Representação em frases
Cabeço de Vide, excerto 6
Texto: -
INF Quer dizer, eu é que plantei estas oliveiras que estão aqui.
[pausa] Vê o efeito que lhe eu estava a dizer há bocadinho?
Vê além que cortei lá uma pernada?
Vê que está já a ficar funda, daí a nada está tapada?
INF [vocalização] E se o golpe for um bocadinho alto, [pausa] seca
[pausa] e nunca chega a tapar aquilo.
E é uma parte que fica a deteriorar a árvore.
Mas há tanta gente a fazer essas coisas
e não são capaz de tirar a experiência disso?
Eu tenho exemplos na minha vida de coisas dessas…
Eu quando vim para cá para o, que vim aqui para o lar, o senhor Aristócrates, que é o [vocalização] o presidente daquilo, [vocalização] diz-me assim:
"Ó senhor André – André – [vocalização], você havia de manusear lá aquilo, orientar lá o quintal".
Ele tem lá uma data de laranjeiras
e as laranjeiras estavam com as pontas assentes no chão.
"Ó senhor Aristócrates, então vomecê diz que vai mandar [pausa] uma máquina a lavrar aquilo?!
A máquina deixa metade da terra
porque, porque, porque porque não pode não pode passar debaixo das árvores!
Aquilo as árvores, já que mais não fosse, haviam de ser levantadas".
"Ó senhor André, mas a gente não tem quem as levante.
E eu encostado a duas canadianas, ouviu?
INF Fiz a operação a esta perna;
andava encostado a duas canadianas.
Hoje já vou andando, com com a bengala.
E digo-lhe assim para ele:
"Bem, levantar as árvores ainda eu posso levantar,
[pausa] porque não é ir lá para cima.
Lá para cima não posso ir".
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