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Sapeira, excerto 30
Text: -
INF Fazia-me mesmo muita falta, mas mesmo muita falta.
É que, este ano, se não chove, estou encravado com isto.
Eu estou Eu, pelo menos, estou mal.
E eu que tenho sempre sementes boas, tenho uma quantidade de semente de batata mas assim uma coisa jeitosa – sempre sementes novas.
Eu compro [vocalização] As batatas que há na minha terra só são semeadas duas vezes:
é no ano que vem e no outro ano, mais nada.
Depois acaba-se logo com aquilo.
INF Sempre, sempre sementes novas.
Este ano, já com o medo, é que comprei menos semente nova porque também aquilo custa muito dinheiro.
Aquilo custa aí a trinta mil réis o quilo
e, em depois, com as que vêm ainda deterioradas e essa coisa toda, vai para aí quase para quarenta escudos, ou [vocalização] trinta e cinco ou coisa assim.
E, em depois, para as ter aí e não ter água para as regar, também não vale a pena estar com…
Agora, eu dizia, agora, desta vez que…
Mas isso já abalou outra vez.
Agora [vocalização], foi lua nova ou lu- lua cheia.
A lua cheia devia ter sido ontem.
Pode ser que à lua nova que venha mais,
mas dá-se em passar o tempo.
É que, em depois, também, se se vem muito tarde, também já faz mal a outras coisas.
E depois já kuˈmɛsi começam já começa as árvores a rebentar;
já começam vinhas e [vocalização] essa coisa toda;
e a coisa, em depois, também já não…
Tudo fora do tempo também não não é bom.
É que à altura de chover, costuma-se a dizer que: "a inverno inverna do Natal nunca faltou", mas este ano faltou.
Na altura do Natal, por exemplos, na no tempo da azeitona é quando pertence a chover.
Porque o [vocalização] a azeitona é uma das coisas que:
e [vocalização], em estando bom, já se já se trabalha.
E nas terras, não é assim.
Se estiver agora uma semana a chover, duas semanas [pausa] e [vocalização] coisa, mesmo que alivie, já não é tão depressa que a gente mexe nas terras.
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