|
|
Menu principal Powered by <TEI:TOK> |
Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos185 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes [1] art., já em 1075: “usque in o vallo”, DC, nº 525. [2] “si o aflar” (‘se o achar’): 1124, Leges, p. 363. “Oai Virgem!”, exclamação da ilha das Flores, Açores, RL, II, 55. É f., e não masc. (em lat. é f.). séc. XIV, I. Ac., IV, 599. = obediente, Esopo, 86. lat. obedire. Na aclamação de D. Henrique disse o rei d’armas: “obedi, obedi” (‘prestai atenção’), diz Cruz na Chron. de D. Sebast., p. 332. [“E quanto a objeição de que o ouro se não ama”, Corte n’aldeia, p. 138.] [1] No soneto 278 de Camões, ed. de Hamburgo, em rima. [2] [“deseja o amante o objeito da belleza.”, Corte n’aldeia, p. 138.] [1] dizer obra em sentido abstracto por ‘labor, operosidade, actividade’, e em sentido concreto por ‘producção (trabalho) litteraria’ é gallicismo inutil. [2] fazer obra: chama-se fazer obra ao ‘fabrico da telha’, Alemt., RL, II, 35. = obreias, sec. XV, Ms. Nap., fl. 66r. [– com frio: ‘tremer com frio’, Melgaço, RL, VIII, 59.] ‘família’, Alg., RL, VII, 250. “seram obrigados os ditos jrmãos hyr a casa” (sem a), Compromisso de Guimarães, 1516. ‘conservar-se um criado muito tempo numa casa’: “F. observa-se muito nesta casa”; “criado muito observado” = ‘que está ha muito tempo na casa’, Alandroal. ‘observar’. Assim em Pragança. Flexão obsórvão. “nem obsta contra isto”, Severim, Disc., fl. 109v. [1] ‘oca: ‘buraco’, RL, XII, 315. [2] ‘pato’, ant. em Roquete & F., Dicc. port., Cf. hesp. oca. De auca = avica: Meyer-L., § 107, que porém cita ouca (d’onde?). Será oca êrro ou hesp.? Fr. oie. No onomast. Ouca (e Oucada?). Cf. Trad. pop. de Port., p. 310, Oca-Marnoca, por as Bruxas serem patos?? D. Carolina cita-o a par de oução, Zs. R. P., XXIX, 612. D’onde? assim se pronunciava d’antes em certa obra. Ayres de Gouveia, Apontamentos sobre os Lus., p. 70. [1] andar às ochas com alguém: ‘em rixa, discussão’, Obidos. [2] Andar às ochas (‘rixas’): Cadaval. Tambem em Obidos. sec. XIII ou XII, Leges, II, 11, hespanholismo. pron. ôcôsião = ocasião,Bairro do Mato (Figueira da Foz). Cô por qua. “em odio contra seu irmão”, “odio... contra o outro”, Clarimundo, I, p. 48. ‘pancada com o corpo no chão’, RL, XII, 112. sec. XIV, AHP, I, 352. [1] ‘sufficiente’, Açores, RL, III, 81. [2] of’ciênte: ‘sufficiente’, Algarve, RL, IV, 335. [1] “ainda se offereceu que o acompanharia”, Novelas exemplares, p. 229. [2] offerecer: por offerescer, de *offeresco, inchoativo de offero. O infinitivo não influiu pois que é offerre com rr. [As offertas (gallinhas, ovos, queijos, borregos) que fazem aos santuarios vão levadas na procissão por mulheres ou meninas chamadas offerteiras, Celorico da Beira, cfr. fogaça.] ‘empregado de justiça em geral’, Esopo, 86. ‘oferecimento’ (numa oração ou reza), Santa Vitoria, de Beja. [1]= hoc anno. Cfr. prov. ogan, ex. na Flamenca, ed. de P. Mayer:“Per mai ogan est envidatz” (‘d’aqui em deante este anno sois convidado’), v. 2659, ital. dial. aguan, “quest’anno”, Archivio G. It., XVI, 285; CCB, n.