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Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos1035 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes hesp. baba, fr. bave, it. bava: piem. babi ‘sapo’, etc.: Nigra propõe como etymo *baba, reduplicação da syllaba infantil onomatopaica ba. Romania XXXI, 524. Cf. já Dictionnaire Général de la Langue Française. “tomarão os marmellos babaros e fallosão ẽ quartos” Sec. XV, Ms. Nap. 30r. Repete a fl. 61v.: “tomaraõ mũy bõos marmelos e bicudos e compridos e lisos e gramdes babaros”. Não ha duvida que é r: babaros. babáo: “A alguns poetas babaos”, Fr. Simão António, Orac. Acad. Lisboa, 1723, p. 330. [1] ‘Peça de armadura’ sec. XV, AHP, I, 95. Já nos diccionarios. [2] ‘peça’ sec. XVI, AHP, I, 356. Cf. Moraes. Sec. XVI, AHP, I, 368. [1] Cf. Maximiano Lemos, Amato Lusitano p. 71. Devo ver o texto do proprio Amato: mihi, p. 256, Amato, in Disser., lib. II, enarr. 21; bacchalhao. A 1ª ed. é de 1553, creio. Gil Vicente II, 405, Cortes de Jupiter tragicomédia representada em 1519. Amzalak, A pesca do Bacalhau, p. 19, cita exemplos da antiguidade da pesca. [2] Dictado: “Para quem é, bacalhau basta.” (allitt.), isto é, “é o suficiente.” [3] “uma lasca de bacalhau”. [4] “ficar em agoas de bacalhau”: ‘ficar em nada’. [5] Cf. P. de Mugica, Dial. cast., I, 47 e nota. Port. pop. cabalhau (por brincadeira, creio). Parece que a palavra veio do hollandês. ou bácoro: D. Carolina, Bulletin Hisp., VII, 194, 3, dá-o como germanico. De *baccillum (metaphora: ‘varas das vinhas’). Sobre a forma *bacillum, vid. A. Thomas, Essais de philol. fr., p. 246. ‘vaccinar’. Algarve. RL VII, 109. ‘bacharel’, 1348, Docc. do Souto nº 57, p. 54. 1389, Diss. Chron. II, 263. ‘patinhar na agua com pés e mãos’. Trás-os-Montes. RL, V, 29. [1] “bacias de barbeiro”, “bacias de mijar”: Sec. XVI, AHP, I, 201. Vid. bacio. [2] Postula *baccía, Vid. Romania, XL, 110. ‘bacia’. Aguiar da Beira. Ás vezes ciarro = cigarro. Cf. fatia e fatiga. ‘ourinol, vaso da noite’, em Penedono. RL, XII, 312. ‘vaccina’. Algarve. RL, VII, 109. (armaduras) ‒ tempo de D. Fernando e D. João 1.º. Orig. francesa. Conde de Vila Franca, D. João 1.º e a all. ingl., 127, 130 not. 2. Fr. bassinet. [1] “bacios machos”, 1503, AHP, II, 353. “bacios machos de toda a sorte”, sec. XVI, AHP, I, 201. “472 bacios de mijar e 578 bacios machos”. Sec. XVI, AHP, I, 167. [2] “bacio de prata, de ter fruyta” sec. XV, AHP, IV, 76. [3] “bacios de agua às mãos de prata de bastiães”: sec. XVI, AHP, I, 96. (Ainda se encontram hoje). Cf. Caturra, Suppl. [4] “hum baçio d’aguoa às mãos” sec. XVI, Duarte Galvão, 70. [5] ( ‒ da cabeceira). Vid. bazaréu. ‘baque’. Açores. RL, II, 303. [1] “molher baça” fallando de uma escrava: sec. XVI, Duarte Galvão, 68. [2] ‘trigueiro, moreno, etc.’ Cf. hesp. bazo. Diez, EW, I, 53. Zs. R. Ph. XXVII, 348. De bombacius? [1] Sec. XIII, Leges, II, 83. [2] Vid. bácaro e leitão. ‘Porqueiro, guardador de bacros’. B. Baixa. RL II, 245. ‘Porco’. B. Baixa. RL, II, 245. ‘penca do rinoceronte, etc.’ Do malaio bádaq ‘rinoceronte’; o -q em malaio nesta palavra é quasi imperceptivel. Apostillas, I, 4. ‘habitantes de Badajoz’: “Respondem os Badajozes”, cod. do sec. XVIII, n.