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Covo, excerto 33

LocalidadeCovo (Vale de Cambra, Aveiro)
AssuntoA criação de gado
Informante(s) Arquibaldo Bigail

Text: -


[1]
INF1 Que nunca pega é maninha.
[2]
INF1 É maninha.
[3]
INF1 Rhum-rhum.
[4]
É maninha.
[5]
INF1 Bem, um ano que, às vezes, vacas que ele não
[6]
Às vezes, têm um ano sem andar ao touro.
[7]
INF1 Mas vem
[8]
que ele às vezes pega;
[9]
outras vezes anda mais desencarreirada
[10]
mas pega.
[11]
Olhe, eu costumo, aqui [vocalização] no meu curral, quando vem uma tou- uma vaca e anda mais que uma vez ou duas, pôr-lhe um bocado de aguardente na boca.
[12]
INF1 Sabe?
[13]
Quem me deu Quem me deu essa coisa foi o o doutor maternário da Pecuária de Aveiro.
[14]
Por causa que os meus bois eram da Pecuária;
[15]
agora agora
[16]
Eram da Pecuária,
[17]
eram meus!
[18]
Foi sempre com do meu dinheiro.
[19]
Mas o, ele o da Pecuária o doutor da Pecuária, [vocalização] não houve- eu queixava-me, às vezes, os lavradores, coitados, que que andavam três, quatro, cinco vezes ou seis vezes a vaca ao touro.
[20]
E depois eu dizia
[21]
Queixei-me um dia ao doutor: "Ó senhor doutor!
[22]
Aquilo não está bem.
[23]
Os homens queixam-se que que as vacas que não pegam
[24]
e como é que vai ser"?
[25]
Diz ele assim:
[26]
"Tu que é que lhe fazes"?
[27]
"Ó senhor doutor, não faço nada.
[28]
Ponho-lhe o boi e [vocalização] pronto"!
[29]
[pausa] "Põe-lhe um, [pausa] ,
[30]
[pausa] , não digo
[31]
Mais não,
[32]
mas põe-lhe metade de meio litro de aguardente!
[33]
Ou mais!
[34]
Quando o boi for para cobrir a vaca, tu põe-lhe a aguardente.
[35]
E depois põe-lhe o boi.
[36]
E depois não lhe dês mais boi.
[37]
Leva a vaca embora
[38]
que vais ver".
[39]
Tenho feito assim
[40]
e quase sempre tem pegado.
[41]
INF2 Sim.
[42]
resultado.
[43]
INF1 resultado.

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