º 398. [2] cfr. quanto à fórmação isgnot (‘questa notte’), in Archivio d’Ascoli, IV, 337. Mas como se explica? [3] oganno:arch., < hoc anno. Sardo occannu, dial. italianos aguano, it. arc. uguanno, etc., Vid. Mussafia, Norditalien. Mundarten, 1873, p. 23-24. [“tramças ogeteadas douro e retros”, 1522, AHP, II, 397.] ‘dispor a lenha em feixes; vencer um individuo’, T. M., RL, V, 98. Tambem se diz ougar. ‘d’ora avante’. Deve ser provençalismo: oimais. Muitos exs. em D. Denis. CA, n.º 232, v. 12. ‘ouvir’, sec. XIII, Flores de dereyto, p. 29. [1] 1347, Dcc. do Souto, n.º 56, p. 53. [2] de 1348, Dcc. do Souto, n.º 58, p. 55. [3] “oyteenta e sex maravidis uelhas”. Sec. XIV. O Instituto, 46.º, 1008. De *octaginta (cfr. sept(u)aginta, sereaginta, *novaginta). Rep. oytẽeta. = outeiro, Trancoso. RL, V, 173. ‘outrem’. Corrente em Lousada. Ouvi em cantigas, por ex.: “Se passar’s o ribeirinho, | Josezinho, dá-m’a mão | Qu’eu prometto de ser tua, | Josézinho, d’oitré não”. = outro, Trancoso, RL, V, 172. = ouvido, RL, XII, 315. = ouvir, RL, XII, 315. ‘ouvido’, RL, XII, 315. = oxalá, Adeganha (Tr. os M.). [1] ‘panela’, Cancioneiro do Vaticano, n.º 1156; Cantigas de St.ª Maria, n.º 159. Cf. D. Carolina, Bullet. Hisp., VII, 144. [2] “ola de mar”: ‘onda’, Esmeraldo, p. 146 (e 165). Cf. hesp. [3] “os oleyros talham a lenha... pera cozerem as olas”, sec. XIV, I. Ac., IV, 591, ib. [4] “redemoinho na agua”, T. M. , RL, V, 98. O olá ou! de Baião é como o holà ho! dos francezes, tambem composto de ho e là. Olá ou! < olá oh oh! (ohoh > ou). “lençoll dolamdilha de tres ramos”, 1522, AHP, II, 389. De Hollanda, pelo hesp. olandilla. ‘oculos’, Alg., RL, VII, 250. [1] ‘leiras de semeadura na margem de rio’, Figueira de C. Rodrigo, Celorico da Beira. [2] ‘canada’, RL, V, 35, s.v. ‘leiras cultivadas em margem de rios’, Beira Baixa. “ha homens que dão olhado ao que fallão”, Corte n’aldeia, 172. Vid.forno. [1] ‘terreno que se lavra, etc.’, CF. [2] Em Leiria ha olhalvos e olhalvas na ling. comum. Para investigar. [1] [‘larapio’, RL, XII,112.] [2] ‘olharapo’, Espada á Cinta (Freixo de). De olh-ap-im. Cf. olh-ar-apo. O suff. é raro como no hesp. e it. Vid. olharapo. parece que em olhares o o inicial era ô: CR, II, 430,rima acôlhão com olhão (3ª pess. pl.). [1] Trad. pop. de Port., p. 273. De *oc’larapo = ocularis + *appus. Cf. it. occhiaccio, ‘ôlho grande’, e occhiaro, apud Trad. Pop., p. 278 n. – Quanto ao suffixo cf. fiapo. Defio. [2] ocularis ou ocularius + -apo. Cf. it. occhiaro; cf. hesp. dial. ojáncano e hesp. ojanco: tambem com suff. rara em Pidal, Festgabe f. Mussafia, p. 392 e Mugica, Dial., p. 33.; cf. it. L’ Occhiaro, Oucioun (piem.) e Minocchio: Prato, gli ultimi lavori, p. 8. Tenho outro verbete que não encontro. [1] [(vulg. àlhêrão): ‘ôlho de água que rebenta de tempos a tempos com grande violencia’. Avis.] [2] Olhêrão:‘ôlho d’agoa’, Avis, RL, IV, 231. [3] Olharão: ‘Olho de agua’, Avis. RL, IV, 231. [1] ‘que vigia e inspeciona’, Pe Alves, Brag.,II, 165. [2] (soa ulhêro): ‘atoleiro de lamas e agoa’. Cadaval. [1] No texto hibrido dos Costumes de C. Rodrigo, sec. XIII, p. 873 : ollo quebrantae (< > ‘quebrar olho’). [2] “quissera antes perder hum olho, que a sua bolsa”, Trancoso, Contos, fls. 117. [3] “olho de hum grande lamarão de barro”: ‘grande atoleiro’, Contos de Trancoso, fls. 27. [4] olhos como typo de preciosidade: “custar os olhos da cara”, “dar por isso os olhos da cara”. Catullo, III, 5: “quem plus illa oculis amabat”. [5] engordar ao olho: ‘a olhos vistos’, R. Lobo, Obras, p. 139. [6] “olhos quebrados”: no CR, II, 165, 174. Vai nos Text. Arc., 3.