Dicionário de Regionalismos e Arcaísmos

Palavra

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vãa

= vã. Esopo, 97.


vacca-loira

Cf. Romania XXIX, 358


vacúa

Femenino de vacúm. Ou falta til? Alandroal. RL, IV, 76.


vàdiana

Falando de uma mulher, dizia outra: “é muito vàdiana”, no sentido plus minus e sob influencia de leviana, por ‘vadia’. Não sei d’onde era a mulher.


vadio

RL, III, 189 (etymo).


vae-te arréca

Vade retro!” Açores. RL, V, 224.


vaga

“Mandar à vaga”: termo maritimo que significa ‘governar uma embarcação’. Açores. RL, II, 55.


vagamundo

[1] Et. pop. de vagabundo. Dá-se o mesmo facto em Piacenza: vid. Zs. de Gröber, XIV, p. 152, not. 2 vågamõnd.

[2] lei de 1563 BN, res. 90/azul, fls. 78.


vagante

‘vaga, vagatura’: “na vagante dos providos”. Sec. XVII. AHP, I, 116.


vagem

Syn.: beijina, vasinha, bajinha. Mondim.


vago

‘cavidade’. Mangualde.


vàgueiros

‘Os de Vagos que andam ao peixe na costa’.


vaidade

[1] 4 syllabas: “Que do meio de tantas vaïdades”. Fr. Agostinho p. 22.

[2] ‘frivolidade’: “erão tambẽ muito affeiçoados ao estudo da Astronomia, e às vaidades dos Gregos”. Arraiz, fls. 61, col. 2.


valadeiro

Valadeiro de sal”, O Alemtejo, p. 73.


valado

[‘Muro de terra que circunda uma propriedade’: “levantar um valado; quinta valada”. Carregal do Sal.]


valdevinos

D. Carolina, Estudos p. 109.


vale

[1] f.. Da Balle (Baptista) lugar no Minho = da vale.

[2] f., cf. Valejas, n. geogr. ou de vala? Vai para a Romania.

[3] f. no onomastico: Valle Pequena, sec. XII, J. P. Ribeiro, Diss. I, 244. Vall-Boa de Doyro, Linhagens p. 265. Vai para a Romania.


valedeira

< > valedoira. Sec. XV, AHP, I, 419 (valledeira).


valedeiro

< > valedoiro, s. XV. AHP, II, 264. Troca de suff.


valeira

[1] ‘galgueira para plantar bacellos’. RL, XII, 130

[2] (b-), ‘excavação funda e estreita para plantarem vides, semearem meloal, etc.’. Baião.


valeiro

[‘vale estreito por onde corre um rio’]. Lousã.


valente

‘grande’: “uma pedra valente”. Avis. RL, IV, 233.


valer

Valeu!” L. Spitzer. Ltbl. col. 79, 1914.


valiadoura

‘valedoura’: “doaçam deste dia pera todo sempre antre os vivos valliadoura” (cf. valia). Doc. off. 1500, AHP, I, 28. Presuppõe *valiar, ou é parasyntactica.


valla

‘sulco em volta d’um terreno para o guardar e defender dos animaes’. Obidos. Posturas Municipaes de 1842. pg. 2 artº. __ Vai na EP, III, Divisões, Estremadura, Valados.


valme

= val’-me? Corte n’aldeia, 175.


valúme

= volume. Cfr. sabola. Lisboa.


valverde

O mesmo que belverde e belveder? Et. pop.


vamos que

Vid. ir.


vantagem

Arch. ventagem. Hisp. ventaja = fr. [a]vantage: a explic. de Meyer, I, § 23 precisa de ser discutida.


vara

[1] “Meter-nos | … em camiza de onze varas’. Garção, p. 209.

[2] “Casaco de varas”. Póvoa, fig. a p. 520. Portugalia II, 518.

