Representação em frases
Carrapatelo, excerto 6
Texto: -
INF Mas que preciso tinha ele de mangar?
uma vez estava de conversa com ele mais a mulher.
Estávamos de conversa lá no quintal dele.
E não sei como foi que eu falei em orquestra – em orquestra.
INF A palavra é assim dita: "orquestra", não é verdade?
INF E ele, estávamos assim a falar em toques e coisas,
que eu vim a falar em orquestra.
Então o que é uma orquestra"?
Pois se já estavam a a chatearem-me, a dizerem aquilo que não deviam dizer, com o que eu calei-me.
Aonde eles não Eles estavam a mangar de mim, aonde eu é que podia mangar deles, não é verdade?
Se se dera o caso se houvesse ali mais família, eram os po- os próprios que os ajudavam a eles,
casa dele e agora já tenho chorado por ele.
INF Se fosse eu que morresse…
Se fosse eu que morresse, ele talvez faz de conta que fosse uma festa.
Para ele faz de conta que era uma festa.
Ele não me ligava importância.
INF Ele morreu no hospital em Reguengos.
Eu fui lá vê-lo duas vezes,
E até um dia caiu lá da cama,
ainda ainda fez aqui qualquer coisa, qualqueres arranhões na cara.
Mas a mulher dele que me odiou e depois dizia-lhe mal de mim, a ele, e ele chegou a pontos que já dizia mal de mim à mesma.
E cheguei a prestar-lhe coisas,
fiz tudo quanto pude por ele,
e ele cada vez a ligar-me menos.
Chegámos-se a juntar além em baixo – de conversa, mais outros, além onde está um um coisito além, quando se entra no povo, [pausa] do lado esquerdo –, a juntarmos-se além.
INF Às vezes, juntávamos-se além uns poucos.
Chama-lhe a gente até o Jardim das Mentiras.
Porque ali ali diz-se tudo, todas as mentiras.
Cada um diz aquilo que lá lhe parece.
E nós chamamos-lhe o Jardim das Mentiras.
Ele, eu não podia dizer nada
que ele estava logo atirado a mim.
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