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Aljustrel, excerto 5
Text: -
INF Isto está mu- um tempo muito triste, muito triste!
As senhoras nem se apercebem o tempo que está aí.
Eu cá, felizmente, ainda tenho para comer – não é? –, ainda vou ganhando para comer.
Mas quantas pessoas há aí que não têm para comer?
E eu dá-me pena [pausa] de ver aí as pessoas tristes, de ver o tempo que vai.
Isto só a providência divina é que salvará isto.
[pausa] A gente tem em dizer que uma seca que tem emenda e uma molhada que não tem.
Mas não é já no mês de Março.
As chuvadas deviam ter vindo de Janeiro até Março.
E até a gente, isto é, os ditados antigos diziam: "Águas de Abril, [vocalização] de mil".
Mas é que ele não tem jeito nenhum de chover.
Isto não tem jeito nenhum.
Olhe, eu regulo-me pelos ventos.
Sou uma pessoa que quando me levanto da casa, tenho um galo duma chaminé, aí em frente da porta, olho,
digo: "Olha, ai, o raio do vento ainda está na mesma".
Está mesmo aqui voltado ao norte que não…
Que os peixes, atrai, com este tempo não há,
e os que vêm é caríssimos,
Porque a fartura vem do mar.
[pausa] Porque ele o tempo estando mais morno, há mais peixes
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