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Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos2136 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes [1] (integrante) “jure... qua non entrou”, séc. XIII ou antes, Leges, II, 4; “quero dizer ca tem fiador”, p. 19 (séc. XIV); “se me alguem demandar ca lhy fiz ferida”, ib.; “e eu digo ca verdade he”, ib.; “e sse lhy disser ca lha fiz e pois provar ca disse ele ca lha non fezera”, ib. [2] (integrante) “ouvirom dizer que aquela quintana... ca a onrou el Rey”, Inquisitiones de Afonso III, p. 354. [3] arc. ca. 1) de quam: “val mais ca tu”; 2) de quia: ‘porque, pois que’; 3) de (a)cá < eccu hac; 4) o 2.º ca por vezes vale que < quid (substitue que (exempl.: “deve dizer ca não he chamado como deue”, séc. XV, Leges, p. 303; “disserom li ca non avia dereito”, Inquisitiones, 1296; e Textos Archaicos, p. 39, l. 4. D. Carolina, Lições, p. 124. [4] ‘porque’. De quia> qua, segundo a lei de que ia dá a, como mea> mia > ma: Jeanjaquet, La conjonction QUE, p. 24; e cf. Meyer-Lübke, Einführung, § 101 (sua Grammaire I, § 549; e Ltbl. 1910, col. 114 Gassner). [5] ‘do que, que, porquê’. Esopo, 67. [6] ‘porque’. Esmeraldo, prol. III, 9. [1] “Quais frio! Tem agora cá frio!” Ling. popular. “Cá em casa” < > ‘nesta casa’; “eu cá!” < > ‘eu por mim’; “cá em Lisboa” = ‘cá, em Lisboa’; “cá o rapaz gósta de folgar!” (falando uma pessoa de si propria, ou de outra em quem toca ou para quem aponta); “cá e lá mais que dar ha”; “cá por mim”; “cá estou!” = ‘eis-me chegado; anda cá!’. Cá é mais geral e vago do que aqui. [2] “– Queria alguma cousa? | – Cá falo!” ‘Não é com V. que falo, mas com outra pessoa que está ao pé de mim.’ “Vem cá para aqui” = ‘para mais junto’ de mim. [3] “– A menina... Eu sei cá!” Camillo, Anathema, p. 119. [4] “Cá eu nunca aprendi sem alfarrabios”. Terras do Demo, p. 212. [1] “cabaaça para vinho”, séc. XIV, In. Ac., IV, 593. [2] cabaaza: “cabaaza de vino”, “media cabaaza de vino”, séc. XIII, Inquisitiones, I, p. 90 e 91. Vai na EP, Liv. I, Flora. [1] Comparada com o hesp. calabaça, faria esperar em port. arc. *caabaça, mas o que conheço é cabaaza nas Inquisitiones, p. 90 e 91. Se o antigo fosse aquella fórma, esperar-se-hia hoje *càbaça, e não ha. Todavia o onomastico tem Calabaza e Calabacinus no séc. XIII, mas ha Cabaaza, Cabaazal e Cabaazas no mesmo seculo. D’onde concluo que em epoca antiga se disse calabaça e *cabalaça, e esta explica cabaaça > cabaça. [2] Sainéau dá etymo, Zs. R. Ph., XXX, 569, sem probabilidade. [3] ‘cabaça’. Tr.-os Montes, RL, I, 220 (Gonçalves Viana). “maçã-cabaçal”. RL, V, 174. [1] ‘o fruto da cabaceira’. Fig. ‘recusa duma rapariga em acceitar a mão dum rapaz’. Algarve. RL, VII, 111. [2] ‘abóbora’. Basto. RL, I, 220 (Gonçalves Viana). [3] “dar o cabaço”: ‘despedir a noiva’. Na passiva: “levar o cabaço”. Cf. hesp. dar calabazas, no Dicc. da Academia Hesp. Uma cantiga da Extremadura hesp., que ouvi a um natural, diz: “Tengo las calabazas | Puestas al humo: | Al primero que venga | Se las emplumo.” N.B. A expressão port. creio que é só do Sul, ou principalmente de lá (Extremadura, etc.). [4] Parece que é o colondro em Mangualde. [5] Medida de 12 litros. Melgaço. [6] ‘vazilha’. Vid. manigrepe. [7] ‘vazilha feita de parte de uma cabaça, para sal, azeitonas, etc.’ Alcacer. (A cabaça tambem lá existe, mas tem “2 bojos e uma cintura”). Caturra não. Exs. no Museu Etn. “Só tem um bojo” Grandola. [8] Vid. cacifo. [9] cabaços: ‘certa herva’. Cantiga de Baião: “Menina, monde o seu linho, | As quatro hervas que tem: | O joio e mai’ la gorga | Cabaços e azevém.” ‘cavalleiro’, 1521, AHP, II, 350. [1] ‘barraca feita de ramos’. Diff. de choça. Celorico da Beira. [2] ‘alpendre no quintal da casa ou numa tapada, coberto de telha ou de palha centeia (colmo) e só aberto na frente, ou tambem dos lados: para ficar de noite o gado vacum.’ Tolosa. [1] ‘coberto onde se arrumam alfaias de lavoura, de ordinario junto dos curraes e do quinteiro’. Albergaria a Velha. [2] O mesmo que ‘arrifana’ no Cadaval. Lajeosa do Mondego. [3] ‘um coberto de telha sem parede na frente, e debaixo do qual os lavradores mettem o carro’. Trás-os-Montes. RL, V, 54. [‘Cabana coberta de palha, para dormirem as porcas do alfêro (que não criam); a parede que o rodeia chama-se rodeio; parte desta parede é comum ao cabanão’. Montemor-o-Novo. 1898.] ‘especie de gigo’. Condeixa a Velha. ‘mulher solteira, que vive só’. Melgaço. RL, VIII, 57. [1] ‘pobre diabo que habita em cabana’. Trás-os-Montes. RL, V, 225. [2] 1) ‘barraco de madeira, colmaço para guardar utensilios de lavoura, a um canto da eira’ Corresponde a cobêrto. 2) Diz-se do homem indolente, que não trabalha, fica em casa a fumar, etc. Corresponde a cabaneira. [3] (Barroso) Vid. Campo nas caixas gerais de Etnografia. [4] -a: ‘homem ou mulher que não possue bens nenhuns’. Minho. [1] ‘cesto de verga para azeitonas, etc.’ Os que eu vi eram pequenos. Evora. [2] ‘cesto de vergas de oliveira ou vime, com duas asas nas bordas, e de base menor que boca (tronco de cone)’. Serve para guardar azeitonas, uvas, etc. Capacidade 20 a 50 litros. Alandroal. Encomendei para o Museu. É o cesto do Norte. Aos pombos, “façam-lhe cabanetas em lugares quentes”. Agricultor Instruído, p. 115. ‘resguardo quadrangular da oliveira nova (4 colunas de pau, ligadas por travéssas)’. Medelim. [1] ‘cesto comprido’. RL, XII, 312. [2] ‘cesto’. De capannus na Zs. R. Ph., XXX, 456. Mas onde vem este capannus? Foneticamente póde ter vindo de capace-; no entanto em fr. ha cabas (do prov.; a fonte é capace-). Qual é a data do objecto e da palavra em port.? Não será antiga, e viria de França. Já Morais põe o fr. cabas. Em hesp. não ha. Pelo menos vem em Rodrigues Lobo, Primavera. Floresta 4.ª; Gil Vicente, III, 227. Vid. sinabafa. = cabedal. Trancoso. RL, V, 171. [1] De *capitium, ou *capicium (que explica o fr. chebiche, noutro sentido, em Thomas, Mélanges, 49)? [2] “D’aqui até lá, não me doa a mim a cabeça”. [3] [Emprega-se particularmente na expressão “ir ou andar em cabêça” por “em cabêlo”, em Amares, etc.] [4] Na linguagem typographica, por ex. na Imprensa Nacional, é a vinheta mais comprida que larga que se grava no alto dos capitulos, sobretudo no começo do livro. Corresponde ao cabeção de Moraes. [5] [“Não se lhe pôde meter em cabeça”. Arraiz, fl. 78v.] [6] Vid.cabeceirae roda. 1503, AHP, II, 353. Vid. chaveiro. [1] ‘a parte do