Representação em frases
Porto da Espada, excerto 63
Texto: -
INF Pois, e depois vai para dentro do secadeiro, essa que é seca.
INF Um lume Um secadeiro é uma casa, uma casa com um sobrado, tudo aos buraquinhos,
e faz-se um lume lá debaixo, para se secar.
Está ali, por exemplo, dois meses ou assim…
INF Sempre com o lume por baixo.
No fim dos dois meses, está pronta vai.
[vocalização] Dantes, pisava-se.
A gente ali com um cabaz, com um cesto [pausa] assim redondo, botava-se para ali uma taleigada
e toca de pular ali, dentro daquilo, para se tirar.
saía aquela moinha, a pele.
Saía [pausa] pelos buraquinhos do do cesto
e ficava a castanha limpinha ali dentro do cesto.
Isso é Fica também duns anos para os outros.
Mas, quer dizer, em ficando duns anos para os outros, dá-lhe em dar um bichinho que lhe chamam a ponilha.
Dá-lhe em dar aquele bichinho
e a castanha parece que se põe assim um bocado [vocalização] descorada,
põe-se assim um bocado diferente da cor que na- da cor natural.
Mas há aí [pausa] certa gente que sabem tratá-las.
Quando é o fim dum ano, estão iguaizinhas às novas.
Mas é preciso [vocalização] uns tratamentos.
Os tratamentos é que não sei como são.
Mas fazem-lhe uns tratamentos quaisquer.
Dão-lhe umas voltas, umas vezes para ali e depois para aqui.
Dão-lhe aquelas voltinhas.
Aquilo depois, por fim de tempos, por fim de um ano, rendem a mesma coisa que rendem as novas.
Se não as tratar, aquilo [pausa] levam caminho.
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