|
|
Menu principal Powered by <TEI:TOK> |
Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos544 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes [1] “estar a-la-mira”, sec. XVI, Cruz, Chron. de D. Seb., p. 201; “estando a-la-mira”, p. 244. [2] Em “sobre la carreyra”, 1265, Diss. Chron., I, 287, o la é só aparente, por *sobella, especie de correção. Cf. sobola em Camões. Interpretação etimologica, semelhante a todos los. “Sobrelha auga”, 1319, ib., p. 304. [3] “a la fé”, CR, I, 65. [1] “Vamos lá!”. “Isto está bem? ‒ Vamos lá” = ‘póde servir, é regular etc.’ [2] ‘Por ventura’. “Ele vai-te lá!”; “ele é lá de cerimónia!”. “Trago a licença, trago. Vinha lá sem ela!”: ‘cuidas que vinha sem ela!’. Vid. Ementas, n.º 91 na RL, XXXIII. [3] “Lá porque tu me queres mal, | não me verás descontente…”, Manuel de Moura, Alecrim do Norte, Porto, 1928, p. 34. = ‘Nem por tu me quereres mal’. Ementas, n.º 91, b. [4] < > ‘Não’. “Eu faria lá isso!”, ‘não’ com admiração. [5] “Aos empregos do adverbio lá mencionados nos Estudos da lingua portuguesa pode juntar-se aquele em que essa palavra tem aproximadamente o valor de quanto a, relativamente a, como nas seguintes frases: “lá isso é verdade”; “lá que os filhos não tem culpa dos erros dos pais é certo”, J. Moreira, Correio do Norte, n.º 741. ‘Lã’, Esopo, 82. [1] Diz Schuchardt que é erro dar-lhe como etymo lat. lapathium, e que deve ser lappaceum, Zs., XXXIII, 348, n. 1. Mas os -pp-? [2] Rev. l. rom., LI, 272. [3] ‘Lábia, cantiga’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. [4] Não de lapăthium ‘labaça’, mas de (herba) lapathea, adjectivamente, como *pinea etc. Cfr. “Lapatei, genus erba…” nas Glosas de Reichenau, Zs., XXX, 52 e Hetzer, p. 20 (Beihefte à Zs.R.Ph., tenho). ‘A mulher que tem labaça’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. “Fazer labarito”: ‘barulho’, Beja. De labyrinthu + -ito. = Lobishomem, Algarve, RL, VII, 245. ‘Gabinardo’ em Castro Laboreiro, Portugalia, II, 373. De liberté fr.? = Lobishomens, Alemtejo, RL, II, 20. ‘Lavoura’, RL, XII, 104. Julio Moreira, Estudos, II, 272. “Perde-se debaixo das sobreiras muito labor”, i. é, sementeiras, etc., S. Tomé (Baião). ‘Seiva’, no concelho de Viseu, EP, II, provincia, rossio. Vid. leborinha. [“Aqui notarei que em outros logares da mesma serra (da Estrela) ha umas pastagens que são constituidas pela festuça ovina, e a que dão o nome de laborinho. Esta palavra parece resultar do adjectivo leporinus, derivado de lepus, -oris, a lebre, e designaria particularmente hervas ou pastos preferidos pelas lebres, que portanto deveriam abundar naqueles sitios.”], J. Moreira, Questões n.º CXVII, Correio do Norte e Estudos, II, 272. ‘Vergueirada’, RL, XII, 104. ‘Roubar’, RL, XII, 104. = Lambuça, Algarve, RL, VII, 245. = Lambuçar, Algarve, RL, VII, 245. [‘azelha num dos extremos da baraça’, Guimarães. Vid. baraça.] ‘O mesmo que chapaçal; atoladeiro’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. ‘Presunto’: “lacões de Lamego” no Agiologio Lusitano, III, 100, de J. Cardoso. “32 alquices de lacar largo”, sec. XVI, AHP, I, 205. Aqui não é lacre. Não vem em Moraes nem Caturra. ‘Certa armadilha para apanhar passaros’, Grandola. ‘Latitude’, Esmeraldo, p. 164. ‘Ledice’, S. Graal, 4. [1] “transladado de grego em ladinho” = ‘latim’, cod. incompleto, sec. XIV, emprestado à BN em 1921, Abril. RL, XXV, 46. Vai nos Opusc., IV, ad A. Pimenta. [2] ‘Latino’ = ‘romanico’. “leeo per livros de latynos e de toda lingua ladinha”, Leal Conselheiro, p. 168, e vid. nota de Roquete. Vai nos Opusc., IV, ad A. Pimenta. [1] Origem: Panorama, III, 222. [2] ‘Romanço’: “Mosem Martim foi ao outro, e disse que lhe parecera Barca de Castella, porque lhe fallaram ladino”, Azurara, Chronica do Conde D. Pedro, Ined. de Hist. de Port., III, 390. Vai nos Opusc., IV, ad A. Pimenta. [1] 1) Fem. de ladrão. 