º 8024 da BN, p. 20. Lingoa comum. Vid. chocalho. ‘bolas feitas de excremento e terra, e pendentes como badalos, entre as pernas das ovelhas e carneiros’. Trás-os-Montes. RL, V, 29. ‘descanso da foice, feito de pau e posto à cinta em uma correia; com elle anda uma bolsa de coiro em que vão os apetrechos do fumo’. Alandroal. No Museu Ethn. Uma das aberturas é para quando se estraga a outra. A 1.ª é para passar a correia. ‘especie de formão estreito para fazer furas na madeira’. Braga. ‘euphemismo do nome indecente dos testiculos’ Trás-os-Montes. RL, V, 29. [1] ‘ovelha de 3 anos para cima’. Tolosa. [2] ‘ovelha velha que já não pare, etc.’: [“Festas, feiras e romarias | Alpalhão, 16. Na feira que ontem aqui se realizou fizeram-se muitas tran(sa)cções em gados por preços espantosos, principalmente badanas e burras, vendendo-se aquelas a quatro e a cinco mil réis e estas a quinze libras. Nada ocorreu de anormal.”] DN, 18.VII. 917. [3] ‘aquella pelle dependurada verticalmente do pescoço do boi’ Trás-os-Montes. RL, V, 29. [4] ‘ovelha’. RL, XII, 312. [5] ‘ovelha’. Ex.: “Temos badana | P’ra toda a semana” (Fozcoa). Nome vulgar e comum da ovelha, não só na rima. [6] ‘ovelha velha, etc.’ Tambem em hesp. badanas. Do ar. batana. Cf. Romania XXXV, 460. [7] ‘ovelha velha e magra’ B. Baixa. RL, II, 245. Vid. abadejo. ‘especie de badalo de gado’. Bragança. ‘sujeito gordo’. Trás-os-Montes. RL, V, 29. [1] ‘pá de ferro para levar brasas’. Mogadouro. [2] ‘a pá de tirar o lume ou a cinza para a lareira. Trás-os-Montes. RL, V, 29. Syn. férra. [3] ‘pázinha de ferro para a cozinha’. No Museu. O correspondente objecto para a lareira chama-se mão. Moncorvo. (Brasil) “collocão ao pescoço da parturiente um pesado badulaque de saquinhos com amuletos e orações”. Canções do Norte, de Ronald de Carvalho, p. XXIX. Sec. XVII, Leges p. 364. “fazendo que se lavrem neste reyno as baetas, que vem de Inglaterra”. Severim, Noticias p.17. Vid. pombal. Cf. cat. baf e bau, no mesmo sentido. ‘homem que se gaba de tudo, e nada faz’. RL, XII, 312. falando da panela, flexão bafura. CR, I, 84. Cf. baforada. Aulegrafia 10. Cf. bêbera. ‘casa onde se arrecada o bagaço’. Alandroal. RL, IV, 58. ‘lagrima’, Baião: “Não olheis para a nogueira | Q’ela tem as nós contadas | Olhai cá para o meu rosto | Todo cheio de bagadas.” Usualmente: as nós procliticamente: noz(e)s. Outro: “que tem nas nozes contadas”. “Esbagoou bastante”: ‘chorou bastante’. Baião. Vid. murtinheira. (Minho), sec. XIII, fabris in baginis nas Inquis. I, 148, col. 2ª (“favas em bagem”). ‘lagrima’. Valpaços. RL, II, 256, em versos populares. “bagoada de lagrimas” (ba-gua-da). Paços de Ferreira. Cf. esbagoar. ‘novelo de linhas’ (Coimbra) Cf. em Lisboa bagochinho. De baca + -ocho? Vid. C.F. com x. ‘deitar baga nos vinhos’ Alto-Douro. [“Accusavam o sr. F. (Alto Douro) de lotar os seus vinhos e geropigas com baga de sabugueiro e licorejo. A proposito d’isto, vimos pela primeira vez, em letra redonda, uma palavra, que não conheciamos ainda na nossa lingua: o verbo baguear, que significa, pelo visto, empregar a baga.”] A Nação de 23.VII. 914 (23). “pera de bagui”. RL, V, 174. ‘bago da uva’. B. Baixa. RL, II, 245. ‘peso da India’. 