
delegado
interino
Mogadouro
hhh
e
lá
fiz
concurso
para
delegado
portanto
passei
fic
pedi
col
fui
colo
hm
hm
colocado
em
Melgaço
foi
a
primeira
colocação
efetiva
não
é
?
/
/
ai
e
depois
andei
por
ali
que
era
a
terceira
classe
havia
as
classes
não
é
?
agora
é
pouco
democrático
haver
classes
mas
nessa
altura
havia
classes
terceira
hm
hm
ainda
arranjei
uma
transge
daí
fui
transf
fui
promovido
à
segunda
classe
colocado
em
Ovar
e
e
andou
por
aí
por
todo
o
Minho
?
an
andei
por
aqui
sobretudo
no
Norte
Ovar
foi
o
hm
hm
foi
o
sítio
mais
a
sul
de
Ovar
vim
para
Barcelos
já
na
primeira
classe
ai
sim
?
faz-se
novamente
concurso
de
provas
públicas
para
juíz
ah
pois
era
hoje
em
dia
ainda
se
mantém
?
era
assim
não
hoje
em
dia
fazem
a
escola
de
magistrados
há
uma
escola
de
de
de
como
é
que
se
chama
aquilo
é
o
/
/
estudos
?
centro
de
centro
de
quê
?
estudos
judiciários
estudos
judiciários
é
é
pois
é
e
depois
f
fazem
ali
aquilo
e
hm
e
depois
optam
logo
uns
vão
para
juízes
outros
vão
para
delegados
hm
hm
hm
hm
claro
vão
auditores
e
primeiro
estão
assim
numa
espécie
de
estágio
/
/
não
sei
como
é
que
isso
se
chama
ou
se
é
que
não
é
mesmo
estágio
não
sei
bem
como
é
que
aquilo
é
tem
um
formador
hm
hm
ah
que
vai
olhando
por
eles
por
uns
e
por
outros
e
deis
eh
eh
acabaram
as
classes
mas
há
umas
comarcas
de
ingresso
e
outras
de
ah
sim
sim
de
acesso
não
sei
quê
e
outras
não
sei
de
que
mais
e
tal
e
/
/
mas
no
meu
tempo
não
era
assim
hhh
pois
mas
hoje
em
dia
creio
que
é
assim
porque
tenho
um
amigo
/
/
é
assim
que
também
já
andou
por
andou
por
aí
hhh
praticamente
a
correr
o
país
de
lés
a
lés
/
/
pois
é
ah
não
colou
/
ai
desenroscar
?
não
colou
ai
desculpe
desenroscou
hhh
hhh
se
calhar
colou
hhh
ah
pois
é
dali
depois
vim
de
Melgaço
depois
fiz
o
tal
concurso
de
juiz
/
/
hm
hm
colocado
em
Celorico
de
Basto
transferido
para
Cabeceiras
de
Basto
depois
aí
eh
vim
da
comissão
para
o
ministério
público
chamava-se
a
nessa
altura
ajudante
de
procurador
da
república
porque
procurador
da
república
havia
um
/
hm
hm
no
Porto
além
do
procurador
geral
havia
um
no
Porto
havia
em
Coimbra
e
em
Lisboa
hhh
/
/
mais
algum
tempo
ah
já
foi
cá
em
Braga
?
ora
bem
estive
aí
aqui
em
Braga
já
mais
um
tempo
como
juiz
de
segunda
classe
hm
hm
ou
seja
promovido
à
primeira
da
estive
aqui
dois
anos
salvo
o
erro
para
ser
promovido
à
primeira
classe
já
não
se
podia
continuar
nessa
comissão
fui
colocado
no
Porto
e
estive
lá
no
Porto
até
mas
ah
mantinha
durantes
todos
esses
até
setenta
e
cinco
talvez
períodos
residência
aqui
em
Braga
?
como
é
que
fazia
?
ora
bem
eh
eh
não
/
/
/
/
eh
ora
bem
em
sessenta
e
enquan
eu
eu
até
Celorico
da
Basto
e
e
mantinha
/
/
hm
hm
não
não
tinha
casa
cá
em
Braga
não
é
?
