Representação em frases
Carrapatelo, excerto 48
Texto: -
INF Era a erva com o trigo
Da agricultura, parece-me que não tenho mais a este fim.
Parece-me que não tenho mais a este fim.
era quando estava sozinho,
Ia fazendo os versos, e escrevendo,
em chegando ao fim da conversa, parava.
E depois estudava aquilo,
lembrava-me em toda a parte.
Porque eu em me lembrando do primeiro verso – eu estudava o cante com o primeiro verso –, em me lembrando do primeiro verso, lembrava-me logo do cante.
INF Essa da erva com o trigo foi uma conversa com um tipo de cá.
Andava mirando uma seara –
e esse ano chovia muito –
e [vocalização] e tinha a seara abafada de erva.
E ele andava estava zangado com a erva que que lhe estava dando cabo da seara,
"Então, estás zangado porquê"?
É que eu tenho o trigo abafado em erva,
nem colho daqui nada", e isto, e aquilo, lá a pelejar a vida dele, coitado.
"Para que será este enredo da erva"?
"A erva também faz falta, homem"!
"Há-de ter que ver a erva, a falta que faz"!
E depois abalei com a vaca,
[vocalização] Comecei a falar:
eu fiz a conversa dele, que era ele a dizer mal da erva,
e depois fiz a conversa da erva a dizer que, que também dá que dava resultado.
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