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Covo, excerto 40

LocationCovo (Vale de Cambra, Aveiro)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Arquibaldo
SurveyALEPG
Survey year1992
Interviewer(s)Gabriela Vitorino Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Num tempo, você, as senhoras, [vocalização] a gente quando criou, de dez pessoas arranjava vinte.
[2]
INF Hoje quer cinco,
[3]
não arranja duas.
[4]
INF Ah!
[5]
Porque eu ainda tenho tido uma sorte muito grande,
[6]
porque eu faço o seguinte:
[7]
[vocalização] olhe, aqui na Castanheira, em Gestoso, na Agualva, na Lomba, vêm com as vacas ao touro,
[8]
e eu àqueles que me ajudam ajudem não levo nada.
[9]
INF Àqueles que me ajudam ajudem não levo nada!
[10]
INF Que me ajudam!
[11]
Que me ajudam a trabalhar,
[12]
eu não lhe levo nada!
[13]
INF Vêm outros que querem:
[14]
"Olha, eu precisava de um alqueire de centeio".
[15]
Eu dou-lho dado.
[16]
"Eu precisava de lhe pedir um alqueire de milho".
[17]
Eu dou-lho dado.
[18]
"Eu precisava de vinho".
[19]
Eu dou-lho dado.
[20]
Ora bem, aquela gente recompensa
[21]
e diz assim: "Bom [vocalização], fulano precisa,
[22]
temos que ir ajudá-lo".
[23]
E vêm-me dar.
[24]
Quer dizer, eu pago sem sentir.
[25]
INF Em dinheiro corrente, quase nunca pago.
[26]
Nunca pago!
[27]
INF Nunca pago.
[28]
Porque depois vêm-me ajudar
[29]
mas é gente mais pobre
[30]
Ele uns precisam de milho,
[31]
outros precisam de centeio,
[32]
outros precisam de vinho
[33]
[pausa] e eu, tenho de sobra,
[34]
INF dou.
[35]
INF Eles vêm.

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