2) O mesmo que ‘viga’, Alvações. 3) ‘Vara com uma racha na extremidade para roubar uvas ou frutas quem passa num ermo perto de um campo’, Beira, Tras-os-Montes. [2] ‘Vara para roubar as uvas’, RL, XII, 104. ‘Taipal para formar caixa nos carros’, Castro Laboreiro. Vid. carro. Etim. lateralis, pois que a taboa ladeia o carro. (O Caturra pergunta se é corrupção de lado! Que senso etymologico!) = Ladrão, Esopo, 82. Assim dizem em vez de ladrilhado, apesar de dizerem ladrilho, Vila Pouca d’Aguiar. “Carne ladrilhada”, por “carne lardeada”, Tras-os-Montes, RL, I, 222 (G. V.). ‘Ladrilho de tejolo grande e quadrado’, Avis. [1] Nominativo? Na Suiça: “lār valeur remonte à l’ancien nominatif latin latro, conservé sous l’influence de pater, mater, frater et des nombreux mots en -ator”, Bullet. des patois, I, 67. Vid. outro verbete. [2] “Piolho ladro”, de lado < latus. Vid. ladilha nestes verbetes. N’A familia do Antiquario, Lisboa, 1773 (comedia de cordel), p. 31, col. 2. [“Ladroice ‒ Na casa de sr. Bernardino Ramos, negociante em Barrozellas, foi encontrado, na noite de sabbado, um gatuno “de golpe”, conhecido pelo “Satanaz”, o qual se havia introduzido alli para roubar ou levar mais longe a sua audacia…”], A Aurora do Lima, 10-XII-915. = Ladrão, Esopo, 82. ‘Ladrão’. “Oh! que lafrau!”, Baião. De (sa)lafrario? ‘As ramellas e humidades que se accumulam nas palpebras’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. ‘Os que criam muitas lagânhas’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. [1] Actos: vid. méixa. [2] De azeite, e de vinho, Arganil. [3] * lacare: de lacus. ‘Tina onde se pisavam as uvas’, Tibullo, II, v, 86. [4] Lagar d’azeite: vid. azeite. [5] Lagar de azeite ‒ onde se usa: “lagar do azeite”: Barcelos; “lagar de azeite”: Macedo de Cavaleiros, onde a lagareta faz parte, Evora, Castelo-Branco, Taboa, Mação, Santa Comba Dão, Chaves, Elvas, Bombarral, Obidos. Vid. lagretõu. [-as. Alcunha dos povos do Ribeiro, na freg. de Castro Laboreiro.] ‘lagartixa’, no Agricult. instr., p. 99. Bem o j? Do hesp.? [1] “50 lagartixas e pilicanos” (conta de um almoxarife), sec. XVI, AHP, IV, 79. [2] Parece ser peça de artilharia: “49 bombardas e lagartixas”, sec. XV (fins), AHP, I, 99. Não vem nos dicc., nem acho em hesp. [1] (Fig.) ‘Mariola’, Açores, RL, II, 54. [2] Para o estudo da expressão cobras e lagartos, cfr. “lagarta das maas lingoas” em Uma carta inedita de Camões de Xavier da Cunha, p. 12. ‘Lagarticha’, RL, XII, 104. [1] “366 lageas pretas”: ‘lousas’?, sec. XVI, AHP, IV, 79. [2] “de 2900 lageas e de 1953 lanças”, sec. XVI, AHP, I, 207. Parece termo de armadura. Não vem nos dicc. ‘Lage achatada e nascidiça’, Nisa. [1] Se lage é o primitivo, lagem é analogico com os nomes em -em. [2] “Amaro da Lagem”, sec. XVIII, O Foguetario, cap. I, est. 1.