Representação em frases
Ribeira Seca, excerto 23
Texto: -
[vocalização] Agora já nem por isso eles usam tanto a lavadura porque há muito almeice, muito [nome], muita coisa.
INF Almeice é do [vocalização] de fazer o queijo.
[vocalização] Fazem Levam o leite para a fábrica
repartem por a [vocalização] por as pessoas que vendem leite.
E [vocalização] depois então deitam uma aos porcos.
Hoje em dia, quase todos, deitam [nome] e milho.
lavaduras, já nem por isso ajuntam.
Mas a gente antigamente era lavaduras [vocalização] e couves cozidas, como as que tenho ali…
ia-se ao jarro – como o meu marido disse ontem que íamos ao jarro para deitar e [vocalização] assim com …
Jarrocas era bom só para cozer.
A gente cozia com as c- caldeado com as couves.
Por exemplo, as batatas miúdas, havia muita batata da terra,
a gente cozia aquelas mais miúdas caldeadas com aquilo.
No tempo das batatas-doces – como agora neste tempo –, apanhava-se batata-doce,
Já então quando a gente estava perto de o matar,
se tinha muita, deitava mais, se tinha, e se não era perto de o matar, porque eles então se provassem batatas-doces não queriam mais nada.
INF Não queriam comida guisada, nem nada.
Por exemplo, as batatas-doces era ali perto…
Se tinham muitas, começava-se mais atrás.
Porque dantes, só se matava de ano a ano, em Janeiro.
Agora matam muitos porque há muito almeice, muita coisa,
[vocalização] Matam muitos por ano.
Mas a gente antigamente era só um por ano.
Ele, já se sabe, estava gordo;
a gente não nos servia estar a [vocalização] a botar-lhe muito cedo…
A gente melhor o aguentava com comida guisada mais tempo, porque não o queríamos matar senão para Janeiro.
Ele era assim de matar ele lá para o fim de Dezembro, perto do Natal, entre o mês do Natal e depois em Janeiro.
Então se tínhamos uma mancheia de batata…
Eu ou outra pessoa qualquer, se tinha muita batata-doce, começava-lhe, por exemplo, a deitar batata-doce…
mas se não tinha, guardava a batata,
porque a comida guisada faz muito bem.
Faz os porcos criarem carne.
A gente botava um punhadinho de farinha…
Eu, por mim, mesmo aqui já nesta casa, [vocalização] tinha uma [vocalização]…
Mas tinha mais couves do que tenho,
que aquilo é só para as galinhas e para e se quero fazer uma sopa,
[vocalização] Tínhamos um canto grande de couves,
e botava, por exemplo, uma camada de batatas no caldeirão
e botava-lhe uns punhadinhos de farinha,
depois tornava a botar outra camada de couves, outra punhadinha de farinha.
aquilo fazia bem aos porcos!
Eles consolavam-se com aquilo
Faz criar carne aos porcos.
Isso é que a gente diz que é: "Vamos comer guisa- Vamos guisar comida para os porcos".
E se eles, por exemplo, não comiam as batatas da terra, as cascas, a gente ajuntava-as,
depois quando cozia as couves, caldeava as b- as cascas das batatas
E era assim que a gente engordava os porcos,
Agora, já sabe, hoje não em dia não dá trabalho porque aquilo é [vocalização], é é almeice.
Chega-se agora a este tempo,
a fábrica ele as vacas já dão pouco leite
e isso começam a matar neles.
Ele quase todos os dias há matanças.
Por aqui e por ali, há matanças.
Hoje já não fazem matanças como a gente fazia antigamente,
Antigamente fazia-se muito as matanças.
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