carro por onde os bois puxam’. Castro Laboreiro. Vid.carro. [2] ‘almofada pequena de cama’. Algarve. RL, VII, 112. Vid. rejão. [1] ‘a parte da cama que fica para o lado da nossa cabeça quando deitados’. Castro Laboreiro. Vid. cama. [2] ‘cabeça, chefe’: “cabeceira da dita conjuraçam”. Séc. XV, AHP, II, 277. [3] “vay (nas rezadas) de cada caza uma pessoa cabeceira, e ahi rezam sete terços por cada cabeceyro da freguesia”. Barroso, Portugalia, I, 861. [4] (– de monte): ‘terreno bravio, de matos, na testeira de um campo’. Valença do Minho. “duas decimas partes d’um campo de terra lavradia com uma cabeceira de monte junto ao sul, sito na Sobreira”, O Valenciano, n.º 2578 (anuncio). [5] ( – de casa): ‘chefe de familia’. Ms. de 1779, do concelho de Melgaço. O mesmo que “cabeça de casa” no mesmo manuscrito. [6] ( – da vinha): ‘a parte mais alta da vinha’. Alandroal. RL, IV, 59. [1] “um cabeceiro de mato com carvalhos”. Barcellos. Num jornal. Vid.cabeceira. [2] [“um cabeceiro de mato”. Doc. de 1855, do Minho.] Linhagens, séc. XIV, p.189. ‘gyrino ou larva de rã’. (Em Mondim: cágado.) Cf. fr. têtard. Outro nome, no Porto (Paranhos), é colhér de pau, em virtude da fórma d’elle, cabeça grande e corpo afilado. Cf. gall. culleres, no Valais culyerèta: Bullet. des Glossaires de la Suisse, XI, 10-11, e nota. Temos pois duas metaforas: 1) tirada da cabeça: cabeçudo; 2) tirada da fórma total do corpo: colhér de pau. Resta explicar cágado. [1] ‘caso, importancia’: “fazer cabedal”. Alandroal. RL, IV, 59. [2] ‘bens’: “dexo-l’o cabedal todo”. Alandroal. RL, IV, 59. [3] [‘riguêra’: a que recebe muitas aguas das outras regueiras menores; diz-se em lingua mais polida “regueira caudal”. Cadaval.] [4] cabedall: séc. XVI, no sentido de ‘capital’. Doc. para a Hist. da Typogr., I, 8 (repet). [1] ‘caber, pertencer’. [2] ‘pertencer’: “agora cabeda-me ir lá”; “cabedou-me isto”; “isto vae aos cabédas; agora cabedou-me a mim caiar-me” = ‘coube-me’; “cabedou-lhe em herança”: ‘coube-lhe’. Reguengos e Algarve. De *cápitum por captum. Cf. cavidar que pressupõe *cavitare de cavitum (Georg.) por cautum. [3] ‘calhou-me’: “cabedou-me a comprar bem estes bois”. Panoias de Ourique. ‘pedaço de terra que o arado não póde lavrar’. Arcos de Val de Vez. Tambem no onomastico. [1] adj., -o, -a: ‘do cabo’, ‘do extremo’, ex. “o dente cabeiro”, o ultimo molar. Baião. Cf. fundeiro, cimeiro, meeiro. [2] Julio Moreira, Estudos, I, 182. ‘Um fio de cabelo’, creio que é só quando solto. “Um cabeleiro que caiu no fato.” Guimarães. Cantiga de Vila do Conde: “Atira-me um cabeleiro | Da janela para a rua, | Que eu não vou d’aqui embora | Sem ũa alembrança tua”. [1] ‘rôlo de cabelo no toutiço, poupa, poupo, pucho, tôco, monête, carrapito, carrapicho, trôço’. Para o Bolet. de Etn., n.º 2. [2] ‘rôlo formado na nuca pelas mulheres’: pucho (ch) ou tôco em Guimarães, poupa em Valpaços. [3] “mandando-os lavar, fazer cabellos, para irem quasi feitos salvagens”, Couto, Vida, p. 412. Cf. fazer a barba. [4] cabello: ‘modo de atar’. Vid. chucho, poupo, carreiro. [5] cabello: o fr. chignon, isto é, o enrolado do cabello na nuca chama-se: chucho em Mirandella; monête, nos diccionarios; carrapicho em Arcos de Valdevez, etc.; chócho, segundo me informam, em Oliveira do Hospital; carrapito em Castanheira de Pera. Vid. nestes verbetes: poupae poupo, farripas, risca, monete, pias. Capit = fieri potest,Grandgent, Latino Volgare, p. 9. (Não me cabe lá ir, não cabe nas minhas forças.) Creio. ‘capitão’. Algarve. RL, VII, 112. Pl. cabetõj. [1] Creio que lhe corresponde adeante cabe e coa, cabo e coa, carput et cauda. 