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Alcochete, excerto 4

LocalidadeAlcochete (Alcochete, Setúbal)
AssuntoA rega
Informante(s) Anselmo

Text: -


[1]
INF Isso e- Isso era uma nora.
[2]
INF Conheço.
[3]
INF [vocalização] Isto era [pausa] Isto era [pausa] o poço
[4]
[pausa] e puxava a água para dentro, para um tanque.
[5]
[pausa] E isto era [pausa] uma nora.
[6]
E isto tinha uns alcatruzes.
[7]
[pausa] Tinha uns alcatruzes, que andava à roda,
[8]
ia abaixo à água,
[9]
enchia
[10]
e trazia para cima.
[11]
E o burro [pausa] andava a puxar isto para a nora andar à roda.
[12]
Ele, se parasse, nem vinha a água acima.
[13]
Aquilo estava parado.
[14]
E o burro [pausa] tinha que andar com os olhos tapados
[15]
[pausa] ia à roda
[16]
e, quando estava parado, vinha um rapaz com um bocado de pau:
[17]
"Anda para diante, burro"!
[18]
Puxava então [pausa] ele
[19]
e os alcatruzes iam abaixo;
[20]
conforme ele andava à roda, enchia e trazia assim para cima, para o tanque.
[21]
Chegava acima,
[22]
vazava para o tanque.
[23]
O tanque estava mesmo debaixo do alcatruz.
[24]
INF Era, era tudo em Era tudo [vocalização] aparafusados àquela engenhoca.
[25]
INF [vocalização] Era, era Aquele era umas umas correntes.
[26]
Aquilo era aparafusado, os alcatruzes,
[27]
e depois aquilo andava à roda.
[28]
INF Não me lembra é o nome disso.
[29]
INF O burro?
[30]
Isso era a vara.
[31]
Era a vara e ele, e ele, e o, e a.
[32]
Ele era uma vara
[33]
e tinha tinha para o burro pôr ali [vocalização] os tirantes;
[34]
com a coelheira, engatava-se os tirantes e o burro puxava.
[35]
INF Para o tanque.
[36]
INF Para o tanque.
[37]
Andava à roda
[38]
e ia despejando para o tanque.
[39]
[pausa] Depois, do tanque, é que era transportadas depois para as terras.
[40]
Largava-se do tanque,
[41]
vinha por o rego,
[42]
punha-se a travadoira
[43]
e regava-se com a e co- ou com o cabaço.
[44]
Antigamente era assim.
[45]
INF Pois.
[46]
Era depois de a água vir do tanque para a terra.
[47]
INF Ah!
[48]
INF Isso é, era era uma bomba [pausa] de braço.
[49]
INF Era.
[50]
INF [vocalização] Houvia aqui um poço, aqui, mesmo ali do Largo do Tio Padre Cruz aquele que está tapado ,
[51]
aquele poço era o poço do Lar de São João.
[52]
Mas tinha uma, uma uma roda,
[53]
a gente íamos tocar à roda
[54]
e ia
[55]
mas era um cano buscar a água um chupadouro;
[56]
um chupadouro!
[57]
Vinha por aquele cano
[58]
e depois vazava para a torneira.
[59]
Tinha uma pia para a gente dar água aos animais
[60]
e [vocalização] tinha em cima, onde a água caía para o para a pia, tinha assim outra bacia grande debaixo que punha as mulheres punha as as bilhas ali dentro daquela pia e tocavam à bomba.
[61]
[pausa] Está tapado.
[62]
INF Um sarilho?
[63]
[pausa] Eu vi.
[64]
Cheguei a ver isso.
[65]
Um sarilho.
[66]
Mas ele eu os nomes disso é que eu não não me lembro.
[67]
INF O sarilho era, era era uma espécie do também como é a uma nora.
[68]
[vocalização] Era também de andar à roda e, e e puxar a água.
[69]
[pausa] Essa coisa do sarilho [vocalização] era como é a uma manivela, [pausa]
[70]
INF com um braço.
[71]
[pausa] A gente puxava.
[72]
INF [vocalização] A água vinha por cima também com com uma uma espécie de, de duma engrenagem, num dum veio, que tinha.
[73]
Corria assim numa corrente,
[74]
depois vinha
[75]
e a água vazava.
[76]
Mas isso era mais era mais custoso.
[77]
Isso acabou.

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