Representação em frases

Cabeço de Vide, excerto 16

LocalidadeCabeço de Vide (Fronteira, Portalegre)
AssuntoA rega
Informante(s) André

Texto: -


[1]
INF Ah!
[2]
INF Aquilo tinha uma presa. [pausa] no ribeiro [pausa] ao cimo da horta.
[3]
E então a água juntava ali
[4]
e largava-se [pausa] a água a correr ali pela regadeira abaixo.
[5]
E pronto!
[6]
INF O rego.
[7]
É.
[8]
[vocalização] Aqui a gente chama-lhe uma regadeira
[9]
e além no no coiso é uma regueira.
[10]
INF [vocalização] Quer dizer, aquilo a gente encaminhava aquilo à [vocalização], à à maneira como queria.
[11]
[vocalização] Aquilo encaminhava-se [vocalização]
[12]
Eu tenho coisas na minha vida levadas da breca!
[13]
Bem, aquilo [pausa] quando fizeram aquela presa, o que puseram [vocalização] de buraco para a água sair foi o troço duma azinheira.
[14]
Mas aquilo ou estaria podre
[15]
[pausa] ou apodreceria depois de estar;
[16]
aquilo não vedava.
[17]
E a presa todos os anos enchia [pausa] de terra porque a água enchia e saltava por cima da parede.
[18]
E eu disse:
[19]
"Isto assim é um trabalhão bruto!
[20]
Todos os anos a mandar tirar esta terra"
[21]
Porque aquilo enchia de terra, mesmo tudo até à à altura da parede.
[22]
"E então isto abre-se
[23]
mas é aqui um portado
[24]
e põe-se aqui uma bucha nova".
[25]
[pausa] Foi aquele homem um pedreiro ,
[26]
foi aquele homem cinco vezes ao de mim à horta chamar-me para eu lhe ir marcar a altura [pausa] do coiso.
[27]
Digo:
[28]
"Ó homem , então não tem está a altura?
[29]
Então você não sabe tirar o nível de da entrada da horta para para pôr aquilo"?
[30]
"Ah, senhor André mas eu não estou habituado a isto.
[31]
E eu não estou habituado.
[32]
E eu não estou habituado.
[33]
E eu não estou habituado".
[34]
E tive que ir marcar aquilo.
[35]
[pausa] Mandei fazer a um carpinteiro que havia na casa um pau, [pausa] assim [pausa] enfunilado, mais estreito por um lado, que era para quando apertasse.
[36]
Conforme se batia, apertava.
[37]
O homem começa,
[38]
põe o pau,
[39]
e começa a pôr aquilo tudo cheio de de casquelhos em cima do pau.
[40]
Digo assim:
[41]
"Ó mestre!
[42]
Então você sem ver você não
[43]
Havia de pôr massa primeiro em cima do pau,
[44]
está a pôr os casquelhos!?
[45]
A massa depois põe-se aqui em cima
[46]
e vai para baixo".
[47]
"Isso vai fica- fica sempre a vazar".
[48]
"Não fica, não senhora".
[49]
"Fica, sim senhora".
[50]
[vocalização] Quando lhe eu disse, o senhor saiu.
[51]
.
[52]
Mais tarde, fui eu aqui a um ferro-velho que aqui na terra.
[53]
[vocalização] Levei de um bocado de [pausa] tubo de ferro [pausa] mas assim valente.
[54]
Arrebentei com aquilo que estava
[55]
e 'puse-o'
[56]
que é é o que está hoje.
[57]
Mas quando fecha, fecha.
[58]
Fecha mesmo.
[59]
Não, não Não tem problema.
[60]
Mas está o portado para se abrir e fechar.

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