1522, AHP, II, 388; 409. Vid. sinabafa. [2] “brocado da India... com lavores e rosas douro e verde de cabycoa”. Sec. XVI, AHP, II, 409. Rep. ‘pôr a direito’. Açores. RL, II, 53. Sec. XIV, AHP, I, 351. [‘cabrito’. Melgaço. RL, VIII, 57.] [1] “de cabo a rabo”, onde cabo tem o sentido de ‘cabeça’. Cf. it.capo. [2] ‘termo, topo’. Trás-os-Montes. RL, V, 225. [3] Cart., XVI, 25. [4] ‘caibo’. Trancoso. RL, V, 171. [5] ‘fim’: “ao cabo do mês”. Alandroal. RL, IV, 59. [6] ‘lugar’. Nas aulas primarias dizia-se: “vai para o teu cabo”, Mondim, no meu tempo; “ir para o cabo”, para o lugar em que o aluno costuma sentar-se. Em 23.II.30, indo eu num electrico em Lisboa, entrou uma mulher de idade, camponia e perguntou ao condutor: “eu tenho cabo?”. Perguntei à mulher d’onde era, disse que era da Beira. Na toponimia ha muito Cabo, mas póde ser ‘extremo’. [7] (preposição) “cabo car(r)eyra ou perto de ressio” (perto de = cabo). Leges, II, 39, sec. XIV. Vid.cabórco. (e cabóco): ‘corgo’. Zeive. ‘enxurrada, corrente de agua de chuva, com terra, lenha, etc.’. Sacoias. [1] ‘terreno marginal do Douro, aonde o rio chega cobrindo-o de lodo’. Para milho, vinha, etc. Baião. [2] ‘estribo de pao’. Castelo Branco. (Informação verificada.) ‘peixe’. CR, I, 208. Cf. Morais, que diz ser peixe de Sezimbra, semelhante ao enxarroco. ‘calabre de prender o mastro dum moinho de vento’. Algarve. RL, VII, 112. = carbunculo. Fozcoa. Metathese, com etym. popular (cabrúm). ‘cabrito pequenino’. Alto Minho, Melgaço. Dizem-me que assim se chama em Murça (Vila Real) uma especie de uvas muito apreciada. De *ca-bagueiro? [‘cabula de trigo, numa eira’.] Sec. XVI, AHP, I, 368. ‘cágado’. Maçores. [‘calcedonia’: “hũa pedra branca que pareçe caçadonea que tem hũ pexe com hũ homem em cima” 1525, AHP, II, 412, 413.] ‘especie de cogumello, sem pé, molle, com uma materia esverdeada lá dentro’. Trás-os-Montes. RL, V, 34. ‘pyrilampo’: “Uma càcaluma”. Obidos. [f. ‘caçoilo velho’. Monção.] [‘peixe’. RL, LIV, 160.] [1] ‘coelho novo, enquanto está na lorga (lora), no ninho’. Moimenta da Beira. [2] 1) ‘Especie de estojo feito de chavelho, forrado de cortiça, para trazer a pedra de amolar as gadanhas; anda cheio de agoa pindurado à cintura por uma correia, para o gadanheiro de vez em quando amolar a gadanha, quando anda a gadanhar’. Montemor o Novo. No Museu Etn. 2) ‘coelho pequeno, bravo, de poucos meses’. Alto Minho. 