Era
capaz
de
vir
de
férias
ao
meu
pai
a
casa
dos
meus
pais
mas
até
pouco
porque
que
é
de
onde
?
ah
Paredes
a
minha
mulher
puxava
mais
para
a
terra
dela
que
é
Paredes
de
Coura
Paredes
de
Coura
e
de
maneira
que
a
gente
ia
mais
para
lá
aqui
praticamente
vinha
vinha
menos
hm
hm
mas
/
/
muito
menos
não
é
?
muito
menos
depoios
ah
fixou-se
cá
?
mas
depois
em
sessenta
talvez
sessenta
e
quê
?
e
seis
ou
para
aí
assim
parecido
foi
quando
fui
transferido
para
Cabeceiras
como
era
mais
perto
eu
fixei
aqui
residência
e
passava
a
ir
a
Cabeceiras
quando
necessitava
de
trabalhar
e
pronto
e
e
depois
é
era
claro
era
todos
os
dias
não
era
quando
precisava
que
estava
lá
a
prestar
serviço
sempre
era
estava
lá
juiz
pois
hhh
tinha
mesmo
que
ser
sim
mas
não
era
longe
tinha
de
ir
não
é
?
hhh
não
não
era
muito
longe
e
depois
depois
claro
fiquei
aqui
aqueles
[
/
]
aqueles
dois
anos
aqui
colocado
hm
hm
e
fui
depois
para
o
Porto
no
Porto
também
ia
e
vinha
todos
os
dias
de
camionete
de
camionete
?
não
/
/
pois
não
havia
assim
muita
coisa
bom
hoje
em
dia
é
que
se
usa
carro
para
tudo
é
ali
não
se
usava
não
se
usava
assim
muito
também
o
carro
não
não
e
hoje
em
dia
como
é
que
faz
?
eh
vai
a
Lisboa
frequentemente
?
naturalmente
/
/
vou
sim
senhor
pelo
menos
uma
vez
/
/
é
hm
hm
por
semana
temos
uma
sessão
a
gente
trabalhar
em
casa
não
é
?
pelos
processos
em
recurso
a
gente
trabalha
em
casa
eh
e
depois
temos
uma
sessão
por
semana
na
sessão
consiste
por
um
lado
leva-se
leva-se
os
projetos
das
decisões
/
/
hm
hm
tem
lá
tira-se
a
fotocópia
entrega-se
aos
adjuntos
temos
adjuntos
/
/
hm
hm
e
recebemos
as
fotocópias
daqueles
de
quem
somos
adjuntos
porque
a
coisa
é
por
escala
que
cada
um
tem
os
os
dois
seguintes
são
seus
adjuntos
e
ao
chegar
ao
último
tem
como
ajuntos
os
primeiros
hm
hm
exato
hhh
circular
dá
a
volta
hhh
não
é
?
hhh
por
cima
não
é
?
hhh
ah
e
depois
hhh
e
depois
faz-se
a
leitura
que
não
será
ssim
uma
leitura
exaustiva
daquilo
que
daquilo
que
está
marcado
para
o
para
aquele
dia
não
é
da
/
/
claro
esses
vão
ser
preparados
daqueles
que
levamos
aqueles
que
levamos
vêm
a
gente
vê
a
gente
aquele
que
leva
as
cópias
não
é
?
geralmente
são
marcados
hm
hm
com
uma
sessão
de
intervalo
portanto
/
/
se
vão
analisar
na
outra
temos
que
levar
agora
nesta
semana
s
não
vem
não
não
não
s
não
são
lidos
na
na
próxima
são
na
segunda
na
próxima
semana
na
semana
seguinte
portanto
eh
hm
hm
fazem-se
observações
"
olha
aquele
coisa
ou
esqueceste-te
disto
ou
não
sei
quê
"
"
olha
que
aquilo
está
ao
arrepio
vê
lá
"
"
ah
mais
esta
"
/
/
hhh
de
que
coisas
é
que
na
realidade
visto
tal
assim
coisas
deste
género
acabam
por
discutir
?
ora
bem
eu
estou
na
secção
civil
ci
cível
hm
hm
cível
hhh
adjetivo
eh
portanto
são
hm
hm
casos
bicudos
por
vezes
?
assuntos
de
natureza
civil
e
comercial
não
é
?
