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Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos156 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes [1] “Já quando”: ‘alguma vez’, Nobiling, Guilhade, p. 31, v. 174. [2] “Já que”: ‘alguma cousa’, Nobiling, Guilhade, v. 174. [3] [1) Junto a um verbo no preterito ou no futuro, indica que aconteceu ou acontecerá uma cousa que devia acontecer: “F. já veio”; “quando desejares, já lá estarei”. 2) Junto a um verbo no presente indica proximidade futura: “Já lá vou”.] [4] Diz-se affirmativamente d’aquillo que está ou estava para acontecer, p. ex.: “F. já morreu?”, “F. já chegou”. Ainda diz-se negativamente nas mesmas circ.: “F. ainda não morreu?”, “F. ainda não chegou”. ‘Jamais’, Esopo, 81. pl. jans. ‘Ser mythico’ (Sul) < > astur. xana < Diana: Pidal in Romania, XXIX, 376. Varias ling. romanicas: Romania, XXXIV, 201 (interessante). Em toscano ant. jana: Romania, XXXV, 112. ‘Planta, de folha comprida’, sec. XVI, Valentim, Ilhas, p. 43. Cf. jaro. ‘Especie de sulco circular feito no extremo de qualquer vasilha (pipa, pipo, etc.), onde encaixa a fundagem’, Cadaval. “jaca leve”, Sec. XVI. Bern., O Lyma, p. 99 (Moraes cita, mas não o lugar.) [1] O pronunciar-se em Tras-os-Montes com j é prova da antiga pronuncia hesp. jácara. [2] Aos textos de Moraes adde: D. Francisco Manuel de Melo, Cartas Fam., carta II, p. 519, ap. Th. Braga, Hist. Poes. Pop., II, 461. “on trouve quantité de crocodiles dans les étangs & les rivieres de cette isle [Madagascar]; les habitants les appellent Jacaret”, Dellon, Nouvelle relation d’un voyage fait aux Indes Orientales, Amsterdam, 1699, p. 33. ‘Jacaré’, Avis, RL, IV, 230. jácaro Como adj. ‘Estylo’: “estil jácaro”, D. Francisco Manuel, Cart. Fam., carta II, n.º 73, ap. Th. Braga, Hist. Poes. Pop., II, 461. “Já o mar não leva agoa, | Leva folhas de jacé…”, B. Alemtejo: Tradição, III, 14. ‘O que seguia a jacobéa’, palavras do sec. XVIII. Vid. Revista de Historia, I, 110. Vid. jacobéa. Nome de uma ave: “Atirei no ar ao jáfo | E o jáfo não morreu: | Inda m’agora stou rindo | Das voltinhas qu’elle deu!”, Baião. m.; Jagozas, f. Nome que no concelho de Mafra dão aos homens da Ericeira, posto que pertençam ao mesmo concelho. S. Martinho de Mouros. Sec. XIV, I.Ac., IV, 592. “hũa medida antiga pequena, que he chamada jagunda”, ib. “e comecei de roncar como um jayão malandrim”, Fr. Simão Antonio, Oraç. Acad., I (1723), 147. (adj.) ‘Que está sem comer’, Esopo, 82. Pera-jalapo, ‘malapios’, RL, V, 174. No anuncio de uma costureira, impresso, s.d., dos começos do sec. XIX, Lisboa. No Museu. como em mirandês, ‘colete’, Tras-os-Montes, RL, I, 213 (G.V.). ‘Casaco curto’, RL, XII, 103. Em frase. Vid. Jou. = Já alli, Vimioso, RL, II, 106. Para se comprehender como jamais vem a significar ‘nunca’, cfr. fr. “Qui vos a mort ja mais ne l’amerai”, Chrestom. de G. Paris, p. 61, v. 387 (= ‘já não o amarei mais’). [‘Presunto pequeno’, Penaguião, J. Moreira, Estudos, I, 188.] ‘Pau curto de trazer na mão, geralmente de sobreiro, com um furo em cima para passar uma correia e elle poder andar pendurado do braço’, Tarouca. Ouvi a um homem de lá, que vive no concelho de Penaguião. Cf. o cacete de outras terras. Cf. fr. jambe? ‘Pau torto, mal geitoso, para bater em alguem’, Moncorvo. ‘Zambujeiro’, Algarve, RL, V, 245. Vai nas Ementas gram., n.