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Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos1221 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes Soa mê (não éme) em Diogo Bernardes, Flores do Lima, 1770, p. 35. ‘mais a gente’, “má’la gente”. Figueira da Foz. “Má’Maio me mólha, má’Maio me enxuga” (Barroso, vid. Barreiros na RL, Tradições do Barroso, Proverbios). ‘má’. Esopo, 83. ‘males’. Sec. XIV. I. Ac. IV, 584. hesp. hamaca, fr. hamac, não do all. hangmat (Körting), mas de origem americana. Ltbl. gr. Ph. 1907, col. 28 (Lenz). [1] Nome de varias especies, RL, V, 174. [2] no baixo lat. sec. XIII de maçanis et piris, Inquis. p. 12. Maçaeira sec. XII. Maçanéria, sec. XI. Maceeiro, -a, sec. XIII. Os textos mais ant. não têm nasalamento medio. Tambem em hesp. ant.: maçana, mod. manzana. Em Gil Vic., numa poesia pop. mançana (II, 444), talvez por mançãa. É fórma pop., que não consta que se generalizasse. Mattiana > maçãa > maçãa (> mançãa) > maçã (Vai na EP, Liv. I. descr. fisic. flora) “hũua maçaa douro chea dambre” 1522, AHP, II , 387. ‘caixa’? = maçãa provavelmente. É certo. Vai na EP Liv. I, descr. fisic. flora. “4 arrates e meo de maçaba”, 1518, AHP, II, 355. [1] “Les seuls noms indigènes qui aient pénétré en roman sont le port. Macaco... d’où il passa en italien (macacco), en fr. (macaque, d’abord dans Buffon) et en prov. (moucaco).” L. Sainéau, Le Chat. p. 89. O mesmo A. diz ib., n.3: “Cfr. Brehm, I, 67, 131: “Sur les Côtes de Guinée, on désigne tous les singes sous le nom de macak ou macaco;... le nom de maqui, Lemur Catta, provient du cri maké maké! maké!, qui font entendre quelques animaux appartenant à ce genre”. morte macaca : Sainéau ob. cit. p. 96. [2] syn. de ‘astuto’: “locução que era macaco, puramente brasileira, no sentido de astuto, fino; é costume dizer-se: fino como macaco velho”. Romero, Poes. pop. , p. 61. Relacionado por Sainéau com doenças do macaco (Le Chat p. 94, onde o compara com o prov. marmusat “maladif”). ‘especie de maçã produzida pela carvalha mansa’. T.M. RL, V, 96. Idem na Beira. N.B. O nome do cuco entra na designação de outras plantas: fr. coucou ‘primevère’, pain au cucu num ms. do sec. XIV = pain de coucou (Oxalis acetosella, L): Romania XXXVII, 376. ‘pancada da cabeça do pião num objecto qualquer quando se joga’. Alandroal. RL, IV, 66. ‘fazer macadam’. Crime do Padre Amaro, 1880, p.13. [1] Termo da lavoura. RL, XII, 106. [2] ‘pedra em que se bate o linho’. RL, XII, 107. [1] Termo da lavoura. RL, XII, 106. [2] ‘maço de bater o linho’. RL, XII, 107. ‘macieira’: de *maçanaria, ou de maçãa (Zeive) Na EP, Liv. I, desc. fisic. flora. ‘maçãs’. Em poesia pop., mas em ling. corrente maçã. Parada. RL II, 117. Vai na EP, Liv. I, descr. fisica, flora. [1] ‘mechanico’: Repet. – Comprom. de Guim., 1516 (macanicos). [2] Doc. para Hist. typogr, I, 11; II, 1 (maquanico). ‘macieira’ Romania XXVIII, 33. ‘maçã’, Chaves, RL III, 63. Em Moraes; cf. terra maçapez em Frutuoso, Saud. III, 65. [1] “macar que”, sec. 13. Flores de dereyto, p.18, 29 etc. [2] (sem que) Frores de Dereyto p.37. [3] Cortesão, Subsid. Será