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Montes Velhos, excerto 30
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INF1 Para efeitos, cevada branca, também.
Cevada branca, também se fazia pão.
Ele também deixaram muito, e coiso.
Mas houve altura até que a gente era obrigados.
Eu ainda tive uma altura, quando trabalhava nos moinhos e moagens e coisas dessas, era tudo obrigado…
Chamava-se a isso a mistura.
Tinha que se fazer mistura.
Em cada cem quilos, tinha que se meter, por exemplo, dez por cento, ou de milho, ou de cevada branca.
Vocês já não são desse tempo.
Foi numa altura em que houve racionamento.
vocês já devem vocês devem ter ouvido falar nisso.
Tínhamos Toda a casa tinha um livrinho, e coisa.
E havia uma casa onde a gente ia lá dar contas,
chamava-se a Comissão Reguladora.
E [vocalização] depois lá vinha.
A casa só tinha direito por semana a [vocalização] meio quilo de açúcar – conforme as pessoas que tinha –, [vocalização] só a dez quilos de farinha, [vocalização] só a meio quilo de massa, [vocalização] a um pacote de arroz. Tinha umas coisas, havia …
Nesse tempo nem sequer era paco- pacote.
INF1 Nesse tempo, não não havia pacote.
Era duzentas e cinquenta ou meio quilo de arroz.
INF2 Duzentas e cinquenta.
INF1 Pois, houve um tempo desses.
Eu já apanhei esse tempo.
INF2 Era um tempo que se vendia tudo avulso.
INF1 Ainda apanhei esse tempo, o tempo do racionamento.
INF2 Hoje é tudo empacotado
e é tudo pacotes já é de quilo.
INF1 Era tudo racionado, tudo, tudo, tudo, tudo.
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