/
/
eh
/
/
é
claro
<que
sim>
/
/
é
[
/
]
que
sim
e
que
não
não
é
?
pelo
menos
são
delicados
e
são
de
bastante
valor
alguns
não
são
nada
bcudos
sei
lá
ainda
recentemente
tive
um
divórcio
que
vinha
hhh
tinha
sido
decretado
o
divórcio
hum
e
ch
ora
bem
deixe-me
dizer
uma
coisa
previamente
aquilo
é
decidido
hm
hm
primeiro
na
na
comarca
da
comarca
vai
para
a
relação
/
/
portanto
depois
é
que
vai
lá
quer
dizer
em
princípio
a
coisa
é
confirmada
não
é
?
claro
estatuto
civil
até
porque
d
hhh
até
porque
no
supremo
/
/
claro
eh
não
se
pode
alterar
a
matéria
de
facto
a
matéria
de
facto
vai
fixada
vai
e
vai
fixada
logo
a
primeira
instância
quer
dizer
do
julgamento
ouviram
as
testemunhas
foram
haja
provas
e
tal
a
relação
pode
alterar
a
matéria
de
facto
hm
hm
hhh
desde
que
tenha
motivos
para
isso
que
se
veja
de
processo
também
não
é
assim
à
toa
não
é
?
pois
pois
pois
pois
nova
prova
ou
não
se
pode
introduzir
nova
prova
?
sob
da
primeira
de
&s
não
?
é
na
primeira
instância
?
não
ali
não
não
é
na
primeira
instância
entra
tudo
/
/
claro
por
uma
questão
até
de
lealdade
e
não
sei
quê
da
luta
judiciária
e
tal
sim
sim
com
certeza
a
pessoa
defendeu-se
defendeu-se
com
tudo
o
que
tem
que
se
defender
não
é
?
/
/
claro
a
não
ser
que
surja
depois
mais
tarde
uma
coisa
de
novo
e
depois
nessa
altura
pode
ir
para
a
revisão
de
processo
não
é
?
não
pode
ficar
com
com
a
prova
encolhida
à
moda
da
América
e
chegar
ao
julgamento
e
depois
apresentá-la
claro
claro
há
o
mi
há
o
mínimo
não
é
?
há
aqui
hhh
procura-se
e
chamam-lhe
a
lealdade
e
tal
e
simplesmente
a
coisa
também
é
usada
muito
hm
hm
o
processo
é
usado
muito
ah
e
depois
esses
recursos
todos
/
/
claro
são
usados
muitos
para
empatar
e
para
demorar
e
depois
para
acusar
os
tribunais
sim
sim
que
não
andam
e
não
sei
quê
e
agora
ainda
por
cima
e
agora
arranjaram
maneira
de
de
qualquer
processo
além
da
demora
normal
normal
ou
anormal
ter
outra
?
ah
/
/
eh
ter
outra
extraordinária
que
é
o
recurso
para
o
tribunal
constitucional
/
/
/
pronto
depois
dizem
que
a
lei
que
se
aplicou
que
é
inscontitucional
vai
o
recurso
para
o
tribunal
constitucional
e
está
lá
mais
dois
o
três
anos
uma
eternidade
é
porque
aquilo
aquilo
tem
e
a
maior
parte
das
vezes
para
se
chegar
à
conclusão
de
que
é
constitucional
a
decisão
e
a
pois
ah
pois
com
certeza
não
é
?
porque
quando
a
coisa
é
claramente
é
claramente
quer
dizer
?
quando
a
gente
sente
que
é
inconstitucional
porque
é
injusto
porque
há
discriminação
hm
hm
claro
e
não
sei
quê
?