ª ed., ant. á p. 103. Vid. britare quebrar. [7] “a que (às filhas) queria mais que aos seus olhos”, Bristo, II, II, p. 21. [8] a olhos vistos: 1) “perco-me por ellas a olhos vistos”, Bristo, II, III, p. 23. 2) “attribuindo este effeyto da fascinação... à potencia imaginativa, cousa que a experiencia nega, & a olhos vistos contradiz”, Recreação Proveytosa de Custodio Jesam Baratta, t.I (Lxª 1718), p. 210. [1] adj. Vid. Economicon sacro por D. Leonardo de S. Joseph Olisbonense, Lisboa, 1693, ling. comum. [2] Enconomicon sacro por D. Leonardo de S. Joseph, Olysbonense. Lisboa 1693. Tenho. [Vid. olivedo]. [1] Para a explicação, cf. hesp. Olvera (rep.), onomastico. [2] sua hist. e fonetica, EP, II, 72. ‘ourives’. Sinfães. “O meu amor é olivres, | E o teu é mercador”. [1] Em 1192: “honra Dulveira”, “herdamentos Dolveira”, ap. G. Barros, III, 651. [2] Olveyra: doc. sec. XV, O Arch. Port., V, 214. ‘imagem’, RL, XII, 315. ‘imagem’. Com u-. Minho. de homo (em hesp.), cf. Romania, XXXI, 159. Esopo, 87. Vid. homem. em ital. lonza; fr. l’once > ingl. ounce, em ital. ant. tambem onça: luncea ou lyncia (de lynx), outras leonteia ou leontia: na Romanic Review, I, 24-25. [1] ‘ainda agora’, Ponte de Sor, etc. De inda agora com infl. de onde? [2] Ondágóra: ‘ainda agora’, Alandroal, RL, IV, 68. [3] Ondàgora: ‘ainda agora’, Alentejo, RL, II, 27. [4] “d’ônd’àgora” (de ‘inda agora’). Mafra. [1] ‘d’onde’: “outros se fazem naturaes de muitos lugares onde u nom som”, sec. XIV, Linhagens, p. 143; “onde descendem”, ib. [2] no sentido de ‘d’onde’: “aaquelles honde eu uenho”, S. Graal, 3. Lat. unde; “onde era hu”, lat. ubi. De modo que em d’onde, o de reforça, se é primitivo. ‘d’onde’, C.C.B., 399, sec. XIII. [3] ‘adonde, onde’, Alemt., RL, II, 30. [4] no Minho, no sentido de ‘por d’onde, pelo que, etc.’. Cf. hesp. ant. ap. Galindo, Progreso y vicisitudes del idioma cast., p. 88. “vai p’r’ond’a-i-elles”, flagr., Zeive. ‘anno passado’, Algarve, RL, VII, 250. Vid. agoas. = aniversaria (‘aniversario’), 1309, rep., Docc. do Souto, p. 28. Ha mais exs. ‘ainda agora’, Avis. [1] Alandroal, RL, IV, 68. Vid. ondágóra. [2] ‘ainda agora’, Avis, RL, IV, 231; Alemt., RL, II, 27. ‘ontem’, Alg., RL, VII, 250. Art. do Cornu na Romania, XI, 9, onde cita as fórmas antigas. Quanto ao sentido, cfr.: fr. ant. anuit, Chrest. de Paris & Langlois, p. 114, v. 418, que significa ‘hoje’; noutros textos ‘esta noite’. ‘Vespera’, que de ‘tarde’ passou a significar ‘dia antecedente’. Cfr. Ontrambos Ribulos, no AP, IV, 203 (Azevedo). E vid. Cortesão, Onom. “Ontre”, sec. XIV, Vida de S. Nicolau, ed. de P. d’Azevedo. Cf. Boletim da 2ª cl., IV, 158. ‘outro dia’, Alandroal, RL, IV, 244. N.B. Coincidencia casual: no dial. it. antro (‘outro’) por dissimilação porém de l’altro > l’an-, vid. Salvioni in Romania, XXXVI, 233; “ontro dia” no Correio das Damas, IX, n.