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Covo, excerto 11

LocalidadeCovo (Vale de Cambra, Aveiro)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Arquibaldo

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[1]
Vamos lá".
[2]
E o padre: "Não, não.
[3]
Eu não vou lá.
[4]
Vá lá você"!
[5]
Eu já não comi.
[6]
Che- Estava a comida no…
[7]
Já não comi!
[8]
Estava ali,
[9]
atravessei a rua,
[10]
subi por ali fora, pela escada fora, tumba,
[11]
tumba, tumba, cheguei lá, à direita,
[12]
lá estava a porta.
[13]
Eu [pausa] carreguei no botãozito:
[14]
trrr, a campainha…
[15]
Ela veio à porta – uma senhora muito linda!
[16]
Ai que senhora linda!
[17]
[vocalização] À porta, abriu só assim um bocadinho da porta:
[18]
"O senhor o que é que quer"?
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Nunca me tinha visto de mais lado nenhum e eu a ela também não.
[20]
Disse: "Olhe, aqui não é que mora a senhora Berenice"?
[21]
Diz ela: "É, sim se-.
[22]
É.
[23]
O senhor o que é que lhe quer"?
[24]
"Olhe lá, está um um filho meu está para ir para fora,
[25]
e já tem tudo [pausa] coisa,
[26]
e eu [pausa] queria ver se a senhora lhe dava algum jeito para ele não ir".
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Diz ela assim: "Ai, [pausa] quem é que o mandou para aqui?
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Eu não me meto nisso"!
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Digo eu: "Ó senhora Berenice, você, a senhora, não me a- não me faz isso porque não quer.
[30]
[pausa] Porque a senhora podia-me valer [pausa] ou [vocalização] valer ao meu filho".
[31]
Diz ela assim: "Pois é,
[32]
mas eu, não, não, não nisso"!
[33]
Mas começou a abrir a porta
[34]
e ficou à vontade como a senhora está mais eu.
[35]
INF Começou a conversar,
[36]
diz ela assim: "Olhe"…
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Estive eu a contar-lhe, que era só aquele filho
[38]
e que tinha só aquele filho e [vocalização] que e que é que havia de ser de mim a mais a minha mulher que era uma mulher doente –
[39]
e é.
[40]
E aonde diz ela assim: "Mas não,
[41]
então eu que faço"?!
[42]
Mas ela ouviu, ouviu
[43]
, ouviu e eu tanto lhe pedi,
[44]
e ela, diz ela assim: "Olhe, você vai hoje embora"?
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E eu disse: "Não, senhora Berenice".
[46]
"Você onde é que vai ficar"?
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Disse: "Olhe, eu fico aqui nessa pensão da senhora Bernardete".
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Diz ela assim: "Olhe, você logo quando for dez e um quarto ou dez menos um quarto apareça aqui,
[49]
que eu, eu digo-lhe qualquer coisa".
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Eu já fiquei todo contente!
[51]
Já a minha o meu coração parece que ficou mais à vontade.
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INF Depois [pausa] eu fui para dentro
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e e o meu a minha comida estava lá
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e o padre ainda estava a comer.
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Diz a [vocalização] cachopa: "Então"?
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Disse: "Olha, foi assim, assim".
[57]
"Já não vai lá fora.
[58]
[pausa] Você vai ver que o seu filho não vai lá fora".
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Digo assim: "Se ele não for lá fora, se ele for que não vá lá fora, dou-te dois contos".
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Diz ela: "Estão ganhos".
[61]
Digo eu assim: "Pois
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e-, e eu e eu que tos dou já"!
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Diz ela: "Não, não.
[64]
Você, logo, então, ela mandou-o lá ir,
[65]
você logo vai lá".
[66]
A cachopa lá me preparou uma cama
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e disse: "Olha eu vou venho ficar aqui".
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"Está bem!
[69]
Olhe, o seu quarto vai ficar ali".
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E eu e a cachopa lá…
[71]
Muito boa rapariga!
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E eu fui, quando foi dez e um quarto,
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dez menos um quarto, chegou lá uma miudinha – que estava lá mais ela, quando eu que estava a falar com ela, uma miudinha pequenina, assim para aí com uns cinco anos, quatro, cinco anos –,
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e a cachopi-, a menina, só atravessava a rua,
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atravessou assim a rua
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e chegou lá:
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"A madrinha disse que o senhor viesse lá".
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[pausa] Fui logo atrás da miudita.
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Cheguei lá,
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estava lá o tenente-coronel, [pausa] o tenente-coronel.
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INF Estava lá assentado.
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Era amigo dela.
[83]
Assentado!
[84]
Ela era Ela era solteira.

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