|
|
Menu principal Powered by <TEI:TOK> |
Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos694 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes Assim escrevo, e não ph, em: frase, fantasia, e derivados. Tambem em Moraes. Em 1530, fa bordão, nas Provas da Hist. Gen., IV, 84. [‘rendimento de uma igreja’. Dá muitos exs. a Rev. Michaelense, I, 62-70; “fabrica maior e menor”; fabriqueiro, adj. e subst. E p. 70.] [1] ‘cavalgadura’, 1520, AP, XXIII, 18. [2] ‘cavalgadura’: “pera que posa amdar em mula e faca de sela e freo”, sec. XV, S. Viterbo, Tapeçaria, p. 28. Cf. hesp. haca. [3] Faca da cozinha. Partes componentes: 1- ponta / 2- fio / 3- anel / 4- pé / 5- espiga que vira para o lado. Preço 120 rs. Veio uma para o Museu. Caturra. “com o pé para fóra, à facaia”, Pinto de Carvalho, Hist. do Fado, 80. (Tambem no Camillo, talvez na Hist. e Sent. ou Eusebio Macario.) [1] Spitzer explica pouco felizmente por facies, por contaminação de acies: Zs., XXXV, 263, n. 1. [2] ‘Caso julgado em juízo, que servia de norma juridica para causas semelhantes’: G. Barros, I, 33, e n. 9. [3] “façanhas e openiões de doutores”, sec. XV, AHP, IV, 49. ‘Diabinho que se alimenta de aço moido’, Tras-os-Montes, RL, I, 211 (G.V.). “facão de picar engodo”, Açores, termo de pesca, Portugalia, I, 836. [1] Termo trasmontano. ‘Terreno perto da povoação’. Cfr. hesp. haza, ‘porción de tierra labrantia”, já em doc. lat.-barbaro de Hespanha no sec. X: faza, fascia, in Revue Hisp., VII, 330 e 345. [2] Em um foral trasmontano, 1196 (apografo): “ganatum pascat omnibus partibus in sua faceyra de ipsa dicta villa” (da villa do Souto), Leges, p. 503. [1] ‘Quasi o mesmo que veiga’, Tras-os-Montes, RL, V, 88. [2] Adj.: “quatro cabeçaaes, e hũu delles laurado, e dous faceiros” (‘lisos’?), sec. XIV, Rev. de Hist., II, 50. = Facil, Algarve, RL, VII, 123. [1] Sec. XVI, AHP, III, 189 (doc.). [2] facellidade: Sec. XVI, Doc. para a hist. da typ., I, 7. NB. Sobre facèl (facell) pop. “IIas mantas facenzales”, 1078, D. et C., n.º 557. 1522, AHP, II, 388 (ffachas). Ined. Ac., II, 489. [1] Por ‘farol’, sec. XVII, muitas vezes na Antiguidade da S.a de Nazareth, de Britto Alão: sirvo-me da ed. de 1684, por ex. fls. 1. 86, 87: “este facho serve de avisar muitos lugares e villas, que estão com outros fachos vigiando este”, p. 87. Emprega porem farol noutro sentido: “costumam por sobre os penedos... muitos barris de alcatrão acesos,... fazendo às villas circumvezinhas tambem farol, que de noite parece excellentemente”, p. 165, = ‘iluminação’. [2] ‘Roubo’, RL, XII, 97. [3] e facha. De *fasculus, *fascula: por fasciculus, cf. pisculus – pisciculus: Rev. l. rom., LI, 268-269. ‘Facho grande’, RL, XII, 313. [1] (ch, não x) ‘Feixe de palha-milha, quanto se póde abranger com a mão’, isto é, “com a chave da mão”‘. “Muitos fachucos fazem uma facha”, Penaguião. De feixe? [2] ‘Archote’, Rio-Frio (Tras-os-Montes). De facho. O povo emprega facil como adverbio: “póde aparecer, muito facil”, Beira-Alta. [‘Faca pequena e velha’.] Vid. Gram. tiras “formação de palavras”. = ‘Fado’: “Milhor sejão suas fadas / Do que foi a fada minha.”, Crisfal, p. 49. Vem de fadista, e este de fado. Uma cantiga de Baião o diz: “Sou do fado, sou fadista, | Meu gosto é fadistar; | Quando estou ao pé das moças, | Regala-m’as conversar.” Como ‘canção do fadista’ só apparece na lingua escrita na 1.