Representação em frases

Cabeço de Vide, excerto 6

LocalidadeCabeço de Vide (Fronteira, Portalegre)
AssuntoA agricultura
Informante(s) André

Texto: -


[1]
INF Quer dizer, eu é que plantei estas oliveiras que estão aqui.
[2]
[pausa] o efeito que lhe eu estava a dizer bocadinho?
[3]
além que cortei uma pernada?
[4]
que está a ficar funda, daí a nada está tapada?
[5]
INF [vocalização] E se o golpe for um bocadinho alto, [pausa] seca
[6]
[pausa] e nunca chega a tapar aquilo.
[7]
E é uma parte que fica a deteriorar a árvore.
[8]
Mas tanta gente a fazer essas coisas
[9]
e não são capaz de tirar a experiência disso?
[10]
Eu tenho exemplos na minha vida de coisas dessas
[11]
Ninguém faz uma ideia!
[12]
Eu quando vim para para o, que vim aqui para o lar, o senhor Aristócrates, que é o [vocalização] o presidente daquilo, [vocalização] diz-me assim:
[13]
"Ó senhor André André [vocalização], você havia de manusear aquilo, orientar o quintal".
[14]
Ele tem uma data de laranjeiras
[15]
e as laranjeiras estavam com as pontas assentes no chão.
[16]
Eu digo assim:
[17]
"Ó senhor Aristócrates, então vomecê diz que vai mandar [pausa] uma máquina a lavrar aquilo?!
[18]
A máquina deixa metade da terra
[19]
porque, porque, porque porque não pode não pode passar debaixo das árvores!
[20]
Aquilo as árvores, que mais não fosse, haviam de ser levantadas".
[21]
"Ó senhor André, mas a gente não tem quem as levante.
[22]
Agora assim de repente"!
[23]
E eu encostado a duas canadianas, ouviu?
[24]
INF Fiz a operação a esta perna;
[25]
andava encostado a duas canadianas.
[26]
Hoje vou andando, com com a bengala.
[27]
E digo-lhe assim para ele:
[28]
"Bem, levantar as árvores ainda eu posso levantar,
[29]
[pausa] porque não é ir para cima.
[30]
para cima não posso ir".

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