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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1685. Carta de Gaspar Álvares Gramacho, mercador, a um membro da Inquisição de Lisboa.

Autor(es)

Gaspar Álvares Gramacho      

Destinatário(s)

Anónimo119                        

Resumo

O autor conta à Inquisição que prestou testemunhos falsos aquando da sua prisão e pede clemência para aqueles que acusou. O autor critica a Inquisição portuguesa por não revelar o mesmo tipo de idoneidade que se pode encontrar em França, na justiça de Luís XIV.
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a carga, que sente dos encargos em que
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se supostos que estes não foçem naçidos
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da Vontade nem do odio, sim proçedidos
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do temor da morte e falta de juizo pois Ven
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doçe o meu tão atribulado, e confuzo, ino-
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çentemte condenado a morte pello crime
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de judaismo, coiza que tal nunca ao pen-
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ssamto me veio, pois a doutrina que meus
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pais me ensinarão foi sempre a Lei de
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Christo jhs, em cuja Vivia e meus irmãos
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como o mesmo senhor he testa da Verdade
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e como a inoçençia de não ter cometido o crime
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foi a cauza de Variar tanto, por asertar
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em quem me tinha feito o mal fui
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dando em qtos parentes e Amos tinha
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estando os tais tão inoçentes do que lhe acu-
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mulei como o mais inoçente catholico
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pelo que Vendo o Risco em que se minha
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alma recorri logo por carta ao snor Pe-
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dro de taide de Castro prezidente da
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menza da sta inquicição desdizendome
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de tudo o que tinha dito na Rial verdade
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pa que não fosse crime o meu dito contra
[24]
aqueles de quem denunçiei Vejo tãobem
[25]
padeçem mtas inoçençias e como Vossa

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