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Alvor, excerto 25
Text: -
INF Eu fui um, um um escravo em escr- escravidão…
Quando quis orientar a minha vida – porque nada tinha, é claro, as coisas são assim, e eu fui um escravo –, eu cheguei a d- a me deitar ao mar, de noite, ir daqui [pausa] a remo.
Ia-me deitar além à barra, de noite, ao mar, com água pelos peitos, nu, [pausa] para vencer a maré, para vencer a vida, para não voltar para trás, por causa que a maré não deixava a gente seguir.
Porque não tinha-se motores, não tinha nada.
Chegava de fora da barra, dentro do Hugo, a tremer com o frio, quase quase a rilhar com a frieza.
A gente chegávamos ao Hugo,
que não tinha medo nenhum.
Pois, e agora, agora, a pessoa já vai mais [pausa] tendo mais tremor, mais medo!
Ele nunca me olhava a nada, nunca tinha medo nenhum!
[vocalização] Então, que eu, eu andei vários anos aqui à vela, ao dia.
Mas o senhor agora pode perguntar,
ou pode perguntar a qualquer pessoa: o tio Aprígio, o rapaz que está lá abaixo, que já foi contramestre.
Aprígio foi contramestre.
Se um qualquer querer dizer mal, mas os outros não deixam.
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