1591. AHP, II, 403. “e de pimenta 8277 baharis... e de cravo 21 baharis... e de maça 28 baharis”, sec. XVI, AHP, I, 278. De Cochim. Deve ser o mesmo que bahar que vem em Moraes (peso da India). N.B. Não é barril, posto que em doc. do sec. XV, ibidem. I, 280, venha “de polvora 2 barris”. Viria do fr. ant. baée no sec. XIII: Baist, Zs. XXXII, 32. Mas as razões foneticas não me parecem boas. (Talvez: baee > *baea > baiea > baía). Romania XVIII, 157-158. “de çumagre e de bayam”, Leges, II, 58. ‘especie de casaco curto e apertado á cinta’ (nas mulheres). Vª Nª de Fozcoa. Num romance de Rebordainhos: baiju. Cf. Caturra baju. Zs. 49, 516 ss. [1] Nuns versos transmontanos, Portugalia, II, 473. [2] Ouvi em Lisboa. Lusa, I, 131. = bailão, ‘fadista’. A. Pimentel, A triste canção do Sul, p. 45, 75 etc. = bailar, 1500, ap. J. Ribeiro, Fabordão 265. ‘baile’. Açores. RL, II, 306. Cf. prov. bailia ‘puissance’. Deve ser palavra feudal. [1] Barros, Dial. de virtuosa vergonha, p. 304. [2] Sec. XVI, AHP I, 225. ‘bailes’. [‘baioneta’. Algarve. RL, VII, 109.] 1522, AHP, II, 383, 352. ‘a buchada dos animaes’. Trás-os-Montes. RL, V, 29. ‘queda’. Alandroal. RL, IV, 242. [1] [“É sabido que a conformação antiga das cidades era muito diferente da modernamente adoptada. A via publica era sistematicamente estreita, e ruas existiam em que mal cabiam duas pessoas a par, e disso ainda hoje dão testemunho entre nós o vetusto bairro de Alfama e as velhas bairradas do Porto, para não falar senão das duas primeiras cidades do paiz. Dava-se a pomposa denominação de ruas largas a certas ruas que consideramos hoje acanhadissimas quando as comparamos ás amplas vias dos bairros modernos.” Diário de Notícias, 11-XII-12. (1912)] Corrente? Ouvi, mas preciso de averiguar, que para Caldelas, etc., bairrada é um conjunto de casas. Vid. barrio. [2] Cf. bairrão,‘habitante dos arredores de Santarem’. “Barriada lo mismo que barrio: lat. vicinia, loci vicinitas. Barrio: “Covarrubias dice que es voz Arábiga y que viene de Barr, que significa campo, y que asi barrio es lo mismo que muchas casas de campo.” Dicc. da Acad. Hesp. Dão o nome de ‘bairros’ às aldêas dos arredores de Santarem, como ouvi a gente de lá. (Logo ‘bairrada’ será, mais ou menos, conjunto de bairros. Cf. Oliveira do Bairro que fica na Bairrada). Cf. barrão nestes verbetes. [3] Nas Asturias barrada, conjunto de casas. (Não -adês): “habitante da Bairrada”. Linguagem comum. [1] Parece que no sentido de barro: Elucidário, II, 378, B. [2] Elucidário: barro, creio que por barrio, eu já nas Observ. comparei com o arcaico barrio. Vianna, Apostillas, I, 121, cita o Elucidario, escrevendo por equivoco bairro, em vez de barro, que é o que vem no Elucidario, mas talvez aqui esteja realmente barro por bairro, pois, como nota Vianna, a definição de Viterbo corresponde à de barrio no Dicc. de la Acad.; o mesmo Autor não conhecia a fórma ant. da palavra port., que é barrio. Dá-lhe como etimo o arab. bar\ ‘terra’, bar\i ‘de fóra’, a primitiva acepção em hesp. é de ‘suburbio’. Cf. David Lopes, Cousas arabico-portug., p. 24, onde cita barrões, nome que em Santarem dão ás gentes suburbanas. No lat. medieval barrium em Maigne = faubourg. [3] Vid. barrio. “Quando falla mais parece tom de baixão.” Corte n’Aldeia, p. 171. [1] “Por hi á baixo” Coura. [2] “Ia ó p’ra baixo” Coelhoso, Concelho de Bragança. ‘Pateta’ Açores. RL, II, 306. “a ponte da moura fica ao lado e tem a apparencia de um bajanco” (Loulé). Athaide, Moura encantada, p.29. RL, III, 133 (etymo). RL, III, 133 (etymo). ‘pouco inteligente’ Beira Baixa. RL II, 