Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos

Palavra

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ta

‘tua’, sec. XV, CR, I, 3.99, arcaismo a par de tua.


= está. Tambem em asturiano. Schuchardt in Zs. de Gröber. V, 314 n.


ta!

interj. A. da Festa p. 119.


tá!

tá, tá! interj. Apolog. dial. p. 63.


tabaco

Palavra vinda das Antilhas para o hespanhol. Cf. Litbl. 1907, col. 26 (mera citação).


tabafeia

‘especie de chouriço, feito de dobrada, galinha, com pimentão. etc.’. Bragança.


tabafeira

‘chouriço’ (Caturra tem -eia). RL, XII, 126.


tabaliado

[1]“oficio do tabaliado”, AHP, II, 184, sec. XV, “officio de tabaliam(cf. p. 183).

[2] (sec. XIV) Leges p. 790.


tabaliões

< > tabelliães. Sec. XIV. O Instituto 46.º, p. 1010. tabalion ib. ib. ib.


tabanca

termo da Guiné. Aportuguesado.Vid. embala.


tabaqueiras

‘faces’. RL, XII, 126.


tabelionado

‘dominio ou circulo do tabelião’, sec. XIV, ap. Gama Barros, p. 734(-735), n. 2.


taberneira

[1] ou tiborneira, ‘vasilha alentej. de barro’. A Tradição, II, 168.

[2] Ceramica. ‘Vasilha de barro que se emprega nos trabalhos da destillação do alcool’. Serpa. Tradição, II, pag. 168.

[3] ‘vasilha de barro chata’ (Serpa). A Tradição, II, 7.


tabolado

‘terreiro publico onde se correm cavalhadas, toiros’, etc. Trás-os-Montes. RL, V, 227.


taboleiro

[1] ‘especie de teilha de madeira que nos moinhos despeja o grão no ôlho da mó’. Algarve. RL, VII, 256.

[2] ‘soalho do carro’. RL, XII, 126.


taboleta

‘taboinha que anda pendurada na chave, para não se perder; ás vezes tem o nome da loja, sala, etc., a que a chave pertence’. Em vez de madeira tambem se usa uma concha. Cadaval.


tabú

“interdiction d’ordre magique”, Revue d’Ethnogr. I, 88.


tacão

[1] nome metaforico do pastel ou bolo de bacalhau, em Braga. A fórma e tamanho é efectivamente de um tacão de bota de homem.

[2] nome geral dos bolos de bacalhau. Braga. Especie de calão (metáfora).


tacar

tomarem os trabalhadores uma pequena refeição. T.M. RL, V, 106.


taceira

[1] (D. Manuel), AHP, I, 358.

[2] ‘alguidar pequeno’, de 1 palmo de diametro. De barro.


tachado

[1] ‘bebado’. Virá de “beber um tacho de vinho”. Cf. tarraçada de vinho.

[2] ‘embriagado’. RL, XII, 126.


tachám

1522, AHP, II, 384: huũ tacham. Pl. tachõees: vid. frol.


tachões

“e vimta huũ tachões e vynte byqueiras tudo de prata anyalada” 1525, AHP, II, 412.


tacil

1518, AHP, II, 354 (“e de meos tacis, 65 peças”).


taco

‘a pequena refeição ás dez horas’. T.M. RL, V, 106.


tacoéla

1) ‘especie de caixa de madeira onde as mulheres ajoelham quando andam a esfregar as casas’. Fozcoa. 2) ‘amparo de cortiça para as mulheres poderem lavar a roupa nos lavadouros sem se molharem’. Freixo de Espada à Cinta.


tacoela

‘joelheira’, caixa de madeira em que se ajoelha para lavar a casa, e evita que se molhe quem lava. Fozcoa.


tacôila

‘o objecto de madeira que resguarda as roupas das lavadeiras para se não molharem quando estão a lavar’. Rapa (Em Lisboa usa-se, e chama-se joelheira).


tacuára

Vid. zarabatana.


