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Cedros, excerto 56

LocalidadeCedros (Horta, Horta)
AssuntoA ceifa, a debulha e a desfolhada
Informante(s) Joana

Text: -


[1]
INF Porque aquela maunça era escolhida
[2]
[vocalização] Havia pessoas que não tinham terras de trigo.
[3]
[pausa] E não tinham terras de trigo,
[4]
iam havia quem dava, mas também havia quem vendia , iam medir a terra
[5]
Havia pessoas que compravam uma quarta de terra de palha.
[6]
Ia-se corta- A pessoa que comprava a palha é que ia cortar.
[7]
Cortava a palha,
[8]
trazia para casa
[9]
e escolhia o trigo melhor a palha melhor.
[10]
[vocalização] Faziam-se maunças.
[11]
Havia pessoas E aquelas maunças eram depois amarradas e postas às dúzias.
[12]
Por exemplo, [vocalização] uma quarta de terra dava, por exemplo, dezasseis dúzias
[13]
Não.
[14]
Meia quarta é que dava dezasseis dúzias de palha.
[15]
Porque também havia uma palha que rendia mais uma que a outra.
[16]
Se o trigo fosse mais basto, se fosse melhor, dava mais palha.
[17]
Portanto, ele dava escolhia-se as maunças,
[18]
[pausa] amarravam-se
[19]
e punham-se ao sol.
[20]
E batia-se com uma maça, com a mesma maça que ma- que batiam o linho.
[21]
E o re- o restolho, chamava-se o restolho, e [vocalização] amarrava-se em molhos
[22]
e ia-se pôr em casa do dono,
[23]
porque a gente trazia a palha para as nossas casas.
[24]
E [vocalização] [pausa] E ia para casa do dono o restolho, para deitar na eira, para moer junto com o outro trigo, que era aquela palha que não prestava mas que tinha grão.
[25]
O trigo que era das maunças, as pessoas esco- escolhiam o trigo,
[26]
batiam as maunças,
[27]
limpavam o trigo
[28]
e iam pôr o trigo em casa do dono.
[29]
E esse é que era o trigo muito limpo que as pessoas guardavam para ficar para semente, para semear para o outro ano, porque era um trigo muito limpo, muito escolhido.
[30]
Havia também pessoas que não se importavam com a palha nem tinham e não eram muito e davam.
[31]
A pessoa ia para
[32]
Ia Muitas vezes ia-se escolher
[33]
Também havia pessoas que escolhiam muita palha para vender
[34]
e havia outros que escolhiam para os seus chaspéus para os seus chapéus.
[35]
Mas não havia casa nenhuma que não escolhesse palha, que não tivesse a sua palha para fazer os seus chapéus.
[36]
Portanto, também até se escolhia no dia de o trigo ir para a eira de, de.
[37]
Levantavam-se muito cedo
[38]
e iam pô- estender o trigo na eira.
[39]
E depois escolhia-se os melho- os molhos de trigo melhor, de palha melhor
[40]
e 'escapuchava-se'.
[41]
Vai-se escapuchar umas maunças para se fazer os chapéus.
[42]
[vocalização] era escapuchada a maunça.
[43]
Ele podia-se jun- escolher duas dúzias ou três dúzias de palha,
[44]
porque não dava tempo para escolher mais.
[45]
E então amarrava-se a maunça,
[46]
punha-se ao sol,
[47]
e quando era ali onze horas, onze e meia, meio-dia, ia-se bater as maunças, que não se batiam com as maças.
[48]
[vocalização] Então havia pessoas também que não gostavam tanto assim.
[49]
Era escolhi- Era batida no, na, na no trilho, em baixo, a parte do chão que ia de rasto do trilho que ia de rasto na eira,
[50]
batia-se as ma-
[51]
Até os homens também ajudavam a bater.
[52]
E batia-se sempre pelo lado
[53]
Porque a gente, o gado iam encruzavam-se
[54]
iam em volta
[55]
e encruzavam-se ,
[56]
e batia-se sempre no trilho que estava por dentro, [pausa] para não respingar tanto para fora da eira.
[57]
INF E depois esfregava-se em cestos, quando aquilo ficava
[58]
Ficava batido
[59]
mas não ficava bem
[60]
E depois punha-se o cesto na beira da na banda do combro da eira
[61]
e esfregava-se a maunça para cair o resto do trigo no [vocalização] dentro da eira.

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