[3] ‘rebanho de porcos que estão engordando para matança’. Alandroal. RL, IV, 76.


varado

“fiquei varado!” = ‘fiquei espantado, confuso, admirado’. Beira.


varal

‘encosto ou corrimão da pinguela’. Grandola.


varanda

[1] Castanheda, Hist. da Ind., V, 59.

[2] Sec. XV – XVI. CR, II, 440.

[3] Vid. alpendre.


varandão

‘certa construção nas eiras para ter as espigas do milho guardadas onde pode dar o sol’. Guimarães. (Descrever melhor e fotografar).


varandas

“são eirados formados de enormes penedias planas e sobrepostas umas às outras”. Serra da Estrella. Navarro, 4 dias, p. 107.


varandim

‘varanda extensa’. Minho.


varanga

(‒ do lagar). ‘o pau que vem das rodas, horizontalmente, e ao qual o boi puxa’. T. M.. RL, V, 108.


varangada

‘pancada pelo desandar da varanga’, etc. T. M. RL, V, 108.


varapau

Parece que significa originariamente ‘pau feito de uma vara’, e tem aspecto de construção germanica. Cf. hesp. varapulo.


vardasca

[1] ‘vara flexivel’. B. Baixa. RL, II, 252.

[2] “ser um ‒” é ser um moço forte e feliz. Açores. RL, II, 55.


vareira

[1] ‘sardinha’ (d’Ovar): “quem quer vareira?”, pregão da sardinha no B. Minho. Informação.

[2] 1) ‘vara que serve para formar as ramadas’. Um pinheiro racha-se em todo o comprimento: cada uma das metades é uma vareira. Baião. 2) Tambem se chama assim a uma carvalha nova: vareirinha nova. Baião.


vareiro

[1] ‘castanheiro muito novo’. Baião.

[2] vareiro, -a ‘homem e mulher de Ovar’(ouvi a gente de lá). E com B-. *Ovareiro, Vareiro e vareiro (sardinheiro). *Ovarino, varino, varina. Ovarense

[3] ‘fueiro’. T. M.. RL, V, 108.


varejador

Vid. apanhadeira.


varela

[1] varella ‘vara delgada e comprida’. RL, XII, 130.

[2] Vid. varunca.


varêro

‘vareiro, o que guarda a vara de porcos’. Alandroal. RL, IV, 76.


vargas

Vid. Barbas: ‘foi o vargas’.


várgea

[1] = varzeas. Sec. XVII. AHP, I, 121.

[2] “os playnos e vargeas”. Agricultor Instruido p. 59.


varina

Varina pescadera, peixera”. (Maltesa). E com B -. Ouvi em Aveiro.


varinha

“Fulano é um varinha!” = ‘é esperto’. Ninguem faz pouco d’ele ou o pisa: é um varinha! Mexilhoeira Grande.


varja

‘terreno numa baixa, à beira de rio, para cevada, milho, trigo, à beira-rio, melão’, etc. Expressão que ouvi várias vezes. Odemira.


varjador

‘o homem que vareja a azeitona’. Alemt. RL, II, 23


varjão

‘vara de varejar’. Alemt. RL, II, 23


varola

Vid. trísia.


varredoura

‘rede de pesca’. Portugalia II, 458.


varriscar

Vid. barriscar.


várzea

[1] Num doc. de 924 (apografo autentico do sec. XIII) várias vezes varzena, vid. D. et Ch., p. 18.

[2] várzena ‘varzea’, à beira de rio: “ipsam uarzenam cum suo molino” nos D. et Ch. nº 894, sec. XI.

