PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Facsimile Lines

1633. Carta não autógrafa de André Coelho, capitão do forte de Aguada em Goa, para Dom Francisco da Gama, 4.º Conde da Vidigueira, antigo Vice-rei da Índia.

Author(s)

André Coelho      

Addressee(s)

Dom Francisco da Gama                        

Summary

O autor justifica a falta de mais contacto relatando as obrigações que o ocupam enquanto capitão. Faz um resumo do seu percurso de vida na Índia e elogia os seus próprios sucessos e experiência. Queixa-se de intrigas e faz uma apreciações de conjunto sobre a conquista do Império do Oriente.
399 < Page 400

[1]
[2]
basta pa sostentação de minha pesoa e familia

[3]

Esta fortza da barra que V xa fes e lhe deu em seu tpõ tanto favor e a fes forte, está oje

[4]
com tão somentes des homẽs, des pioins, e sem manchua, nem balão, nem se tratou
[5]
mais de sobras de sima, tendo tanta neçeside de se acabar a sisterna, o snor conde V Rey
[6]
trabalha mto mas não pode nẽ tem gente, as despezas grandes, e os rendimtos poucos e
[7]
tudo o de quá fiqua muy aRiscado-

[8]

O soseço de bombaça nos pos em grande ademiração não po falta de faltar o snor conde

[9]
V Rey porque mandou a recuperação daquela fortza armada quivalente pa outras o
[10]
caziõis maiores aonde se acharão milhoria de oitosentos soldados dos milhores e mais
[11]
famozos, que po então avia em goa, e não menos capitõis, e peçoas de mto respto que forão
[12]
nesta jornada, mas faltou a expiriençia de um Andre Coelho, porque serto e que todas
[13]
as fortalezas da india se podem socorrer. po duas e tres monçõis, e a de monsambique
[14]
e bombaça não tem mais que hũa mocão, que são dos levantes, e como assỹ seja
[15]
hera neçesario que a harmada fora provida, pera anno, não tão somentes pera
[16]
a gente que hia na armada como pa a que avia de ficar na fortaleza, coanto mais
[17]
que está em hũa Ilha que não he muito grande, nẽ os naturais coltivão nella man
[18]
timtos mais que os que lhe vem de fora e da tra firme, e que quem for snor do Rio o será
[19]
tãobem de tudo o mais que ouver na dita Ilha, e se ouvera perseverança não cheguara
[20]
o dano a ser tanto, nem o Inimigo se acolhera com tanta sultura, e violençia da Re
[21]
putação deste Estado-

[22]

Largua espiriençia tem V xa e eu desta fortza que alem de ajudar a tomar aos turquos,

[23]
se me deu po despacho, V xa ma mandou socorrer com duas caravelas onde estive de
[24]
vaguar nella, e por eu estar nesta ocazião abzente no sul, loguo faltou ao snor V Rey
[25]
que Inteiramente o aconselhaçe de como se devião de aver nesta recuperação e ordem
[26]
de miliçia pa se tirar, porque na India se não pode dividir nenhũ poder pocoanto
[27]
e muy pequeno o que quá temos, mais que com forteficasõis, a vista sempre hũa das
[28]
outras, nos hirmos cheguando a fortaleza do inimigo, e desta manra se segura as oca
[29]
ziõis e empressas, Guoarde nosso snor a V xa po larguos annos, deste forte d au
[30]
guada em 20 de janeiro de 1633

[31]
Amdre Coelho

Text viewWordcloudFacsimile viewPageflow viewSentence view