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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1176

[1567-1570]. Carta de Margarida Cerveira para André Fialho, padre.

ResumoA autora dá informações sobre os testemunhos que prestou relativamente ao réu.
Autor(es) Margarida Cerveira
Destinatário(s) André Fialho            
De Portugal, Elvas
Para Portugal, Lisboa
Contexto

As cartas PSCR1169 a PSCR1184 encontram-se no processo do padre André Fialho, preso pela Inquisição a 20 de março de 1567. Foram escritas entre 1567 e 1570. Algumas destas cartas podem pertencer ao grupo de dez cartas descobertas pelo alcaide do cárcere, em setembro de 1567, num fato que André Fialho "mandava fora". Há cartas que foram encontradas num púcaro, em casa de Maria Sardinha, escrava do réu. As cartas foram anexadas ao processo, servindo de prova à acusação. As cartas PSCR1177 a PSCR1181, trocadas entre Margarida Cerveira e André Fialho, estão escritas total ou parcialmente em cifra: palavras escritas da direita para a esquerda e letras falsas acrescentadas no final de algumas palavras. O padre André Fialho, de quarenta e nove anos, licenciado em Artes pela Universidade de Coimbra e bacharel em Teologia pela Universidade de Salamanca, "sacerdote de missa e pregador e prior da igreja de S. Pedro de Elvas, do arcebispado de Évora", foi acusado de, usando mal as suas funções de sacerdote e confessor, cometer atos ilícitos com várias das suas "filhas espirituais", persuadindo-as com proposições heréticas, falsas e condenadas pela igreja, causando mesmo a morte de muitas das suas "filhas espirituais" e "das almas que teriam em seu ventre", ao provocar a interrupção de algumas das gravidezes que resultaram dos seus atos. André Fialho foi deposto das suas ordens e condenado a cárcere perpétuo (abjurou a 27 de novembro de 1570). Morreu a 01 de agosto de 1576, "de uma postema que lhe rebentara no fígado", no colégio da Fé onde cumpria a pena. André Fialho era irmão de Manuel Fialho, que se encontrava em Roma, sendo familiar do papa. Manuel Fialho obteve um breve do papa, que foi apresentado ao arcebispo de Évora, D. João de Melo, com vista à libertação do réu (um treslado do breve foi enviado ao réu e encontra-se no processo). No entanto, mesmo com o breve papal, André Fialho não foi libertado. A evidente má vontade do arcebispo poderá ter a ver com o facto de, em 1568, o cabido de Évora ter nomeado Manuel Fialho (que já se encontrava em Roma) para seu procurador junto do papa, com o intuito de tentar impedir a concretização do projeto de D. Sebastião de elevar Elvas a diocese e de, assim, a separar da diocese de Évora. As pretensões do mesmo arcebispo não foram atendidas e, a 9 de junho de 1570, o papa elevou Elvas a diocese. Manuel do Couto refere na sua carta de abril de 1570(PSCR1169) que Manuel Fialho lhe confidenciara que o arcebispo lhe devia estar com muita cólera já que,ao fim de tantos anos, ainda não "despachara" o irmão. E, a 9 de novembro de 1570, tanto o arcebispo de Évora como o cardeal D. Henrique pediram expressamente ao Santo Ofício para sentenciar André Fialho. [Sobre a elevação de Elvas a diocese e a nomeação de Manuel Fialho como procurador do cabido de Évora, usou-se aqui, fundamentalmente, o seguinte trabalho: PIMENTA, José Manuel Pasadas Figueira (2014). Diocese de Elvas (1570-1636). Criação, Recepção e Organização Tridentina. Dissertação Final de Mestrado Integrado em Teologia, Lisboa, UCP. Há vários outros estudos sobre o assunto que podem ser consultados.]

