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Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos569 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes “Com a vista se pode fascinar, a que chamão dadas”. Vid. Ensaio Magico (1842), folheto que tenho, p. 7. participio-adj. “F. é muito dado” = ‘tractavel, afavel’. “Como fiador e principal dagador”, sec. XVI, AHP, I, 363. Moraes não. [1] Como apelido “Simeom Dayam”, nas Inquis., I, 315, sec. XIII. [2] Pl. dayaães nas Leges, p. 205. [1] ‘Amigo de dar, generoso’ (de dai-me). “É muito daimoso”, Vila Real (Inform.). [2] “F. é muito daimoso” = ‘generoso’, Celorico da Beira. (Informação) De dai-me? = d’a- ? Sec. XVI, AHP, I, 367. “Dalmantino de nação”, Bem, Mem. Hist., I, 326. “Damas e senhoras, que antigamente chamavam donas”, D. F. Manuel, Apologos, p. 277. Rev. da Univ., VI, 304. [1] ‘Estragar’: “Peças danadas”, sec. XVI, AHP, I, 204. [2] ‘Fazer damno, damnificar’, sec. XIV, I.Ac., IV, 590. “e de trigo 792 parás (peso), 3 dangalis e meo”, sec. XVI, AHP, I, 279, deve ser ‘peso’. Não vem em Caturra nem em Moraes. = damninho, Algarve, RL, VII, 117. Numa carta de doação: “dãte em Monte Móór o Novo”, sec. XIII, AHP, IV, 42. = diluvio, Baião; Baixo-Douro, em geral. = damno, Esopo, 71. ‘D’aqui a nada, brevemente’, Algarve, RL, VII, 117. Vid. dâquênada. Algarve, RL, VII, 117. [1] ‘deitar a perder’: “Dar de perda”, Melgaço, RL, VIII, 54. [2] ‘o devido’: “o dado”; ‘isso é devido’, “isso é dado”. [3] ‘dar com elle’; “Não somos capazes de dar nelle”, Felgueiras (Moncorvo). [4] ‘importar’: “Que mais dá?”, ‘que mais importa?’ (Foz Coa. Flag.). [5] 1) “Quem dá é tio” (assim diz quem recebe), “dar faz dó e chorar faz ranho” (assim diz quem dá). Vulg., Lisboa. N.B.: Dó no sentido de ‘dor’. 2) “Não se me dá”, “ao Deus dará”, “tanto se lha dá, como se lhe deu”, “Deus (ou o Diabo) o deu, Deus (ou o Diabo) o levou”, “dar por paus e por pedras”. [6] ‘atentar por’: “Dar por”. Cf. Epiph., Syntaxe, p. 158 (não traz porém dar por). “Dar por isso”, “não dar por isso”, será ‘dar (atenção) para’. [7] “Dar para a rua, etc.”: vid. cair. [8] No sentido de ‘bater’. Tambem em prov.: “E basserent les lances e vont li dar” no Girart de Rossillon, recueil de P. Meyer, v. 263, o qual traduz: “ils baissent leurs lances et le frappent”. ‘Dez reis’, Algarve, RL, VII, 117. Vid. dàroêra. = aroeira. “Charneca cheia de dàroeiras ou dàroeiros”, (i. é, a pronúncia vulgar é dàroêras e dàroêros, como ouvi), Grandola. N.B.: Agglutinação de de. O à creio que vem da pronuncia àroêra creio que se usa noutras partes do Sul. A arvore é do Brasil originaria (Chernoviz). Fallando da madeira diz-se daro: “cepa de dáro”. Cfr. arinho, piabo. Grandola. Cfr. Daroeira em Bàtista. [1] ‘Aroeira’ (planta). Ponte de Sor. [2] = aroeira. “Uma dàroêra”. Tambem se diz dáro: “cepa de daro”. Cf. sobro e sobreira. Alcacer 1895. “Os parabens que todos se davão”: ‘uns aos outros’. Vieira, Sermão XI, 504, “dando-se as mãos entre si”, p. 505, col. 2. ‘Grande quantidade’, Algarve, RL, VII, 117. ‘Tamara’. No Algarve; pl. dáteles (inform. do Dr. G. Guimarães). Cfr. hesp. dátil, it. dattilo. Cfr. Schuchardt in Globus, LXXX, 208. e devandito. Inquis. p. 311, col. 1 (sec. XIII). ‘Dadiva’, Algarve, RL, VII, 117. “outro livro… com hũa ymagem del Rei Davyt sem brocha”, 1525, AHP, II, 