[3] Tem significação precisa na India, mas qual? “inteiro predio… que se compõe de palmar, varzeas, vallado e annexo”; “as varzeas Tipdhém Casana… Implichém casana…” N’O Heraldo nº 2039.


vasa barris

Vid. pantana.


vasado

‘vasilha’. Doc. hist. cid. Evora, I, 143


vasal

Vid. vasaleira.


vasaréu

‘caco’. Avis. RL, IV, 233.


vasculho

[1] ‘molho de silvas’. RL, XII, 316

[2] ‘vassoura mal feita de varrer o forno’. RL, XII, 130


vasêrão

‘quem come muito’. Alg. RL, VII, 258


vasilha

‘carro de trabalho (não serve para conducção de gente)’. Grandola. Vid. rebolver-se.


vasinha

‘vagem’: vasinha do feijão, da garrôba, do favaco, da parda. Fozcoa.


vassalo

[1] Monarch. Lusit., III, 283; V, 31v.

[2] plus minus em sentido feudal: “Et homines qui morauerint in Alter debent esse fideles et boni vasalli semper Domino Electo egitaniensi et successoribus suis”, Leges p. 624. Sec. XIII: Bispo eleito, depois Bispo efectivo.

[3] ‘titulo que predomina entre os ministros de despacho e expediente do rei’, sec. XIV. G. Barros, I, 591.


vassoira

[1] De versoria > *vessoira > vassoira. O a- nasceu de infl. do de varrer, e não de infl. do r latino. Não houve pois *varsoira; cf. vessada (e não va-), pessoa (e não pa-), etc. Em varrer < verrĕre é que houve infl. de rr.

[2] “Vassoura é uma planta dos mattos e pinhaes, de que se fazem vassouras”. Sangalhos, Anadia. Joaquim da Silveira.


vassoiro

‘vassoira grande, feita de ramos de pinheiro, trovisco, etc. para varrer o forno’. Enfia-se num pau, chamado barriscadoiro (= varr-isc-ad-oiro), porque o vassoiro serve para barriscar (= varr-isc-ar) o forno, i. é, para meixer o brasume ou conjunto de brasas. Baião.


vassoura

Composta de duas partes: rama e cabo. O nome rama vem de ser a vassoura originariamente uma giesta, etc. (as que se usam são mudadas).


vaxelo

‘certa vasilha’. Esopo, 97.


vazio

‘gado que não dá leite’ B. Baixa. RL, II, 252


vazíos

‘flancos, a parte logo acima dos ossos iliacos’. T. M. RL, V, 108.


vê ’ lo

vê’lo la vém”: ‘ei-lo lá vem’. Almeida. Flagrante, verifiquei.


vea

[1] “hum pichel d’agoa da vea da rribeira de Barosa” 1531-1532. Ineditos, V, 596.

[2] ‘vela de navio’ sec. XIV, Vida de S. Nicolau, ed. de Azevedo: cf. Bolet. da 2ª cl., IV, 158. Vid. pulso.


veado

[1] Sua existencia em Portugal: index do Elucidariocervo). Vid. cervo nestes vbts.

[2] Com a significação geral de ‘caça de monte’, sec. XIII, G. Barros, II, 152, n. 5. Cito na Etn., II, Fauna.

[3] Fallam dele os docs.: “por receber muito dano dos porcos monteses e veados”. Sec. XVI. AHP, I, 379. Cito na Etn. Cf. Pragança.


veador

[1] “veador de sua fazenda”, s. XVI, AHP, II, 180, 223.

[2] escrito veeadores, 1500, Rev. de Hist. II, 177.


veça

= vessa? (de vessar) ou hesp. veza? Minho, s. XV, G. Pereira Perg. Univ. p. 73 e 74. Pelo sentido parece ser de vessar: “veça, sega, malhadella” (p. 74).


vèdalhas

‘presente que se leva à mulher parida’. RL, XII, 130.


vèdeira

(com b): ‘mulher que talha doenças’. Baião. Fem. de vèdor.


vedello

vedello duro inglês”, Lusiad. VII, 4-5. Cf. Diez Gr. II, 432. Notas de Buchanan na ed. de El esclavo del Demonio de Amescua, que tenho; pag. 141.


vêdes

“ás vêdes”: ‘ás vezes’. Carrazeda. Ouvi. Rp. – tres vêdes, ‘tres vezes’.


vedonho

Vid. vidonho.


vedõnho

‘cepa’. Alg. RL, VII, 258.


vedores

‘devedores’. Trancoso. RL, V, 173.


vedra

Ainda com sentido comum: “dam de una vina vedra de So Carreira”. Inquir. de Af. III, p. 394.


vedro

[1] Conservado no onomastico. Presuppõe: *veterus, -a, -um. Cf. hesp. Murviẻdro, prov. Casteu-Veire; cf. Thomas, Romania XXXIII, 223. Faço artigo para o Povo de Leiria.

