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Alcochete, excerto 33

LocalidadeAlcochete (Alcochete, Setúbal)
AssuntoAs abelhas e o mel
Informante(s) Anselmo

Text: -


[1]
INF O mel?
[2]
O mel é feito pela abelha.
[3]
INF Ah, era?
[4]
INF É, é, se fala Se fala do mel, eu sabia que era a abelha.
[5]
outro bicho também comparado à abelha.
[6]
Também faz o fe-, o, o o diabo do do do mel que chama-se o chama-se o favo de mel, favo de mel!
[7]
É a vespa.
[8]
INF Mas a vespa é brava.
[9]
Morde.
[10]
Ela morde a gente !
[11]
Mas também faz igual à abelha, [pausa]
[12]
INF dentro dum dum barro, dum tijolo bago dum tijolo, duma coisa qualquer.
[13]
INF Mas é a abelha é que é mesmo para fazer o mel próprio, dentro dos cortiços.
[14]
INF A abelha [pausa] anda a trabalhar dentro,
[15]
e vem beber
[16]
Depois, elas, quando se fogem, aquilo é agarrado [pausa] , aqueles enxames.
[17]
Elas podem vir até aqui.
[18]
Se houver um gajo que tenha habilidade para agarrar o enxame, agarra-o mesmo aqui a avoar.
[19]
INF E depois agarra,
[20]
leva-o dentro dum dum saco
[21]
e mete-o dentro dum cortiço, de- de cortiça [pausa] assim deste tamanho.
[22]
INF Depois aquele cortiço de de cortiça é tapado
[23]
e tem um buraco ao meio, que é para ela trabalhar,
[24]
e dentro é que faz o mel.
[25]
INF Depois aquilo é [vocalização], é [vocalização] é tirado por um homens que sabem tirar aquilo.
[26]
INF É a abelha-mestra.
[27]
INF O macho, é [vocalização] é um a gente não o conhece,
[28]
mas chama-se abelhas tudo.
[29]
INF A ge- Tudo.
[30]
Chama-se abelhas tudo.
[31]
A gente não sabe diferençar agora se é macho ou se é
[32]
Aquilo é uma coisa brava!
[33]
INF Mas aquilo chama-se tudo abelhas.
[34]
E tudo trabalha para o monte.
[35]
INF Aquilo tudo trabalha tudo trabalha para o monte, para o cortiço.
[36]
Quer dizer que num enxame, todas elas trabalham dentro para o, para o, para o enx- para o cortiço.
[37]
INF E depois aquilo aquilo, quer dizer, faz o mel;
[38]
e aquilo come é as flores do mato!
[39]
INF É as flores do, do, que que elas encontram po- por o campo.
[40]
A abelha vive é da flor do da flor do mato e da flor do campo.
[41]
INF Quando ela pica,
[42]
INF quando ela fica o ferrão.
[43]
Fica o ferrão da da mão da gente, faz logo um inchaço logo ou da cara.
[44]
INF Põe a cara num trambolho.
[45]
INF Agora usa-se isso em ci- em cimento.
[46]
Em cimento.
[47]
INF Aquilo é, é O nome que eles dão àquilo é o [vocalização]
[48]
era cortiços de cortiça,
[49]
e agora aquilo é
[50]
Dão-lhe outro nome.
[51]
Parece que é depósito.
[52]
Parece que é depósito.
[53]
INF Além do mel?
[54]
Não dão mais nada.
[55]
Eu não conheço mais nada.
[56]
INF É a cera.
[57]
[pausa] Mas isso é tirado do favo do mel, [pausa] a cera.
[58]
Depois de tirar o mel [pausa] é que depois a cera vai para isso, que é aquela coisa do favo do mel.
[59]
INF Pois, isso é quando
[60]
INF .
[61]
INF Aquilo, aquilo, aquilo Aquilo é tirado mel com o favo do mel todo.
[62]
Depois aquilo é tudo espremido.
[63]
INF Eles cortam aquilo com uma faca.
[64]
INF [vocalização] O fumo é para a abelha para a abelha [vocalização] desaparecer.
[65]
INF E às vezes ainda vão
[66]
e levam cada dentada!
[67]
É pela cara,
[68]
é pelos olhos!
[69]
Eles, às vezes, levam uma caraça!
[70]
Levam a cara tapada!
[71]
INF É, é.
[72]
Porque aquilo elas galgam em cima de deles que é terrível!
[73]
INF E aquilo é tirado, quase sempre, é é do escuro, é de manhã cedo.
[74]
Aquilo não se pode estar a tirar pelo calor [pausa] porque [vocalização] elas galgam em cima delesde, de, deitando dia!
[75]
Aquilo é por o escuro.
[76]
INF É crestar.
[77]
O nome que se àquilo é crestar o mel.
[78]
É crestar as colmeias.
[79]
INF É.
[80]
INF Não lhe conheço outro nome.
[81]
Quando se vai Quando se vai fazer daquele serviço é crestar o as colmeias.
[82]
INF Mais nada.
[83]
É o que eu conheço é aquilo.

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