410. = dádiva, ouvi em Lisboa. = dádiva, Cadaval, Barreirras. = deão, sec. XVI, AHP, I, 183. [1] ‘posse’ ‒ “Homem do Diabo”, “homem de Deus”: ‘homem que pertence a Deus ou ao Diabo’. [2] “Calezes lavrados de cinzel” (e não a cinzel): sec. XVI, AHP, II, 359; “livro de letras de pena” (e não à penna): sec. XVI, AHP, II, 390; “livro pequeno encadernado de couro” (e não em couro): sec. XVI, AHP, II, 411; “livro… emluminado d’ouro” (e não a ouro): sec. XVI, AHP, II, 410. [3] “Era de a gente morrer com riso”. [4] E não em nem a, nestes exemplos do sec. XVI: “debruado de veludo”, AHP, II, 407; “bandado de cetim”, id.; “atorçolado de retrós”, ib.; “livro de purgaminho, emluminado d’ouro”, ib., p. 410; “livro… emcadernado de couro vermelho”, ib., p. 411; “livro… emcadernado de tavoas”, ib., p. 411; livro… esprito (escrito) de pena”, ib., p. 411. Cf. provençal moderno de-bado ‘en vain’?, Rev. des l. r., 3.ª ser., XIII, 197. “Deádego da Guarda”, GasparFructuoso, IV, I, 98 (jurisdição de dião). ‘Dobar’, sec. XV, Leges p. 297. [1] ‘Malhar o pão’, Parada etc. RL, II, 117. De bago. [2] (Pão, gravanços, etc.) ‘Debulhá-los’, Tras-os-Montes, RL, V, 42. De bagos. “debaixo o hábito de São Domingos”, sec. XVII, AHP, I, 118. ‘Dobadoira’. Como as da Beira, só o nome differe. Castro Laboreiro. *depanatoria > *debãadoira. ‘Débil’, Esopo, 71. ‘Desbotar, perder a côr’, RL, XII, 313. Termo da lavoura. RL, XII, 106. ( ‒ o linho): ‘He purificado nas maons e pedra’, Melgaço, RL, VIII, 57. ( ‒ o corpo de alguem com pancadas): “É malhar nelle como em centeio verde”; ‘chover muito’: “Debriar-se o mundo com água”, Tras-os-Montes, RL, V, 42. ‘Debruar’, Mosteiró (Baião). 1522, AHP, II, 393. 1525, AHP, II, 402. [1] ‘Intestino de qualquer animal’, Algarve, RL, VII, 117. [2] debulhos “São obrigados, logo que matam as reses, a sangrá-las e limpá-las dos debulhos”, Posturas de Miranda do Douro de 1845, art. 7 (ms.). = dez, Freixo de Espada à Cinta. “Um olival deçapado em partes”, sec. XVI, AHP, I, 408. Decipēre = decipĕre. Part. decebudas nas Frs. de dereyto, p. 43, sec. XIII. Num doc. medieval. J. Pedro Ribeiro interpreta por ‘partos’. Reflex. lusit., I, 42. Póde cfr. quanto à raiz Decima, deusa lat. dos partos? [1] “Decender do monte” = ‘descer’, Arraiz, fls. 77, col. 1. [2] deçender = descer, Josafat, p. 8. ‘Descidas’, Regimento dos ofícios de 1572 da Camara Municipal de Lisboa, fls. 126. ‘conveniente’: “Foi decente”, Arraiz, fls. 62. [1] De-cedere ou de-ex-cedere. [2] “decer de”: ‘desistir’? “Por nos decermos da demanda que per nossa parte era movida contra elle”, sec. XVI, AHP, I, 362. ‘Composição poetica de dez versos muito usada no Alentejo’, Alandroal, RL, IV, 62. (numa só palavra) ‘Moeda de prata de 5 reaes antiga’, na Arismetica de Ruy Mendez, 1540, fls. 95. Trato d’isto na Numismatica em Portugal, p. 43, n. 1. Vid. barreleira. ‘Aprender de cór’. Cfr. provençal decorar: Flamenca2, 7123. Vid. espeitorada. ‘cortar’: “Decotar arvore”, sec. XV, Leges, p. 544. ‘Quotidianamente’, CR, III, 638. = declaração, sec. XVII, Villa-Viçosa, RL, IV, 240. Comprom. de Guim., 1516. Repet. [1] = declarar, doc. sec. XV, AHP, I, 199. [2] Sec. XVI, AHP, I, 203. Alterna com declarar. = declinação (astron.), Esmeraldo, p. 84. ‘A primeira lavra funda do terreno’, Tras-os-Montes, RL, V, 42. [1] [‘Dar a primeira volta