[2] de vedro: “ipsa ecclesia fui facta de vetero”. sec. XIII, Pe. Alves, Bragança, III, 314. Cf. de novo = agora.

[3] “avy y uno casal de vedro”, sec. XIII, Inquir. I, 296, 320, etc. = desde tempo antigo. Cf. Elucidario.

[4] “ouvyrom dizer a homees vedros que…” Comêço do s. XIV, CC, I, 156: “ouvyrom dizer a mujtos homees boos vedros que…” p. 169, a par de velhas p. 178 (1316).

[5]Em 1284 em um texto do Minho é da lingoa corrente saya uedra no Dcc. do Souto nº 87, p. 87.


veedor

[1] “que a elo foi veedor”, 142, Dcc. de Souto, p. 137, p. 154, l. 8. Outro ex. de 1475, nº 143, p. 165. F. e F. “clerigos e veedores dados a ello”, nº 147, de 1486, rp.. Em sentido juridico.

[2] = veador. Honras Christans por Vicente da Costa Mattos, Lx. 1625: “debaixo da protecçam do … marquez de Castel Rodrigo… gentilhomem da Camara de S. M., & veedor de sua fazẽda”, no rosto.

[3] sec. XIV. I. Ac., IV, 603.


veer

‘ver’. Esopo, 98.


vẽer

Sec. XIV, Leges, p. 704.


veia

[1] = aveia. “Um campo de veia”. Olho Marinho.

[2] = via (urethera). Alijó.


veiga

[1] (leitões de ‒ ) ‘bacoros’. RL, XII, 130

[2] termo muito usado pelo N. de Tr. os Mt.: Chaves, V. P. d’Aguiar. Cf. Veiga de Chaves; veiga de Charnescas (em V. Pouca).


veio

[1] ‘ferro embutido na extremidade do lobête’. RL, XII, 130.

[2] ‘elemento da mó’. Vid. bucha e .


veira

= vária? “unam uaccam colar ueiraD. et Ch. n. 173, sec. X. “de côr variada??” ou colar é “quanto ao colo?”


vela

[1] Cf. o foral leonês de Castelo-Bom: “homo que estudiere ó en vela ó en atalaia…” Leges p. 757.

[2] distincto de candeia em M. Bernardes, Pão, p. 198, t. I.


velada

‘recinto grande, fechado por parede baixa, de pedra solta’ (para o gado descansar da calma?). Dist. de Évora. É synonimo de tapada. De vallada.


veladeira

‘rosario de bolotas d’azinho que se conserva pelo tempo adiante para se comerem, por estarem já veladas’. Tavira. Cf. avèladas. Beira.


velado

= vallado. Algarve. RL, IV, 337.


velador

[1] ‘o que vigia’?: “et debet facere forum velatoris et debet esse velator”. Nas Inquir. de 1258, p. 649. Velator de avolengas (de seus avós) p. 648 na 1ª linha da col. 2ª.

[2] ‘nome dum pau movediço pregado numa hombreira das chaminés com móssas para nelas se dependurarem uma, duas ou mais candeias’. Campo Maior. (Informação)


veleidade

(velleidade). Do lat. escolastico velleitas (de velle): Dict. Génér. – Isto é: do fr. velléité.


velha

“É a legoa da velha!” = legoa muito comprida. Lagos, etc. Cf. legoa da Póvoa no Norte. Em Tr. os Mt. creio que tenho notado “legoa de pero” (mirand.)


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