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Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos129 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes = quanto. Alemtejo. RL, II, 43. ‘cavallariça’. Alandroal. RL, IV, 71. Avis. ‘granito na pedreira’. Tr. os M. RL, I, 209 (GV). ‘habitante de Quadrasaes’ (B. Baixa). Os Quadrasênhos. ‘empregado publico’, ainda conhecido no sec. XVIII, nas Memor. paroch. da Torre de Miranda, ms. da Torre do Tombo. Vol. VIII, fls. 143: “(Caçarelhos) tem juiz do povo, e tres regedores, e dous alcaides, e dous coadrilheiros”. ‘dividir em coirellas’. Sec. XIII. O Instituto 46, 943. [1] “qual verdade nem meia verdade”, etc.: L. Spitzer. Ltbl. 1914, pg. 76-77. [2] do qual = do que; pelo qual = pelo que. Esmeraldo, p. 166. [3] com repetição do substantivo: “o qual cargo”. Severim, Disc. fls. 153 v. [4] “correndo, a qual primeiro cheguei”. Condestabre cap. IV, mihi p. 99. [1] “qualquer uma cöusa”: ‘qualquer cousa’. Vila Pouca d’Aguiar. [2] “um homem qualquer” cheira a gallicismo (un homme quelconque). Não parece ser collocação classica. Deve dizer-se“qualquer homem”. [3] [Na Trofa, a uma homem, natural de lá, e lá residente, ouvi: “qualquer umapessoa” (Já ouvi noutras partes).] [4] “Denotará um sacerdote que celebrar qualquer cerimonia funebre”. Qualquer não é classico neste sentido. [1] = Qualquer. Mogadouro. [2]“Isso qualquera o diz”. Influência de xiquera. Moncorvo. Sec. XIII ou XIV. Leges p. 509. = Campo. Trancoso. RL, V, 173. [1] “Vai senão quando”. L. Spitzer, Ltbl. 1914, col 79. [2] “de quando em vez”,ouvi a pessoa inculta de Miranda do Douro, que falava espertamente. Soropita, ed. de Camilo, p. 69. Já tenho ouvido ao povo. [3] Como preposição, cf. Gramática de Bello-Cuervo, § 1183. “Estive lá quando a guerra.” [4] “Estive co’a irmã a cando vim”. Flagrante. Baião. [5] “Agoas humildes quando, e quando inchadas”: ‘ora... ora’. Fr. Agostinho, p. 14. [6] “Quando mais não fosse”. [7] “Quando quer que” (locução), Leges p. 269, sec. XV (creio). [8] [“quando quer que nosso Senhor deste mundo pera sy as levar”, fl. IIII – Compromisso de Guimarães, 1516.] = Quant’é. “Quanté d’isso”. El Rei Seleuco prologo, p. 172 da Act.; Filodemo p. 30; 35; 44. “Em tanta quantidade” = ‘tanto’. Esmeraldo p. 166. “Hũa quantimprosa”. Regimento dos oficios de 1572 da Camara Municipal de Lisboa, fls. 33v. [1]“Já quanto” < > ‘bastante,algo’. Cf. Diego, Gramática Histórica, p. 287. [2] “Quanto mais... tanto mais”. H. Pinto, Justiça fls. 124 v. etc (apesar de tomais!). “Quanto a alma está mais livre... tanto faz nella o amor divino mayores operações.” Frei Th. de Jesus, Trabalhos, 2ª ed., p. 3. [3] “Quanto he” = ‘quanto a’. Esmeraldo p. 166. = 40, sec. XIII. AP, IX, 66. = 40, sec. XIII. O Instituto 46º, p. 1011. Numa inscrição christã da Gallia do sec. IV-V: