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Cabeço de Vide, excerto 17
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INF [vocalização] Essa água que era era do rio.
Mas havia açudes, que lhe chamam, que era o [vocalização] o comando, [pausa] que mandava a água para as azenhas
e desses açudes é que é que vinha a água.
Há uma vala [pausa] que vai apanhando uma distância grande de terreno
e esses que ficavam com o terreno à parte de baixo da vala é que a hortavam.
INF [vocalização] Olhe [vocalização], ali nesta herdade [pausa] ao fundo da horta, havia lá um sítio [pausa] que todo o Verão tinha água no cimo da terra.
E eu digo assim para o patrão:
"Porque é que você não manda ali abrir [pausa] uma vala [pausa] além para o ribeiro?
Faz-se ali um, um Faz-se ali um cano [pausa] em pedra seca".
"Então [pausa] vomecê com o pessoal que aí traz, há uma certa altura que avaga certos serviços,
e então, nessa altura, vomecê pode mandar para lá o pessoal
Manda para além as parelhas acartar pedra.
A ág- a água, por baixo Aquilo por cima era barro preto.
Mas no fundo daquela, aquela fundura, [pausa] era areão, cascalho, terra lavada – e a água a aparecer de todos os lados!
Bem, digo-lhe eu assim para ele:
[vocalização] "Ouça lá, então se você me deixasse fazer além uma presa , [pausa] além, que eu punha a água a correr aqui a esta altura do t-, aqui ao nível da terra"? [pausa] – diante dum que lá estava que era o guarda.
Então tu não vês que aqui que que é um terreno muito mais alto do que é além, onde tu estás a dizer que vai dar água para aqui"?!
"Não é isso que lhe eu estou a dizer, homem"!
"Então o que é que tu estás a dizer"?
"Se vomecê autoriza eu fazer além uma represa, que eu ponho a água a correr do fundo do ribeiro aqui ao nível da terra.
Mas de além aqui tem que fazer uma vala.
Mas aqui há-de correr aqui ao nível da terra".
E eu faço assim para ele:
"Ouça lá, [pausa] e se isto aparecer feito [pausa] como eu estou a dizer, o qual é que é o maluco"?
porque isso nunca pode isso nunca pode ser.
Ele [pausa] abala para Lisboa
[pausa] e deu as ordens ao guarda.
O guarda no outro dia de manhã:
"outros vão para outro lado".
E eu faço assim para o guarda:
"Ouça lá, agora era melhor era uma altura boa para se fazer além a presa".
"Então ele já deu ordem"?
[pausa] "Então, olhe, leve os que quiser
Não é preciso levar muitos.
A gente vamos lá fazer aquilo".
dei a vala de empreitada aos outros dois
No fim, faço assim para os outros:
Porque estava a ver aquilo que os outros [pausa] viam mas não viam.
[pausa] Então, esta empreitada minha é maior ca a que à sua de vocês.
Então vocês depois não me vêm ajudar"?
Então cada um acaba a empreitada que apanhou".
"Bem, já sei que fiquei fiquei à rasca eu"!
Eu a pensar cá para os meus botões:
"Mal vocês sabem que eu que acabo a empreitada
e voc- e fico eu a olhar para vocês".
pus uma pedra em cima do do coiso,
mas logo lá no fundo ficou um um tubo.
A água estava a sair para o ribeiro à mesma.
"Bem, vocês disseram que que cada um acabava a sua empreitada.
Vá lá ver quando é que acabam a sua.
Eu agora pus a rolha ali no coiso.
Eu não quero Eu não quero encher isto de água ainda agora.
Isto há-de ser cheio de água
Tem que passar aqui uns dias para assentar a terra, e estas pedras, esta coisa que eu aqui pus,
mas vocês têm que acabar de abrir isso".
que a água não vem cá, homem"!
Toda a gente dizia que a água que não ia lá!
Toda a gente que andava lá.
Aqueles dois que andavam lá comigo também diziam que a água que não corria.
Eles diziam que a água que não corria.
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