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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1660-1669]. Carta de Manuel Gomes de Sequeira para a sua cunhada, Isabel de Leão.

ResumoO autor ameaça a cunhada, fazendo-lhe vários insultos.
Autor(es) Manuel Gomes de Sequeira
Destinatário(s) Isabel de Leão            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Évora, Portalegre
Contexto

Este processo diz respeito à ré Isabel de Leão, cristã-nova, natural de Estremoz e moradora em Portalegre (Évora), esposa de Fernão Vaz de Sequeira, contratador, presa por culpas de judaísmo e de relapsia, em 1671. Filha de Manuel de Leão e de Mécia de Leão e irmã de Maria de Leão e de Violante Rodrigues, tinha uma filha, Violante, com 2 anos e meio.

A ré estava em casa de António Fernandes da Costa quando foi presa; declarou saber ler e escrever (fl. 82r); conseguiu livrar-se de castigos por dizer que estava com achaques num braço. No entanto, foi condenada a abjuração em forma e a cárcere e hábito penitencial perpétuos, instrução, penitências espirituais e excomunhão, tendo depois sido reconciliada.

Manuel Gomes de Sequeira, autor desta carta, era seu cunhado, irmão de Fernão Vaz de Sequeira, e sobre ele declarou a ré que lhe tinha roubado de casa umas armas de el-Rei que o marido mandava fazer para enviar para Lisboa, e que escreveu ao marido a contar o sucedido, pelo que este mandou que o irmão fosse para Lisboa. Por esta razão, o cunhado ficara-lhe com ódio e enviara a referida carta, ameaçando-a e desonrando-a com insultos. Manuel Gomes de Sequeira foi preso por culpas de judaísmo.

A ré disse ainda que as suas cunhadas, Brites de Sequeira e Francisca Gomes, solteiras, estiveram um tempo em sua casa, em Portalegre, e que lá se afeiçoaram a dois dos principais homens da cidade, Bartolomeu Barreto e Pedro Pinto, com os quais se falavam e escreviam. Sabendo disto, o marido da ré mandou que o pai as fosse buscar e as levasse para Lisboa, pelo que ambas culparam à ré, escrevendo umas cartas queixando-se dela. As cartas foram remetidas ao juiz de fora e estavam relacionadas com o artigo 15.º das contraditas (descrito em fl. 293r): "Duas cartas de sua cunhada Brites de Sequeira que escrevia a seu marido e a sua filha Violante de Sequeira que estão em poder de António Fernandes da Costa".

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita apenas no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Évora
Cota arquivística Processo 1218
Fólios 346r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2363216
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

Page 346r

[1]
dou a vm o titolo q merese

Chegei a esta minha carta com mais sa

[2]
ude do que saiu da de vm do q me não
[3]
espanto pois erão tanto os vivos por
[4]
diante q não podia deixar decertado
[5]
asin ben cei lhe pelava a vm averme
[6]
mal respecto pois sempre trazia a cara
[7]
alegre mas não me espanto porq quem
[8]
ten deeos cempre huã he milhor q ou
[9]
tra e ben conhese o mundo quer vm
[10]
he pois pois he huã e se fas outra
[11]
mas eu não me espanto pois vm o fes
[12]
noutras partes q enportava mais
[13]
mas quem fes o q vm fes q queria
[14]
eu agora tirar se não eu botiarias
[15]
e mentiras e actos de tais calidades
[16]
q vm pasou mto não esta nesta tera
[17]
e agora q sei o q vm escrevo o snor
[18]
fernão vas de siqueira mas eu não
[19]
ponho a culpa a vm senão a de que
[20]
quis quer a vm sabendo o q vm era
[21]
mos cedo ate gora ver me ja asa
[22]
nhado agora sabera quem vm he
[23]
pois en eu caindo fora lhes direi
[24]
e lhe perguntarei das couzas q vm
[25]
lhe escreveo e a vm pergunto quan
[26]
tos dias estive na cadea donde vm
[27]
me soltol e juntamte vm virme
[28]
pedir algun dro e atravesar pera
[29]
escrever qua e eu foi algũo dia
[30]
boscar alguö pescador
[31]
e devendo ca asin fi
[32]
careis aqueles q vm comeo pois mais comeo vm meo do q eu da de ceo
[33]
mas eu tenho a culpa pois conhecendo quem vm era quis a cervir en caza
[34]
taã enfame como esta pois todos me dezião o q vm he mas eu como
[35]
não queria fazer de vm boa por amor da lhe digo q eu mto
[36]
certo ei de tornar a esta tera e pode cer saba vm e a ter o q ate gora eu cala
[37]
va e agora faso conta hir saber a verlhacarias e ceu porq vm qua se recusa
[38]
ajudalos com este snor e pode cer o fasas cejão o q são mas de vm levar
[39]
esperava menos mto podera dizer mas como faso conta e voume con vas la e ve
[40]
remos mas quaze dis esto dicera mais se não vira isto bastava pelo
[41]
q vm ce lhe achar por onde e o livre de quem tal lhe quer e b bem lhe
[42]
e mal lhe faca la

[43]
Mel Gomes de siqueira

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