quaraginta, na Rev. Etudes Anc. XII, 68-70. Ex. para juntar aos de [Maximiliam] Ihm no Archiv de Wölfflin, VII, 69. [1] Do l. v. *quaresima: cf. Thomas, Mélanges d’etymologie, 52 n. [2] *quadresima. Meyer-L., Einführung § 156. [3] *quaresima < quadragesima : *cinquesima < quiquagesima, que explica o fr. chinquême em Thomas, Mélanges, 52. ‘Medida de vinho’ = 20 quartilhos. Valezim (Seia). Vid. pote. ‘Vasilha menor que a quarta’. Custa 20 rs. De barro. Porto de Mós. Leva 5 a 6 litros. Sec. XVI. AHP, I, 207 (falta til?). Parece termo militar, está em uma enumeração. ‘1/4 de moio’, isto é, 15 alqueires. Alcoutim. [1] ‘Pousada’. Num letreiro da Cumieira (Vila Real) : “Quartel para carreira, almucreves e toda a qualidade de gado, tambem recolhe carros de bois”. [2] ‘Hora da comida’: “beber vinho aos quarteis” = ‘ás horas da comida’. Cadaval. ‘Vaso’. Vid. Tradição I, 168 e 189. = Cortina. Alandroal. RL, IV, 71. = Cortinado. Alandroal. RL, IV, 72. ‘Vasilha de varias medidas’. Tradição, II, 8-9. = Quasi. Óbidos. “cuási”. Trás os Montes. RL I, 209 (G. V.). “Ou quasi quasi casados”. A. da Festa p. 125. Expressão adverbial. Tambem hoje. = Caso. Alemtejo. RL II, 23. Corresponde a quádruplo no sentido. Sec. XIV. Inéditos da Academia IV, 587. Cfr. trĕsdôbro mod. = Causa. Trancoso. RL, V, 173. “Que te disse?” Cioso, III,v; “Que he isso? Que has? Que lhe queres? Que fez?”V,vi. [1] “certamente que tu vais”, etc. (correcto). Realce: Gram. port. de Epifanio, § 250. [2] “para que”. S. Paulo de Thebas p. 8. [3] Em orações optativas: “que não oiça Deus teu rogo!” Mario Barreto, Estudos da lingua portuguesa, p. 35 sgs. [4] Pronome relativo: precedido de preposição, referido a pessoa: per que, a que, etc. Nobiling, Ca (Mélanges Chabaneau), p. 350. [5] “pertence à outra mão que não à primeira”. (Oração causal). [6] “que he o que faz?” Vieira, Sermões III, 217, col. 1. [7] = o que; “ai, manas, que eu achei!” G.Vicente I, 140. [8] “com que” etc. = ‘com o que’. Epiphanio, ed. Lusiad. II, 4. 7-8. Outro ex. em Roiz, Ed. coment. p. 91. [9] [“que fartes”: ‘muito’, Melgaço, RL, VIII, 59] [10] < > ainda que: vid. porque. Outro ex. no Clarimundo II, 34: quasi vale por se. “propriedade” sem sentido: Gama Barros III, 835. Vid. quebrar. ‘qualquer sitio ventoso’. Baião. Cf. esfola-vacas, nome de um vento no Alemtejo. “quebramento d’olho”. Sec. XVI: Dissert. Chron. IV-II, 172. [1] ‘quebrar’. Esopo, 91. [2] *crepantare, de crepans (crepare). Hesp. crebantar, a par de quebrantar, é fórma intermédia. Cf. Thomas, Melanges p. 59. = quebranto. Pragança: “Os olhos do meu amor | São bonitos, – benza-a Deus! | Não le quero dar quebrante, | Qu’inda virão a ser meus”. Subst. verbal como descemte. [1] “Olhos quebrados” = ‘languidos’ etc.. D. Carol., Menina e moça, II, 173, nota 1. Cancioneirinho, nº 3, nº 6 (olhos