Representação em frases

Porto da Espada, excerto 63

LocalidadePorto da Espada (Marvão, Portalegre)
AssuntoAs árvores de fruto e os frutos
Informante(s) Alcibíades

Texto: -


[1]
INF Pois, e depois vai para dentro do secadeiro, essa que é seca.
[2]
INF Um lume Um secadeiro é uma casa, uma casa com um sobrado, tudo aos buraquinhos,
[3]
e faz-se um lume debaixo, para se secar.
[4]
Está ali, por exemplo, dois meses ou assim
[5]
INF Sempre com o lume por baixo.
[6]
No fim dos dois meses, está pronta vai.
[7]
[vocalização] Dantes, pisava-se.
[8]
A gente ali com um cabaz, com um cesto [pausa] assim redondo, botava-se para ali uma taleigada
[9]
e toca de pular ali, dentro daquilo, para se tirar.
[10]
Depois, aquilo moía-se,
[11]
saía aquela moinha, a pele.
[12]
Saía [pausa] pelos buraquinhos do do cesto
[13]
e ficava a castanha limpinha ali dentro do cesto.
[14]
Pois.
[15]
Era o trabalho que dava.
[16]
Mas, hoje não
[17]
INF É g- É guardada.
[18]
Isso é Fica também duns anos para os outros.
[19]
Mas, quer dizer, em ficando duns anos para os outros, dá-lhe em dar um bichinho que lhe chamam a ponilha.
[20]
Dá-lhe em dar aquele bichinho
[21]
e a castanha parece que se põe assim um bocado [vocalização] descorada,
[22]
põe-se assim um bocado diferente da cor que na- da cor natural.
[23]
Pois e.
[24]
Mas [pausa] certa gente que sabem tratá-las.
[25]
Quando é o fim dum ano, estão iguaizinhas às novas.
[26]
Mas é preciso [vocalização] uns tratamentos.
[27]
Os tratamentos é que não sei como são.
[28]
Não sei o que lhe fazem.
[29]
Mas fazem-lhe uns tratamentos quaisquer.
[30]
Dão-lhe umas voltas, umas vezes para ali e depois para aqui.
[31]
Dão-lhe aquelas voltinhas.
[32]
Aquilo depois, por fim de tempos, por fim de um ano, rendem a mesma coisa que rendem as novas.
[33]
E a vista é a mesma.
[34]
Mas é preciso tratá-las.
[35]
Se não as tratar, aquilo [pausa] levam caminho.
[36]
Pois, assim é que é.

Edit as listRepresentação em textoRepresentação em frases