ª. Já Caturra. [3] A nasal é antiga. Cf. lagenosa no sec. XII nas Dissert. Chron., III-ii, p. 54. [4] Em M. Bernardes, Pão, p. 147, t. I. [5] “puseram um engenhoso ferro ás soldaduras das lagens…”, Camillo, Vinte horas de liteira, 2.ª ed., p. 110. Gomes Leal, Claridades, 1.ª ed., p. 217. Britto Alão, Antiguidade de N. S. de Nazareth, 1684, p. 74: “em hũa grande lagem”. [1] Est. de Phil. Mir., I, 123. Cf. Cornu, § 31º (já na 1.ª ed.). Não explica exactamente isso em explicações mais gerais. Vid. E.P., geogr. [2] Do lat. lacūna. O ū devia manter-se, mas deu ô, porque o raro -una foi substituido por -ona: vid. Meyer, I, § 67 (ao pé do fim). Não expliquei assim na Phil. Mir. Fem. de lagão. [3] Sec. X: lagona nos Dipl. et C., p. 8. [4] ‘Poça larga em meio do rio Douro (na margem), durante o Verão; a agoa encova ali’, Baião. Vid. vbts. geogr. Fem. de lagão. [5] ‘Agoa empoçada ao pé de um rio ou ribeiro (a qual fica) depois do decrescimo das cheias. Maior que poça’, Baião. ‘Agoa empoçada em meio de um caminho (Tolosa) ou um terreno (Braga?), provinda de chuvas’. ‘Lagarto’, Cuviçaes (Moncorvo). [1] De lodo, por influencia de olmeiro: “A Castro” in RFE, VI, 343-344. [2] ‘Planta como o vime’. Será lamegueiro (metat.)? Não deve ser, porque lamegueiro = olmeiro. *lacusta = locusta. Infl. de lacus. Meyer-L., Einführung, § 142. Linhagens, p. 282. [‘Lagaretão; é um dos tanques do trabalho do couro’, Guimarães.] Não aparece no CA, diz D. Carolina, Menina, I, 274, nota. “pôs o dedo no lagrimall de um olho”, Linh., p. 353. ‘Charco’. Ouvi no concelho de V. P. d’Aguiar, na f. de Gaivães (Povoação), 1895. Fórma curiosa! “Vou lai”: ‘vou lá’, Baião. Não ouvi mas affirmaram-m’o. De lá-hi. (adj.) ‘Espalmada’, Tralhariz. “por laydemento ou nembro tolheyto”, sec. XIV, I. Ac., IV, 604. Do lat. laedēre. Suppõe um verbo *layder, que ainda não achei. ‘Afear’. Nos dicc. (arch.). Cfr. fr. laid; cast. arch. deslaydar. Etym. germ. Vid. Goldsmith, p. 28. [1] ‘Ladrar’, *latreare, flexão láidrão, 3.ª pl. Já do port. *ladrear. Cfr. uivear = uiviar, com ampliamento. Paços de Ferreira. [2] ‘Ladrar’, Guimarães. S. Tomé (Baião). ‘Que tem laiva’, Algarve, RL, 335. ‘Pedreira d’onde se extraem as lajes’, ‘pedras em lamina, que servem para lagear’, Alandroal. ‘tudo he çujo de lagido e pedra’, Esmeraldo, p. 56. ‘Especie de lousa’, Alemtejo, RL, II, 34. “dant… domino terre 16 gallinas de una lama”. O que é? Inquis., I, 61, col. 2.ª, sec. XIII. ‘Lamaçal’, como em Mondim, Almeida (Beira Baixa). ‘Lamaçal’. “o rio… nasce… en huns lamarões mui grandes”, B. de Brito, Geogr. da Lusit., 1597, fl. 6. De lamar-ão; *lamar < > *lamal. ‘Lamacento’: “caminho lamarento”, Pam, II, 126. J. Moreira, Estudos, II, 241. ‘Lambareiro’, Mondim. Nome verbal. ‘Lavareda’. E por metafora: lambarella ‘vento quente’. “A lambarella do lume”, Celorico da Beira. De lambra (q.v.). O lambaruça, ‘vento que faz enxugar rapidamente a terra’, Panoias de Ourique. De lamber. In A Tradição, I, 26. [1] ‘Certa variedade de tijolo’, Alemtejo, RL, II, 22. [2] ‘Tejolo (grosso?)’, Avis. [3] ‘Que lambe’, como mordaz, ‘que morde’ (mordax). “e 2 lambés finos”, sec. XV, AHP, II, 74. ( ‒ de fogo) ‘Labareda’, Açores, RL, V, 220. ‘O mesmo que tabefe’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. [1] ‘Cueiro’. Lambeis ‘cueiros’, Avis. [2] Pl. lambeis = ‘cueiro, -os’, Avis. [3] Pl. lambees, sec. XVI, AHP, IV, 80. “lenço (no sentido de panno em geral. Cf. em Moraes) nem muito grosso nem delgado, e lanbens, .s. hũa roupa