também
a
gente
sente
e
não
aplica
a
lei
não
é
havia
uma
coisa
que
era
muito
e
que
toda
a
gente
e
não
precisava
de
ser
de
direito
entendia
que
era
injusto
por
exemplo
nas
nas
expropriações
atribuírem
um
valor
/
ui
nem
me
fale
nisso
de
indemnização
ao
expropriado
que
não
era
o
valor
da
coisa
que
eu
tenho
um
desses
casos
pois
a
pessoa
a
pessoa
tem
ali
um
terreno
e
se
o
vender
dá-lhe
dez
e
a
expropriação
porque
não
pode
ultrapassar
mais
de
não
sei
quantos
e
tal
só
leva
dois
toda
a
gente
sabe
que
isso
que
é
que
é
injusto
que
e
que
depois
há
um
princípio
da
constitucional
[
/
]
constitucional
a
dizer
que
que
é
/
/
hm
hm
tem
que
ser
indemnizado
com
just
pela
justiça
a
gente
logo
/
/
pois
pois
exatamente
eu
sofro
na
começou
logo
a
declarar
aquilo
inconstitucional
não
é
?
depois
é
obrigatório
aí
hhh
pele
um
caso
desses
hhh
hhh
mas
é
a
gente
sentia
quando
tinha
aquele
limite
enfim
e
antigamente
aplicava-se
e
tal
desde
que
teve
a
possibilidade
de
de
deixar
de
aplicar
por
deixar
a
coisa
inconstitucional
ficaram
logo
resolvidos
assim
muitos
pois
não
que
não
e
depois
no
no
caso
de
não
aplicação
é
obrigatório
que
o
ministério
público
recorra
e
para
o
tribunal
ai
é
?
constitucional
é
depois
está
bem
e
depois
do
tribunal
constitucional
ao
fim
de
xis
vezes
que
diga
que
é
inconstitucional
declara
hm
hm
com
força
obrigatória
geral
a
inconstitucionalidade
daquilo
e
acabou
pronto
que
já
está
mais
do
que
demonstrado
claro
isso
não
mas
se
quiser
é
uma
maneira
de
empatar
aquilo
mas
/
/
ah
ah
pois
ainda
de
vez
em
quando
ainda
há
coisas
que
a
gente
não
está
calhado
e
no
meu
caso
não
é
?
que
andei
por
aqui
assim
e
tal
não
tínhamos
nada
transportes
marítimos
e
essas
coisas
comércio
internacional
claro
claro
tem
de
tinham
nada
chega
lá
apanham
com
essas
coisitas
estudar
eh
tudo
outra
coisa
que
nós
aqui
nunca
tivemos
nunca
tivemos
porque
a
competência
/
/
hm
hm
é
é
das
relações
e
depois
vai
logo
para
lá
que
é
aqueles
problemas
de
marcas
marcas
saber
se
aquele
está
a
usar
uma
marca
se
é
a
imitação
da
outra
ou
não
?
se
está
que
é
imitação
da
outra
marca
e
não
sei
quê
e
tal
ao
fim
e
ao
cabo
a
usar
a
publicidade
do
outro
?
quem
diz
marcas
diz
diz
diz
pois
quem
diz
marcas
diz
nomes
de
estabelecimentos
claro
claro
claro
ainda
há
tempos
se
passou
salvo
erro
/
e
isso
aparece
não
é
?
foi
cá
acho
que
foi
na
África
do
Sul
alguém
estava
a
usar
um
um
um
nome
muito
próxim
da
da
MacDonal's
claro
hum
não
m
não
gostava
da
concorrência
apesar
de
[
/
]
de
ser
a
multinacional
que
era
e
levantou
problemas
mas
não
foi
cá
em
Portugal
?
creio
que
foi
yyy
hm
hm
/
/
mas
aqui
levanta-se
muito
não
é
?
levanta-se
muito
é
porque
realmente
há
muita
coisa
eh
eu
tive
um
que
passou
comigo
que
era
hm
hm
aqueles
Manhatten
Bank
Estados
Unidos
contra
os
/
/
salvo
o
erro
era
o
Banco
Comercial
porque
o
logotipo
era
idêntico
pois
hhh
e
depois
a
gente
começa
a
pensar
assim
e
eu
passei
a
verificar
que
o
logotipo
da
/
/
eletricidade
da
EDP
ai
é
?