tacumil

1518, AHP, II, 354 (“e de tacumis, 67”).


taeliz

“he coremta e çimco taelyz goarnecidos douro e prata”. 1535, AHP, II, 417.


tafaz

Vid. montaz.


tafe

“e o coração tafe, tafe”. Fr. Simão António, Oraç. Acad., I (1723), 377.


tafecira

“çeroulas de tafeçira da Imdia”. 1525, AHP, II, 407; “huum pedaço de tafeçira da Imdia azull”. ib., 409.


taficias

“1079 taficias”, sec. XVI, AHP, II, 35, numa enumeração de panos, a respeito de Moçambique.


tafona

= atafona (Esposende etc.). Portugalia, I, 831.


taforé

sec. XVI, AHP, I, 368. Cf. taforea.


taforea

sec. XVI, AHP, I, 368. Cf. taforé.


tafula

fem. de taful. Daniel, Serão, p. 11. Tenho. Daniel, Ronda, p. 20. Tenho.


tagalhico

‘cabeça de gado miudo’. Trás-os-Montes. RL, I, 219 (G.V.)


tagalho

[1] ‘rebanho’. Trás-os-Montes. RL, I, 219. (G.V.)

[2] tagalho de rexelos: ‘cabeças de gado lanijero’. Trás-os-Montes. RL, I, 219. (G.V.)


tagarrinho

‘planta que se come’. Cf. tagarro (em gallego tagarnina?). Ourique.


tagarro

‘planta’. Dizem-me que é uma Umbellifera (uma pessoa que sabe botanica). Vocabulo usado na Messejana. Noutros verifiquei: tambem em Ourique, Tanacetum vulgare, Linn. (dizem-me).


tagecia

cit. por Schuchardt. Vid. tageda.


tageda

[1] Deve ser o mesmo que tagueda e tádega (e tageto no Caturra; bem?). Em Moraes & Velho tageda. Schuch. cita tagecia em Nemnich (dicc. port?). Provavelmente tagecia e tageto são erros. Tádega é metathese de tagueda.

[2] nome de planta. De tagetes (med. lat.), tagantes: do cabylico aguntas, precedido do art. libyco feminino ta-; em Ibn-el-Beitâr (sec. XIII) tayendest, tiqendest. Et. vid. Sch., Zs. XXXIII, 351-352, que cita de Nemnich tagecia. Deve ser o port. tageda, tagereda, tagueda.


tágico

‘do Tejo’: tágicas Camenas. Cruz e Silva, Poesias, III, 1812, p. 11.


taibo

[1] C.R., III, 229. Deve já estar em D. Carolina e Julio Moreira.

[2] ‘bom’. J. Moreira, Estudos, I, 204; II, 315.]


taili

“huũ taily de pao cum sua caixa de couro”, sec. XVI, AHP, II, 395, 396. Cf. talis.


taina

‘pancadaria’. RL, XII, 126.


tãipa

= tampa. Arredores de Cascais.


taipal

É feito de madeira ou verga, e assenta no leito do carro (nos limões). Serve para se levar pedra, areia, terra, estrume, mato. O espartão é para levar cousas mais delicadas: cereaes, etc. Alentejo.


tãique

= tanque. Lisboa. Cf. sãigue.


tairocas

‘tamancos’, no calão de Lisboa.


taixul

“283 panos taixues”, sec. XVI, AHP, II, 35, a respeito de Moçambique.


tajasno

‘uma ave’. Trás-os-Montes. RL, I, 219. (G.V.)


talabarte

[1] “he huũ talabarte de couro lavrado de fio douro e goarniçam douro” 1535, AHP, II, 417.

[2] “huũ talabarte de couro roxo”, 1522, AHP, II, 387.


talanqueira

‘páus que ás vezes se atravessam no caminho’. Parada. RL, II, 119.


talanquëira

‘arco enfeitado por baixo do qual passam os noivos’. Trás-os-Montes. RL, I, 219 (G.V.).


talante

Esopo, 95. Vid. talente.


talapão

“talapóins chinezes”, Ensaio Magico, p. 45 (1842).


talássa

talassãos, talassona; talassinha; talassaria.


tal-de-vez

= talvez. Beirão. Usual?


talefe

[1] ‘marco geodesico no alto dos montes’. RL, III, 126.

