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Porto da Espada, excerto 62

LocationPorto da Espada (Marvão, Portalegre)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Alcibíades
SurveyALEPG
Survey year1974
TranscriptionAdriana Cardoso
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Às vezes, até [vocalização] havia umas ervas do campo que a gente
[2]
Pois bem, a fome, às vezes era muita,
[3]
ia a gente
[4]
Chamam-lhe Chamavam-lhe pialhos, pialhos duma coisa , um
[5]
Também se conhece por erva azeda.
[6]
Ia a gente,
[7]
comia aquilo
[8]
e roía aquilo.
[9]
Chegava-se a um ervilhal aonde havia haviam ervilhas conhece o que são as ervilhas? ,
[10]
era [vocalização] colher
[11]
e toca de comer.
[12]
Grãos e tudo.
[13]
Hoje então pois hoje! alguém alguém faz essas coisas?
[14]
Isso hoje não;
[15]
ninguém
[16]
Hoje ninguém trata des- desse assunto.
[17]
Ninguém, ninguém.
[18]
Roubava-se muito.
[19]
Desde que houvesse, por exemplo, uns figos ou uns cachos ou ou um, qualquer uns melões, umas melancias, roubava-se muito.
[20]
Hoje, o pessoal não sei se anda mais abastecido
[21]
e não não se frequenta qualquer coisa que se roube.
[22]
Nem a uma vinha, nem a uns figos, nada;
[23]
nada disso [pausa] frequenta .
[24]
E noutro tempo, não escapava nada.
[25]
Aquilo era, desde que a pessoa pudesse, figos e [vocalização] cerejas.
[26]
Ai eu!
[27]
Ainda levei algumas sovas!
[28]
Ainda levei algumas sovas, que apa- que me apanhavam [vocalização] às cerejas doutra gente, está claro!
[29]
Ora pois, tudo aquilo pertencia tudo ao mesmo, a haver fome.

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