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Aljustrel, excerto 5

LocationAljustrel (Aljustrel, Beja)
SubjectA atmosfera e as condições climatéricas
Informant(s) Iolanda
SurveyALEPG
Survey year1983
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Isto está mu- um tempo muito triste, muito triste!
[2]
As senhoras nem se apercebem o tempo que está .
[3]
Eu , felizmente, ainda tenho para comer não é? , ainda vou ganhando para comer.
[4]
Mas quantas pessoas que não têm para comer?
[5]
E eu dá-me pena [pausa] de ver as pessoas tristes, de ver o tempo que vai.
[6]
O tempo está muito seco,
[7]
está muito ruim.
[8]
INF Muito ruim mesmo!
[9]
Isto a providência divina é que salvará isto.
[10]
[pausa] A gente tem em dizer que uma seca que tem emenda e uma molhada que não tem.
[11]
Mas não é no mês de Março.
[12]
As chuvadas deviam ter vindo de Janeiro até Março.
[13]
E até a gente, isto é, os ditados antigos diziam: "Águas de Abril, [vocalização] de mil".
[14]
Mas é que ele não tem jeito nenhum de chover.
[15]
Isto não tem jeito nenhum.
[16]
O vento está na mesma.
[17]
Olhe, eu regulo-me pelos ventos.
[18]
Sou uma pessoa que quando me levanto da casa, tenho um galo duma chaminé, em frente da porta, olho,
[19]
digo: "Olha, ai, o raio do vento ainda está na mesma".
[20]
Está mesmo aqui voltado ao norte que não
[21]
É vendaval,
[22]
não peixe
[23]
Que os peixes, atrai, com este tempo não ,
[24]
e os que vêm é caríssimos,
[25]
e é mau para as searas
[26]
e é mau para tudo.
[27]
Porque a fartura vem do mar.
[28]
Em não vindo do mar
[29]
[pausa] Porque ele o tempo estando mais morno, mais peixes
[30]
e mais produção.

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