[2] ‘poste geodesico’. Algarve. RL, VII, 256.


talega, -o

= taleiga, -o. Algarve. RL, VII, 256.


talen

‘vontade’: “este rrey... ouue talen de comer carne”. Linh., p. 244.


talente

[1] i.é. tallente, alterna com tallante em um doc. de 1380. Diss. Etim., I, 314.

[2] ‘vontade’. Esopo, 95.


talento

[1] tallente e talante – vid. Leal Conselheiro, ed. de Roquete, 1854, p. 267 e nota.

[2] Sobre esta palavra vid. o op. de F. d’Ovidio, “Talentonei suoi valori lessic., Napoli, 1897, e Note etimologiche, p. 6. Cf. portg. a seu talante, para pôr nota a pp. 92; e a divisa de D. Henrique.


talêra

‘taboa sahida’, no carro alentejano. Alemtejo. RL, II, 38.


talha

[1] *tinac’la, de tina. Cf. D. Carolina, Bul. Hisp., VII, 172, n. 3. arc. tãalha < *tanalha < *tinalha (cf. hesp. tinaja).

[2] ‘derrama’ (tributo): “lançou talha”, 1360, AP, XII, 181. P. 182: “lançava fintas e talhas”, p. 182, 183 (de talhar = ‘cortar, dividir, distribuir’).

[3] “Os lavradores e moradores no couto de Pedroso não pagam eira nem talha”, s. XIV. G.Pereira Perg. Univ., p. 55. Tributo? Vid. atestador.


talhadoiro

[1] ‘logar onde se corta ou talha a agua’. RL, XII, 126.

[2] Cf. Sampaio, As villas do N., p. 25.


talhamento

[1] ‘palavras que se dizem para talhar’. Ex.: “Deus te benza lua nova, | Em louvor de S. Mateus, | Assim me dôiam os dentes. | Q’ando te doerem nos teus.” – Baião. “É um talhamento”, em flagr., a proposito dos versos supra.

[2] “ato de talhar com ensalmos um mal”. Baião.


talhão

‘pote’. Açores. RL, V, 223.


talhar

[1] [Em Coura diz-se: “cortar o ar, cortar a uzipéla, cortar o sarampêlo, cortar as bichas”. Donde se vê claramente que talhar é ‘cortar’ e não atalhar, como inexactamente dizia o luso. Cfr. as línguas estrangeiras. E o povo suppõe que se talham (“cortam”) bichos.]

[2] [‘cortar couve para fazer o caldo’ – ex: “talhar o caldo”= ‘cortar a couve’. (Freixo d’Espada á Cinta)]

[3] ‘cortar’. Esopo, 95.

[4] ‘furtar’?? – “mouro que talhar com seu senhor”, sec. XIII, Leges II, 98. Já vi noutro texto: “do preço que talhar”, 99.

[5] Não de a-talhar [nos ensalmos], como dizia tolamente o Luso. Cf. sicil., nos ensalmos: “Jo ti taggiu; sia taggliata”: na Mélusine II, 204-205.


talheiro

Vid. cantaro.


talho

[1] Creio que dão no Alemtejo este nome a um tropêço (“banquinho”). Cf. Krüger, Sanabria, p. 101, nº 4.

[2] “Assento de cortiça, exactamente como o tropêço alemtejano”. No Moraes. – Pregado com prégos de esteva chamados bios. Syn. Dizem-me que em Maçores se diz trôlho e tralho, mas preciso de averiguar.


talinheira

‘azinhaga’. T.M. RL, V, 106.


talis

1522, AHP, II, 394 (talys de prata): talỹs? Cf. taili.


talisman

[1] Parece que Filinto dizia -ão, que -ãs tem no plural talismães nos Versos t. I, Paris 1797, p. 204, n. 3.

