Representação em frases

Sapeira, excerto 6

LocalidadeSapeira (Castelo de Vide, Portalegre)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Alberto

Texto: -

[1]
INF Porque aquele gado até se conhece nas feiras.
[2]
Aquele gado conhece-se até nas feiras.
[3]
Parece impossível
[4]
mas aquilo conhece-se onde quer [vocalização] onde quer que eles tenham essa…
[5]
INF Até tem um [vocalização] tem uma umas características de- diferente de, do do nosso gado, está a compreender?
[6]
INF Põem Põe [pausa] um brinco.
[7]
[pausa] Mas i- isso, isso não não é quando nasce,
[8]
é quando são vacinados.
[9]
INF Mas isso é só para nos prejudicar a nós.
[10]
Porque se eu, por exemplos, eu tenho o meu gado todo vacinado e todos têm o brinco – o senhor, se chegar ali, vê: todos têm o brinco; tenho ali os papéis das vacinas, tudo legal dentro do [vocalização] de; aquilo dá para seis meses e o meu gado foi todo vacinado em Novembro, está a compreender?, porque tinha uns novilhos para vender e tive que os vacinar todos [pausa] por aquilo –, mas aqueles que andam aí, assim aos pulos de um lado para o outro, esses não é preciso vacinas, não é preciso guias, não é preciso nada.
[11]
INF Pois não.
[12]
O que é que julgava?
[13]
INF Eles vão buscá-los ali à fronteira
[14]
e [vocalização] aquilo eles lá passam de qualquer maneira e [pausa] com essa coisa.
[15]
INF Ah, todos não.
[16]
Então aquilo não é visto por ninguém!
[17]
Aquilo se calha aparecer guarda-fiscal no caminho, sim, na estrada – não é? – eles vão ver aquilo.
[18]
Depois vêem,
[19]
perguntam papéis : "E papéis"?.
[20]
Então, mas eles também não vão ver todas as camionetas,
[21]
não vão ver o gado todo.
[22]
Então Então agora, numa feira, iam lá ver o gado todo!
[23]
Eh!
[24]
Então aquilo…
[25]
Para ali dois ou três e pronto.
[26]
E [vocalização] parte de até das coisas, nin- ninguém pergunta por coisa nenhuma.
[27]
Aquilo até já Aquilo até já se sabe.
[28]
INF É.
[29]
Que [vocalização] Pois,
[30]
que o vão comer.
[31]
Pois é.
[32]
Isso é que é pena.
[33]
Eu até não sei
[34]
mas é até como não há fa-, sim, como o governo não se não olha para isso.
[35]
INF Não sei.
[36]
É que, por exemplos, um comer- um comerciante chega ali – até mesmo esses comerciantes de frutas, que estão ali na praça –, se não tiverem facturas, aquilo é uma multa, logo uma coisa uma coisa forte.
[37]
Vão ver aquilo tudo, fazer contas a ver se as facturas estão bem e essa coisa toda.
[38]
Por exemplos [vocalização], eu – isto é uma experiência que é [vocalização] própria mesmo e [vocalização] verdadeira e concreta –, eu, aqui aqui há dois meses, vendi uns suínos que aí tinha [pausa] a três contos e duzentos [pausa] a arroba, ou seja, a duzentos e vinte escudos o quilo, está a compreender?
[39]
Estes agora que vendi, [pausa] já foi a [vocalização] dois contos setecentos e cinquenta.
[40]
Ora, já o Senhor Doutor está a ver,
[41]
INF me- menos [vocalização] talvez quatrocentos e qualquer coisa de escudos ou quinhentos, talvez…
[42]
INF Quinhentos e trinta escudos.

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