3) Na Beira creio que são passarinhos novos, ainda no ninho. [1] ( – peixes): ‘pescar’. Trás-os-Montes. RL, I, 206 (Gonçalves Viana). [2] [Tem alem do significado corrente o de ‘pescar’: uma caçada no rio é um divertimento vulgar em Amares.] = carcereiro. Popular Norte. Vid.cacereiro. [1] Deve ser formado da voz onomatopaica ca-ca-ra + suff. -ejar. [2] A base é onomatopaica: ca-ca, desenvolvida com o suf. -ar-, do que se formou um verbo com o suf. -ej-, isto é: ca-c-ar-ej-ar. Cf. fr. caquet deriv. de caqueter = ca-q(u)-et-er. Cacarejo:cacarejar :: caquet:caqueter. (um –): ‘pessoa pouco ajuizada’. Trás-os-Montes. RL, V, 34. Vid.taramela. ‘carcereiro’. Algarve. RL, VII, 112. [‘cabeças dos peixes’. Caldas da Rainha.] ‘caçador que pouco ou nada sabe do seu officio’. Serpa. A Tradição, II, 93. ‘vaso velho’. Avis. RL, IV, 228. Cac-arr-uço. ‘parte arqueáda do moinho onde trabalha o rodizio’. Moncorvo. [1] ‘cágado’. Freixo d’Espada à Cinta e Ligares. Moncorvo. [2] ‘sapo-concho’. Moncorvo. Ribeiro dos Cácavos entre Ligares e Freixo d’Espada à Cintra. Vid.sapo-concheiro. = carcereiro. Sec. XVI, AHP, I; ib., II, 85. “caceta de prata”. Sec. XV, AHP, II, 77. ‘pão comprido para o Natal’. N.ª S.ª da Torre, Braga. Tambem se usa em Montemór o Velho. Tem fórma comprida, analoga á do santoro de Mondim. ‘metade das coisas, por ex. de um lenço que se põe na cabeça, ou dos frutos’. Trás-os-Montes RL, V, 34. “hũ roupão de cachacyra velho”. Sec. XVI, AHP, III, 203. [1] ‘acto de cachar’: “numa cachada”. Coura. [2] (– o terreno): ‘arroteá-lo, desbravá-lo’. Famalicão. Informação do meu aluno Serafim Pinto. Vid.caxado. ‘buraco para debaixo da terra’. Trás-os-Montes. RL, V, 34. ‘malsim’. Trás-os-Montes. RL, V, 225. (um –): ‘um individuo alto’. Trás-os-Montes. RL, V, 34. de cachola, cf. catal. capgros. Sainéau, Zs, XXX, 569. ‘pau com uma extremidade mais grossa, que fica para cima, e que serve para atirar ao gado’. Alcacer. N.B. Eufemismo geral para cacha-pôrra. Vid.cachimfâna. ‘herva muito alastrada’. Trás-os-Montes. RL, V, 34. Cf. cachapús. ‘chapim’. Beira Baixa. RL, II, 247. ‘cachapuço grande’. Trás-os-Montes. RL, V, 34. ‘mergulho de cabeça’. Trás-os-Montes. RL, V, 34. [1] ‘arrancar o mato pela raiz’ (giesta, urzes, etc.). Coura. [2] ‘cavar terrenos bravios pela primeira vez’. Viana do Castelo. ‘casa velha e feia’. Trás-os-Montes. RL, V, 34. ‘o mesmo que machear’. Trás-os-Montes. RL, V, 34. [Em Tolentino, II, 139.] [É encurvado para não ferir o gado quando lhe batem com elle. De freixo, etc. Para o cabreiro.] [desenho – A-B 5 palmos; ab – mona; c – volta. O cabo chama-se hastia. Alandroal.] [1] ‘pau de trazer na mão’. Alemtejo, RL, II, 31. [2] ‘especie de chicote de junça, que trazem na mão por brincadeira no tempo do S. João e S. Pedro’. Castro Verde. Não se confunda com cachêro (s.v.). “Sevagy emmène ses prisoniers anglais dans la Serra de Rayaguez. Nesta morrèrão muitos, porque em barriga Ingleza agua sobre cacherim de lentilhas he prognostico de morte”. Cosme da Guarda, Vida e Acçoens do Famoso e Felicissimo Sevagy, Lisboa, 1730, 8.º, p. 31. Deve ser igual a cachari, que vem nos diccionarios. (Informação de Cardoso de Bethencourt.) Leite. ‘o mesmo que moca’. Castro-Verde. Vid.cachêra. ‘a primeira casca da sobreira’. Beira Baixa. RL, II, 247. ‘carôlo da espiga do milho’. Povo de Leiria, de 20-X-22 (extracto do Lavrador). Parece que é termo brasileiro. Lucio de Azevedo, Epocas, p. 284. ‘guisado feito com o pulmão e coração do porco’. Algarve. RL, VII, 112. 2136 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes |
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