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Caniçal, excerto 33

LocationCaniçal (Machico, Funchal)
SubjectOs peixes e outros animais marinhos
Informant(s) Acúrsio
SurveyALLP
Survey year1994
Interviewer(s)João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF É aquela [vocalização], aquela, isso é o [vocalização], isso não era o [vocalização] Isso não era o coiso, o [vocalização] cachalote.
[2]
Era [vocalização] o [vocalização] [pausa] a fêmea.
[3]
INF A fêmea é que tinha [vocalização] aquela coisa de [vocalização] ambre.
[4]
INF Ambre.
[5]
[pausa] A gente tirava [vocalização]
[6]
Cheguei a tirar-lhe [vocalização] quarenta quilos dum, dum, dum cachalo-, duma duma baleia [pausa] pois, [pausa] de de ambre.
[7]
INF Para [vocalização] Para, quer dizer, para [vocalização] [pausa]
[8]
INF para cortar?
[9]
Não [vocalização] .
[10]
Aquilo era
[11]
um [vocalização] [pausa] uma hora ou hora e meia de tempo, a gente cortava um [vocalização] um cachalote.
[12]
Um cachalote de dez, doze metros [pausa] não demorava uma hora.
[13]
[vocalização] Era s-, se-, sei- seis, sete pessoas em acima dum cachalote.
[14]
Aquilo era um [vocalização] era um, era um [pausa] uma limpeza.
[15]
Era um instante.
[16]
INF Depois aquilo era tudo cortado.
[17]
E tinha-se os os tanques [vocalização] ao [vocalização] mesmo ao lado
[18]
[pausa] Está-se a cortar
[19]
e está os outros rapazes a puxar.
[20]
. [pausa] Aquilo o que um cortou, ele vai pôr pondo no caldeiro.
[21]
Cortou,
[22]
vai pôr pondo no caldeiro: o toicinho para uma banda, carnes para outra.
[23]
INF [vocalização] É [vocalização] as carnes
[24]
[pausa] As carnes [pausa] de da baleia [pausa] vai para um tanque;
[25]
[pausa] ossos, para um tanque;
[26]
[pausa] o [vocalização] o toicinho vai para outro;
[27]
[pausa] o [vocalização] óleo, o, o toicinho, o [vocalização] coiso, o [vocalização] o óleo da cabeça vai para outro [pausa] tudo tudo separado.
[28]
[pausa] Porque o óleo d-, do toici- da cabeça é um óleo que gela.
[29]
[pausa] Fica gelado.
[30]
Depois de [vocalização] de ser cozido, gela.
[31]
E o toicinho, [vocalização] fi- fica sempre líquido, [pausa] sempre líquido.
[32]
[pausa] E então [vocalização], a gente pegava no [vocalização] nessas carnes [pausa] e nesses ossos [pausa]
[33]
aquilo era [vocalização] ele tinha-se uma imprensa [pausa] para imprensar aquilo para espremer o [vocalização] aquelas águas.
[34]
[pausa] Depois daquela, da da imprensa, ia para um secador, [pausa] secar.
[35]
[pausa] Depois tinha-se o moinho.
[36]
[pausa] Aquilo moía
[37]
e saía em cima no [vocalização], num [vocalização] num peneiro.
[38]
Peneirava [pausa] fina para uma banda, grossa para outra.
[39]
[pausa] Depois tinha [vocalização] os rapazes todos a encher, a ensacar aquela farinha [pausa] que era para transportar para [vocalização] para o estrangeiro, para [pausa] para fazer ração para [vocalização] para gado: para vacas, porcos, galinhas.
[40]
Pois.
[41]
INF Era.
[42]
Era aqui.
[43]
Aqui mesmo.
[44]
INF Era aqui mesmo.
[45]
[pausa] Vinham barcos Vinha Vinham aqui barcos buscar.
[46]
INF Sim senhor.

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