da
EDP
é
igual
ao
da
Sampsonite
das
malas
é
hhh
hhh
digo
assim
"
olha
que
malandros
"
hhh
portanto
ou
é
falta
de
imaginação
às
tantas
ou
então
má
fé
hhh
exato
hhh
aquela
coisa
assim
hhh
é
assim
mais
desenrascada
tenho
ideia
não
é
que
é
é
pois
é
há
bocadinho
o
caso
em
que
estava
a
pensar
enfim
que
[
/
]
que
eu
considero
de
alguma
injustiça
era
de
uma
expropriação
justamente
os
meus
pais
foram
expropriados
/
/
pois
é
na
das
suas
terras
porque
viviam
em
Santo
André
no
na
área
do
do
gabinete
da
área
de
Sines
que
eh
fez
expropriações
com
vista
àquele
mega
projeto
na
altura
da
da
petroquímica
da
refinaria
daquelas
coisadas
todas
e
ainda
o
terminal
ah
toda
a
zona
habitacional
acontece
que
a
a
as
terras
que
foram
expropriadas
nunca
foram
utilizadas
ou
pelo
menos
grande
parte
delas
nunca
/
/
pois
foram
utilizadas
as
do
meu
pai
não
chegaram
a
ser
/
/
porque
eram
terras
de
cultivo
umas
melhores
que
outras
naturalmente
mas
foram
todas
pagas
ao
mesmo
preço
hhh
era
um
preço
por
metro
e
aquilo
foi
logo
a
seguir
ao
vinte
e
cinco
de
abril
mas
as
pessoas
naquela
altura
também
não
sabiam
como
fazer
face
àquilo
...
não
é
claro
que
a
coisa
também
se
diz
muito
eu
hhh
enfim
eu
sou
dos
que
falam
um
bocado
em
relação
a
isso
porque
a
coisa
dependen
enfim
as
pessoas
se
se
foi
criada
e
vivida
num
determinado
/
/
hm
hm
claro
ah
modo
de
ser
também
não
vamos
ficar
sem
revolucionarem
o
de
repende
pois
não
não
de
repente
pois
não
não
é
e
a
gente
vai
aceitando
e
agora
até
se
admira
eu
agora
admiro-me
e
até
quantas
vezes
tenho
comentado
isso
umas
pessoas
aceitaram
no
pós
vinte
e
cinco
de
abril
aquelas
arb
arbitrariedade
que
cometeram
?
hoje
em
dia
é
verdade
que
se
cometeram
por
aí
fora
não
é
?
como
é
que
as
pessoas
aceitavam
isso
não
é
?
mas
cometeram
com
cada
sei
lá
/
e
e
portanto
eu
estou
a
falar
no
vin
no
vinte
e
cindo
de
abril
eh
porque
enfim
/
há
outros
claro
claro
claro
mas
portanto
no
anterior
a
mesma
coisa
não
é
?
eu
lembro-me
aqui
uma
coisa
que
aquilo
era
que
que
/
/
hm
hm
que
sou
dos
que
fico
muito
aborrecido
porque
é
é
ah
acusam
os
tribunais
de
estarem
de
serem
o
suporte
da
hum
do
regime
e
não
sei
que
mais
bem
primeiro
a
gente
foi
e
continua
a
ser
e
continua
a
ser
princípio
hm
hm
também
constitucional
da
obediência
à
lei
e
portanto
eh
e
até
é
proibido
ah
temos
uma
uma
proibição
de
de
desa
de
não
aplicar
a
lei
com
o
fundamento
de
que
é
moral
ou
injusta
hm
hm
pronto
pronto
não
é
?
a
não
ser
que
ofenda
realmente
os
tais
princípios
constitucionais
claro
não
é
?
portanto
a
gente
vem
é
formada
naquilo
nao
é
?