à terra de pouco, isto é, à terra não lavrada’, Torre de D. Chama – Aguieiras.] [2] ‘Surribar pela primeira vez o terreno inculto’, Tras-os-Montes, RL, V, 42. “Poema dedascalico”, por di-, Costa e Silva, Ensaio, I, 13. ‘Os ceifeiros usam nos dedos dedeiras e canudos: as dedeiras, de couro, no pollex, no index, e no minimo da mão direita, para não se magoarem com o cabo da fouce; os canudos, de cana, em todos os dedos da mão esquerda, excepto o pollex, para não se cortarem na folha da fouce’. Alandroal, etc. ‘coiro que envolve o dedo indicador ao fazer-se o serviço da ceifa’, Alentejo, RL, II, 44. “e a defendemento doseus reinos”, de 1300, inscr. no castello do Alandroal (era de 1336). ‘Prohibir’: “defendeolhes que outro homẽ nẽ molher nõ chegasse a elle”, Josaphat, p. 6. [= Dif-, Esmeraldo, p. 99 e 113 (vid. Errata).] ‘Herdade muito grande’, Alandroal, RL, IV, 62. = difficil, Algarve, RL, VII, 117. ‘Medico’, Tras-os-Montes, RL, I, 222 (G.V.). [1] ‘Terra cultivada etc.’. Cf. hespanhol degaña, lombardo degagna, “partie d’un village”. De decania. Thomas, Mélanges, p. 62. [2] Vid. vbt. Adeganha. ( ‒ vagens, etc.) ‘Tirar-lhes o feijão; debagar, debulhar’, Tras-os-Montes, RL, V, 42. *de-graneare. Cfr. fr. grange. [1] “bacharel em degredos”, sec. XIV, AHP, IV, 44. [2] ‘Quarentena’, sec. XVI: Meirelles, Epidemologia, pp. 71 e nota, 105, 106. = desde, Elvas. “Deitar de”: ‘expulsar’: “seia logo deitado de confrade pera sempre”, sec. XIV, AHP, I, 351. “E sse o asy nõ fezerem, logo seiam deitados de confrades”, sec. XIV, AHP, I, 352. Não vem em Moraes. ( ‒ em testamento) O mesmo que ‘legado’. [1] Cfr. provençal moderno “que daisso dreit”, Rev. l. rom., 3.ª ser., XIII, 144. [2] [‘não importa’, “Deixá-lo!”. Corrente na linguagem familiar.] [3] Já sec. XVI. AHP, I, 118. [4] “Deixá-lo”, J. Moreira, Estudos, I, 91. [5] = pouco importa, não importa, “D’aqui sente-se mais frio, mas deixá-lo!”. [6] [“Deixa-me lá ir!” = ‘eu vou já lá’. O deixa não tem significação própria.] [7] 1) ‘Desamparar’, fr. quitter: “elle deixa-nos”. 2) ‘Parar de’, fr. cesser: “elle deixa de cá vir”. 3) ‘Permitir’, fr. laisser: “elle permitte-me vir cá”. ‘Dynamite’, Alandroal, RL, IV, 62. [1] = Demorar, fazer esperar, “Se nos hão-de dar os Reis | não nos façam delatar, | Que elle é noite, faz escuro | temos muito para andar”, cantiga dos Reis, Mondim. [2] [delatar-se: ‘demorar-se’: “não de delates”. Amares.] Leal Conselheiro, p. 163, 288. ‘Pendurar’. Usa-se especialmente o partic. delingado. Tras-os-Montes, RL, V, 42. = Des-lo, ‘desde o’. Sec. XIII, AHP, IV, 41. ‘Esfregar’. Quando as vacas estão prenhes deluba-se, i. é ‘esfrega-se’; o ubere se está inflamado, desinflamma. C. Laboreiro. = Adm-, 1523, AHP, II, 92. [1] ‘Emquanto’, sec. XIII, Diss. Chr., III-ii, 170. [2] Sec. XIII ou XIV, Costumes da Guarda nas Leges, II, 13. [3] “de mentre eu viva”, 1284, ap. G. Barros, III, 187, n. Dum interim. ‘Em quanto’, sec. XIII, Flrs. de dereyto, p. 33. Arismetica de Bento Fernandez, Porto, 1555, fl. 8v etc. ‘Deitar de molho em agoa’, Tras-os-Montes, RL, V, 42. ‘Demonio’, RL, XII, 313. ‘Demonio’, Tras-os-Montes, RL, I, 210 (G.V.). ‘Demonio’, RL, XII, 313. ‘Demonios’, Josafate, p. 11. ‘Mostrar’, Esopo, 71. 569 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes |
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