ª metade do sec. XIX: A. Pimentel, A triste canção do Sul, 1904, p. 9. Sinonimo (menos vulgar) de fado como ‘canção do fadista’. A. Pimentel, A triste canção do Sul, 1904, p. 43. (ir-lhe ao ‒, a alguem) ‘Ir-se ao costado’, Tras-os-Montes, RL, V, 88. Vid. cascalho. [1] Festgabe f. Mussafia, p. 491. [2] Cf. prov. mod. faio < lat. fagia, Thomas, Essais, p. 81. ‘Campo de faias’, Açores, RL, V, 219. ‘Cambado’, RL, XII, 97. ‘Terra baixa e chã’, Açores, RL, V, 219. = Feijão, Fornos de Algodres etc. ‘Arma antiga’, Alemtejo, RL, II, 43. Vem num soneto do Bocage ao Dr. França. [‘Cacho de uvas’. Gaipeira, ‘dispositivo rudimentar para colher os gaipos nas latas’, Amares. Vid. cabeça.] ‘Faro’ (dos cães etc.), Jarmelo (Guarda). [‘Fáro’, Obidos.] ‘Pessoa bem posta’, RL, XII, 97. [1] ‘Bolo de castanhas’, RL, XII, 97. [2] Sec. XVI, Lamego: Ineditos, I, 554. [3] Etymo (Moreira), RL, IV, 267. [4] ‘Feita de castanhas cobertas com folhas’, Beira-Alta. “Será uma falada”, Beira Alta = ‘faremos cousa de que teremos muito que contar’. [1] “fallou e disse”, Esopo, 77. [2] ‘Ter relações amorosas’, Valpaços, RL, II, 257. [3] (transitivo) “falo isto”, Cioso, IV, i, p. 131. [‘Falar muito’: “Que estás para aí a falazar?”, Abrantes.] ‘Fatia de pão’, Alandroal, RL, IV, 64. O falco não será germanico: A. Thomas, Romania, XLI, 456. “Em Cabeça Gorda | ‘Tá um santo só: | É de pá’ d’azinho | Falcado á inxó.”, Alcoutim. ‘Tudo que da comida se tira com uma dentada’: “um falco de maçã, de carne, de pão”, Albergaria-a-Velha. “falcoeiros, e outros que de fazer aves tinham cuidado”, F. Lopes, Cron. de D. Fernando, prologo (Ined., IV, 124); apud RL, XIII, 199. “falcoeiros de besta”, “de cavalgadura”, ib. “faldras da tenda”, Linhagens, sec. XIV, 199. ‘Liteira, serguilha’. Ou faldra? ‘Fralda’, Melgaço, RL, VIII, 58. *fallescere, inch. de fallere, ‘cahir’. ‘Meigo’, Tras-os-Montes, RL, V, 89. Cfr. folgazão. ‘Pedra arredondada, de lousa, que entra no jogo do chito’, Alandroal. No Museu Etn. NB.: Falha é termo especial do jogo; as lousas, consideradas em geral, chamam-se lages. “boroa e leite falhoa”, Eluc., s.v. vida. Diz-se do fructo que não chegou á maturação, Algarve, RL, VII, 123. [1] ‘Defeito’, Textos Arc. 2, p. 58: fallec-i-mento, por assimilação. Cfr. gall. requirimento em Diego, p. 192. [2] No Leal Conselheiro, cap. 27, Textos Arch. 2, p. 58. O i resulta de cruzamento de fallimento ‘morte’ (Viterbo, Elucid.) + fallecimento, pois que por outro lado fallimento (de fallir, ‘faltar’) e fallecimento tem tambem a ideia comum de ‘falta’, mas o gall. tem requirimento. Vid. tiras, -mento. [1] Viterbo (êrro). Cf. Pidal, Leyenda, p. 441 - para rever-. Vai nas Observações ao Elucidario. [2] “tam gordo, que nam pôde teer em aquella lide senam huũa falifa delgada e huũa vara na mão”, Linhagens, p. 267. Cf. hesp. alifa, ‘cana’. Erro em Moraes e Viterbo: vai nas Obs. ao Elucidario. ‘Fagulha’, Valpaços, RL, II, 257. Vid. fulmega. ‘Fallar muito’, Algarve, RL, VII, 123. RL, XIII, 222. ‘Cortar a madeira o carpinteiro com o machado’, Alemtejo. ‘Acto de falquejar’. ‘Falita’, Meyer-L., Einführung, § 104. [1] “falta-me ainda por saber como devo haver-me”, Bernardes, Pam, II, 55. [2] “Não me faltava mais nada!”. [1] ‘Fallar sem tom nem som’, Obidos. De fallar + -uc- ou -oc- (cf. Caturra fallocar). [2] ‘Fallar continuamente’: “estão para alli a fallucar”; “vae a fallucar sózinho”, Obidos. ‘Negaças, momices’, Tras-os-Montes, RL, V, 89. [1] ‘Fome’, Esopo, 77. Ined. d’Alcob., I, 135, 142, 146, 162. “Sobre todos vem doença, | Sobre todos vem tal fame”, Canc. de Resende, I, 184. [2] ‘Fome’, Melgaço, RL, VIII, 58. ‘Familia’, Algarve, RL, VII, 123. [1] = Familia, Algarve, RL, VII, 123. Alentejo Alto (Nisa por ex.). “Està ali muita famila”: ‘gente’; “a minha famila” (pais, filhos, etc.). 