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Carrapatelo, excerto 10
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INF Eu fui concertado, em novo, além para a aldeia dos Monturinhos.
Fui para além concertado, em novo.
Fui para lá para carreiro – andar estar com uma parelha.
Depois, ao fim de um ano, o meu pai não queria que eu lá ficasse.
Porque eu era também alvário.
e depois a gente não sabe o que ele faz!
Para além se torna aborrecido.
Quem é que sabe agora o que ele para lá faz"?!
O povo lá não me largava!
Sopro para avivar o lume O dia quando eu me vim embora…
Que depois eu ganhava trigo…
chama-lhe a gente o ensacado –,
E depois eu vim-me embora no dia 15 de Agosto – no dia 14 de Agosto.
E depois daí a [vocalização] a uns dias fui lá buscar o resto do trigo.
Levei uns burros que tinha o meu pai, e um carro
e pensei em ir num domingo.
Pensei em ir num domingo.
Esse domingo, assim que deram razão de mim, vieram ter logo cá ao princípio do povo.
Tiraram-me os burros e o carro,
levaram-nos não sei para onde,
e depois o resto do dia, fomos medir o trigo.
Ele depois o resto do dia foi paródia.
A rapaziada e as raparigas, tudo de roda de mim!
Eu já tive um sonho com uma rapariga de lá
Mas era muito minha amiga.
E ela morreu, já há muito ano.
Morreu aí com dezasseis ou dezassete anos.
Uma noite estava deitado – está claro –
e [vocalização] tive um sonho com ela.
Que era um baile aqui no Carrapatelo.
E eu cheguei ao pé do baile
Ele depois ouço uma pessoa a dizer assim:
"Ah, isto é família dos Hermínios".
E depois começaram a cantar.
Eu, o cante, soube-o muito tempo
Mas ainda me lembra um verso que eu ouvi no sonho.
ela era Inês, essa rapariguita,
"Vou sim, ó meu lindo amor".
pois então vai-te compor".
Depois apareceu ela na roda.
Já tinha morrido há mais de uma dúzia de anos, ou duas!
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