245. ‘roupinhas com abas’. Trás-os-Montes. RL I, 204. (Gonçalves Viana) Miranda. Portugalia II, 376. ‘junça’. Aveiro. ‘gigo’. Norte. nomenclatura das suas partes: J. Queiroz, Figuras gradas, Lisboa, 1909, p. 180, e vid. p. 176 ss. Vid. picota. ‘dança de sala’. Beira Baixa. RL II, 245. ‘melancia’. Extremadura. RL, X, 146. Vid. blancia. ‘planta que cresce entre o trigo, centeio, etc., como o joio’. Cadaval. C.F., e Coutinho. D’ahi Balanqueira e na Hespanha Balancares, Albacete (mas o -l- ?). ‘balandrao’, 1525, AHP, II, 404. Vid. p. 405: balamdrão. (em rima) Cancioneiro de Resende, III, 119. Cf. prov. balandrau (Sec. XIV), “manteau d’étoffe grossiére”, languedociano balandrau. P. Meyer, Guillaume de la Barre, 41. (um ‒ ): ‘uma mulher mal-feita’. Trás-os-Montes. RL, V, 29. ‘balbúrdia’. Fozcoa. Cf. balbus. ‘salgadeira’. Açores. RL, V, 217. [1] ‘É o patamar da escada’. Fozcoa; balcoada é a varanda comprida: vide. Vid. alpendre. [2] ‘varanda de pedra exterior das casas, com escadas (sendo de pedra, chama-se varanda propriamente dita)’. Se tem telhado, este chama-se alpendre. Celorico da Beira. [3] [‘patamar ao cimo da escada, externo, quer coberto, quer não’. Celorico da Beira.] [4] “Uma leira dividida em tres balcões, com arvores de vinho, denominada da Cova.” (anuncio em um jornal de Barcellos); “campo de terra lavradia dividido em balcões” (Aurora do Cavado, 1883, talvez Nov.) Explicação do Ferraz. [5] Sec. XV, AP, VI, 120. Auto da Festa p. 99. Obras de Gil Vicente, I, 255. ‘varanda comprida’. Fozcoa. Tambem se diz varanda. Cf. balcão. “ist nicht Neubildung von Bagdad, sondern Wiedergabe der Adjectivendung von bagdâdî”. Baist, Zs. r. Ph. XXXIII, 62. [1] [‘vasilha de madeira’ (Castro Laboreiro)] [2] ‘Instrumento de madeira (dentes e tudo) para baldear a palha na eira, para a pôr em cima dos carros’. A forquilha é menor, e serve para mexer a palha grossa e separá-la do grão. Ancinho tem o effeito do engaço. Ponte de Sor. [3] balde de vallador: ‘instrumento para os valladores cortarem a terra, quando fazem as rigueiras e os vallados. A terra tira-se tambem com uma pá especial. Não entra a enchada neste serviço’. Os valladores são trabalhadores especiaes para isto. Extremadura Cistagana. NB. No Caturra não vem assim. [4] 1) balde: ‘forquilha grande, de pau, para baldear a palha ou para carregar carro, ou para tirar a palha de um ponto para outro, ou para começar a fazer a almenara’. Dentes, cabo e (ab) coração. ab = 0, 42; cd = 0, 51. [5] 2) ‘especie de forquilha grande para baldear a palha de um ponto para outro, por exemplo, para começar a fazer a almenara (de certa altura por cima forma-se com lençoes ou panos cheios de palha e levados à cabeça, subindo-se uma escada), para encher carros, etc.’ [legenda:] dentes | coração (ab) | cavilhas: bocadinhos de madeira que entram nos buracos e atravessam o coração e as bases dos dentes para firmarem estes | (de) cabo. ab = 0,42, cd = 0,51. (Alandroal) [1] em balde. De in-valide? E d’aqui de balde por troca de em em de. Ou relaciona-se com baldo? [2] de balde, em balde. De invalde ou invalide. Zs. r. Ph. XXIX, 422. [3] Schuchardt, Zs. r. Ph. XXXII, 465, sgg.: relacionado com o arabe bātil (cf. Romania XXXVIII, 615.) 1035 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes |
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