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Cedros, excerto 20

LocalidadeCedros (Horta, Horta)
AssuntoA criação de gado
Informante(s) Joana

Text: -


[1]
INF Ora, [pausa] pois os animais eram os burros.
[2]
Mas que [vocalização] ainda antes dos burros, as pessoas iam era a .
[3]
As nossas pastagens aqui Tosse desculpe! , as nossas pastagens aqui vão até à porta da caldeira.
[4]
[vocalização] Os cerrados eram muito mal trabalhados
[5]
Tinham Eram muito mal trabalhados, não;
[6]
eram muito bem trabalhados,
[7]
mas eram muito [pausa] de cabeço.
[8]
Era tudo muitos cabeços.
[9]
E [vocalização] tinha muitas ramas muitas
[10]
E eles trabalhavam a cavar
[11]
mas à enxada.
[12]
Juntavam-se vinte, trinta homens,
[13]
iam ajudar uns aos outros para cavar os cerrados, para fazer vale, para poderem mudar os gados.
[14]
Ora até quarenta e [vocalização] poucos anos, quarenta e qualquer coisa não, perto de cinquenta anos , que não havia nada senão erva e [vocalização] e tremoço.
[15]
Deitava-se tremoço nos cerrados até à borda da caldeira.
[16]
Depois é que apa- começaram a aparecer os trevos
[17]
Os trevos começaram a aparecer por volta de quarenta e [vocalização] e cinco, quarenta e seis anos.
[18]
quarenta e seis, quarenta e sete anos é que começou a aparecer os primeiros trevos que se semearam .
[19]
Por acaso, foi o meu pai das primeiras pessoas que começou a semear trevo aqui no [pausa] no nosso lugar.
[20]
Ora, as pessoas iam trabalhar os cerrados,
[21]
[pausa] e [vocalização] e tinham as vacas nos cerrados,
[22]
[pausa] e alguns ficavam de noite.
[23]
[pausa] E de manhã vinham para baixo com o leite e [vocalização] , às costas, em canecas,
[24]
que se usavam canecas.
[25]
Também estão as canecas no artesanato, no, no na casa de [vocalização] de artesanato.
[26]
Portanto, [pausa] as pessoas ele Pouco leite!
[27]
Uma pessoa que vendesse vinte litros de leite era um grande lavrador, naquele tempo.
[28]
Depois começaram a aparecer os burrinhos
[29]
mas nem toda a gente tinha burro.
[30]
[vocalização] Iam [pausa] com as canecas às costas para o mato,
[31]
outros levavam os seus burrinhos,
[32]
alguns ajudavam a trazer os leites dos outros para baixo nos seus burros.
[33]
Então de não haver burros não é dos meus dias.
[34]
[vocalização] quando eu [vocalização] me criei e me comecei a conhecer, quase toda a gente tinha burro.
[35]
Eu conhecia dois lavradores aqui nos nossos arredores que não tinham burro.
[36]
Os outros tinham; uns maiores, outros mais pequenos,
[37]
tinham.
[38]
Depois começou então a aparecer a raça cavalgar,
[39]
que então faziam viagens muito mais rápidas,
[40]
e faziam
[41]
Ajudavam Calivavam os milhos nas terras.
[42]
[vocalização] Então era:
[43]
[pausa] de manhã tinham aqui em baixo, uma, duas, três vaquinhas, [pausa] mais perto,
[44]
tratavam delas de manhã,
[45]
e as que ficavam no mato, iam uma vez ao dia.
[46]
De manhã iam para cima,
[47]
levavam logo os seus farnéis, os seus jantarinhos, que era a tal linguiça que estava reservada para quando se tinha o gado no mato, para levarem o jantarinho,
[48]
que levavam um torinho de linguiça para comerem.
[49]
Ta- Passavam o dia no mato, no cerrado.
[50]
Alguns descansavam
[51]
e muitos trabalhavam todo o dia a cavar os cerrados para fazer sempre o cerrado maiorzinho.
[52]
E à tarde arrumavam a
[53]
De manhã mu- mudavam as vacas.
[54]
As vacas eram atadas à reira.
[55]
Comiam tremoço.
[56]
À noite deixavam-nas na erva,
[57]
mas era nessas ervas vulgares que .
[58]
Não era nada de pastagem.
[59]
À tarde, [pausa] deixavam-nas arrumadas
[60]
e vinham para baixo.
[61]
Quer dizer, o que porque havia mesmo muita gente,
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o que era a tratar do gado do mato fazia aquilo.
[63]
Os outros ficavam a cavar os milhos aqui mas normalmente.
[64]
E eram normalmente os rapazes novos que iam as lavadeiras lavar para a ribeira tratavam o gado,
[65]
namoravam
[66]
e [vocalização] e, às vezes, ajudavam a trazer os cestos das roupas às lavadeiras.

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