o mesmo que magar, maguer, em hesp.: Romania XXXIII, 255 ss, e Zs. XXXV, 203, nota. – Pidal. Cid, II, p. 739. ‘bater o linho’. RL, XII, 107. [1] Ha um folheto de G. Viana, que tenho. E vid. D. Franc. Manuel de Mello, Cabala p. 163. [2] Macareo. Corografia caboverdeana p. 133. Portugalia II, 549. “sua etymologia vem da palavra italiana macarroni, que são uns bolos feitos de farinha, queijo, assucar e outros ingredientes agradaveis e saborosos. Consiste (a poesia macarronica) na mistura de palavras de duas ou mais lingoas, formando huma só, nas pronuncias, com medição e harmonia proprias do verso”. D. João da Anunciada, Hist. da litt. poetica port., ms.. da bibl. de Evora, p. 502. Vid. mecê. Obidos. “48 panos maceaces”, sec. XVI, AHP, II, 35, fallando de Moçambique. Inquis. de Afonso III, p. 420. Vai na EP, liv.I, descr. fisica, flora. [1] ‘arvore das maçãs’: Obidos. [2] ‘macieira’, Coura: Cant. pp.: “Minha maçã vermelhinha, | vermelhinha na maceira”. Vai na EP, liv. I, descr. fisc, flora. [1] ‘caixa feita num tronco de nogueira, para guardar a carne de porco (pás, presuntos, etc.)’. Celorico da Beira. [2] ‘gamela de madeira, estreita, de 2 m. de comprido, onde os animaes bebem, ou comem travías.’ É portatil. – Alandroal. [3] maceirões ‘grandes gamelas de madeira para as reses beberem agua’. Alto-Alentejo. Portugalia. I, 546. [1] por *mascella (mascula): Not. Vicent., IV, 224, n.6. [2] macella. Em G. d’Orta, ap. Cortesão, marcella e tambem na ling. pop. Podem propôr-se 2 etimologias: 1) matiana, cf. mir. maçane̬lha (= hesp. manzanilla?); 2) *amaricella, cf. it. amarella de amarus. Zs. XXVII, 124. No 2.º caso teriamos: *a-marcella com apherese > marcella > macella, com assimilação, de r a ç. No 1.º caso o r proviria de et. pp. de março. Nome injurioso: ‘vadio sem caracter’. B. Baixa. R.L.II, 250l. Vid. malho. etym. : Limia n.º 7-8 (1911), p.110. [1] no pl. macha-femeas, sec. XVI, AHP, I, 202 (‘dobradiças’). [2] machafemeas “huũ tavoleyro de marfym marchetado com duas machafemeas de prata metido em sua caixa de couro de bainheiro”. 1525, AHP, II, 413. [3] machefemea “hũa machefemea de janela” (Regimento dos oficios de 1572 da Camara Municipal de Lisboa, fls. 43). RL, V, 34, s.v. cachear. Vid. mancheia. ‘moitas de urze branca, urso’ (Serpa). A Trad. II, 23. ‘grande porção’, RL, XII, 107. (sem nasal) ‘manchinha, punhadinho’. Alandroal. ‘ouriço que não tem castanha’, i.é, só tem falsas castanhas (B. Baixa). [1] de masculus. Esta palavra deu em romanço origem a vários nomes de animaes: rum. máscur ‘javali’, sard. mascu ‘ariete’ etc. Zs. XXXII, 19. [2] macho, -a. adj. Ex. ovelhas machas; pia macha. Em Guimarães dizem que é bom benzer as casas com agoa benta de 7 pias machas, i. é das pias de igrejas cujos oragos sejam do sexo masculino (S. João, etc.) [3] Vid. burreiro. ‘pisadelas’: “e darlheis tres machocaduras ẽ hũu gral”. Fl. 4 ss. Ms. Nap. Sec. XV. ‘rebentões, vergonteas dos sobreiros sobreiros ou pôlas’: “Cortam os sobreiros, e nascem estas pôlas”, e fazem-se bordões. Ameixial. Deve ser na origem o mesmo que manchôco (C.F.) machôco ‘rebentões, vergonteas’. ‘uma molher com geitos de homem’ (Fozcoa). ‘cabra esteril’. Por extensão: ‘mulher esteril’ ‘figo’. Leote, Arboricult. algarvia, p. 28. Vid. Massiço. ‘arvore da maçã’: Mondim. ‘macieira brava’: “lembro-me de ouvir a um velho há annos, chamar macigueiro a uma macieira brava, a qual era preciso enxertar para frutificar” (carta da Jaca, Celorico da Beira). Macigueiro <> macigueiros que ibidem é o nome da macieira, ou arvore das maçãs. [‘instrumento de madeira para quebrar os torrões que a grade não poude desfazer ao nivelar o terreno sobre a sementeira’ (Obidos).] Vid. panja. “In Carvalio sunt ij. casalia de quibus debent esse mazones”, sec. XIII, Inquis. I, 135, B. Cfr. ib.: “et sunt ibi vij casalia de quibus debent esse carpentarii; ... debent esse servicides” etc. Reler o texto todo. Reli. ‘mahometano’. Esmeraldo p. 164. “186 panos macondes”, sec. XVI, AHP, II, 35. (Angola) [“Foi-lhes imposto pelo commandante da columna a apresentação dos sobas e macotas grandes que appareceram no dia 26 de tarde, acompanhados de cerca de 1:000 pessoas.”] D. de Not. de 31.XI.907 ou de 1.XII. “230 pannos macudos” sec. XVI, AHP, II, 36, fallando de Moçambique. “madama Mathildes” na Mon. Lus. IV, 294, ed. de 1725 (a 1ª é de 1632). Vid. entelhado. cf. hesp. madero. De materium nas Glosas de Berna, Foerster & Koschwitz, Altfr. Uebungsbuch, 2.º ed. , col. 35. – Cf. A. Thomas, Romania XXXI, 485. ‘acha grossa para o lume’. Alandroal. RL, IV, 66. [‘modorra’. Algarve. RL,VII, 246] [‘modorrento’ Algarve. RL,VII, 256] ‘madrepérola’ Avis. RL, IV, 230. [‘Padrasto’. Amares] [1] Numa versão de salve-rainha, Tratado da salve-rainha, Lisb. 1620, vem madre de misericordia (hoje mãe). Expressão estereotipada, como em padre-nosso, madre-Igreja, madre-abadessa. Em madre-pérola (= fr. mère-perle, ostra grande, que contém muitas perolas: Dict. Génér.), madre = utero, não se vê bem a palavra “mãi”, por isso ficou a palavra antiga. [2] ‘mãe’. Esopo, 83. Linhagens, p. 144: “D. Urraca... que foi madre do conde D. Mendo”; “D. Mor... madre de D. Pedro” p.144. [3] Já em lat. mater ‘velha’, talvez madresilva / madreperola pois que em lat. mater ‘tronco d’onde brotam as ramas das arvores’. Madre em port. até o sec. XV. Já Camões: “as mães que o seu terribil concitaram”. Parece que nas Etudes romanes dediées à G. Paris, p. 504, ha algo de Beljame sobre madresilva. Cf. Kőrting, no §1892. A. Thomas. [4] (pesca). Vid. gatoeiro. cf. Rev. des ét. anc. IV, 276, nota (Jullian): “arbre de la Mère” [a deusa?], comme... Luguselva, no CIL, XIII 996. Mas é isso? fem. O mesmo que medronheiro e irvidêu. – Moncorvo. i.é madrunhêro. Alandroal. O fruto é madronho. [1] sec. XV, CR, II, 47 [2] ‘medronho’. Alandroal. [1] [‘logar onde se deita a fructa para amadurar’ (Coura).] [2] ‘acto de amadurecer a fruta que vem verde para casa’: “as peras põe-se de madureiro”; estão no madureiro. Cfr. sequeiro. Angorês, Alvações. Em Coura é concreto. [3] subst. abstracto: fruta de madureiro, para amadurecimento, posta nos forros das casas etc. Penajoia. [4] subst. abstracto: (fruta de ˗ ): para amadurecimento, posta nos forros das casas etc. Penajoia. applicado ao rapaz que dirige o jogo dos esconderêlos. In A Tradição, I, 175. (Serpa). doc. med., maenfestado. G. Barros, IV, 43, n. 6. [1] manere, sec. XIV, Leges p. 413. [2] RL, III, 171 (etymo) e flexões. Ementas gram. n.