[2] etimologia em Revue du Seizième Siècle, 1914, II, 144 (vi só a indicação)

[3] pl. talismanes usado por Frei Vicente Salgado na Instrução das medalhas romanas, 1780, p. 31.


talo

‘bilharda, jogo de rapazes’. Baião.


talóca

‘buraco’. Beira Baixa, RL, II, 252.


talocha

‘taboleiro pequeno e chato em que os estucadores levam a massa para o estuque; cavalete é uma asa que fica por baixo, ao meio, na qual se pega’. (Ouvi a gente de Ancião, mas é geral no país.)


talos

[‘Varas de madeira delgadas de uns 0,17 de comp. aguçadas nas extremidades para jogar o talo’. Baião]


talud(e)

Podia traduzir-se por pendor. Temos também alambor e escarpa. Em Moraes, s. v. talud, distingue-se talud (inclinação) de escarpa.


tamalavez

[1] O m soa como em amarelo. Tambem dizem ‘màlavez “uma coisa de nada”. Informação de Oscar de Pratt. Já se vê que não póde ser = tam-a-la vez.

[2] “atirou-lhe com um cajado assim tamalavez” = ‘assim como quem não quer a cousa, por de mais, sem intenção de damno’. Avis.


tamanhura

‘Grandeza’: “d’esta tamanhura”. Castelo (Gavião).


tamaninho

[1] ‘bocadinho’, RL, XII, 126.

[2] ‘um bocadinho’, RL, III, 64. Chaves.

[3] ‘um pouco’: “dá ca tamaninho pão” (sem de). Boticas e Barroso.


tamanino

[1] de tamaninos: ‘desde pequenos’. Bristo I, III e IV.

[2] ‘bocadinho’. RL, XII, 126.


tamanýno

tamanýno (sic) ‘tamanhinho’? “Cõ hũu tamanyno de sal”. Sec. XV, Ms. Nap. 30.


tamão

‘peça um pouco curva para puchar o arado’. De temão. RL, XII, 126.


tamara

‘doce d’ovos, do feitio de tâmaras’. Cardoso Fonseca, Outros Tempos, Lisboa 1811, p. 89.


tamarês

uva tamarês: ‘alongada como a tamara, de bago branco’. Ditado: “uva tamarês | não a comas, nem a dês: |Para vinho Deus a fez”. Tavira.


tamarga

‘herva’, Baião.


tamargueira

De *tamaricaria, de tamarix. Diz Schuchardt que tamarix é o grego µυρίχη com o prefixo ou artigo berberico ta-. Ha varias palavras gregas de origem libyca. Zs. XXXIII, 351. – cf. Rev. Dial. Rom. III, 248.


tamarindios

[1] s. XVI, AHP, II, 349

[2] = tamarindos. “30 arrates de tamarindios”, 1507, AHP, II, 349.


tambem

[1] ‘em compensação’: “Hoje está bom dia. Tambem, ontem choveu sempre.”

[2] “Como se chama aquele cabêço? | – Tambem nã sei.” Isto é “ólha”, “de facto”, “por mim”.

[3] ‘mas’: “Soube-me bem; também custou-me caro”. “Chegaste a tempo; tambem, correste que voaste.”


tamboladeira

[1] ‘copo de provar os vinhos’. RL, XII, 126.

[2] Ramalho Ortigão, Culto da Arte, p. 132, ao tratar da nomenclatura do vasilhame do vinho.


tambolarão

ou salpicão: ‘pesos (de madeira) de tear em Alcoutim’. Creio que se usam lá os dois nomes. Para verificar.


tambor

[1] Bulletin de Dialectologie IV, 121.

[2] fr. e prov. antigos tabor . Cfr. G. Paris in Romania XXXI, 412-413 e n.


tamboril

como profissão: “Arnao, nosso tamburijll, Arnao tompborjll, Arnao noso tamborjll”, sec. XV, AHP, II, 196.


tamem

= tambem. Vimioso. RL, II, 107


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