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Cedros, excerto 56
Text: -
INF Porque aquela maunça era escolhida…
[vocalização] Havia pessoas que não tinham terras de trigo.
[pausa] E não tinham terras de trigo,
iam – havia quem dava, mas também havia quem vendia –, iam medir a terra…
Havia pessoas que compravam uma quarta de terra de palha.
Ia-se corta- A pessoa que comprava a palha é que ia cortar.
e escolhia o trigo melhor a palha melhor.
[vocalização] Faziam-se maunças.
Havia pessoas E aquelas maunças eram depois amarradas e postas às dúzias.
Por exemplo, [vocalização] uma quarta de terra dava, por exemplo, dezasseis dúzias…
Meia quarta é que dava dezasseis dúzias de palha.
Porque também havia uma palha que rendia mais uma que a outra.
Se o trigo fosse mais basto, se fosse melhor, dava mais palha.
Portanto, ele dava escolhia-se as maunças,
E batia-se com uma maça, com a mesma maça que ma- que batiam o linho.
E o re- o restolho, chamava-se o restolho, e [vocalização] amarrava-se em molhos
e ia-se pôr em casa do dono,
porque a gente trazia a palha para as nossas casas.
E [vocalização] [pausa] E ia para casa do dono o restolho, para deitar na eira, para moer junto com o outro trigo, que era aquela palha que não prestava mas que tinha grão.
O trigo que era das maunças, as pessoas esco- escolhiam o trigo,
e iam pôr o trigo em casa do dono.
E esse é que era o trigo muito limpo que as pessoas guardavam para ficar para semente, para semear para o outro ano, porque era um trigo muito limpo, muito escolhido.
Havia também pessoas que não se importavam com a palha nem tinham e não eram muito e davam.
Ia Muitas vezes ia-se escolher…
Também havia pessoas que escolhiam muita palha para vender
e havia outros que só escolhiam para os seus chaspéus para os seus chapéus.
Mas não havia casa nenhuma que não escolhesse palha, que não tivesse a sua palha para fazer os seus chapéus.
Portanto, também até se escolhia no dia de o trigo ir para a eira de, de.
e iam pô- estender o trigo na eira.
E depois escolhia-se os melho- os molhos de trigo melhor, de palha melhor
Vai-se escapuchar umas maunças para se fazer os chapéus.
Aí [vocalização] era escapuchada a maunça.
Ele podia-se jun- escolher duas dúzias ou três dúzias de palha,
porque não dava tempo para escolher mais.
E então amarrava-se a maunça,
e quando era ali onze horas, onze e meia, meio-dia, ia-se bater as maunças, que já não se batiam com as maças.
[vocalização] Então havia pessoas também que não gostavam tanto assim.
Era escolhi- Era batida no, na, na no trilho, em baixo, a parte do chão que ia de rasto do trilho que ia de rasto na eira,
Até os homens também ajudavam a bater.
E batia-se sempre pelo lado…
Porque a gente, o gado iam encruzavam-se –
e batia-se sempre no trilho que estava por dentro, [pausa] para não respingar tanto para fora da eira.
INF E depois esfregava-se em cestos, quando aquilo ficava…
E depois punha-se o cesto na beira da na banda do combro da eira
e esfregava-se a maunça para cair o resto do trigo no [vocalização] dentro da eira.
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