º 33. [1] ‘Jogo das pedrinhas’. Joga-se como na Beira; joga-se com manjolinhos (seixos) rolados: “jogar o jancro”, Mertola. [2] ‘Seixo rolado, jóga’, Beja. Adj.: “sardinha janeira”: ‘que se pesca em Janeiro, e é fraca’ (Extremadura). Vem de *ienuarius (cfr. lad., it., fr., prov., cat.) ou de ianuarius? Cfr. Cl. Merlo, Stagioni, p. 99, que deixa indeciso o problema. Para juntar o adagio: “A mulher janeleira – uvas de parreira’. ‘Postigo’, RL, XII, 103. ‘Pessoa reles’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. ‘Janotinha’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. ‘Genovês’, sec. XV, cf. Peragallo, Colon. ital. in Port., p. 5. De João (i. é Joane) + -ota, com o tipo apelativo de -a: L. Spitzer, Epizöne, p. 92. ‘Contribuição: o gasto para sustentação do rei e sua comitiva quando visitava as terras do reino’, Mon. Lus., V, 53. ‘Java’. Rp., sec. XVI (Jaaoa): Rev. de Hist., I, 108. adj. ‘Do Japão’. Aos exs. de Moraes junte-se: Arte breve da lingua japoa, titulo de uma obra do P.e João Rodriguez, do sec. XVII, cit. por Jordão, Subsidios, p. 42. Noutra obra do sec. XVII, cit. pelo mesmo Jordão, p. 51: “com a declaração em portuguez e em japão” (subst.), “como os mesmo Japoens irmãos” (subst.), p. 60; “he obra de que os nossos se ajudarão muito, e ainda os Japoens” (subst.), p. 62. “alfabeto japonico”, sec. XVII, ap. Jordão, p. 63. Vocabulario portuguez-japonico, titulo de uma obra do sec. XVI, ap. Jordão, Subsidios, p. 64. Miranda: Portugalia, II, 376. = Ja que: ‘algo’. Cf. D. Carolina in Zs., XXV, 675, 1.ª obs. critica = ‘etwas’. Vid. firmal. [1] Fr. jaquette e jacque. Hist. em Conde de V.ª Franca, D. João 1.º e a all. ingl., 129, nota 1. [2] ‘Peixe’, R. l. rom., LVI, 204. ‘Orgivão, planta’, Albergaria a Velha. [1] “Temos muito que jardar”: ‘que fazer’, Outeiro de Espinho (Mangualde). [2] “Andar a jardar”: ‘andar para um lado e para o outro sem fazer nada’, Castendo , 1896. [3] “Que tens que jardar?”, Mangualde. Vem directamente do fr., por causa do j- < g-. (Tojo ou mato ‒ ) ‘Grande, aspero, bom’ (só a respeito de mato ou tojo), Cadaval. ‘Lavrador de poucas terras’, Ponte de Sôr. [1] ‘Jasmim’, Moimenta (Tras-os-Montes, Norte). [2] ‘Jardim’, Chaves, RL, III, 63. [1] Fallando-se de um sacristão, nuns versos de cordel (1907): “E sabe tão bem da póda | Que já não precisa o jarra | Dizer-lhe…”. Termo de giria por ‘um velhote que veste à antiga’, Dicc. Contempor.; cfr. jarreta. [2] ‘Jarra de mão, para flores para os altares’, Evora. Ouvi, e trouxe exemplar para o Museu. [1] ‘Bilha’, Açores, RL, V, 220. [2] Hesp. jarro, cat. gerro. Do arabe. “ordem da Garrotea d’Imgraterra”: ‘jarreteira’, sec. XVI, AHP, II, 410. ‘As pancadas com o jarundo’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. ‘Bater com o jarundo’, Tras-os-Montes, RL V, 94. ‘Cacete grande’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. ‘Arma’, sec. XVI, AHP, I, 95. Não vem nos diccionarios. ‘Fugir’, Alandroal, RL, IV, 65. Calão? ? ‒ CR, III, 258. ‘Caibro forte’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. [1] “D. Affomsso de Portugall, jazendo pera se sayr deste mundo”: ‘estando’. Souto, p. 285. [2] jaço rima com paço e faço em Chiado, ed. de Pimentel, p. 32. Açores, RL, V, 220. ‘Jazigo’, Alandroal, RL, IV, 65; VII, 245. = jejuar, na Ilha Terceira. “Ir em jejúas”: ‘ir em jejum’, Zeive. Ouvi lá. Cf. J. Moreira, Estudos, II, 74. Vai num art. que escrevo para a Rev. de Arqueol. de