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Cedros, excerto 20
Text: -
INF Ora, [pausa] pois os animais eram os burros.
Mas só que [vocalização] ainda antes dos burros, as pessoas iam era a pé.
As nossas pastagens aqui Tosse – desculpe! –, as nossas pastagens aqui vão até à porta da caldeira.
[vocalização] Os cerrados eram muito mal trabalhados…
Tinham Eram muito mal trabalhados, não;
eram muito bem trabalhados,
mas eram muito [pausa] de cabeço.
E [vocalização] tinha muitas ramas muitas…
E eles trabalhavam a cavar
Juntavam-se vinte, trinta homens,
iam ajudar uns aos outros para cavar os cerrados, para fazer vale, para poderem mudar os gados.
Ora até há quarenta e [vocalização] poucos anos, quarenta e qualquer coisa – não, já há perto de cinquenta anos –, que não havia nada senão erva e [vocalização] e tremoço.
Deitava-se tremoço nos cerrados até à borda da caldeira.
Depois é que apa- começaram a aparecer os trevos…
Os trevos começaram a aparecer aí por volta de quarenta e [vocalização] e cinco, quarenta e seis anos.
Há quarenta e seis, quarenta e sete anos é que começou a aparecer os primeiros trevos que se semearam aí.
Por acaso, foi o meu pai das primeiras pessoas que começou a semear trevo aqui no [pausa] no nosso lugar.
Ora, as pessoas iam trabalhar os cerrados,
[pausa] e [vocalização] e tinham as vacas nos cerrados,
[pausa] e alguns ficavam de noite.
[pausa] E de manhã vinham para baixo com o leite e [vocalização] , às costas, em canecas,
Também estão as canecas lá no artesanato, no, no na casa de [vocalização] de artesanato.
Portanto, [pausa] as pessoas ele Pouco leite!
Uma pessoa que vendesse vinte litros de leite era um grande lavrador, naquele tempo.
Depois começaram a aparecer os burrinhos
mas nem toda a gente tinha burro.
[vocalização] Iam [pausa] com as canecas às costas para o mato,
outros levavam os seus burrinhos,
alguns ajudavam a trazer os leites dos outros para baixo nos seus burros.
Então de não haver burros não é dos meus dias.
[vocalização] Já quando eu [vocalização] me criei e me comecei a conhecer, quase toda a gente tinha burro.
Eu só conhecia dois lavradores aqui nos nossos arredores que não tinham burro.
Os outros tinham; uns maiores, outros mais pequenos,
Depois começou então a aparecer já a raça cavalgar,
que então já faziam viagens muito mais rápidas,
Ajudavam Calivavam os milhos nas terras.
[pausa] de manhã tinham aqui em baixo, uma, duas, três vaquinhas, [pausa] mais perto,
e as que ficavam no mato, só iam uma vez ao dia.
levavam logo os seus farnéis, os seus jantarinhos, que era a tal linguiça que estava reservada para quando se tinha o gado no mato, para levarem o jantarinho,
que levavam um torinho de linguiça para comerem.
Ta- Passavam o dia no mato, no cerrado.
e muitos trabalhavam todo o dia a cavar os cerrados para fazer sempre o cerrado maiorzinho.
De manhã mu- mudavam as vacas.
As vacas eram atadas à reira.
À noite deixavam-nas na erva,
mas era nessas ervas vulgares que há aí.
Não era nada de pastagem.
À tarde, [pausa] deixavam-nas arrumadas
Quer dizer, o que porque havia mesmo muita gente,
o que era a tratar do gado do mato só fazia aquilo.
Os outros ficavam a cavar os milhos aqui mas normalmente.
E eram normalmente os rapazes novos que – iam as lavadeiras lavar para a ribeira – tratavam o gado,
e [vocalização] e, às vezes, ajudavam a trazer os cestos das roupas às lavadeiras.
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