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Cedros, excerto 10
Text: -
INF A matança, pois ele as matanças aqui do nosso lugar era:
praticamente toda a gente matava o seu porquinho por ano.
Ou pobre, ou rico, ou maior, ou mais pequeno, todos matavam o seu porco.
[vocalização] Muito diferente do que se faz hoje!
Na véspera da, do do dia de matar o porco, preparavam as morcelas.
[vocalização] Eu lembro-me de ser só cebola de casco cebola.
Depois começou a aparecer a cebola de rama.
As pessoas [vocalização] As pessoas faziam cebola…
Porque a cebola de casco muitas vezes era custosa de conservar até matar um porco.
Portanto, metiam na terra
e faziam com a cebola de rama.
Alguns faziam dum de rama e de casco.
Ele a rama da cebola fazia…
Ele havia pessoas que só gostavam de fazer ce- morcela com rama cebola de rama, outros só com cebola de casco.
[pausa] De maneira que na véspera da matança fazia-se as preparava-se as cebolas, a salsa
e [vocalização] e praticamente coziam um caldeirão grande de inhames.
Não havia Não havia matança sem ter inhames.
Aqui, a festa da nossa padroeira é a Santa Bárbara, que é no dia 4 de Dezembro,
que sempre se fazia mesmo no seu próprio dia.
Era o primeiro dia que se coz-, comia que se comia inhames era no dia de Santa Bárbara, e a seguir, o dia da matança.
Porque, n- normalmente – era muito raro –, toda a gente matava o porco no dia da primeira novena do Menino Jesus.
Ele mais ou menos esta zona aqui, sempre, – a falar no Cascalho de Cima, esta zona de Cascalho de Cima – matava toda a gente o porco no mesmo dia.
Havia um único marchante.
Só havia uma pessoa que sabia matar o porco.
Portanto E ainda agora eles dizem que nem eles sabiam matar o porco, que era um trabalhão para matar o porco, para o porco morrer, porque tinham muito pouca experiência.
Portanto, as pessoas matavam…
Juntavam-se os homens da vizinhança
e deitavam os porcos abaixo:
"Vamos agora deitar os porcos abaixo".
Deitavam os porcos no chão,
Era esse o único marchante que – era aqui até desta casa aqui ao lado – que passava as casas todas a matar o porco,
e ficava a família da casa a limpar o porco.
[pausa] Só que havia muita dificuldade em arra-, em em limpar o porco.
Nem os porcos eram limpinhos limpos como são hoje, porque não havia ferramentas.
O porco era lava- era limpo,
era chamuscado com rameiras, que se ia buscar ao mato…
então ainda antes disso, no dia an- na semana antes de matar o porco, ia-se buscar a rameira [pausa] ao mato,
, tirava-se o pão e punha-se a rameira a secar no forno, para chamuscar o porco.
Eu sempre me lembro de chamuscar os p- os nossos porcos foi com rameiras.
Mas havia pessoas que até chamuscavam com palha de erva-da-casta e alguns até com molhos de espiga.
Em [vocalização] nossa casa sempre se chamuscou o porco foi com rameira.
A gente aqui chama rameira.
INF De maneira que [vocalização] chamuscavam o porco com a rameira.
Depois de o porco chamuscado, rapava-se o porco com pedras –
não havia outra outra ferramenta.
Rapavam o porco com pedras,
e depois lá tinham uma faca velha, uma coisa, que lá iam rapando
e [vocalização] [pausa] rapavam como podiam.
[pausa] Depois de estar o porco todo limpo, todo rapado, o mesmo que tinha passado a matar é que passava [pausa] a abrir o porco.
As pessoas esperavam que ele abrisse numa casa para depois ir abrindo nas outras todas.
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