1) ‘familia’; 2) ‘qualquer ajuntamento de gente’; 3) ‘gente’. Alandroal, RL, IV, 64. É fórma litter., senão seria -elha, pois o i do lat. famĭlia é breve. O mais importante é o lh, pois o i póde explicar-se como em Meyer, I, § 80. Pop. familha é moderno. [1] 1518, AHP, II, 355 (“tres fanões”, ‘moeda’). Vai nas Obs. ao Eluc. [2] “fanõeis de prata, que é moeda de um lugar que se chama Onor”, 1511, AHP, II, 423 (India). Vai nas Obs. ao Eluc. “trazer ou pôr coisa à ‒”: ‘pô-la mal, desageitada’, Tras-os-Montes, RL, V, 59. ‘Sem importancia, sem conceitto’, Algarve, RL, VII, 123. “ ‒ de pinheiro”: ‘agulha de pinheiro’, Guimarães. ‘Medida de quatro alqueires’, Trancoso, RL, V, 172. [1] Medida ainda usada em Villa Real de Tras-os-Montes. [2] ‘Medida de quatro alqueires (trigo, centeio etc.)’, Fozcoa. Caturra traz fânega. Mas em Fozcôa é -éga; cf. hesp. fanega (i. é fanéga). Em Fozcoa: “A maior cepa para Maio (por ser frio) | A maior fanéga de pão | Para o S. João (por ser o mês de mais trabalho, e ser preciso mais pão, ou por os dias serem maiores e comer-se mais)”. ‘fanfarrão’ no Caturra. Formação regressiva da fanf-arr-ão: cfr. A. Levi, Zs., XXX, 677. Do hesp. Quanto ao hesp., viria da Italia, de *fanfaro ampliado com suffixo: Levi, Zs., XXX, 680. Rimas Sonoras de Simeão Antunes, Lisboa, 1731, p. 1. ‘Lugar, em um mercado, para venda de cereais’, G. Barros, II, 156. (pron. fangoéro) ‘Varapau parelho’, Alemtejo, RL, II, 33. (ling. com.) ‘Habitantes de Fanhaes, concelho de Pederneira. Por *Fanhaeiros. ‘Cordel para deitar o pião’ (B. Douro). Vidé baraça. O mesmo que panôrra (‘pião tosco’), Felgueiras de Moncorvo. ‘Fragil’, Algarve, RL, VII, 123. ‘Aquelle a quem se afigura tudo facil’, Tras-os-Montes, RL, V, 89. Fem. Entremês de cordel O Bruxo ponto, Lx., s. d. (séc. 18), p. 8. [1] ‘Vaidade, presunção’, sec. XVI. Vid. lução. [2] CR, I, v. 8; I, 360, v. 11; 379, v. 4; II, 315, v. 83, etc. [3] ‘Phantazia’. Tambem se diz assim na ling. pop. portuguesa; no dialecto de Santander fantesia (vid. P. de Mugica, Dialectos castellanos, I, 3). ‘Homem pouco activo no trabalho, molle no andar, brando, preguiçoso’, Alandroal, RL, IV, 64. [1] ‘Bainha de couro ou de lata, em que se leva uma faca no bolso, já como defesa, já por qualquer outro uso (por ex. os boieiros para, em caso de urgencia, cortarem as cordas em que conduzem os barcos, para os bois não irem ao rio)’, Baião. [2] ‘Bainha de coiro para trazer as facas no bolso’, Baião. Hesp. ant. (Cid, 3229) será formação regressiva tirada do futuro (Gassner, Ltbl. f. r. u. g. Ph., 1914, p. 200, col. 205). Tambem é o que eu creio do português (farei, faria: só aqui). [1] ‘Peso de 18 arrateis’: Moraes tem com c; Caturra tambem. Faraçola, sec. XVI, AHP, I, 278 rep. De Cochim. [2] ‘Peso da India’, 1511, AHP, II, 423. ‘Muita espuma, farófia’, Tras-os-Montes, RL, V, 89. ‘Com faramalhas’, Tras-os-Montes, RL, V, 89. ‘Qualidade do faramalheiro’, Tras-os-Montes. RL, V, 89. ‘Trapaceiro’, Tras-o-Montes, RL, I, 211 (G.V.). [ou frangulho.Vid. poupa.] Arc. ‘Interprete, guia, etc.’, Moraes. Do all. Herold; hesp. faraute, cat. faraute, faraut etc. Schuch., Zs. de Gröber, XXVIII, 131. ‘Qualidades do farçola’, Tras-os-Montes, RL, V, 89. [Vid. trem. Obidos.] 694 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes |
Centro de Linguística da Universidade de Lisboa | Grupo de Filologia |