º 36. [1] ( ‒ de obras) sec. XIII, AHP, IX, 66 rp. [2] da ordin do Temple, maestre d’Avis, nas Leges p. 231. ‘esculptura grande e tosca’. Açores. RL, V, 220. “a mesma mafra de marujos”. Sequeira, Terremoto, II, 58. do gr. maharic. D. Car., Lições prat. p. 53. ‘pessoa que anda sempre a pensar’ (Obidos). ‘imaginar’ Esopo, 83. por magnolia. Metatese. Azeitão. et. pop. Cart. XXIX, 23v. = magnificat. M. Barreto, Corr. da manhã 12.I.908. ‘nespera’ no Porto. RL, V, 221, s.v monica. Exacto? Informam-me de que se chama assim ás “nesperas” no Porto. É certo? [1] “tenho màgoas de não ter o cabo dorado” (velha, Mertola) = ‘tenho pena, sinto’ (o cabo era enrameado). [2] no sentido de ‘mancha, nódoa de contusão’: “Toda a vida andei no monte, | Toda a vida guardei gado, | Tenho uma mágoa no peito | De me encostar ao cajado.” Barroso, RL, XVIII, 278. [1] Baião, flex.: magôia-me com oi por ou de magoua. Cf. zoar. [2] [“num se magôie”. De magoue, que é como se diz na Beira, de magoe pela regra de boua, Lisboua, etc.: ou > oi.] [1] etimo. RL, IV, 268 [2] ‘rebanho de gado’ Tr. os M. RL I, 213 (GV) ‘mago’. Et. pp. “outra estampa dos tres Reis magroos”, 1522, AHP, II, 386. [1] ‘apesar de’ Cf. Romania XXXIII, 255 (R.J. Cuervo). [2] Cf. Bullet. de Dial. IV, 133. Cfr. astur. magüestu = amagüesto “reunión de varias personas para magostar” (asar castañas en una hoguera hecha en el campo). Vigón, Vocab. dialect. s.vv. Corte n’aldeia p.137. [1] Opusc. I, 108. [2] “A mãy antigua he a terra”, Simão Machado, Comedias, Lxa. 1631, fls. 88v. mái ‘mãe’. Moreira, f. de Monção, e noutras partes. ‘mais nada’. Macedo. RL, II, 108 [1] ‘giesta florida’ (Baião). Cf. Caturra. [2] No c. de Nelas maia é a giesta de flor amarela: um giestal de maias. Flores em Maio. As de flor branca parece que não de chamam assim. Pedra Maieira, sitio em Vilar Sêco. Em Barroso parece que não [há] o nome de maia. Ha giestas amarelas e g. brancas. [1] Vem evidentemente de Kalendas Maias. Depois o adj. destacou-se. [2] ‘castanhas que se comem no 1º de Maio’ (Fozcoa). [3] Nome das castanhas que se comem no 1º de Maio, para que os burros não mordam a gente. Conc. de Bragança. [4] 1) As Maias “festa de Maio, do 1º de M.” = (Calendas) Maias; cfr. prov. calenda maja, Bartsch 145-29; calenda maia, Flamenca v. 2798. 2) giestas que servem para enfeitar as portas no 1º de Maio. Nunca vi usada a palavra, mas póde usar-se: maϊeutique laborieuse. μαιευτιχóς respectivo aos partos. το μαιευτιχὀν = arte de fazer parir, fallando do methodo socratico. μαιεὑω = alliviar uma parida; parir ella. μαῖα, mãe (termo de respeito, fallando a velha); ama. ‘extremidade metallica do fuso onde está a beiça’. Baião. Vid. fuso. 1221 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes |
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