furados). [2] “quebrar um olho”. Vid. britar. [3] Frase: “quebrar um olho” (ant.). Cf. Arcipreste de Fita, est. 439. “Quebrar-lhe os olhos he a mór pena”, Lendas da India, III, 73. Vai nos Textos Arcaicos, 3ª ed., anotação á p. 103. ‘Tareia’. De aquècedela. RL, XII, 117. De caeda: S. Graal, 128. ‘ficar’, Melgaço, RL, VIII, 59. Esopo, 91. ‘quieto’. Trancoso. RL, V, 173 e 227. Alemtejo. RL, II, 23. = quente. Esopo, 91. = quentura. Esopo, 91. [1] ‘cair’ < caer. Linhagens, p. 314. [2] L. cadere. “Todo homẽ que queer da arvor”. Sec. XIV, I. Ac., IV, 583. Vid. C. C. Branco, Romance de um homem rico, 3ª ed., varias vezes. ‘cajado’. Infl. de queijo. Foz-Coa. Noutras terras diz-se cajato. ‘Cabana de matto onde se fabricam os queijos’. Beira Baixa. RL, II, 251. [1] “ter a faca e o queijo”, já no sec. XVI, Cena Policiana na Revista de lingua portuguesa, 1920, nº 2, p. 53, v. 709. [2] “pão-pão, queijo-queijo”: cf. Zs. XXXVI, 725 e nota. [3] Vid. entorna. [4] Fabulario XV, 2 (queyjo). “curvas no jogo da raiola”, T.M. RL, V, 102. “as queimadas que em Outubro se fazem nos concelhos da Beira nos matos altos, com o fim de obter e melhorar as pastagens para o gado lanigero que por ali se cria”. Relatorio da arborização p. 242. Cfr. Meyer, I, § 180 no fim. ‘Matilha de cães’ T.M. RL, V, 102, XII, 315. E metaforicamente: “uma queira de filhos”. Moncorvo. N.B. De canaria.Cf. Cheira na Corografia de Bàtista. nolens, volens. ‘Urgueira’. Sec. XVI, ap. Maximiano Lemos, Amato p. 51. *Antipsic. p. 175. [1] ‘Urzeira pequena’. Parada. RL II, 119. *Antipsic. p. 175. [2] o mesmo que chamiça. RL, XII, 117. RL, III, 181 (etymo). [1] de coaxare, Romanic Rev. VI, 343. *caxare > queixar, [2] De coaxare (Cornu: Roman. IX, 136) = *caxare in Archiv für lat. Lexicol., V 128, e D. Carolina, Krit. Jahr. IV, 341. ‘Doente’. Açores. RL, V, 222. “para o concelho saber quaes e quejandas eram”. Sec. XIV (fins). Gabriel Pereira, Estudos Eborenses, nº 12, p. 15. ‘Gamela para fazer os queijos’. Alemtejo RL, II, 36 [1] “Cálha”. Obidos. [2] ‘Socalco, tira de terra estreita, quasi sempre entre paredes’. Mosteirô (Baião). [3] Vid. quélho e moinho. [1] [‘Rua estreita’. Melgaço, RL, VIII, 59.] [2] ‘Belga de terra’. Baião. Rua estreita, etc. Obidos. [3] “na quelha de S. Antonio”. Magueja. O Sec. 5-XII-32. [4] quêlha: ‘Caleira por onde desce o grão da tremonha’. RL, XII, 117. [5] Vid. chamadoiro ecanelho. [1] = quelha (plus minus). Mesão Frio. [2] “Quélha estreita”. Mondim; Foz-coa. [3] ‘Caleira por onde desce o grão da tremonha’. RL, XII, 117. [4] ‘Caminho muito estreito e ingreme’. A quelha é mais larga. Baião. [5] quelho, -a: ‘Viella nos povoados’. Tr. os M. RL, V, 227. [6] [‘Delgado’. “Chão quélho” (usado só nesta phrase). Terreno solto; que não se agarra à enxada. Obidos]. [1] Da nomenclatura molinar: Portugalia I, 831. [2] ‘Rua estreita, etc.’