Representação em frases

Alvor, excerto 50

LocalidadeAlvor (Portimão, Faro)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Ápio Aristógenes Assunção Aspásia

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INF1 Havia sim senhor.
[2]
Havia um lobisomem chamado Azor Belmiro Aquiles Benjamim.
[3]
INF2 O Aquiles era Aquiles Benjamim.
[4]
INF1 Havia um lobisomem chamado Aquiles.
[5]
Havia [vocalização] Havia também um Aquilino.
[6]
INF3 Havia muitos!
[7]
INF1 Havia muitos
[8]
mas um eu conheci o Aquilino.
[9]
Fazia albardas
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. [pausa] e assim metia-se do
[11]
Era borracho.
[12]
Era bom
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Era assim borracheiro, [vocalização] de bebida.
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INF3 Metia-se nos copos.
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INF1 Bebia.
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E depois, quando estava bêbedo, dizia o nome delas todas.
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Estava três, quatro dias de cama das porradas que elas lhe davam.
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Davam-lhe cada caldeirada de porrada,
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diz ele assim: "Oh! Andei com
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Esta noite andei com aquela às costas".
[21]
"Andei com assim"
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Ah, elas sabiam,
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vinham a casa,
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davam-lhe tantas, tantas, tantas que ficava de cama.
[25]
Era esse.
[26]
E o Aquiles E o Aquiles Benjamim, a mãe sabia que ele era lobisomem
[27]
e diz: "Ai, tirar a sina do meu filho, [pausa] tirar a sina do meu filho"!
[28]
Diz ela assim: "O que há-de eu fazer"?
[29]
ó Aristógenes, então?
[30]
INF2 Então, quem quer falar, aqui não .
[31]
INF1 "O que há-de eu fazer"?
[32]
Diz as vizinhas assim: "Para tirar a sina do meu filho, diz que queimado"
[33]
Aristógenes, então assim não se entende,
[34]
eu estou falando
[35]
e estou com a ideia em ti.
[36]
INF4 Ele se cala,
[37]
ele se cala.
[38]
INF2 Fala tu, que eu
[39]
INF1 Não,
[40]
então estou com a ideia em ti.
[41]
E diz ela assim: "O que é que há-de se fazer"?
[42]
"Ó vizinhas, a gente tem que queimar a roupa dele".
[43]
"Tem que queimar a roupa dele,
[44]
mas como é que se queima,
[45]
como é que se faz isso"?
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Não sabia,
[47]
diziam elas assim: "Olhe, mais experiência"
[48]
Que eles tinham mais experiência, que ouviam dizer.
[49]
Diz assim: "Bem, apanham a roupa [pausa] dele quando se foi despir"
[50]
Quando estava a feição, faziam os tales serões, chamavam os tales serões da empreita, que havia aqui muita gente que se governava [pausa] era das esteirinhas.
[51]
E depois, estava tudo em serão,
[52]
e diz ela assim tinha duas portas ,
[53]
diz ela assim: "Agora vou-me eu ver" a altas horas da noite ,
[54]
"diz que é à sexta-feira e à terça-feira,
[55]
agora vou-me eu ver se [pausa] o meu filho está".
[56]
[pausa] Que ele às vezes não dava notícia.
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Sabia que ele era e, às vezes
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"Mas, vou-me eu ver se ele está".
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Ela, às vezes, achava por falta dele.
[60]
Ele era solteiro
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e [vocalização] foi ver:
[62]
"Não está.
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O meu filho saiu".
[64]
Saiu,
[65]
mas diziam. [pausa] que era da estrumeira,
[66]
ela não deu com a roupa.
[67]
Diz ela assim: "Oh, outro dia tenho que ir à pergunta dele".
[68]
Tal não era a aflição,
[69]
quando ele saiu, foram.
[70]
A mãe foi atrás,
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foi atrás, sem
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Aquilo era um quintal,
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escondeu-se
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e a [vocalização] travessa, ele despir-se
[75]
Chamavam-lhe uma travessa era onde onde é que deitavam o lixo antigamente.
[76]
E aquilo era arrumado mesmo a Alvor, no fim de Alvor.
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E a mãe viu ele despir-se nu.
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Despiu-se todo nu,
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não deixou roupa nenhuma.
[80]
E ele andou às reboletas pelo esterco.
[81]
[pausa] Andou às reboletas pelo esterco
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e pôs a roupa num moitão.
[83]
[vocalização], daí a uma meia hora ou isso, a mãe vem contar.
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A mãe vem contar daí a meia hora
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e diz as vizinhas: "Vai buscá-la
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e queima-a !
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[pausa] Queima-a na rua.
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Entre para dentro"!
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Tudo no quintal: "Queime-a ,
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dê-lhe fogo .
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além num instante".
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[vocalização] De maneira que foi,
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chegou ali,
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[vocalização] d- deu-lhe fogo à roupa,
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fugiu para casa.
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Não tardou um instante,
[97]
está ele.
[98]
[pausa] está ele,
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havia patada nas portas,
[100]
havia havia empurrão,

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