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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1684-1691]. Carta de Maria para a Inquisição de Coimbra.

ResumoA autora denuncia o padre Francisco Rodrigues de Abreu, relatando procedimentos que este adotara para com ela.
Autor(es) Maria
Destinatário(s) Inquisição de Coimbra            
De Portugal, Viseu, São Pedro do Sul
Para S.l.
Contexto

A presente carta de denúncia é escrita pelo punho de Maria, «moça donzela e recolhida», moradora em São Pedro do Sul, sobre as suas relações com o padre Francisco Rodrigues de Abreu. A carta, não estando datada, está arquivada entre documentos de 1691 e 1684.

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Suporte a carta ocupa o rosto de meia folha de papel
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra, Cadernos do Promotor
Cota arquivística Livro 313
Fólios 358r-v
Transcrição Rita Marquilhas
Revisão principal Cristina Albino
Modernização Rita Marquilhas
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2000

Page 358r

[1]

Com o Pe frCo Ros de abreu morador em rribafeita Cogitor q foi nesta

[2]
villa de sam po do Cul Com helle tive huma amistade donde helle maginou
[3]
me porssoadiCe o q não foi e isto se emtende fora da ConfiCam e he
[4]
lle me mandava algumuss esCritos pera algumas Couzas q queria q
[5]
eu lhe fizese mas por algumas palavars que neles vinham emtendi
[6]
a eu que me porssoadia mas destes não faso mençam senão de hũa
[7]
q me deo em o ComfiCionario e não me lembra se vinha nele alguma
[8]
palavar semilhamte aos de fora da ConfiCam e isto digo a Cautela
[9]
por me não lembarr q ha ters ou Coatorr annos Comigo paCou algu
[10]
mas palavars q não pertendiam a ConfiCam e algumas famlava eu
[11]
em serem auCiozas mas não deClaradas no mesmo ComfiCionario
[12]
e tomei tabaCo dos dedos e me parese me pegou em dedo e Como he
[13]
le me Custuma aCupar em algumas Couzas não Cei se seria o esCri
[14]
to pa as tais Couzas ou se levaria algumas mas palavars mistura
[15]
das e disto fis esCupulo e isto fasso pera resguardo de minha
[16]
Calvasam tambem porzomi que outra pesoa falava Com hele em o
[17]
mesmo ConfiCionario porem não Cei o que diziam senão por Cospeita
[18]
q tinha e por huma palavar q esta pesoa me deo a emtender porem
[19]
não ma deClarou o que hera
[20]
e eu Cou mosa donzela e reColhida de bomos porsodimentos
[21]

[22]
Maria filha de jozeph da RoCha e maria de gouvea de
[23]
São Po do Cul

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