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Alvor, excerto 51
Text: -
diziam que na Quinta da Rocha apareceu [pausa] uma coisa – quando os homens andavam na [vocalização] nos [nome] –, apareceu uma coisa rente à borda de água, um raio jogou-se ao mar atrás deles, que eles fugiram com medo.
Havia um mês ou alguns quinze dias.
[pausa] E a gente [pausa] assustado.
Diz o meu avô assim: "Não tenhas medo, homem!
Olha que aquilo é um lontro".
Que era para eu cá não ter medo.
Digo eu assim: "Não [vocalização].
Eu, um lontro ouço dizer que é do tamanho de um canito pequeno
aquela coisa surgiu outra vez, deu aqueles longos urros
[pausa] e, para se saber que não era lontro, ardeu [pausa] uma chama de fogo [pausa] – encarnado!
Agora é que eu não me lembro se era encarnado no princípio, se foi verde no princípio.
Mas não tenho é bem a certeza.
Mas parece-me que foi encarnado no princípio.
[pausa] E depois foi verde.
Tal e qual uma festa, quando se faz aquelas chamas, uma labareda de fogo a arder, a praia a arder em chama, em faíscas, [pausa] e depois fez-se em verde.
E o meu avô diz assim: "Eh rapaz, dá-me aí fogo"!
tenha juízo, tenha vergonha.
O que é que vossemecê está fazendo"?
"Dá-me aí fogo para eu acender o cigarro".
[pausa] E mais tarde é que me diz: "Ápio, aquilo é uma alma perdida"!
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