. Obidos. ‘Affecto’. De aquella. RL, XII, 117. = ‘alguem que’: “eu pedi a quem o recomendasse”. ‘Queimor’. Algarve. RL, VII, 253. “Quem quer, não me fizesse cá vir”, isto é, ‘se não queria que isto lhe acontecesse, não me fizesse cá vir’. “Quem-quer não fosse lá! Quem-quer não tem aqui isto”. “Pano quenam de sorte”. S. XVI, AHP, IV, 75. [1] Os 12 dias anteriores ao Natal (Baião). Viterbo dá quendas como arc., s. v. caendas. Vid. requendas. [2] “São do dia de Santa Luzia até dia de Natal, representando cada dia um mês do anno desde Janeiro”. Baião (nos prognosticos da lavoura). = Quintal. Alandroal. RL, IV, 72. ‘Qualquer’. No Canc. Vatic. nº 769: “E pero nom tem quequer | De me bem fazer vontade”: ‘E ainda que não tem qualquer vontade (a minima v.) de me fazer bem’. Mussafia. Metrica p. 30. Cf. Elucidario. [1] Muitos escrevem: “o quer que seja”; deve ser “o que quer que seja”, cfr. um ex. no Elucidario s. v. aguardadoiro. [2] “Quernão!” L. Spitzer. 1914, col. 79, Ltbl. [3] ‘não obstante, ainda que’. “Em como quer que”. Sec. XV. In A Revista (Porto), III, 53. ‘Queixar-se’. Esopo, 91. ‘Desejoso’. RL, II, 83. Vid. crendeira. [1] ‘Querer bem alguma cousa’: “a tudo o que quereys bem”. Auto de Rodrigo e Mendo, 1587, R. L. port., nº 10, pg. 45. [2] “Então que quer!” Frase que tem algo de dureza. No estilo é em certos casos mais delicado dizer desejar do que querer. [3] < > dever. “Isto quer-se limpo” = ‘isto deve estar limpo’. [4] Como verbo fraseologico: Zs. XXXV, 273 n. [5] ‘Estar proximo’: “parece que quer chover” = ‘que vae chover’; “quer começar a doer-me a cabeça”: ‘vae a começar’. Ling. familiar. [6] No sentido de ‘estar para’, ‘estar proximo de’, por ex.: “parece que quer chover”: querer + inf. Parece que é a isto que se refere Lang in The Romanic Review, II, 338. [7] “Como quer que seja”. Diogo Bernardes, Flores 1770, p. 38. [‘Cascas de pêssego’. Mirandela (Informação)] (Andar de‒ ): ‘andar de sucia’. T.M. , RL, V, 102. Interjeição que, repetida, serve para chamar leitões e marranchos. T.M. RL, V, 102. (Syntaxe) Alandroal RL, IV, 72. ‘Que mexe em tudo’ RL, XII, 315. ‘Mexeriqueira’ T.M. RL, V, 102. ‘Zanga’ RL, XII, 117. ‘Zangar’ RL, XII, 117. = Quesilia. Algarve. RL, VII, 253. = Cotão. Macedo de Cavaleiros. RL II, 108. Assenta em cotone. = Quieto. Algarve. RL, VII, 253. ‘Cabeça da gente, catrofa’. T.M. RL V, 102. Por catrunha: catrofa. = coturno. Em Fozcoa significa ‘çapato pequeno de criança’. “O quia!”: ‘o quê!’ Baião. ‘Queda’. Algarve RL, VII, 253. [1] Modern Language Notes XXVII, 1912, p. 147. [2] Hesp. ant. quiçab. Na Rev. Hisp. VI, 255, de qui-sapit, cf. prov. qui sab. Mas o ç? D. Carolina Mich. supõe-no onomotopaico; vid. Em volta da palavra “gonzo”, p. 9. 129 resultados - mostrando 1 - 100 - seguintes |
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