Cordeiro de Sousa. = Janela, CR, II, 424. Pop. jinela. “Sellas jenetas” (como adj.), sec. XVI (1503), AHP, II, 353. [1] = Jantar, Algarve, RL, IV, 335. Baião. [2] Hesp. ant. gentar in Fuero d’Avilés, p. 158. m. ‘Barco de pesca, açoriano’, Portugalia, I, 836. Creio que é jasmim. Cant. de Lousada: “Eu não tenho pai, nem mãi, | Nem quem se dôia de mim: | Sou filha das tristes hervas, | D’aquelle claro jermim.” [‘Dizem que os jérmos estão caros ou baratos, quando os cereaes, legumes ou vinho se vendem por alto ou baixo preço’, Obidos.] Ling. comum. Como adj.: “Gramatica filosofica da lingua latina… por Fr. Diogo de Melo e Menezes, monge jeronimo do R. Mosteiro de Belem”. Cf. bernardo, loio, mas franciscano (tambem há francisco?), agostinho. ‘Almotolia’. Gerula, Cornu, § 4, que remete para CM, p. 612. ‘Criança miuda de corpo’, syn. gasguita, Fozcoa. Sec. XV, AHP, II, 198, se não ha erro, pois alterna com jazigo. (a-i > e-i) ‘A chila do Norte (de abobora, para doce)’, Alandroal. ‘Janella’, Tras-os-Montes, RL, II, 106. Trancoso, RL, V, 172. [Calão? “Estou-me na jinga”. Vid. “estou-me mirando”. Exprimem o mesmo pensamento. Obidos.] ‘Bamboleio no trapesio’, ou jinglorão, Tras-os-Montes, RL, V, 94. ‘Jungir’, RL, XII, 314. Como insulto, RL, IV, 276. “Minha pera joanica, | Comida dos canarinhos (de canario! Mas os canarios não comem pera!) | A quem destes os abraços, | Da-lhe tambem os beijinhos.” Campos & Oliveira, Mil trovas, n.º 770. ‘Dinheiro’, Beira Baixa, RL, II, 250. Cf. I, 35. ‘Um pobre diabo’, Beira Baixa, RL, II, 290. ‘Restos miudos de palha que ficam com o trigo’, RL, XII, 314. ‘Joalheiro’, sec. XVI, ms. Do asse da Acad. das Sc., fl. 36 (joeyros). “doce joel”, CR, III, 16. Vid. tacôila. A ser exacta a explicação que Schuchardt in Zs. de Gröber, V, 314 n., dá do fr. arch. rubeste e do it. rubesto, por metathese dos elementos de rebustus (< robustus), podia tambem explicar-se o portugues joelho por metathese de geolho. [1] “Joga do rio”, ou ‘seixo redondo’. Subst. verbal de jogar; cf. galga, de galgar. [2] ‘Pedra redonda e lisa como o gogo’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. [3] Jogas: ‘Pedras mais pequenas que os fites’, T. de D. Chama - Aguieiras. Vid. fite. ‘Pechada com uma joga’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. “Joga ao trinta e um”, Alemtejo. “fazendo muitos jogos e muitos joglares cõ estormentos tangendo”, Josafat, p. 7, l. 11. Cf. hesp. juglar, ‘pertencente a jogo’. ‘Seixo boleado’, Tras-os-Montes, RL, I, 213 (G.V.). Pl. jôgos. CR, III, 652. No Onomastico de Cortesão ha nomes de homens: Jugrar e Jugrall, sec. XIII. Cf. Lições de Philol., p. 506. ‘Certa herva’ (semeia-se). Differe do jôio, Baião. “jooas”, 1524, AHP, II, 415. Com o (joyzes rep.), sec. XIII, O Instituto, XLVI, 945, etc. [1] “Jolda de caçadores”: ‘quadrilha’, Alemtejo, A Tradição, I, 46. Cf. choldra. [2] ‘Rancho de caçadores’, Serpa, A Tradição, II, 23. [3] ‘Ajuntamento, grupo’: “Ali perto a jolda dos serviçaes”, Silva Campos, Noites de Vianna, I, 29. [4] ‘Conjuncto de pessoas’, Algarve, RL, VII, 245. [5] “Andar de – ”: ‘andar de sucia’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. Caça. ‘Caçada emprehendida só com cães proprios, que levantam a caça miuda’, M. J. de Campos, A Tradição, II, 171, Serpa. 156 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes |
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