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Cabeço de Vide, excerto 46
Text: -
INF Aquilo quando é que [vocalização] que se começava a fazer um forno desses – que era o que se chamava também era um forno –, [vocalização] punha-se; [pausa] uns paus [pausa] assim no chão.
[pausa] Um aqui, o outro além.
E aqueles madeirões – às vezes, troços de árvores, inteirinhas e direitas – punha-se atravessado em cima daqueles paus,
[pausa] que era para não ficarem assentes no chão.
[pausa] Que era para quando o lume lá chegava,
[pausa] eles estavam no ar,
e o lume apanhava-os bem.
E se estivessem assentados assentes no chão, o lume não os apanhava.
Porque a parte que estava assente no chão ficava sempre crua.
não ficava a fazer carvão.
E então [pausa] aquilo era posto assim
e depois dali era ir encostando madeira, madeira, madeira.
[vocalização] Quer dizer, ficavam uns deitados, assim a fazer um certo vulto,
e depois era postos assim de pé.
Mas, quer dizer, [vocalização] a deixar [pausa] buracos pequenos;
[pausa] porque, é claro, a madeira encostada uma à outra fica sempre buracos e [vocalização] .
E se ficasse buracos grandes, aquilo avagava muito [pausa] e podia abrir uma aberta na terra;
[pausa] e desde essa aberta, começava a sair o lume por lá,
começava a fazer cinza em vez de fazer carvão.
INF Isso era depois de a terra estar lá posta, [pausa] é que ficava [pausa] uns buracos assim [vocalização] perto do chão.
E depois assim ao meio d-, do, do da altura do do coiso [pausa] ficava também outros buracos na terra [pausa] para coiso.
E quando [pausa] o lume perseguia um sítio daqueles buracos [pausa] via-se logo.
Por o fumo, via-se logo que o lume que estava a trabalhar forte naquele sítio.
Punha-se-lhe um terrão em cima
[pausa] e se se visse que aquilo que estava a demasiar um bocadinho, punha-se-lhe terra para cima
que era para tapar a respiração,
que era para o lume não ir lá.
Porque se o lume começasse continuasse lá a fazer, fazia era cinza;
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