Suporte um quarto de folha de papel, escrita no rosto e verso.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 1062
Fólios 551r-551v
Online Facsimile http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=2300947
Socio-Historical Keywords Teresa Rebelo da Silva
Transcrição Teresa Rebelo da Silva
Contextualização Teresa Rebelo da Silva
Modernização Clara Pinto
Data da transcrição2016

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Jhs

ele me dise q si faria q por sua parte não quedaria q escriviria ao arcibispo e q ho recado q lhe viese q ele mo mandaria por escrito por q esto sobersalto se me farã ir la outra vez ho q ds não querã antes de dez mil mortes es aqui ho q teno feito sabe ds q não poso mais se isto não basta mandeme dezer ho q e mais necesaro e como se farã e tudo craro e logo e polas chagas de Jhs lhe peco q veja minha onra não ẽquanto minha mas sua e de meus paretes q me lacarã cen fogos e ten razan q asi quera nuca fose forã de sua casa ne lhe dese trabalos e q ne sen vitura não desen d andar imigos não se sofre tudo quanto for e mas tudo farei ainda q seja ẽvergonar meu rostro como tenho feito mandeme dezer e logo se me pode preder por isto e fazerẽ ir la outra vez porq ue temo e cotudo fiz ho q no outro digo polo grande desejo q teno de seu bem digo isto porq fui tres vezes sua testemuina duas elvas e mto bẽ e vdade ser muto pergutada porẽ erã critan quẽ vẽ prigutava foi mina desa vitura ir la estive nesa mesa des as duas oras ate note sempre me defidi mas ese velo me mato porq me não tirava ne fez causas comigo como crita mas como irege mtas vezes lhe disse q erã critan q ue dissera vdade elvas e não sabia mas porq tudo ho q sabia tina dito tanto fez cõmigo q lhe dise mtas vezes q me disese ele ho q quiria q ue disese q o diria porq vdade eu não sabia mis mais q ho q tina dito ho como me fez dezer calo e so a ds grito ficarã pa nagul tenpo polo q ten mta justica q não deve de valer o tal jurameto porq mtas vezes lhe dise q me não fizesen jura falso ue não asinei nele ca si bem adiv oãn esefoc oãn esid q is q aracep ogimoc oh este ed acifoc e no siam parece me q esid q ed siop e isto iof oh q esid q por ver a ds q antes se em tirara a fala q ielaf lat mas ogid siam es o q otsin vera adonde em seus e suem trabalos eu falei esta carema apotolo cõfican q esta agora la dezedo q divia tal restutican e q não sabia como satifizese q me ajudase ele por amor de ds ache nele mto boa palava e disse me q não bastava aquilo q avia de ser polo vigaro q lhe dese lececa pa tratar ho vigaro como se faria dise eu q si depois q falo ho ele trono a falar comigo uina tam deferote como se fora outro diseme q divia de me calar por q esa cousa era perigosa q se não tivese mas q uem onumetset q não no aviam de codenar ne por quatro q tal homẽ avia de ser a prova mto lagra e q se fose mtas q não fazia nada ainda q em eu desisese es fose poquas q polo uem não no aviam ed codenar do q eu me agastei dezedo q eu qiriria desecaregar mina cociecia q viia vivia mto atribulada ẽquieta e dizia vdade quando me viu asi dise q me aquiatase q ele iria a evoa e falaria diogo medez ẽquisidor e ho arcibispo e q se fose necesario q eu fizese ate diligecia qrerme escrivaria e senão q me mandaria escrito disese q me aquiatase porq não erã mais oubrigada asi ho fez mandome escrito q diz q não fale mais niso ou veja ho q me diz q farei q não vivo ne ue vi nem eu temo porq mtas testemunas refiriã sobre mi dizedo q eu sabia todas suas cousas e q juraria falso polo na codenar mina adiv atribulada oãn es descosole q eu cõfiu ds todo poderoso q ha de ser ele aletob oãn quer polo temor q ten q a facam ir la mas ha quatro testemunhas de como a virã mto descosolada e dezedo como decejava de ẽmedar testemuno mas q não ousava veja se ten remedio por aqui e de do recado nhũa pois ẽcaregelhe to a cociecia testemunas não sei mais nenuma q as q ele sabe eu não ouso escrever e por iso ho não faco veja como quer q se faca e seja q ds não seja mais q tudo farei mina adiv pa q a quero ue se ds e se ads com todos


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