não
é
sim
sim
vendo
que
vai
ali
a
tal
e
mas
e
independentemente
disso
/
/
começou
a
reagir-se
quer
dizer
os
tribunais
sempre
reagiram
e
eu
acho
/
/
significa
que
têm
liberdade
de
espírito
isso
ah
acho
acho
isso
sim
e
semp
sempre
reagiram
àquela
coisa
ah
fulana
não
sabe
disso
mas
por
exemplo
houve
houve
uma
determinada
altura
ah
em
que
hm
hm
os
fiscais
da
emissora
nacional
iam
às
casas
visitar
fiscalizar
se
a
pessoa
tinha
rádio
ou
televisão
que
era
parece
que
era
rádio
mesmo
e
pagava
licença
não
pagava
licença
ai
era
?
era
e
a
recusa
a
entrada
deles
já
era
um
um
considerado
desobediência
e
não
sei
que
mais
os
tribunais
começaram
a
lutar
contra
isso
n
não
não
diretamente
não
abertamente
/
hm
hm
porque
havia
a
lei
não
é
?
mas
com
esta
com
esta
volta
/
/
não
estava
o
homem
em
casa
não
é
?
não
se
pode
deixar
a
assim
estava
a
mulher
ou
estava
a
empregada
e
e
tal
porque
tinha
instruções
do
marido
/
/
claro
para
não
deixar
entrar
e
o
marido
é
o
chefe
de
família
e
a
coisa
absolvências
/
/
hm
hm
hm
pessoas
não
é
?
até
que
depois
a
determinada
altura
começ
e
ainda
antes
do
vinte
e
cinco
de
abril
quer
dizer
e
depois
aquilo
hm
hm
vai-se
generalizando
e
há
um
que
se
lembra
de
uma
coisa
dessas
não
é
?
pois
eh
a
depois
tem-se
conhecimento
e
tal
e
a
doutrina
vai-se
generalizando
que
de
resto
esta
caso
foi
exis
existiu
realmente
e
havia
um
deputado
um
tal
Casal
Ribeiro
que
fartou-se
de
fartar
nomes
aos
juízes
na
assembleia
nacional
por
causa
disso
não
é
?
hhh
vai-se
generalizando
e
quando
já
está
generalizando
depois
as
pessoas
/
/
claro
vão
pensando
que
têm
as
costas
quentes
vão
ganhando
força
não
é
?
e
nesse
altura
começou-se
a
dizer
nós
quer
dizer
começámos
a
dizer
de
caras
que
isso
violava
o
princípio
constitucional
da
inviolabilidade
do
domicílio
hm
hm
hm
hm
e
pronto
pá
e
ele
foi
nessa
altura
que
o
homem
começou
para
lá
hhh
aos
juízes
furioso
pois
pois
a
refilar
a
dizer
que
os
juízes
que
não
sei
quê
pois
é
a
coisa
não
era
assim
tanto
hm
hm
como
se
diz
não
é
?
não
é
como
se
dizem
agora
que
não
sabem
inclusive
Mário
/
/
é
verdade
Soares
ou
fica
muito
chateado
com
essa
do
Mário
Soares
a
dizer
que
os
tribunais
não
sei
quê
ele
não
devia
estar
<muito
bem>
[
/
]
muito
bem
disposto
naquele
dia
porque
ele
quer
dizer
não
e
claro
o
Mário
Soares
só
tinha
enfim
tem
uma
explicação
mas
ele
nessa
altura
era
presidente
da
república
não
é
?
mas
ele
a
explicação
é
que
foi
julgado
e
que
se
pelos
vistos
terá
sido
mal
julgado
nos
tribunais
mas
um
caso
um
caso
não
são
casos
?
plenários
não
é
?
isso
não
se
calhar
havia
muita
coisa
e
tal
/
/
havia
?
no
meu
tempo
e
no
Porto
hm
ótimo
não
funcionava
a
coisa
funcionava
bem
funcionava
bem
não
é
?
hhh
eu
acho
que
sim
nós
fizemos
coisas
assim
de
/
/
e
a
de
coragem
na
altura
eu
digo
ainda
agora
de
coragem
não
é
?
sim
sim
e
de
tal
maneira
que
eu
fui
dos
que
fui
saneado
no
fim
do
vinte
e
cinco
de
abril
e
eu
tive
o
apoio
foi
daqueles
indivíduos
bom
eu
continuo
a
dizer
tenho
muita
consideração
pelo
/
pelo
partido
comunista
porque
são
uns
indivíduos
com
muitos
princípios
?
hm
hm
a
quem
eles
agora
se
calhar
já
é
outros
absolutamente
não
é
?
