Corpus de Textos Antigos

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Maarten Janssen, 2014-

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Livro dos Mártires

TitleLivro dos Mártires
AutorBernardo de Brihuega
EdiçãoAna Sonsino, Marta Cruz e Cristina Sobral
Tradução/RedacçãoTradução do texto castelhano do 3º livro da obra hagiográfica de Bernardo de Brihuega, Genesi Alfonsii, composta em 1260-80.
Data da Tradução/Redacção1300-1325
TestemunhoLisboa, João Pedro Bonhomini de Cremona, 17 de Agosto de 1513. Exemplar único na Biblioteca do Paço Ducal, Vila Viçosa, Livro nº 36.
Data do Testemunho1513
BITAGAPManid 1028 cnum 2265 Texid 1032
GéneroHagiografia

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¶De como sam Luperculo bẽzeo a serpẽte. e amansou a. e desy deitou lhe as suas contas no pescoço. e leuou a comsigo ao ryo como em cadeas. e mandar lhemandar lhe: a incoerência sintáctica supõe erro, cuja correcção, porém, não é evidente. que se fosse pera o mar. Capitulo .ccviij.

POrque a carreira do dsuairamẽto deste mũdo he chea d mujtas coitas e a penas leixa a nemhuũ hir liuremente que o nom embargue emna carreira das vertudes alguũas vezes. Por ẽde o bem auenturado Luperculo. desque ouue cõpridos dez annos. tanto se quis atormentar emno mundo que se foy pera o hermo. e ala seue atormentadoatormentado: borrões de tinta de impressão sobrepõem-se parcialmente à segunda e à sexta letras.. o seu corpo jejũs. e com orações. e seruio hy ja quãto marauilhosamente a ds. Mas estãdo ala o homẽ de ds. começou a pensar em sy mesmo que nom faria mais de seu proueito em trabalhar se por sy mesmo tam solamente. que em trabalhar se por sy. e por todolos outros E por esto leixou o hermo. e desterrou se pelo mundo. buscando a sua terra que era emno çeo. E veo se pera a çidade d Elisona. que he sobre o ryo de Belisia. E segũdo conta a estoria autemtica. e affirma a renembrança de muytos boõs homes. e creedeiros ãte que jesu o vissevisse: erro por viesse. em sancta maria foj pobrada aquela çidade. e era muj poderosa d’armas. e muy nobre de riqzas e muy alta de torres. e d adarues. e de cassas. E despois que jesu o veo em santa maria. e q a fee começou a creer per terra d’oçidente. Assy foy honrrada per poderio do apostoligo de Roma esta çidade. que foy feyta madre de .xij. egrejas cathedraes d bispados. Emno tempo que sam Luperculo veo a esta çidade estaua emnas couas de huũs montes muy grãdes que hi auia huũa serpente ascondida que auiam eles ya em custume de a chamar em sua lingoajem. chuuia. E era tam grande. e tam cruel. e d forte braueza. que amdaua correndo toda a terra deredor. buscando cada dia que comesse. E aqla cousa que ela achaua primeiramẽte p ventura aquela roubaua muy a pressa. e quer fosse homẽ. ou outra besta. qualquer logo o emgulia. de guisa que nom fazia nẽhuũ departimẽto em huũ mais que emno al. E os filhos pequenos areuataua das casas as madres. e muy d grado hya ela cõtra os caualeiros armados. E o medo daqsta serpẽte. assy auia espãtada toda a terra deredor. que bem quatro milhas arredor daquele monte hu ele estaua. nom se ousauã achegar nemhũs. E fogiam emde os lauradores. e ficaua a terra por laurar. E depois aueo assy que a sazom que o homẽ d ds veo aquela çidade. aquela serpente achou tam solamẽte em que podesse mostrar a maneira da sua vertude. E logo que o pobo da vila soube a uijnda. e os se marteiramentos. forom se todos poer amte a sua cara sem tardança nemhuũa E rogauã no muy fortemente choramdo que lhes dse cõselho aaqlo. E o homẽ boõ. desque os vio postos em tam grande coyta oue muj grande do deles. e começou lhes a dizer daquesta guisa. Meus amigos. vamos todos d suũ. e em nome daquele que quebrãtou a cabeça ao dragom emno ryo de jordaõ Começemos nos de deitar outrosy aquesta serpente daqui. E desta guisa hĩdo o poboo depos el. Foy sam Luperculo a coua da serpẽte. orando e dando louuores a nosso senhor. Mas a serpẽte que estaua emna coua emçarrada. sentio muj lõge a uinda da gente. e sayo logo mais aginha. e mais guisada pera roubar que nom pera fogir. E logo que vio o santo homem que hia amtre todolos outros. bem como o boõ alferez que leua a sina deante emna batalla. Começou de abrir a boca. e de hir contra ele polo destruyr. e os tragare os tragar: no testemunho não há separação de palavras (eostragar), com a conjunção representada por sinal tironiano. O segmento admite duas interpretações, uma das quais ficará necessariamente representada na separação de palavras: aquela que escolhemos e que supõe uma alteração abrupta do número de entidades objecto da acção da serpente (a serpente abre a boca, acomete contra o santo que vai à frente para poder tragar os restantes homens que vêm atrás), ou e o stragar, que supõe que a investida se dirige apenas ao santo, e que estamos perante uma duplicação redundante (destruir e estragar), típica da retórica medieval.. Mas o santo homem que nom desfiaua em nẽhũa guisa. mas ãte estaua bem seguro emna ajuda de nosso senhor. Fez logo ante sy o synal da cruz. e tornou logo a serpente muy mansa contra ele. e começou a afagar com suas maãos bem como se a ouuesse outro homẽ criada. E chegou se muy sem medo a ela. e deitou lhe as contas ao colo como se fosse colar. E trouue a a destro bem como se fosse cam. e leuou a ata o ryo que ha nome Belisa. e meteo a dentro. e mãdou lhe per mandamẽto. e per obidiençia d nosso senhor. que se nom chegasse a rribeira. nem saisse a terra ata que fosse no mar. E ouerom muy grãde alegria todalos pobos que hi estauã. e começarõ todos a dar graças. e louuores a nosso senhor jesu o. em cujo nome vijã deitar a sam Luperculo. o seu emmigo da terra. E por aqste synal comfirmarõ se mais ẽna fee os que ante criã. Creerom logo. e baptizarõ se muy aginha. E per esta guisa pdẽdo o medo daquela serpẽte. deitarõ de seus coraçoões o medo da maa serpente dos infernos.


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