Representação em frases
Cedros, excerto 2
Texto: -
INF Todo o ano tem sempre as suas coisas.
Porque [vocalização] no quintas Eu entretenho-me muito nas quintas.
Porque a quinta, todo o ano a gente poda.
logo que vê um galho seco, a gente vai sempre tirando.
Pois ainda hoje estive ali já em duas quintas nossas, a passar o sachinho, só uma mondinha pouca,
mas todos os meses eu passo [pausa] para ser fácil.
Porque se eu passar todos os meses, eu vou lá duas horas
E se eu deixar aquilo enrelvar e ficar muitas mondas, olha, já não se consegue chegar lá.
Já isso então dá para dias, a gente trabalhar dias e dias.
E assim, todos os meses, pronto, isso vai isso vai mesmo fácil.
Também, ainda hoje, também dei uma passagem numa parte que é a Bananeiras.
[vocalização] Tenho tudo tapado de monda,
mas se aparece algum pezinho de trepadeira – que é uma erva que a gente chama erva-de-galinha,
não sei se os senhores lá conhecem? –,
mas a gente também tem que andar sempre sobre ela
porque se ela a gente não andar sobre ela, ela fecha tudo
e [vocalização] e não deixa a banana se criar.
Temos que andar sempre à luta com ela.
Praticamente são estas coisas que isto vai acontecendo.
INF A d- A diferença entre a quinta e a horta é muito diferente.
É porque a quinta é laranjeira,
era a pereira, [vocalização] o limoeiro, a tangerineira, a mandarina, [vocalização] praticamente, e as macieiras.
É isto tudo que [vocalização] estão na quinta…
Esta terra nunca é cavada a eito, funda.
Esta terra a gente só rapa.
E a terra que tem as laranjeiras, e que tem a [vocalização] as macieiras, e que tem a pereira, e que tem as mandarinas e as tangerinas, e isso, praticamente essa árvore, essa árvore de fruta, a gente não ca- [vocalização].
A gente deixa criar trepadeira, que é a tal erva-galinha, que a gente apanha todo o ano para as galinhas comerem.
As hortas, a gente não deixa criar nada.
Quando a gente, agora nesta altura, está a cavar – e a gente aqui até bota estrume das vacas, bota estrume dos porcos –, e [vocalização], e nã- a gente ali não deixa criar nada.
A gente mete depois o alho, a cebola, a couve; praticamente toda a hortaliça que a gente põe ali,
quando a gente vai tirando a hortaliça, a gente mete-lhe o milho.
[pausa] A gente não deixa crescer muito o milho por causa de não ficar só com as valentes.
Mas quando ele ainda está novinho, a gente arranca e põe-o todo sobre a terra estendidinho, para assombrar a terra de Verão.
E a terra fica uma terra fofa, uma terra leve,
e aí é que é que ela fica uma terra doce de trabalhar.
Não se vamos com o gado acima da terra da horta.
INF Não, de maneira nenhuma.
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