/
/
eu
n
ah
conheço
de
tudo
em
várias
áreas
/
/
mas
mas
mas
acho
que
há
muito
muito
ai
absolutamente
mas
n
não
tenho
dúvida
nenhuma
eu
também
acho
que
sim
boa
gente
no
no
partido
comunista
pois
claro
que
tenho
lá
uma
certa
queixa
de
um
indivíduo
hm
hm
dum
advogado
com
quem
eu
me
dava
muito
bem
eh
e
que
também
tinha
conhecimentos
sei
lá
tinha
conhecimento
direto
e
até
que
tinha
estado
na
PIDE
ofereceu-me
um
livro
hhh
que
tinha
escrito
na
PIDE
e
tal
com
dedicatória
e
tudo
quando
tinha
estado
preso
não
é
?
e
que
tinha
os
sobrinhos
que
form
a
certa
altura
pela
PIDE
veio
o
processo
para
tribunal
calhou-me
a
mim
não
é
?
porque
era
não
é
?
a
prisão
era
ilegal
a
prisão
era
ilegal
mandei-os
soltar
e
o
tipo
até
tinha
conhecimento
disso
não
é
?
hm
hm
hm
hm
/
e
depois
andou
para
lá
a
armar
um
bocado
mas
enfim
sabe
que
isto
às
vezes
as
pessoas
não
são
consequentes
e
e
enfim
não
ao
depois
o
que
me
disseram
"
ah
o
tipo
tem
um
bocado
a
pancada
"
"
está
bem
"
disse
umas
coisas
que
não
devia
e
tal
pois
enfim
ah
senhor
doutor
preciso
de
saber
também
ah
a
sua
idade
creio
que
ainda
não
lha
perguntei
não
/
/
vinte
nove
hhh
nasci
em
vinte
e
nove
portanto
faço
sempre
a
conta
pá
dá
sessenta
e
sete
hhh
pois
hhh
hhh
não
não
dá
sessenta
e
oito
hhh
ah
pois
hhh
/
/
pois
é
pois
é
eu
engano-me
sempre
hhh
está
bem
ah
hm
e
estudou
aonde
?
ah
ah
direito
?
foi
em
Coimbra
?
foi
em
Coimbra
foi
em
Coimbra
é
em
Coimbra
estive
/
/
ora
bem
estive
parte
do
curso
voluntário
sim
?
sim
porque
fiz
o
primeiro
e
o
segundo
ano
terceiro
na
Páscoa
do
terceiro
ano
na
altura
/
/
usava-se
hhh
na
Páscoa
do
terceiro
ano
adoeci
na
altura
usava-se
ser
doente
dos
pulmões
hhh
tinham
pneumónica
que
era
toda
a
gente
era
não
é
?
hhh
hhh
é
pois
não
essa
era
a
designação
do
eh
não
era
tuberculose
e
não
é
?
eh
popular
de
alguma
forma
é
e
e
portanto
o
médico
"
ah
não
/
/
hum
estudas
e
tal
"
e
eu
estava
por
acaso
não
era
aluno
nenhum
brilhante
não
é
?
não
na
universidade
não
ao
contrário
do
liceu
pá
a
que
horas
foi
hhh
vai
dado
vai
dado
à
parte
hhh
alguma
coisa
deve
ter
feito
bem
com
certeza
para
estar
onde
está
hoje
aqui
/
/
ah
não
mas
por
acaso
eu
estava
com
doze
mas
estava
queria
hm
hm
/
/
é
o
terceiro
ano
ah
e
/
/
queria
queria
subir
era
?
