Representação em frases
Montes Velhos, excerto 28
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INF Para aqui na nossa zona, [vocalização] aqui na nossa zona…
Isso Essas coisas aqui na nossa zona, foi muito antigo,
Apareciam aqueles ministros, nesse tempo, [vocalização] com mais vista, mais engatunados,
Aqui à frente havia aqui uma há aqui uma propriedade que é a Alagoa.
Está aqui uma propriedade que é a Alagoa.
E havia aqui um macaco, que era o senhor que é Hipócrates Honório.
Ah, mas é um gatuno de marca!
Era um gatuno de marca, esse Hipócrates Honório.
E não tinha filhos, nem nada, o bicho.
Até unicamente enganou aí uma mulher
e [vocalização] pegou no moço,
que mandou um criado pôr o moço em Messejana, esse esse macaco.
Mandou pôr o moço em Messejana.
E mandou pôr a filha em Messejana.
Pois, nesse tempo havia os tais que lhe chamavam a isso enjeitados.
Punham Iam pôr os moços à porta das pessoas.
A mocinha à porta duma pessoa,
a pessoa estava do lado de dentro,
e quando se levantou estava uma moça dentro duma alcofa, lá à porta.
Depois levou a moça lá para casa
e tratou da mocita e tal, tal, tal.
E mais tarde, ele sempre lhe deu assim consciência
Foi a mãe aqui do Homero.
INF Uma senhora que tem aqui uma drogaria, ali onde vocês estiveram esta manhã, aqui no largo.
INF A mãe A mãe desse rapaz [vocalização] era filha desse Hipócrates Honório,
uma criada que ele tinha em casa e enganou-a
e [vocalização] então depois fez esse trabalho.
[pausa] Mas esse gajo tinha ali a Alagoa.
[pausa] Pegava lá num criado e tal, tal, tal, tal,
e pois aquilo eram umas charnecas – havia ali umas charnecas –,
pouco ligavam ao terreno;
noutro dia, pegava nos marcos,
– ah, filho dum cabrão! –, mudou ali da Alagoa para uma propriedade, que é a Boiadeira.
[pausa] Mudou ali aquilo quase tudo com uns marquinhos lá à vontade dele.
E depois mais tarde foi andando com os marquinhos,
apanhou a Senceira – uma propriedade que é a Senceira.
E ninguém queria saber também daquilo,
e arranjou lá aquela coisa toda
e pôs-lhe lá o monte da Senceira.
o gajo chegava a [vocalização] Sines, com aquela brincadeira, o cabrão.
Risos Daqui de ao pé de Montes Velhos chegava a Sines.
ele abalou coisa [vocalização]…
Mas lá pegado com a Senceira há um monte que é o Manguelho.
E E estava lá gente já morando nesse monte.
Que o lavrador Honorato, ainda conheci esse homem…
Era o lavrador Honorato, que ainda conheci.
Aquele Hipócrates Honório não tenho ideia
mas o outro conheci lá, o lavrador Honorato.
E esse um dia foi dar com os marcos da Senceira já lá quase todos dentro do Manguelho.
O bicho era um pirata da primeira apanha!
e era daqueles gajos [vocalização] da justiça, de coisa e tal,
e ninguém lhe dizia nada.
Ia para aí indo e pronto.
Ah, mas lá o Honorato do Manguelho – que eu conheci ainda bem – foi dar com os marcos
e foi logo lá caminho do monte.
Foi lá caminho da Senceira,
foi dar com o feitor: "Afinal, aqueles marcos estão já lá tão longe, que jeito tem aquilo, e tal.
Ah, por acaso eu já os colhi.
E [vocalização] eu não me importa de eles serem lá postos.
Mas tem que ser o seu patrão.
[pausa] Não é você que os vai lá tanchar.
O seu patrão é que os vai lá tanchar.
E eu deixo já aqui dito para o seu patrão estar lá tal dia de manhã, que eu estou lá de manhã,
que é para a gente tanchar os marcos".
Mas ao outro dia, com uma espingarda às costas, e ia contando se ele fosse lá para deixar os marcos,
E ele achou que o negócio para ali para aquele lado que não foi assim muito bom
e então o outro pegou nos marcos,
vieram-lhos tanchar cá no lugar da Senceira
e lá para o lado do Manguelho já não foi.
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