º 8 (1851), como do Algarve. = onzeneiro. Interamnense. Vid. onzeneiro. “El llamarse onzenero (i. é onzeneiro) en Portugal, deve ser, como si dixeran llevar por diez onze, deviendo ser uno por diez, porque en Portugal... se dán... (dicen que licitamente) diez por ciento, que es uno por diez”, Faria y Sousa, Comment. ás Rimas de Camões, III, 48. N.B. Creio que o Caturra se engana definindo como onzena juro de 11%. Isso não seria tão excessivo que onzena adquirisse a significação de ‘usura’. ‘abside’, séc. XV, AP, XV, 14. Leal Conselheiro, p. 146; “oolhar”, 1485, AHP, II, 274. A. da Festa, p.123. = opponente. Sec XVI. AHP, I, 189. [1] ‘agora’. Em versos pop.: “Queres tu, Alvaro, ora? | Quero merenda, que já é hora”, Parada, RL, II, 119. [2] Esopo, 84. [3] “Ora isto! Ora esta! Ora essa!” (não porém “ora isso”). Exprime admiração. [4] “o tempo dora”, sec. 14º, I. A., IV, 600. L. Spitzer, Ltbl., 1914, col. 78; “ora essa!”, ib. (bis). [1] masculino, RL, XIII, 121 (Pe Tavares). O A. confirma-me que oração é do género masc. sobretudo em Lousa (Moncorvo), e que se diz “um oração muito bonito”. [2] é masculino: “dois orações”; “meus orações” (Rapa). Também em Moncorvo. Infl. de coração? ‘o que ora, o que reza’, G.Vic., I, 376. De oraculum que, alem da sua significação propria, teve a de ‘templo pagão’. Já em texto de Plinio, cit. por Du Cange, s.v. Da ideia de ‘templo pagão’ passou para a de ‘christão’: vid. Du Cange e Viterbo (s.v. oraculo). Por metonymia, passou a significar ‘o possuidor’, i.é., ‘o santo’, e d’aqui a ter o sentido de ‘invocação’. transit.: “vedes aqui a vossa cruz: orade-a”, sec. 14, Linhagens, p. 186. “o orario... era hum paramento de que não podiam usar os ministros inferiores aos diaconos”, Caetano do Amaral, Vida e op. de S. Martinho, p. 41. D’ elle se falla nas actas (em latim) do 1.º concílio de Braga, em 561: “diacones abconsis infra tunicam utuntur orariis”: vid. obr. cit, p. 41. E vid. Argote, IV, 600 ss., que lhe dá a significação de ‘estola’ ( e de ‘lenço’?). [1] Para o port. veio do Aragão, catal. orat (‘adversário’), prov. aurat (a origem será acaso o latim orate, imperat.): Lang, in The Romanic Review, III, 311. [2] Mais vulgar: “casa dos orates”, d’onde zorate. Cf. prov. aurat (‘evaporé’, ‘leger’) (Raynouard, Lex. II, s.v.). Na Flamenca2, 7008: “E tenises cel per ben aurat” (‘extravagant’). De aura. O port. viria do prov.? (cf. o -e, e o -t- de orate. Mas o o-?). Cf. prov. aureza (‘folie’) (Rayn., Lexique, II, s.v.). Vejo que já Raynouard, Lexique romain, II, 148, compara o prov. com o port. orate (e hesp.). [1] como nome comum, ouvi em muitas terras por Mangualde, p. ex. nas Carvalhas (Senhorim). [2] “aquela casa d’orca”, “umas duas ou tres casas-d’orca”. Vid. casa d’orca. [3] Ha o nome de orca, sinonimo de anta, na Matança, Cortiçô d’Algodres, Feira-Nova (Aguiar da Beira). “lugar que chamão o Orcal”, em Monte-Cordova, sec. 14, Linhagens, p. 187, geogr. [“palavra... que deve ficar registrada nos nossos lexicons, e especialmente no nosso vocabulario politico. Quis um illustre parlamentar (1908) designar com esse neologismo os funccionarios do Estado que accumulam emprego sobre emprego, ou enquistam na escala burocratica, situação de favor”], Comercio do Porto, 15 Set. 908. ‘organizador’: “foy hordenador das ditas malldades”, sec. XV, AHP, II, 230. ‘acto de ordenhar as cabras’, Alandroal, RL, IV, 68. “ordio” (= ordĩo) na RL, XXI, 266, de 1326. 185 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes |
Centro de Linguística da Universidade de Lisboa | Grupo de Filologia |