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Castelo de Vide, excerto 42

LocalidadeCastelo de Vide (Castelo de Vide, Portalegre)
AssuntoAs alfaias agrícolas
Informante(s) Albino

Text: -


[1]
INF [vocalização] O próprio eixo [pausa] das carretas essas antigas
[2]
Que eu lembro-me disso, ainda.
[3]
Mal é,
[4]
mas ainda me lembro.
[5]
Ainda vi algumas três ou quatro carretas dessas a trabalhar.
[6]
E então o eixo, por exemplo, era isto;
[7]
suponhamos que era isto, o eixo.
[8]
[vocalização] E então isto aqui é o o batente.
[9]
O eixo vinha assim.
[10]
Vinha assim.
[11]
Vinha assim aspirado à ponta.
[12]
Tudo em madeira.
[13]
E então, quer dizer, era assim uma parte agu- aguda,
[14]
mas aquilo era um madeiro [vocalização] enorme.
[15]
E então, quer dizer, isto metia na roda.
[16]
e E assim é que é,
[17]
mas aquilo era um chiadeiro enorme.
[18]
Quer dizer, era assim aspirado que era por causa de ter aqui grossura para se aguentar.
[19]
Mas em depois, aquilo era [vocalização], é claro, era era preciso andar-lhe sempre a deitar toucinho.
[20]
E [vocalização] até os [vocalização] os homenzitos trabalhavam com os carros
[21]
[pausa] e diziam: " [vocalização] O amaldiçoado carro come mais [vocalização] toucinho do que eu"!
[22]
E então os gajos, volta e meia, não se queria saber do chiadeiro:
[23]
"Deixa chiar para ,
[24]
que o raio que partem o carro"!
[25]
E assim é que era.

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