/
/
era
e
queria
subir
e
sim
também
agora
estou
/
/
também
um
bocado
sou
num
regime
muito
antigo
/
/
ai
é
?
em
que
aquilo
fazia-se
as
cadeiras
todas
de
uma
vez
era
era
no
mesmo
dia
um
tipo
começava
de
manhã
ia
calhava-se
e
não
sei
que
mais
e
tal
até
tenho
um
episódio
desses
de
nu
segundo
ano
/
/
hm
hm
/
/
que
nós
começámos
de
manhã
ainda
éramos
não
sei
quantos
éramos
para
aí
cinco
talvez
/
/
todas
as
provas
e
aquilo
lá
ia
demorando
fazia-se
sucessivamente
meu
deus
suce
é
sucessivamente
nas
orais
sucessivamente
não
é
?
aqui
lá
acoloutro
e
tal
e
e
chegámos
se
calhar
suponhamos
à
uma
hora
hm
hm
/
/
ainda
faltava
não
sei
quantos
que
estavam
para
entrar
e
diz
lá
um
colega
que
é
que
estava
antes
de
mim
que
fôssemos
comer
qualquer
coisa
à
Académica
que
era
ali
logo
ao
lado
hm
hm
hm
hm
/
/
na
na
vida
larga
não
é
?
hhh
ah
e
fomos
lá
comer
qualquer
coisa
tornámos
a
vir
/
/
à
espera
?
o
outro
tinha
chumbado
mandado
embora
o
que
estava
a
fazer
e
estava
o
professor
à
porta
"
u
hhh
"
Manuel
de
Andrade
ahh
lá
o
outro
o
outro
desgraçado
entrou
não
esteve
lá
cinco
reprovou
imediatamente
hhh
minutos
hhh
cumbou
logo
mandou-o
embora
hhh
e
nessa
altura
chumbava-se
não
acabou
acabou
não
havia
nada
a
acabou
perder
o
ano
não
é
?
ah
mas
mas
portanto
e
isto
para
dizer
que
no
primeiro
ano
/
/
hm
hm
e
aliás
é
agora
eu
estou
farto
de
dizer
isso
à
gente
que
vai
não
é
?
/
sem
dúvida
é
uma
diferença
total
de
da
maneira
de
estudar
e
de
saber
claro
do
liceu
e
e
e
da
universidade
não
é
?
já
más-línguas
que
agora
aquilo
também
é
um
bocado
é
hhh
ah
ah
assim
um
bocado
hhh
à
balda
não
é
?
não
mas
a
coisa
era
completamente
f
quer
dizer
a
gente
pensava
que
com
as
lérias
tirava
boas
notas
e
lá
era
preciso
saber
aquilo
tudo
muito
bem
sabidinho
ou
não
se
sabe
muito
bem
sabidinho
para
trás
não
é
?
e
depois
diziam
os
professores
com
alguma
razão
porque
se
passaram
não
sei
quantos
professores
não
sei
quantas
décadas
ou
centenas
de
anos
para
hm
hm
para
arranjar
uma
definição
lá
de
determinado
instituto
para
que
dissesse
aquilo
que
era
não
é
agora
/
claro
e
agora
vai
o
aluno
dizer
a
coisa
por
palavras
suas
não
pode
a
importância
das
palavras
a
gente
e
só
aí
é
que
comecei
a
ver
que
as
palavras
tinham
significado
não
é
?
pois
e
que
têm
que
ser
aquelas
e
não
outras
e
que
e
que
e
que
e
agora
até
se
calhar
exagerei
a
pen
ao
pensar
que
afinal
de
contas
não
há
palavras
sinónimas
há
sempre
uma
coisinha
pois
há
pois
há
/
/
diferente
hhh
há
sempre
qualquer
coisa
hhh
e
portanto
isto
sinónimos
batatas
não
é
?
hhh
e
portanto
essa
era
uma
das
coisas
portanto
o
primeiro
ano
era
dificílimo
/
/
/
sabe
que
hoje
em
dia
também
a
a
percentagem
se
chumbava-se
sei
lá
para
aí
setenta
e
cinco
por
cento
/
/
/
/
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