feyta com mantas d’Alemtejo”, Esmeraldo, p. 111. Cf. lambel em Moraes. “501 lambes de mazona, e 10 painas, e 6 bacios machos, e 51 caldeiras”, sec. XVI, AHP, I, 206: lambés? Moraes traz lambel (panno); será o mesmo. (Mazona não vem em Caturra nem Moraes (nem com -s-). Vid. Vbts. 1509, AHP, II, 353. ‘A rapariga fina da orelha’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. ‘Lambareiro’, RL, XII, 104. [1] ‘Chamma’, RL, XII, 314. [2] Muito mais usada que chamma, Celorico da Beira. [3] ‘Fome’, RL, XII, 104. Calão? = la hambre? e lembreada. ‘Lambareda, algaravia’, Algarve, RL, VII, 245. ‘Ornato do elmo; recorte de panno para enfeite de pavilhões, cantoneira, etc.’ (Vid. Encylop. Portug.) Do fr. E vid. Larousse pequeno. ‘Guloso’, Tras-os-Montes, RL, I, 22 (G.V.). ‘Comida’, RL, XII, 104. ‘Comer muito de pressa’. De lamber. Cf. lambão. Viseu. ‘Homem grande’, RL, XII, 104. “prados, lameirões os juncaes…”, L. Cardoso, Dicc. Geogr., t. I, 49, col. 2. Vai na EP, II, (geografia: flores). [1] ‘lameiros bravios ou pastagens naturais’ (Beira), Girão, Vouga, p. 87. [2] ‘Lamaçal’: “Se á minha porta faz lama, | Á tua faz um lameiro: | Não digas mal de ninguem, | Sem p’ra ti olhar’s primeiro.” Mertola. [3] ‘Campo regado ao pé dos rios’, RL, XII, 104. [4] ‘Terra fresca e abundante de pastagens’, Tras-os-Montes, RL, V, 226. [5] No sentido de Mondim, etc.: “touro çevado em lameyro”, CR, III, 627. Vai na EP, L.º I, geogr. (flora). [6] No mesmo sentido de Mondim: “quinta, denominada de S. Theago, situada na margem direita do ribeiro, a poente da povoação que tem este nome, e quasi no extremo da Cava. Compõe-se de terra de lameiro e horta com muita agua, arvores de fructo e vinha. Tem boa casa de habitação e outras dependencias.” Viseu. [7] ‘Campo só com herva para o gado’, Carragosa, RL, III, 74. [8] Chaves, RL, III, 63. ‘Dinamite’, Coura. *de-namite, n-m, dissimilação. ‘Hervas alastradas dos lameiros e cortinhas cujas folhas se parecem mais ou menos com as da acelga’, Tras-os-Montes, RL, V, 94. [1] ‘Figo lámpão’, sec. XVI, Lamego, Ineditos, I, 558. RL, XI, 12. [2] ‘Lampo’. “Figos lampãos” diz Barreira, Tratado das plantas, taboada das materias (sem paginação), embora no texto p. 207 tenha repetidamente lampo. Moraes cita lámpão tambem. Nas Ementas, 56. [1] “Levar as lampas”. Explicação para lampo = ‘temporão’, e d’aqui a ideia de ‘prioridade’: no Almanaque de lembr. de 1902, p. 133, onde se cita J. Bahia. [2] “Levar as lampas”, RL, XI, 11 ss. [3] “Tirar as lampas”. Na noite de S. João a gente de Minde (Extremadura) “ia em passeio ao Olho da Mira tirar as lampas, isto é, ia pela primeira vez ao grande canal subterraneo (gruta?) depois da invernia… para trazer garrafas de agoa com a virtude do santo… e para ouvir os descantes das moiras encantadas nas alterosas abobadas do soberbo canal”, A. de Jesus e Silva, O Portomosense, n.º 171, 14-VI-1902. [4] “Levar as lampas a alguem”: ‘levar a vantagem a alguem’. Nas Annotações ao Tratado sobre a Unidade da Igreja, de S. Cypriano, trad. de Luis Antonio d’Azevedo, explica-se isto pelo jogo grego lampadedronia, ‘certame de levar lampadas, em que conseguia a vitoria aquelle a quem não se apagava a lampada’. a - bicheiro. b - coia (gorgêta noutros pontos). Moncorvo. 544 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes |
Centro de Linguística da Universidade de Lisboa | Grupo de Filologia |